O inimigo da família

18.000.000 de alcóolatras no Brasil
Artigo de: Renzo Sansoni

O zelador do prédio, fora de suas atribuições, e nervoso, pelo constrangedor do momento, teve que carregar, nas costas, escadas acima, uma jovem mulher desacordada, por tanto apanhar do marido, bêbado/furioso. Subindo com eles, uma criancinha de 4 anos, tomada pelo pânico, e pelo amargo, da mamãe impotente, cega de um olho e arrebentada. Fato acontecido há alguns dias e que chega, ao nosso conhecimento, para sacudir, pela enésima vez, os brios e fios do juízo. A jovem é nossa cliente, submetida à transplante de córnea; portanto, requerendo do marido toda atenção e cuidado. Foi encontrada pelo zelador num estado tal que merecia, para ampla vergonha de tais maridos e carrascos, ser mostrada, via televisão, para todo o país. Seria ótimo que aparecesse logo após aqueles eróticos e sensuais comerciais de cervejas, turbinados pelas louras e morenas siliconadas e insinuantes. O Brasil é, mesmo, o país com alergia idiossincrásica ao essencial/prioritário. Aquilo que nos atormenta, nos avilta e nos empobrece não é tratado de frente, tipo olho no olho; é empurrado para depois, num jogo sujo, merecendo todo repúdio e vaia. É o caso do alcoolismo. Seguinte exemplo: Aids e alcoolismo. Fala-se, e gasta-se, tanto com a problemática da AIDS, como se esta doença fosse a suprema vergonha da saúde pública brasileira. E, verdade apurada e depurada, sem as cores do imediatismo, não é. Nem nunca será. A Aids não passa de um grão de areia na praia gigantesca do alcoolismo. É a doença da moda, enquando a outra é a doença dos séculos. O alcoolismo é muito mais ameaçador, destruidor, catastrófico, abrangente e demolidor para a sociedade. E a midia, pífia e comprometida, motivada sabe-se lá por quais argumentos, não dá a mínima bola para os 18 milhões de alcoólatras nas sarjetas brasileiras. Vejo, na televisão americana, um estudo, e uma constatação tão alarmantes quanto desoladoras: em 60 % das desavenças familiares, incluindo assassinatos, divórcios, etc, está lá, escancarado ou oculto (tal qual piolho) a garrafa do álcool. Neste mesmo estudo: mais de 60% dos crimes estão relacionados DIRETAMENTE com o álcool, que lá se vende e se consente tanta quanto aqui; só que contam com lei mais séria e mais aplicada. Em terras brasileiras, o alcoolismo avança e devasta, com mais brutalidade do que lá, com muitas lágrimas, ranger de dentes e desespero nas famílias, e sem a mínima esporada/chicotada da lei. Não se vê, por aqui, nenhuma política voltada para o enfrentamento crucial deste que, sem nenhuma dúvida, é o maior obstáculo/embaraço nacional nos dias de hoje; é bom que se diga que, talvez, nem a corrupção, com seus rombos nas artérias nacionais , é tão sinistra quanto a doença alcoólica. Estima-se que o alcoolismo custa, aos cofres nacionais, direta e indiretamente, algo em torno de 4% do produto interno bruto, ou seja, muitos bilhões de reais. Dinheiro que vaza, sob o nariz de todos, para os ralos da insensatez e da orgia, tudo em nome da farra e do viver embalado. Definitivamente, o alcoolismo é a sinistrose encravada nos lares brasileiros. A verdade é que a turma da cerveja/cachaça está crescendo, bebendo, aprontando, como se a grande jogada da vida fosse a substituição de Deus pela deusa cevada/gelada. Quantas mulheres, e crianças, não estão sendo espancadas, violentadas e arrebentadas, enquanto você está lendo este artigo! É a família brasileira sofrendo e chorando, com o tilintar dos copos e das garrafas.
18 milhões de alcoólatras nas sarjetas brasileiras já é um bom começo para entender este drama/estigma nacional, não é mesmo? Com pancadas de marido se faz a orgia, com as loiras da cerveja!

