Collor calça chuteiras e vai disputar vaga para senador em Alagoas

Nada mais emblemático do que a volta do Collor - aquele do negócio roxo.
Foi confirmado seu registro de candidatura para concorrer a uma vaga para o Senado por Alagoas.
O ex-presidente havia jurado que havia se aposentado da política.
Como o "mar" está para peixe. Qualquer peixe. Collor quer colocar novamente seu nome para a avaliação do eleitor.

Em 12 meses PIB cresce 1,2 %

O IBGE acaba de divulgar os números do PIB. Você não leu errado a manchete acima. Segundo o instituto, em 12 meses o PIB brasileiro cresceu 1,2 %. Um fracasso!

Irã desdenhará de relatório da ONU

Iran defiant ahead of report

Leia matéria da Reuters (em inglês)

Por Mark Heinrich

VIENA (Reuters) - O Irã jurou na quinta-feira que nunca arquivará seu programa nuclear, desafiando a ameaça que o separa de poucas horas de sanções com o término do prazo final da ONU para que abandone seu programa nuclear.

"A nação iraniana nunca abandonará seu direito óbvio de tecnologia nuclear pacífica," disse em rádio do estado o Presidente Mahmoud Ahmadinejad.

"(O Oeste) devia saber a nação iraniana não renderá para pressão e não aceitará qualquer violação a seu direitos," disse o presidente em uma fala televisada um pouco antes.

O Irã diz que quer energia atômica só para eletricidade, embora ele esconda as unidades de enriquecimento de Urânio de inspetores da ONU por quase 20 anos, dificultando suas investigações desde então.

TSE lava as mãos. Sanguessugas podem concorrer

TSE não julga consulta de Miro Teixeira

Última Instância

O TSE decidiu nesta terça-feira (29/8) não julgar a consulta apresentada pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), informaram o Estado de S.Paulo e O Globo. Na consulta, o deputado questionava a possibilidade de a Justiça Eleitoral levar em conta provas já existentes e abrir processos para impugnar candidaturas à reeleição de acusados de envolvimento em irregularidades. Por 6 votos a 1, os ministros entenderam que não cabe ao TSE se posicionar sobre fato concreto no dispositivo utilizado pelo deputado, uma consulta.

O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, sinalizou nesta terça-feira (29/8) que o tribunal deverá liberar a candidatura de deputados que são acusados de envolvimento em irregularidades, como o esquema dos sanguessugas, mas que ainda não estão condenados em processo criminal, informou a Folha de S.Paulo.Segundo Marco Aurélio, o TSE não pode ir além do que dispõem a Constituição e a Lei de Inelegibilidades, que exige sentença condenatória definitiva para que um político fique impedido de concorrer. Na semana passada, Marco Aurélio disse que o TSE poderia "evoluir" para alterar essa jurisprudência e manter cassadas as candidaturas de congressistas acusados de irregularidades.

Nota do blog: Definitivamente, que país é este!?

Quanto mais excluídos melhor

INCLUÍDOS E EXCLUÍDOS

Do site Direto da Redação

* Eliakim Araújo

A pouco mais de trinta dias da eleição, o jogo da sucessão parece definido. Os últimos números da pesquisa da Folha são inexoráveis. Lula consegue 52 por cento de avaliação positiva, façanha que nenhum dos últimos presidentes brasileiros (FHC, Itamar ou Collor) conseguiu em final de mandato. E acachapantes 56 por cento dos votos válidos, se a eleição fosse hoje.

Curioso é que, se dependesse da vontade dos “incluídos digitais”, Lula estaria fragorosamente derrotado. O número de mensagens e correntes que circulam na rede de computadores, atribuindo a ele tudo o que de ruim aconteceu no Brasil é inacreditável. Lula já foi responsabilizado pela “demissão” do jornalista Alexandre Garcia, por causa de um duro editorial contra a violência. A mensagem com a gravação continua circulando, apesar da imagem de Garcia ser vista todos os dias na tela da Globo.

Outra “demissão” imposta por Lula, segundo a mensagem que muitos de vocês leitores já devem ter recebido, é a do Boris Casoy, que está brigando na justiça contra a Record em busca de uma indenização milionária. É importante para ele posar de vítima e culpar o governo Lula pela sua desdita. Ninguém fala, entretanto, dos baixos índices de audiência que levaram o principal patrocinador, o Banco do Brasil, a retirar sua publicidade do telejornal que ele apresentava. Mas, para os “incluídos digitais”, foi o Lula que mandou a Record demitir o Boris.

