Prejuízos de R$ 1,5 bilhão cobrados dos consumidores e não das empresas de energia é tema de debate em comissão


Empresas tiram o corpo fora e sugerem política de cidadania para combater problema


* Por Val-André Mutran 

Brasília – Há tempos as empresas distribuidoras de energia elétrica, além de cobras as maiores tarifas do mundo, praticam uma cobrança abusiva na conta de perdas devido aos prejuízos dos chamados “gatos”. As fraudes causam prejuízos anuais de R$ 1,5 bilhão e quem paga a conta é o consumidor, que não aguenta mais os abusos. O tema foi pauta de uma audiência pública na comissão especial da Câmara que elabora uma proposta de Código Brasileiro de Energia Elétrica, na terça-feira (19).




Popularmente conhecidos como “gatos”, os furtos, desvios e fraudes de energia elétrica causam prejuízo anual só em 2018, de quase 15% (60 mil GWh) do total de energia gerada em média e baixa tensões, segundo dados apresentados pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).

Para solucionar tais problemas, os deputados analisam sugestões técnicas, econômicas e de cidadania. O especialista em energia do Instituto de Defesa do Consumidor, Clauber Leite, cobrou das empresas a real identificação dos autores de “gatos”, além de ações de cidadania do poder público nas áreas de maior vulnerabilidade social.

Mais cidadania
“É uma questão de mais transparência. Quem são os fraudadores? É a baixa renda mesmo? Qual é o número da baixa renda, qual é o número de grandes consumidores que estão fazendo esse tipo de ação? Aí (quando tivermos esses números), poderemos pressionar e fazer um controle social mais rigoroso. Uma saída possível para os “gatos” pode ser um projeto de mais cidadania. Eu acho que não vai funcionar tratar o consumidor só no chicote”, observou.

Em busca dessa transparência, o relator da comissão especial, deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), pediu relatório detalhado a vários órgãos públicos federais (Ministério das Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel - e Eletrobras). Andrada quer saber como o setor tem utilizado os recursos vindos de uma série de encargos embutidos na conta de luz.

Regularização fundiária
Para o presidente da comissão, deputado Lucas Redecker (PSDB-RS), a solução das perdas de energia elétrica também passa pela regularização fundiária, a cargo das prefeituras.

“Não é uma coisa atípica passar na entrada de uma vila, favela ou localidade e ver os postes cheios de fios engatados na fiação elétrica e sendo encaminhados para dentro dessas localidades. Um dos pontos que eu vejo de maior desafio é os municípios fazerem a regularização fundiária dessas localidades. E aí a companhia de energia pode trabalhar dentro dessa relação, que tem um custo distribuído para todos os consumidores”, observou.

Milicianos e traficantes
A associação dos distribuidores de energia informou que tenta enfrentar os “gatos” e demais fraudes por meio de monitoramento de dados e do uso de novas tecnologias de distribuição e medição. O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Madureira, admitiu a “sofisticação” das fraudes, inclusive nos medidores eletrônicos. E para o mostrar como esse problema também está ligado a segurança pública, Madureira citou o caso de algumas áreas do Rio de Janeiro dominadas por milicianos e traficantes de droga.

“Nessas áreas de risco, a empresa Light tem um acesso restrito e condicionado à autorização do poder paralelo. Lá, nós temos casos de transformadores e roladores danificados por tiro e registros de ameaça, agressão e sequestro da equipe da própria empresa. Isso aqui (mapa) dá uma ideia das mesmas áreas de risco marcadas pela presença de milícias e (de traficantes do) Comando Vermelho, Amigos dos Amigos e TCP, Terceiro Comando Puro. Isso realmente conflagra áreas onde o poder público não está presente. Então, se até a polícia tem dificuldade de entrar, como é que alguém vai entrar lá para combater perda (de energia)?”, disse Madureira.

Segundo Madureira, as empresas têm buscado parceria com as polícias para atuar em áreas violentas ou invadidas em outras regiões do país. Enquanto o Código Brasileiro de Energia Elétrica não está pronto, a Abradee pede a aprovação de um projeto de lei (PL 1917/15) que regulamenta o termo de ocorrência de irregularidade (TOI) e amplia o poder das empresas no combate às perdas de energia, sobretudo entre os clientes de maior porte.

Curiosamente, as empresas não tocaram no assunto que mais pesa na composição da tarifa: as altas alíquotas de ICMS cobradas pelos governadores dos Estados. A bitributação é francamente praticada no estado do Pará, por exemplo. Ações correm no ministério público estadual, mas na prática o consumidor é praticamente coagido a pagar a conta apresentada sob o risco de ter o serviço cortado pela concessionária.