Wlad acerta na mosca em projeto que aumenta punição de quadrilhas criminosas

O deputado Federal paraense Wladimir Costa (PMDB) finalmente começa, mesmo que atrasado, mostrar alguma seriedade em seu trabalho em Brasília. Segundo informou a agência Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou hoje o Projeto de Lei 679/03, de autoria do parlamentar do Pará.
O PL inclui entre os crimes hediondos o homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio ou de organização criminosa, ainda que cometido por uma só pessoa.
A caracterização desse tipo de homicídio como hediondo evita que o criminoso seja beneficiado por anistia, graça ou indulto, fiança e liberdade provisória. Em caso de sentença condenatória, o juiz decide se o réu poderá apelar em liberdade. A prisão temporária, que para os demais crimes é de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco, é extendida para 30 dias (prorrogáveis por mais 30) em caso de crime hediondo.
Lei atual - Wladimir Costa cita que a Lei 9034/95, que trata da utilização de meios operacionais para a prevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas, já proíbe a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, às pessoas que tenham intensa e efetiva participação na organização criminosa. Além disso, estabelece que o réu não poderá apelar em liberdade e iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado. Para ele, no caso do homicídio praticado em atividade típica de organização criminosa, entretanto, a lei deve ser ainda mais rigorosa – por isso apresentou seu projeto.
Intimidação da polícia - O parecer do relator, deputado Inaldo Leitão (PL-PB), aprovado pela CCJ, afirma que a proposta "atende os anseios da sociedade, dando tratamento adequado a um crime que vem assolando o País, atingindo até mesmo autoridades envolvidas no seu combate e punição".Ele cita notícias recentes de que o homicídio está sendo utilizado pelas organizações criminosas como instrumento de intimidação de policiais, juízes e promotores, em plena afronta ao Estado Democrático de Direito.
Tramitação - O projeto segue agora para o Plenário. Se aprovado, vai ao Senado.

No dia da estréia

Foto: ABr


















O deputado Aldo Rebelo, presidente da Câmara dos Deputados, acaba de convocar Sessão de Votação exatamente no dia da estréia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Prometeu, no comunicado, cortar o ponto dos faltosos.
O blog deseja que a Seleção Brasileira ganhe a partida, caso contrário Rebelo será taxado de pé-frio.

Stálin invade as livrarias



















Revisionismo ou curiosidade histórica?