Agora, os “incluídos” apelam para o desarmamento, lembrando que “quem ganhou o plebiscito das armas foi a internet”. E que é hora de uma nova mobilização internáutica para impedir a vitória de Lula.

Emails criticando com veemência a política econômica do atual governo se espalham com a mesma rapidez daqueles que há algum tempo diziam que o único setor que ia bem no governo Lula era o econômico, porque ele simplesmente mantivera a política de seu antecessor. Vá entender!

O diabo é que esse lixo avança em progressão geometrica. De lista em lista, a corrente cresce e obriga o usuário a receber a mesma mensagem várias vezes. E assim vão as correntes infestando a caixa postal dos internautas, passadas adiante por gente de boa fé, inocentes, ou por cabos eleitorais, não tão inocentes, como estratégia política.

A estratégia, entretanto, não vem dando certo por um detalhe: o número de “excluídos” (digitais e sociais) é muito maior do que o de “incluídos”. Assim, a utilização dessa poderosa ferramenta, que é a rede de computadores, tornou-se inócua como máquina de propaganda política, eis que ela não atinge a grande massa de brasileiros que vive à margem do conforto oferecido aos que podem usufruir de um computador.

Os números das pesquisas estão confirmando que, por um motivo ou por outro, os “excluídos” continuam apostando no presidente e acreditando que, com a experiência adquirida no primeiro mandato, ele poderá fazer um bom governo.

Não se pode esquecer, contudo, que Lula levou uma grande vantagem quando a oposição cometeu o grave erro de optar pela candidatura de Geraldo Alckmin. O ex-governador de São Paulo não convence ninguém. Desconhecido e sem carisma ele está atravessando seu inferno astral. E até tucanos estão pulando do barco, como o governador do Ceará, Lúcio Alcântara, candidato à reeleição, que já declarou publicamente sua simpatia por Lula.

Tudo indica que não há campanha na internet que salve os sociais democratas do desastre.


* O autor ancorou o Telejornal da CBS Brasil, Globo, Manchete e SBT. Tem uma empresa de Assessoria em Jornalismo e Marketing

A diversidade do pensamento

IMPRENSA EM CHEQUE

Do site Direto da Redação

* Mair Pena Neto

O Observatório Brasileiro de Mídia, que faz um acompanhamento semanal da cobertura da mídia impressa sobre as eleições presidenciais, mostrou que da primeira semana oficial de campanha até o dia 25 de agosto, o noticiário dos jornais O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S.Paulo, Jornal do Brasil e Correio Braziliense foi preponderantemente negativo em relação à candidatura de Lula e majoritariamente positivo para com o candidato tucano Geraldo Alckmin.

A análise do Observatório leva em conta apenas as notícias, não considerando artigos, colunas e editoriais, o que permite imaginar que o resultado seria ainda mais adverso ao candidato-presidente, caso estas seções fossem incluídas.

Enquanto os jornais repetem com a candidatura de Lula a atitude que mantiveram durante praticamente todo o seu governo, a opinião pública parece ter tomado caminho oposto. Pelas pesquisas eleitorais de todos os institutos, Lula não pára de subir e já atingiu 50% das intenções de voto. O seu governo, que já chegou a ser considerado ótimo e bom por 52% dos eleitores, agora tem a aprovação de 48%, um índice considerado elevado pelos analistas.

Quem estaria cego, o povo ou a mídia? Esta questão e a dicotomia entre noticiário e intenção de voto impõem uma reflexão obrigatória aos jornalistas como formadores de opinião. Se passaram os últimos três anos batendo no governo e o que disseram não foi assimilado e até recusado pela maioria da população, parece haver um distanciamento preocupante entre a imprensa e seu público.

A mídia deveria parar para pensar sobre se o que pensa e transmite é do interesse do seu público leitor e se ele acredita no que lê, vê e ouve. Seria necessário também um pouco de humildade para não se considerar dona da verdade, o que vale para veículos e jornalistas.