Outra distorção são governadores populistas que autorizam a aprovação de projetos nas Assembleias Legislativas dos Estados de tarifas sociais, mas quem paga a conta é a classe média. “Fazem caridade com o chapéu alheio e isso tem que acabar”, disse o representante dos consumidores no Pará, Alcebíades Maroja, que lidera o “Movimento Todos Contra a CELPA”, com forte atuação nas redes sociais e junto aos organismos de defesa do consumidor.   

Banda larga fixa é a principal queixa de consumidores em audiência que debateu



Qualidade do sinal da telefonia móvel na região amazônica é muito ruim e operadoras não entregam a velocidade prometida nos contratos assinados com usuários

* Por Val-André Mutran 
Brasília – Representantes governamentais, de defesa do consumidor, operadoras de telefonia móvel e deputados membros da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados (CCTCI) debateram nesta terça-feira (19), os principais fatores que tornam a telefonia móvel oferecida no Brasil, a principal reclamação dos órgãos de Proteção aos Consumidores, tais como cobertura, ilegibilidade de obrigações dos próprios editais da Anatel e excesso da carga tributária cobrada pelo governo, ajudam a entender a equação que geram tantas reclamações dos usuários. A discussão foi proposta pelo deputado federal Hélio Leite (DEM-PA).  


Embora apresente uma discreta queda em comparação com os dados de 2018, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) confirmou o elevado número de reclamações de usuários do serviço. Houve 3 milhões de reclamações no ano passado de usuários da telefonia móvel no Brasil, considerada péssima e uma das mais caras do mundo.

Conforme apresentou em sua explanação o representante do Comitê de Defesa dos Usuários de Serviços de Telecomunicações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Fábio Koleski, os números de reclamações caíram em comparação com 2015, quando 4 milhões das mais diversas reclamações chegaram pelos canais da agência.

A audiência abordou também, sobre a cobertura e a qualidade da telefonia móvel distante dos grandes centros. Conforme Koleski, pesquisa realizada anualmente pela Anatel desde 2015 mostra que a satisfação do consumidor com o serviço celular tem melhorado ao longo do tempo, mas que a banda larga fixa tem gerado muitas reclamações, em especial sobre o atendimento ao consumidor e a capacidade de resolução de problemas pelas prestadoras. Além disso, a pesquisa mostra que as ofertas precisam ser mais transparentes, com informações mais claras para o consumidor.


O representante da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Henrique Lian ressaltou que nos Procons as reclamações na área de telecomunicações lideram o ranking de queixas dos consumidores.

Desigualdade
Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), apresentado por Diogo Moyses destacou que, no Brasil, o acesso a internet ainda é marcado pela desigualdade, já que 85% da classe D e E e 61% da classe C acessam internet apenas pelo celular. Segundo ele, quem tem apenas internet móvel faz uso restrito a envio de mensagens e acesso a redes sociais para não ter internet bloqueada, enquanto o uso da internet residencial fixa permite pesquisa amplas, downloads e acesso a cursos, por exemplo.


O Idec pede que o modelo de internet móvel seja por velocidade, como na banda larga fixa, e não por franquia, e que o serviço não seja bloqueado após fim da franquia. “Que se mantenha velocidade mínima, para que consumidor tenha acesso pelo menos a serviços públicos que estão disponíveis pela internet”, o que não vem ocorrendo.

Uma das saídas para enfrentar o problema é que o governo destrave os recursos do Fundo de Telecomunicações em celular e internet. Atualmente, há uma restrição legal para que isso seja operacionalizado.

Segundo dados divulgados na audiência, embora o Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust), arrecade R$ 1 bilhão anualmente e já tem acumulados R$ 21,8 bilhões, para acessá-lo o governo deve encaminhar ao Congresso Nacional projeto de lei (PL) para permitir que recursos do Fust possam ser utilizados antes da aprovação pelos parlamentares da PEC dos Fundos Públicos (PEC 187/19), que vai extinguir vários deles, inclusive o próprio Fust, cujos recursos só podem ser utilizados na expansão da telefonia fixa, o que hoje é algo fora da realidade do mercado.

A informação da medida do governo de enviar o PL ao Congresso, foi dada pelo representante do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Otto Solino.


Pelo anteprojeto de lei que está sendo estudado pelo ministério, a ideia é permitir que o Fust seja utilizado também por prestadoras em regime privado, como as operadoras de telefonia móvel, e por pequenos provedores que atuam em pequenos municípios brasileiros, que hoje têm dificuldade de acesso a crédito. O projeto deverá ser encaminhado no início do próximo ano ao Congresso. Uma série de projetos em análise na Casa (como os PL 14818/07 e PL 3531/15) já atualizam a Lei do Fust.