A abertura de arquivos podem explicar a série de lançamentos que tem um dos líderes da Revolução Russa como tema central dos debates, no momento em que se tem acesso a importantes arquivos do período, até recentemente inacessíveis. Quando foram abertos, nos anos 90, os arquivos secretos da União Soviética revelaram uma quantidade enorme de informações sobre os anos da guerra fria. E não demorou para que os documentos se transformassem em livros sobre alguns dos principais atores do período, assinados pelos primeiros historiadores que a eles tiveram acesso. Entre eles, o britânico Simon Sebag Montefiore e os irmãos russos Roy e Zhores Medvedev dedicaram-se a compor novas biografias do georgiano Josef Stalin. Os dois livros chegaram ao mercado editorial brasileiro nos últimos dois meses. Agora, a Civilização Brasileira coloca nas livrarias Stalin:Uma Biografia Política, clássico estudo do polonês Isaac Deutscher; e a José Olympio anuncia a compra dos direitos de Os Ditadores: A Alemanha de Hitler/ A Rússia de Stalin, de Richard Overy. Coincidência ou há um interesse crescente do mercado editorial pela figura de Stalin? O livro de Montefiore, A Corte do Czar Vermelho (Companhia das Letras, 864 páginas) tem como tema a rotina de Stalin e se apóia em documentos como cartas, bilhetinhos, anotações às margens de livros, minutas de reuniões, agendas e papéis que passavam todos os dias pela escrivaninha do ditador que comandou o Estado comunista entre 1941 e 1953. Já os irmãos Medvedev, em Um Stalin Desconhecido (Record, 448 páginas), reúnem ensaios sobre temas específicos, como a corrida atômica ou a ciência soviética, por exemplo. Isaac Deutscher segue em outra direção. Seu estudo sobre Stalin foi lançado no fim dos anos 40 e, ao lado da biografia de Trotski, fez do autor um dos grandes especialistas em história soviética. Nele, apresenta as principais bases e crenças da atividade de Stalin, que define como 'o líder e explorador de uma trágica, contraditória, mas criativa revolução'. Maria Amélia Mello, diretora editorial da José Olympio, não vê uma tendência de mercado necessariamente ligada à figura de Stalin. Acredita, em especial, que biografias vendem e que os personagens da 2ª Guerra Mundial, 'por ser um episódio fundamental para a compreensão da história moderna', atraem os leitores. No mesmo caminho segue Rosemary Alvez, diretora editorial da Bertrand Brasil, que anuncia a compra dos direitos da biografia de Lênin assinada por Robert Service que, com ela, ganhou o prêmio Foreword Magazine´s History Book of the Year. De volta a Stalin, o historiador da Universidade de São Paulo Elias Thomé Saliba coloca como dado importante a abertura dos arquivos soviéticos, que começou pela extinção da Glavit, a agência cujo selo de aprovação tinha de estar presente em tudo o que contivesse palavras impressas, e seguiu com a liberação de grande parte dos arquivos da KGB. É um processo que ainda está em curso em toda a Rússia, em especial com a abertura de outros arquivos estatais. Livros como o de Montefiore e Medvedev seriam apenas o começo. 'O exame desta documentação é muito lento e depende de análises comparativas com outros arquivos, instrumentos heurísticos para estabelecer autenticidade, etc. E muita coisa certamente deve surgir. O diário manuscrito da prisioneira política dos campos stalinistas Nina Lugvoskaia, lançado no ano passado aqui no Brasil pela Ediouro, foi descoberto por acaso no meio da papelada antibolchevique amealhada nos arquivos da KGB', diz o historiador, que chama atenção também aos arquivos de fora da Rússia. 'Na Polônia, por exemplo, há muito o que tirar dos fragmentos que sobraram.' Prova disso é Levante de 44, livro de Norman Davies, que a Record acaba de lançar e que se utiliza de uma série de testemunhos diretos, entre eles o caderno da polonesa Janina Bauman (lançado no ano passado no Brasil pela Jorge Zahar, com o título de Inverno na Manhã).

Exposição de Pablo Picasso, no CCBB/DF

Divulgação















São muitos os adjetivos que poderiam ser empregados para ajudar a descrever Pablo Picasso - mas não bastam para entender o impacto que o artista produziu no começo do século 20 e a importância que ele tem até hoje. É preciso entrar em contato com sua obra, chocar-se e maravilhar-se com a forma transgressora com a qual Picasso retratou o mundo. Essa oportunidade é realidade desde ontem, dia 30 e prossegue até o 7 de julho, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), de Brasilia, na exposição Pablo Picasso - Paixão e erotismo.
A exposição vem para substituir, na programação do CCBB, Erótica - Os sentidos na arte, cuja vinda à capital da República foi cancelada depois de polêmica envolvendo a obra Desenhando com terços, de Márcia X.
Pablo Picasso era um dos artistas presentes entre as mais de 100 obras de Erótica. Agora, numa mostra só para ele, a instituição apresentará 92 peças, entre litogravuras, águas-tinta e águas fortes. Criadas entre 1919 e 1972, as obras mostram as experiências e os desejos mais íntimos de Picasso, amante das mulheres e dono de uma imaginação riquíssima. É importante lembrar que, entre 1899 (quando fez sua primeira gravura, Elzurdo) e 1972 (ano anterior ao de sua morte), o espanhol produziu mais de 2.200 gravuras.
As peças vindas a Brasília pertencem ao colecionador de arte Pier Paolo Cimatti, residente em Milão e proprietário da Editora Torcular, voltada para a edição de gravuras e livros de arte. Em grande parte delas, é possível identificar características inconfundíveis do espanhol: traços geométricos e representação em três dimensões, mostrando simultaneamente diferentes aspectos de um mesmo objeto. Essa forma de criação chocou os conservadores e influenciou artistas no mundo inteiro - inclusive no Brasil.
De acordo com especialistas, Picasso (1881-1973) soube como ninguém deixar em suas gravuras uma mistura de confissão autobiográfica e fantasia, mostrando suas experiências e seus mais íntimos desejos, numa tentativa de deixar a mais completa documentação de si mesmo e de sua imaginação transbordante. Entre 1899 e 1972, o artista produziu cerca de 2.200 gravuras, passando pelo realismo dos primeiros anos e pelo cubismo que o consagrou no cenário mundial.
A primeira gravura do artista, El Zurdo, foi produzida em 1899. Ele tinha 18 anos e ainda vivia em Barcelona. Sua última obra desse estilo foi realizada em Moujins, no sul da França, em 25 de março de 1972, aos 90 anos. Nessas obras, Picasso pesquisou diversas técnicas, como a calcografia, a litografia e a gravura em metal.
Picasso é considerado o mais importante artista do século XX, pela qualidade, pela quantidade e pelo caráter sempre inovador e experimental de sua obra. Nascido em Málaga, na Espanha, aprendeu a pintar e a desenhar com o pai, copiando modelos clássicos. Era pintor, gravador, escultor, cenógrafo, ilustrador e cartazista. Em todas essas áreas deixou uma marca de inovação: inventou novas técnicas, incorporou materiais, introduziu colagens com jornais, letras e pregos na pintura e utilizou sucata em esculturas.
A exposição Picasso: Paixão e Erotismo, com curadoria de Fábio Magalhães, integra o Circuito Cultural Banco do Brasil, projeto desenvolvido pelo Banco do Brasil para promover o intercâmbio de manifestações culturais.
Picasso: Paixão e Erotismo
CCBB de Brasília
De 27 de maio a 7 de julho de 2006, de terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Entrada franca
SCES Trecho 2, Lote 22 Tel.: (61) 3310-7087 E-mail: ccbbsb@bb.com.br
Imperdível!