Acredito que em primeiro lugar, o jornalismo deva resgatar o seu papel de transmissor das informações e não de dono delas. Ao receptor, interessa a mensagem e não quem a transmite. Quando um jornalista afirma que o presidente ou o ministro lhe disse tal coisa, está se colocando acima da notícia. O presidente ou ministro lhe disse determinada coisa porque ele representa um veículo que atinge um grande número de pessoas. Não lhe confidenciaria nada para ficar em segredo.

Outra questão relevante é a pluralidade de pontos de vista. Os grandes jornais brasileiros tornaram-se monolíticos em termos de opinião. Todos fizeram exatamente a mesma oposição ao governo Lula e não levaram em conta o que a população estava achando. Pior, endossaram e foram partícipes da expansão da idéia de que este foi a o governo mais corrupto da história, como se ignorassem a prática comum do caixa dois e a pregressa história política brasileira.

Não se trata de aliviar deslizes éticos ou corrupção deslavada, mas de contextualizá-las devidamente. No processo de linchamento do atual governo, a imprensa quase transformou em heróis personagens do caráter e da trajetória política de Roberto Jefferson.

A imprensa tradicional precisa refletir também sobre novos meios de informação à sociedade. Sites e blogs proliferam diariamente na web, com opiniões que contrariam o pensamento único que parece vir movendo a grande mídia nos últimos tempos.

Não acredito que a mídia tenha perdido sua influência e relevância, mas das duas uma: ou deslocou-se inteiramente da opinião pública ou agiu de forma deliberada, defendendo determinados interesses. Qualquer das duas opções é preocupante para o futuro e mesmo o presente do jornalismo brasileiro.

* Jornalista - Coordenador de Empresa e Negócios da Agência Reuters

Não recomendo essa opção, cresce a indignação

NÃO VOU VOTAR

Do site Direto da Redação

* José Inácio Werneck

O direito de votar é uma conquista democrática. Já a obrigação de votar, mesmo em candidatos sem mérito nem competência, é uma violência contra o eleitor. É claro que ele tem o direito de ir até a Seção Eleitoral e exercer o voto em branco ou anulá-lo como protesto. Mas o que mais pode evidenciar o repúdio a escolhas infelizes a que querem nos obrigar é simplesmente não votar, exercer a opção de ficar em casa – que, já dizia o Direito Consuetudinário britânico, é o castelo inviolável de cada cidadão.

No Brasil, não há como escapar. No meu caso, residente que sou nos Estados Unidos, posso simplesmente não me deslocar até os consulados mais próximos, que são os de Nova Iorque e Boston, ambos a mais de duas horas de distância. Tenho o direito de pedir dispensa e é o que vou fazer, pois considero a opção que se coloca diante do eleitor no mês de outubro de grande infelicidade.

Lula é um presidente despreparado, Alckmin um candidato inexpressivo. Os dois fariam um governo quase igual, pois o que tem marcado o Brasil com tucanos ou petistas é o marasmo da economia, incapaz de criar empregos para os quase dois milhões de jovens que a cada ano se lançam no mercado de trabalho.

Lula não me decepcionou porque, como escrevi no ano 2000, em outro jornal, ele me lembra como ninguém o célebre poema de T. S. Eliot, The Hollow Man: “Entre a idéia e a realidade, entre a moção e o ato, cai a sombra”. Eu escrevi então, depois de assistir a um debate entre Serra e Lula, que ambos mentiam e é exatamente o que se passa agora, quando temos Lula e Alckmin.

Mentiras têm pernas curtas e vale também lembrar a célebre observação de que se pode enganar a todos durante algum tempo e enganar alguns durante todo o tempo, mas não se pode enganar a todos durante todo o tempo. Há alguns meses deparei no programa Charlie Rose com uma entrevista de nosso Ministro da Cultura, Gilberto Gil, em que ele afirmou que o presdente Lula nada sabia do que ocorria em seu governo em termos de mensalões e outras maracutaias.

Mas agora tomo conhecimento de que, na casa do mesmo Gilberto Gil, realizou-se recentemente uma sessão de desagravo, solidariedade ou lá que nome tenha em que diversos intelectuais (ansiosos atrás de verbas do governo para os seus projetos culturais) declararam que Lula sabia sim, do que se passava, mas tal coisa não tem a menor importância, pois os fins justificam os meios.

Foi uma lamentável exercício de cinismo. Mas fiquei com a pergunta: quando Gilberto Gil disse a verdade? Quando afirmou, para consumo no exterior, que Lula de nada sabia ou agora, para consumo interno, quando em sua casa e com seu aval os intelectuais afirmam que Lula sabia, sim, mas não faz mal?