Otto Solino destacou que a regulamentação do novo marco legal de telecomunicações pelo ministério deve ocorrer ainda este ano. A nova lei possibilita que atuais concessões de telefonia fixa sejam transformadas em autorizações tipo de licença mais flexível mediante compromisso de investimentos pelas operadoras, com prioridade para implementação de banda larga em áreas sem competição e para a redução de desigualdades. Segundo Otto, a regulamentação deverá fixar compromissos com esses objetivos.

Cobertura rural 
Nilo Pasquale superintendente de Planejamento e Regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), confirmou para o primeiro trimestre de 2020 o edital de licitação para a quinta geração de telefonia móvel, o chamado 5G, o qual deverá fixar novos compromissos de cobertura para as operadoras. Hoje, segundo ele, há cobertura de telefonia móvel em todos os municípios brasileiros, abrangendo 99% da população, mas há 13.500 localidades no Brasil sem atendimento da tecnologia 4G. Alguns municípios ainda são atendidos pela tecnologia 2G. Além disso, ainda são desafios a cobertura rural e nas rodovias.
O deputado Hélio Leite (DEM-PA), que pediu a audiência, chamou atenção para a dificuldade de comunicação na região amazônica e para o fato de as operadoras não entregarem a velocidade prometida.

Em sua manifestação na audiência, José Alexandre Bicalho, diretor de Autorregulação do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel celular e Pessoal (SindiTelebrasil), disse que as operadoras seguem as obrigações de cobertura determinadas pela Anatel. Conforme ele, as estradas e áreas mais afastadas dos centros urbanos ainda não foram consideradas nas obrigações de cobertura dos editais já realizados pela agência. Na visão dele, essas áreas podem ser contempladas no leilão do 5G, ou os recursos do Fust podem ser utilizados para o atendimento em áreas sem viabilidade comercial.

Reclamações
Bicalho também disse que o setor lidera os rankings de reclamações em diversos países do mundo pelo número de pessoas atendidas, que no Brasil chega a 315 milhões de usuários. De acordo com ele, em números relativos, são 16 demandas nos Procons para cada 10 mil clientes. Ele acrescentou que as reclamações na Anatel caíram 28% nos últimos 4 anos. E pediu que a reforma tributária ajuste a carga do setor para considerá-lo essencial, para que os preços possam reduzidos. “Hoje a cada R$ 10 gastos em serviço, R$ 4 referem-se a tributos”, apontou.

Coluna Direto de Brasília #65 – Por Val-André Mutran

Uma coletânea do que os parlamentares paraenses produziram durante a semana em Brasília

Destaque da semana


Reportagens sobre incêndios criminosos e o não cumprimento de mandados de reintegração de posse no sul do Pará, publicadas no Blog do Zé Dudu, repercutiram esta semana em todo o Brasil. As matérias foram objeto de discussão de vários deputados e senadores da Bancada do Pará no Congresso Nacional. Foram escritas pela jornalista Hanny Amoras, de Belém, correspondente da Agência Carajás, que publica o Blog do Zé Dudu.

Queimadas na Amazônia I

Membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a maior do Congresso Nacional, o deputado paraense Paulo Bengtson (PTB-PA) disse que as queimadas na Amazônia são uma constate preocupação do colegiado que representa o setor agropecuário, o qual tem se empenhado em enfrentar o problema e atua contra o desmate ilegal no País. Radicado na região amazônica há mais de 40 anos, o parlamentar lembrou que há áreas suficientes para a produção rural sem necessidade de mais desmatamento.

Queimadas na Amazônia II

Segundo Bengtson, o consórcio entre plantios e a própria floresta, assim como o extrativismo, são importantes alternativas para a região. “Temos visto aumentar a cada dia esse tipo modal econômico: a floresta sustentando as pessoas sem que haja desmatamento”, destacou. “Como parlamentar, estamos aqui em Brasília, lutando veementemente contra o desmatamento ilegal da Amazônia”, acrescentou.

Cobrança

Deputados cobram a inclusão de PMs e bombeiros na Previdência dos militares. Categorias querem assegurar que, ao se aposentarem, tenham o direito continuar ganhando valor igual ao do último salário e também a reajustes iguais aos dos agentes em atividade.