Governadores e ministro debatem no Senado mudanças na Lei Kandir

Foto: Jane de Araújo










Gilvam (D), relator, destaca a importância de se buscar reduzir prejuízo dos estados
Ag. Senado
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) vai debater com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com integrantes da área econômica do governo e com governadores o projeto destinado a regulamentar a Lei Kandir – que isenta do pagamento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) as exportações de produtos primários e semi-elaborados ou serviços. A proposta determina o ressarcimento, por parte da União, para estados e o Distrito Federal, até o dia 15 do mês posterior ao da desoneração de exportações, e determina o ressarcimento integral dos valores já desonerados.A proposição (PLS 30/06 complementar) foi debatida ontem na comissão e recebeu parecer contrário do relator, Gilvam Borges (PMDB-AP), que alega inconstitucionalidade. O autor da proposta é o senador Pedro Simon (PMDB-RS).O presidente da CAE, senador Luiz Otávio (PMDB-PA), disse que a matéria ficará sobrestada até que seja feito um amplo debate com essas autoridades sobre o assunto. O próprio Gilvam e os senadores da comissão destacaram a importância da matéria, já que os estados estão sendo prejudicados pela Lei Kandir.– Apesar do mérito inconteste do projeto, há óbices intransponíveis à sua aprovação. Não há dúvida de que a matéria vai de encontro aos ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal – alegou o relator. O projeto, segundo Gilvam, "alteraria substancialmente o processo de ressarcimento, que passaria do modelo atual de negociação de um valor máximo a ser incluído no Orçamento para um valor em aberto, dependente do volume de exportações realizado no futuro".– Temos que resolver essa questão da Lei Kandir de uma vez por todas. Não por esse projeto. Mas temos que resolver – afirmou Ideli Salvatti (SC), líder do PT.Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que a Lei Kandir veio para beneficiar os exportadores, mas prejudicou os estados, "que estão de pires na mão".

Senado aprova pedido de contratação de crédito externo para o Pará

Val-André Mutran
Brasília - A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou o pedidos de contratação de crédito externo para o governo do Pará, no valor de até US$ 42,670 milhões, para financiar 85% do Projeto Pontes de Concreto para o Desenvolvimento, destinado à estruturação de rodovias no estado, com o objetivo de modificar a economia local e proporcionar melhor fluidez no tráfego de veículos para o escoamento de produtos da região, conforme o parecer enviado ao Senado pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
A notícia é bem-vinda para os usuários das estradas paraenses. As pontes espalhadas ao longo da malha rodoviária do Pará são "armadilhas" para o motorista desatento que costuma trafegar em alta velocidade: quase morte certa!