* O autor é jornalista e escritor

Jornais x Internet

A reinvenção dos jornais na era da internet

The Economist
29/08/2006

O primeiro objeto a "receber" os visitantes na sede do jornal norueguês "Schibsted", em Oslo, é sua imprensa manual original de 1856, agora tão limpa e polida que mais parece escultura do que máquina. Christian Schibsted, fundador da empresa, comprou-a para imprimir um jornal para terceiros, mas quando perdeu o contrato, decidiu iniciar o seu próprio. Embora Schibsted reserve lugar de honra para seu antigo maquinário, na verdade, a empresa está fugindo de seu passado impresso rapidamente. O negócio na internet, depois de ter dado prejuízo cinco anos atrás, contribuiu para 35% do lucro operacional da empresa.

A notícia do sucesso de Schibsted na internet espalhou-se no setor de jornais. A cada ano, diz Sverre Munck, o vice-presidente executivo das operações internacionais, Schibsted precisa recusar a visita de delegações de chefes de jornais estrangeiros ávidos por descobrir como os noruegueses fizeram. A empresa usou suas marcas de jornais já estabelecidas para criar sites que agora são o primeiro e o segundo mais visitados na Escandinávia. Também criou novas empresas de internet, como a Sesam, uma ferramenta de busca que concorre com o Google, e o FINN.no, um portal de anúncios classificados. Como resultado, em 2005, a empresa teve seu melhor ano de lucro e receita na história.

Infelizmente para o setor jornalístico, a Schibsted é uma rara exceção. Para a maioria das empresas de jornais do mundo desenvolvido, 2005 foi um ano miserável. À medida que as pessoas recorrem à internet para buscar notícias e que os jovens dão as costas aos jornais, a circulação paga vem caindo ano após ano. Os jornais também perdem participação nos gastos com publicidade. Os anúncios classificados avançam em direção à internet. Jim Chisholm, da iMedia, uma consultoria que trabalha com a associação internacional de jornais Ifra, prevê que 25% dos anúncios classificados migrarão para mídias digitais nos próximos dez anos. No geral, segundo a iMedia, os jornais obtiveram 36% do total dos anúncios globais em 1995 e 30% em 2005. Até 2015, poderão perder mais 5 pontos porcentuais, de acordo com a consultoria.

Mesmo o mais otimista dos donos de jornal agora sabe que somente poderá sobreviver no longo prazo se, como Schibsted, puder reinventar-se na internet e em outras plataformas de mídia, como telefones celulares e aparelhos eletrônicos portáteis. A maioria mostrou-se lenta - ou, nas palavras de Rubert Murdoch em discurso no ano passado, "notavelmente inexplicavelmente complacente" - para compreender as mudanças que afetam o mercado. Agora, essa maioria concentra grandes esforços para recuperar o terreno perdido. A publicidade na internet cresce rapidamente para muitas empresas de jornais e começa a compensar parte do declínio na área impressa.

Talvez, a complacência dos jornais não seja tão notável como sugerido por Murdoch. Em muitos países desenvolvidos seus donos gozaram por décadas de quase monopólios, grandes margens de lucro e retornos sobre o capital acima da média de outros setores. No passado, as editoras jornalísticas viam pouca necessidade para inovar ou mudar e gastavam pouco ou quase nada em pesquisa e desenvolvimento.

No começo, do fim dos anos 90 até 2002 aproximadamente, as empresas de jornais simplesmente replicavam suas edições impressas na internet. A rede mundial, no entanto, oferece tantas fontes de informação e entretenimento, que os leitores podem escolher exatamente o que querem de diferentes sites. Como resultado, as pessoas costumavam visitar os sites dos jornais com pouca freqüência, davam uma olhada em algumas poucas páginas e então partiam para algum outro site.

Após cinco anos de prejuízo, a operação on-line do jornal norueguês Schibsted contribuiu com 35% do lucro operacional

Outro erro inicial dos jornais foi poupar seus melhores jornalistas para a parte impressa. A qualidade das edições on-line, portanto, freqüentemente era baixa. Os sites contrataram pessoal jovem e mais barato. O prestígio da marca ficou com o meio antigo, que encorajou os jornalistas de meios impressos a defender seu terreno. Ainda hoje, no jornal italiano "La Stampa", controlado pelo Fiat Group, os jornalistas do meio impresso hesitam em dar suas histórias temendo que o site canibalize o jornal, segundo a diretora do site do periódico Anna Masera.