Sessão conjunta para alterar Rito do Orçamento

Foto: Abr









A Ordem do Dia foi encerrada há pouco para o Congresso Nacional realizar sessão conjunta e votar o Projeto de Resolução 2/05, do deputado Ricardo Barros (PP-PR). Mesmo sem acordo de lideranças será colocado em votação um novo rito de tramitação de projetos na Comissão Mista de Orçamento.
Além de garantir maior rapidez na tramitação do Orçamento da União, os parlamentares querem impedir fraudes como a descoberta pela Operação Sanguessuga, da Polícia Federal.As propostas incluem a redução do número de parlamentares na Comissão Mista de Orçamento de 84 para 40; a diminuição do poder do relator-geral e o fim das chamadas "emendas genéricas", que foram usadas pela chamada máfia das ambulâncias.As mudanças foram elaboradas por uma comissão de três deputados e três senadores, com base no projeto original.

Dan Brown e seu código caça-níquel

Foto: Divulgação













O CÓDIGO DA VINCI

Manoel Augusto Santos
Doutor emTeologia e Professor da PUC/RS

Ninguém nega a enorme repercussão do livro “O Código da Vinci”, de Dan Brown. E agora, o filme. O que dizer? Em primeiro lugar, é uma ficção. Quem o diz é o próprio Brown, no seu site: “O Código da Vinci é uma novela e, conseqüentemente, um trabalho de ficção. Portanto, os personagens do livro e suas ações são obviamente não-reais”. Em segundo lugar, Brown apresenta uma borrifada de fatos, nomes e lugares, que podem desconcertar o menos informado. O livro se apresenta com pretensões de seriedade e de erudição. O autor enumera uma respeitável série de instituições, onde teria efetuado pesquisas, para depois afirmar erros históricos que fariam qualquer membro daquelas corar de vergonha ou de raiva. Quem buscar informações a respeito daquilo que Brown afirma, encontrará uma vasta coleção de erros crassos cometidos por ele. Vê-se que é uma obra muito malfeita, sem nenhuma pesquisa séria e sem nenhum dado consistente.
Seria impossível, neste espaço, enumerar os erros. Por isso, detenho-me num só, a primeira afirmação de Brown: “O Priorado de Sião – sociedade secreta européia fundada em 1099 – existe de fato. Em 1975, a Biblioteca Nacional de Paris descobriu pergaminhos conhecidos como os dossiês secretos...”. O Priorado de Sião realmente existiu? Sim, mas não é nada do que Brown diz ser. Foi criado somente em 1953, em pleno século XX. O pedido de oficialização do Priorado foi efetuado em 1956, na Sub-Prefeitura de Saint Julien-en-Genevois, mediante uma carta assinada pelos quatro fundadores. Um dos fundadores, Pierre Plantard (1920-2000), foi um escritor que buscou a fama através da falsificação de documentos, introduzidos em diversas bibliotecas, especialmente na Nacional de Paris, para apoiar suas fantasias. Inventou que o Priorado existia desde o século XI e que guardava a dinastia merovíngia, da qual ele fazia parte. Teria o direito de restaurar a monarquia na França, da qual ele seria representante. A imprensa francesa desmascarou as imposturas: Plantard criou os falsos “Dossiês Secretos”. Isso tudo foi mostrado também pela BBC, em 1996. O próprio Plantard confessou tudo à justiça francesa. Portanto, uma fraude já desmascarada.
Não pode ser surpresa que a crítica tenha sido implacável: “Este livro é, sem dúvida, o mais tolo, inexato, mal-informado, estereotipado, desarrumado e popularesco exemplar de pulp-fiction” (The Times); “Um insulto à inteligência” (The NY Times); “Os seus erros crassos só podem deixar de indignar um leitor que conheça pouco o assunto” (NY Daily News).
Numa passagem adverte: “Você é historiador de Harvard, e não um autor de literatura de consumo procurando um tema polêmico para faturar uma grana”. Invertida, se aplica exatamente ao livro e a seu autor: “Você é um autor de literatura de consumo procurando um tema polêmico para faturar uma grana, e não um historiador de Harvard”.
O fato é que Jesus Cristo torna a ser vendido, já não por trinta moedas, mas por centenas de milhões de dólares. “O Código da Vinci” merece protestos, não só da fé, mas da razão e do bom senso. É inegavelmente uma história oportunista, anticristã, anticatólica e antiverdade. Aos cristãos algo entusiasmados com o livro ou o filme, vale o aviso de Dante: “Cristãos, movei-vos com mais severidade: não sejais como penas ao vento, e não penseis que todas as águas vos lavem. (...) Sede homens, e não ovelhas enlouquecidas”. Ou seja, caro leitor, se você quer enriquecer um pouco mais uns inescrupulosos, ver calúnias grosseiras e gratuitas, a fé cristã ofendida e a verdade histórica vilipendiada, vá ver o filme.

Carajás: O Brasil quer este Estado no mapa

EXCLUSIVO





Val-André Mutran
Brasília
- As peças publicitárias concebidas para a primeira parte da campanha pró-Plebiscito de Carajás, está sendo pela primeira vez veiculada num espaço de acesso público e foi desenvolvida pelo titular do blog, em associação com os publicitários Eduardo e Sérgio Sobreira.
Alegando falta de recursos, a Amat adiou sine die sua veiculação.
Em respeito aos simpatizantes da criação do novo Estado, tomo a liberdade de tecer algumas considerações sobre o assunto em razão de sua relevância e o oportuno clima pré-eleitoral. É assunto árido a ser tratado pelas candidaturas postas ao executivo e legislativo. Vamos ao tema:
Em seu Estatuto, a Amat defende como uma de suas razões de existir, a criação do novo Estado. Há diretoria específica para tratar do assunto. Tal diretoria é ocupada pelo prefeito Denimar Rodrigues, do município de São Félix do Xingu. A Amat é presidida por Valciney Ferreira Gomes, de Palestina do Pará.
Destaco um dos pontos da mensagem institucional da entidade: "Em seus 24 anos de história, a Amat assumiu firmemente o papel de defensora do desenvolvimento econômico, social e político da região e luta pela criação do Estado do Carajás".
De acordo com as razões institucionais para a criação do Estado de Carajás a Amat, em documento, justifica: Se analisarmos apenas a extensão territorial do Pará, já se justifica a redivisão territorial tão almejada por diversas regiões do Estado.
A exploração das margens do Tocantins e Araguaia data
de mais de 400 anos, mas o primeiro povoado definitivo na região foi fundado em 1892, apenas pouco mais de um século atrás.
Desde esses tempos remotos, a ocupação de Carajás veio do Sul do país e não do Norte. Esta característica deixou desde os primórdios, o sul e o sudeste do Pará ligados economicamente, socialmente e politicamente, à região centro-sul do país.
Nas últimas décadas, levas de imigrantes e algumas grandes empresas, atraídas pela política de incentivos fiscais, radicaram-se no sul e sudeste do Pará, atendendo ao chamado do Governo Federal “Integrar para não Entregar”. A região iniciou um processo de progresso econômico acelerado. Foram construídas cidades e novos municípios foram criados.
Surgiu então uma enorme demanda por infra-estrutura e a distância geográfica de Belém não permitiu a presença do Poder Público Estadual para encaminhar as soluções dos mais variados problemas. A localização estratégica dentro do eixo do Araguaia-Tocantins, as peculiaridades geopolíticas, a necessidade de maior proximidade do Poder Público, as experiências de outros estados recentemente criados e a urgência da melhor utilização dos recursos naturais, dentro da ótica do desenvolvimento sustentável, são alguns dos motivos que nos leva, legitimamente, a reivindicar a criação do Estado de Carajás após a consulta de todo o povo paraense, através do plebiscito.
Recorro mais uma vez à leitura do Estatuto da Amat e constato: compromisso firmado pela não politização da entidade.
Penso que a Amat deveria ser extinta. Em seu lugar, seria constituída uma agência de desenvolvimento da região de Carajás. Os fundos seriam regulamentados em Lei específica e não apenas com a contribuição das prefeituras que atualmente a compõem.
Um dos fundos seriam providos pela arrecadação de quem explora qualquer minério na região. Outro, das empresas agropecuárias, industriais e comerciais...E por aí vai.
É óbvio que o empresariado, com forte verniz arcáico, jurássico e atrasado, salvo raras exceções, vai alegar que a medida acarretaria aumento de impostos. Antecipo a romaria: "Não aguentamos a carga tributária..."
Uma agência para esse fim, desde que bem gerida, e aí racai-se em outro problema (vide a bandalheira da extinta Sudam e a inacreditável incompetência da ADA), bem gerenciada sob os aspectos que interessam ao fim, nunca ao meio, poderia promover a ocupação do hiato lamentável do Estado e da União na área.