Nos últimos dois anos, entretanto, os jornais começaram a pensar mais seriamente sobre o que fazer na internet. No aspecto mais básico, isso significou noticiar fatos usando câmeras e microfones, da mesma forma que o jornal impresso. Os resultados podem ser considerados encorajadores. A Academia de Ciências e Artes da Televisão, dos Estados Unidos, lançou um novo prêmio Emmy para notícias e documentários na internet, telefones celulares ou dispositivos portáteis de mídia, que permitem assistir filmes, ver programas de TV e ouvir música. Em setembro, cinco das sete indicações foram para reportagens do nytimes.com e washingtonpost.com

Por outro lado, também significou mais criatividade. No final dos anos 90, os primeiros do site do "The Wall Street Journal", um dos jornalistas surgiu com a original idéia de colocar na internet um documento de 573 páginas para respaldar um artigo.

"Não era um conteúdo dos mais atraentes", lembra-se Neil Budde, editor fundador e agora gerente-geral de notícias do portal Yahoo!. Mas, eram os primeiros passos. Agora, os jornais têm mais idéia do que funciona ou não na internet. Não se trata sempre do jornalismo tradicional, como ensinado na faculdade de jornalismo.

Brian Tierney, que se tornou dono do "The Philadelphia Inquirer", depois de a editora Knight Ridder tê-lo vendido no ano passado, deu-se conta que um dos materiais mais acessados era um vídeo em que balas Mentos são jogadas dentro de uma garrafa de Diet Coke de dois litros e o líquido sai expelido pelo ar. "Deveríamos fazer mais coisas no estilo", observou.

Atualmente, há mais chances de que os sites dos jornais sejam vistos como prioridade. "Antes, os jornais usavam seus jornalistas de segunda ou terceira categoria para a internet", diz Edward Roussel, diretor editorial on-line do Telegraph Group, da Grã-Bretanha, "mas, agora, sabemos que temos que usar o que temos de melhor". Muitas empresas colocam os jornalistas da parte impressa e da parte virtual na mesma sala, de forma que escrevam nos dois meios. Alguns insistem em dizer que isso é um erro.

"Está completamente errado não separar as operações na internet das impressas", diz Oscar Bronner, publisher do jornal austríaco "Der Standard".

Até que ponto os resultados dessas experiências na rede são notáveis? Em muitas empresas de jornais, a publicidade na internet cresce pelo menos 30% ao ano. No jornal italiano "La Repubblica", por exemplo, o site recebe cerca de 1 milhão de visitantes por dia, quase o dobro da circulação impressa. Os anúncios nos sites de jornais dos Estados Unidos no primeiro trimestre do ano cresceram 35% em comparação ao mesmo período de 2005, somando US$ 613 milhões, segundo dados da Associação de Jornais dos Estados Unidos. Para dar uma idéia geral, no total os anúncios impressos e on-line cresceram apenas 1,8%, para US$ 11 bilhões, com a parte impressa ficando praticamente estagnada.

Coletiva de Mahmoud Ahmadinejad há três dias da reunião do Conselho de Segurança da ONU

Shawn Baldwin for The New York Times











Escrita pelo jornalista MICHAEL SLACKMAN. Foi a quarta coletiva da imprensa do Sr. Ahmadinejad desde tomar posse na presidência do Irã há um ano atrás.

(...) A sessão de pergunta-e-resposta da maratona ofereceu uma janela das muitas contradições da política iraniana e de seu governo: Até como o governo cada vez mais autoritário, está abertamente criticado e desafiado em sua apresentação.

Reportagem indicada pelo Blog do Alon e publicada ontem no The New York Times. Imperdível para quem é ligado em política global. Leia aqui.

Advogado critica presidente do TSE

Site do STF













Ninguém é o dono da verdade, bastião da exatidão, próceres da interpretação jurídica. Na linha faça o que eu digo, mas faça mesmo... O advogado Francisco de Assis Chagas de Mello e Silva publica no site Migalhas, artigo em que critica o ministro Marco Aurélio de Mello. Leiam abaixo:


O ego do presidente do TSE

Francisco de Assis Chagas de Mello e Silva*



Faz bem ao Brasil o egocentrismo exacerbado do Ministro Marco Aurélio Mello neste momento que antecede as eleições.