As políticas de ambos os entes são sabidamente insuficientes para dar conta do recado. Falta tudo, na região que mais cresce na Amazônia, e talvez do Brasil.
Em artigo publicado pelo jornalista santareno Lúcio Flávio Pinto, pinçei este trecho: Há anos venho defendendo a criação de uma empresa pública sub-regional no Araguaia-Tocantins. Mas não pública apenas no papel. Pública através da subscrição de ações pelo público, que por ela deve ter interesse, a ela se deve solidarizar e dela deve ter benefícios reais.
Essa agência de desenvolvimento, sob a forma jurídica de empresa pública, irá gerir a maior parte dos recursos pagos pelas empresas como compensação pela extração intensiva que fazem de recursos naturais paraenses e amazônicos, para atendimento da insaciável fome do Primeiro Mundo. Essa agência, devidamente sujeita a controle externo, formulará um plano de desenvolvimento do vale do Araguaia-Tocantins e o porá em execução, criando a interlocução do setor público que falta para aproximar os empreendimentos privados do anseio social, da contingência regional, sobrepondo-se à pequenez dos limites intermunicipais, mas sem ignorá-los.
Ela tratará de estimular, induzir ou forçar a verticalização das cadeias produtivas, expressão que tem sido apenas retórica na boca de políticos que aparecem por aqui nas temporadas de voto ou na inauguração de obras, freqüentemente suspeitas de superfaturamento por sua conexão com fundos de campanha eleitoral, em seus inefáveis caixas dois, e viabilizar obras essenciais negligenciadas, como a transposição do rio Tocantins na barragem de Tucuruí.
Com aplicação, competência e exação, essa agência abrirá as entranhas de cada cavalo de Tróia que aparecer diante de nossas cidadelas, só colocando-os para dentro das muralhas quando ficar provado que realmente nos serve e não apenas se serve de nós. Aí, então, o desenvolvimento não será sustentável apenas no nome de batismo de eventos como este que agora nos reúne, numa solidariedade que transcende as barreiras do espaço e desafia os grilhões dos que não querem ver a verdade ser exercida no seu papel mais nobre: como a ferramenta da liberdade e do progresso. Que é o que firmemente desejamos.
Após estas considerações iniciais, aguardo o discurso dos candidatos ao governo do Estado sobre o assunto. Vale voto.

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Reflexões sobre energia e o agronegócio

Nada mais oportuno que após a decisão da Bolívia de nacionalizar suas reservas de gás e petróleo, que unilateralemnete "passou" a ter o controle absoluto sobre a produção e comercialização, secundado pela crise no agronegócio em Mato Grosso, que está levando à falência nossos produtores, são duas situações que sucitam reflexões profundas sobre os rumos da economia do Estado. Refletimos sobre a nossa dependência energética e sobre a política agrícola nacional e o modelo de agricultura que se pratica aqui. Refletimos, então, quanto à necessidade de buscar a nossa auto-suficiência energética e de debater os rumos da agricultura local.
São duas questões que têm muita ligação entre si. Não somente pelo fato de ser a energia imprescindível para o desenvolvimento das diversas atividades econômicas, em especial a nossa agroindústria. Necessitamos e necessitaremos ainda mais de gás, mas não podemos ficar dependentes dos humores dos presidentes da Bolívia, nosso principal fornecedor nacional...

Leia o artigo completo aqui de autoria da deputada federal (PMDB) Thais Barbosa, membro titular da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional

Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados

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