As suas convicções solitárias, o seu individualismo extremo que deságua em decisões de uma nota só, mas sempre acompanhadas pelo desprezo da opinião contrária e unânime dos colegas, a desconcertante auto-estima do tipo “pouco importa o que pensem a meu respeito, pois sei que sou o máximo”, as suas atitudes inopinadas e desabridas que chegaram até a acarretar desafios em Plenário para a troca de socos na rua com certo Ministro que dele ousou divergir, tudo isso pouco significará na sua biografia a partir da assunção na Presidência do TSE.


O Ministro propôs ao Brasil o aperfeiçoamento da Democracia.


O Ministro esclareceu ao eleitor que o múnus público não pode ser exercido por patifes ou ladrões.

As suas palavras tiveram ressonância em todos os Tribunais Regionais do país, mas, especialmente, foram compreendidas na sua plenitude pelo Tribunal do Rio que enfrentou a questão crucial: a presunção de inocência pode eludir a impugnação da candidatura de postulante meramente suspeito? O TRE do Rio disse não.


Por isso, acusaram-no, até, de adotar decisão stalinista, embora aqueles que tiveram suas candidaturas impugnadas não venham a enfrentar pelotões de fuzilamento, mas, tão simplesmente, deixam de suportar o fardo da função pública, caso eleitos, e nada mais.

Há que se fazer aqui uma ponderação, ao que parece inteiramente esquecida pela maioria dos que analisam as características da função pública: os ocupantes de tais funções exercem cargos de sacrifício, isto é, os mandatários do povo devem privilegiar os exclusivos interesses daqueles que o elegeram. Trata-se aqui de verdadeiro sacerdócio, de ato de renúncia. Aliás, no âmbito religioso, o representante deve ir além do segundo mandamento, o seu amor pelo próximo deve exceder o amor por si mesmo. E, se houver necessidade de uma explanação laica, o melhor exemplo é encontrado no Código dos samurais, na segunda metade do período Heian (séculos X e XI), em que o samurai considera sua vida “menos valiosa que uma pena de ave, diante da necessidade de cumprir o seu dever”.


Exageros à parte, prevalecem, contudo, o desejo único, o perfil imaculado e a responsabilidade, sem outras assombrações, de o postulante a cargo eletivo servir, mesmo com sacrifício, à sociedade com desapego por qualquer retribuição pessoal. Está bem, a vaidade não conta. Até alguns santos sucumbem a esse poderoso sentimento.

O TRE do Rio adotou tais princípios. Interpretou o § 9°, do artigo 14, da Constituição Federal, atribuindo-lhe imediata eficácia em virtude da aplicabilidade direta das regras constitucionais e do primado da efetividade. .Os outros Tribunais, conquanto adotassem uma postura mais rígida no exame do registro das candidaturas, não abandonaram o estilo meramente cartorial. Assim é que Paulo Maluf e Celso Pitta obtiveram o registro de suas respectivas candidaturas. O TRE do Rio optou por ser Poder Judiciário, ao invés de mera Repartição de Controle da Lisura Eleitoral.

Desde a Constituição de 1891, a assunção de cargos no Tribunal de Contas e em Tribunais Superiores do Judiciário exige o preenchimento pelo seu postulante, dentre outros, da reputação ilibada que nada mais é do que o conceito em que uma pessoa é tida pelo público, pela sociedade em que vive. “A qualidade de ilibado consiste, portanto, em característica da pessoa íntegra, imaculada, sem mancha, incorrupta, pura.” (J. Cretella Junior). Significa, no ensinamento desse mesmo douto jurista, “na irradiação social da idoneidade moral”.


No mesmo e análogo espírito constitucional, para os efeitos da elegibilidade, o parágrafo §9, do artigo 14, antes mencionado, prevê, para a proteção da probidade administrativa, “a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato”..., que será estabelecida mediante a edição de Lei Complementar. Ora, parece que alguns intérpretes da norma em apreço preferem argumentar que, enquanto não for promulgada a referida Lei Complementar, a moralidade deve permanecer no esgoto aguardando a sua vez para surgir sob o céu anil do Brasil.

Por tal razão, mais percebo técnica, coragem e civismo do que ousadia nessa decisão do TRE do Rio. A par disso, o descrédito, o desencanto, o distanciamento dos brasileiros do universo político recomendam a adoção do ato de legítima defesa da sociedade com fundamento no Direito Natural. Está em jogo a Democracia e, por conseqüência, a Liberdade. Os jovens, cada vez mais, preferem a ordem imposta pelo regime da força do que através do processo democrático.


Argúem a tibieza das leis que não se cumprem em razão da paralisia dos Poderes Institucionais, todos podres, rotos, ineficazes e que apenas contribuem para a impunidade. A sua referência eram os partidos de presunção ética do passado, mas que depois se nivelaram aos demais em um poço demasiadamente profundo. Acreditam que o voto ideológico deixou, há muito, de existir e só a fisiologia rende frutos eleitorais.

Se isso tudo não é suficiente para mobilizar os Tribunais, o que mais será necessário?

Outra Ditadura?


O voto obrigatório impõe que não haja na vitrine eleitoral candidatos com possíveis defeitos.


A Democracia brasileira grita por socorro e, felizmente, o TRE do Rio lhe deu ouvidos graças à iniciativa do Ministro Marco Aurélio Mello.

Não importa que o Supremo reveja a decisão. O primeiro passo em direção à real Democracia já foi dado para nunca mais ser esquecido. Desde agora, o TSE se divide no tempo: antes e depois, na assunção da presidência, do Ministro Marco Aurélio Mello.

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*Advogado do escritório Candido de Oliveira - Advogados

E lá se vai mais uma das escassas reservas morais do Parlamento

O Amazonas perde. O Brasil perde. A moralidade na vida pública empobrece!

















A renúncia do senador entristece os moradores da Amazônia. Mas deixa uma lição: precisamos de mais homens e mulheres como ele.

Jefferson Peres renuncia à vida pública e critica o povo

Noblat

Com mais quatro anos de mandato a cumprir e a eleição para a Presidência República a disputar na condição de vice do candidato Cristovam Buarque, o senador Jefferson Peres (PDT-AM) anunciou há pouco em discurso no plenário do Senado que abandonará a vida pública com a reeleição iminente de Lula.

- Estamos aqui no faz-de-conta. Como disse o Ministro Marco Aurélio (presidente do Tribunal Superior Eleitoral), este é o país do faz-de-conta. Estamos fingindo que fazemos uma sessão do Senado, estamos em casa sem trabalhar. Estou em Manaus há quase um mês recebendo sem fazer nada para o Congresso Nacional.

- Como se ter animação em um país como este com um presidente que, até poucas semanas atrás, até poucos meses atrás, era sabidamente – como o é – um presidente conivente com um dos piores escândalos de corrupção que já aconteceu neste país e este presidente está marchando para ser eleito talvez em primeiro turno?

- É desinformação da população? Não, não é. Se fizermos uma enquete em qualquer lugar deste país, todos concordarão ou a grande maioria que o presidente sabia de tudo; então votam nele sabendo que ele sabia. A crise ética não é só da classe política, não, parece que ela atinge grande parte da sociedade brasileira.

- Ele vai voltar porque o povo quer que ele volte. A democracia é isso. Curvo-me à vontade popular, mas inconformado. Esta será uma das eleições mais decepcionantes da minha vida. É a declaração pública, solene, histórica do povo brasileiro de que desvios éticos por parte de governantes não têm mais importância

- (...) Vou continuar protestando sempre, cumprindo o meu dever. Isso não seria justificativa para dizer que não vou fazer mais nada. Vou cumprir rigorosamente o meu dever neste Senado até o último dia de mandato, mas para cá não quero mais voltar, não.

- Um país que tem um Congresso desse, que tem uma classe política dessa, que tem um povo. Senador Antonio Carlos Magalhães, dizem que político não deve falar mal do povo. Eu falo, eu falo. Parte da população que compactua com isso, é lamentável. E que sabe, não é por desinformação, não. E que não é só o povão, não, é parte da elite, inclusive intelectuais.

- Compactuam com isso é porque são iguais, se não piores. Vou continuar nessa vida pública? Para quê?, Senador Antonio Carlos Magalhães, que é um pouco mais velho do que eu e vai continuar ainda. Mas, para mim, chega.

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