Dúvidas

Presidente da comissão especial sobre o PL 1645/19, o deputado José Priante (MDB-PA) afirmou que existem dúvidas sobre os pleitos de PMs e bombeiros. Segundo ele, a situação seria outra se o Congresso Nacional já tivesse aprovado a inclusão dos Estados e municípios na Reforma da Previdência, medida prevista na chamada “PEC paralela”, ainda em tramitação no Senado.

Novo debate

A Comissão Especial da Previdência dos Militares, que analisa o PL 1645/19, realizou mais uma audiência pública na tarde de quarta-feira (11). Desta vez, o debate foi proposto pelo deputado federal Beto Faro (PT-PA) e subscrito por mais cinco deputados. Especialistas debateram que militares, por força da legislação, vão para a reserva remunerada e seguem à disposição das Forças Armadas. Ou são reformados e definitivamente desligados.

Novo debate II

O PL 1645/19 aumenta, dos atuais 30 para 35 anos, o tempo de trabalho necessário para que os integrantes das Forças Armadas possam requerer esses benefícios. Na transição, o PL cria pedágio de 17% do que faltar para os que estão em atividade. As discussões visam respaldar os membros da comissão quando da formulação de emendas aos projetos em tramitação.

Feira Nacional

A busca por uma alimentação saudável, livre de agrotóxicos, tem crescido cada vez mais entre os brasileiros. Muitos desses alimentos, produzidos de forma agroecológica, vêm de áreas cultivadas em assentamentos e acampamentos. A Feira Nacional da Reforma Agrária abre as portas para mostrar um pouco do que é produzido nesses espaços em todas as regiões do País. Para debater a importância desse evento, que este ano chaga à sua 4ª edição, o deputado federal João Daniel (PT/SE) e o deputado Airton Faleiro (PT/MG) apresentaram o requerimento nº 116/2019 na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (Cindra) para a realização de uma audiência pública, que acontece em data ainda a ser definida.

Licenciamento ambiental

O licenciamento ambiental costuma gerar polêmicas a partir dos diversos pontos de vista sobre o tema. Nessa edição, o Salão Verde traz as visões de uma ambientalista – a coordenadora do programa Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro – e de um representante do setor produtivo – o consultor do setor de construção civil da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcos Saes.

Licenciamento ambiental II

A Câmara dos Deputados tem debatido a regulamentação desses procedimentos por meio de uma proposta de Lei Geral do Licenciamento Ambiental. A intenção é viabilizar o desenvolvimento sustentável e fazer com que a produção da indústria, da mineração e da agropecuária tenham menor impacto no meio ambiente e na qualidade de vida das pessoas. Ouça o debate aqui.






É no Pará

“O esquema de grilagem de terras públicas mais ativo do Brasil está no Pará, no sudoeste do Estado. Trata-se de uma quadrilha conhecida e muito bem organizada”. A afirmação é do procurador da República Paulo de Tarso Moreira Oliveira, que fica em Santarém.

Organizados

Ainda segundo o procurador, o trabalho deles é feito por vários grupos de criminosos. Tem gente encarregada de desmatar, outros de vender a madeira de lei, os incendiários, que se encarregam de queimar o que restou e semear o pasto. E, depois, entra outro grupo, encarregado de encontrar laranjas que emprestam seus CPFs para assumir esses crimes. “Esses laranjas são transformados em posseiros. Eles alugam seus nomes para a produção de documentação falsa e até para assumir as multas do Ibama”.

Modus operandi

“Dentro da quadrilha tem também o setor imobiliário, que se encarrega de oferecer essas áreas a preços irrisórios principalmente no sul do país. O modus operandi é basicamente este – invasão de terras públicas, apostando que em algum momento o estado brasileiro vai ceder a pressão do grupo e terminar liberando essas áreas. Com a liberação, isso acaba valendo uma fortuna”, afirma Paulo de Tarso Oliveira.

 Perigosos

Segundo o procurador, o MPF descobriu quem no caso do “dia do fogo”, o alvo principal da quadrilha foi a Floresta Nacional do Jamanxim. “As informações dos satélites mostram isso claramente. Essa quadrilha atua na região há muitos anos. Ela foi desbaratada na Operação Castanheira, em agosto de 2014, pela Polícia Federal, Ibama, Receita Federal e MPF. Na época, o desmatamento e os incêndios despencaram, mas tudo indica que o esquema continua vivo. É gente muito perigosa que se utiliza das redes sociais, principalmente Facebook e WathsApp para ameaçar fiscais e cometer crimes como os do ‘dia do fogo’, diz Oliveira.

Impunidade

Segundo o Ministério Público Federal, a maioria desses condenados já deixou a prisão e continua cometendo crimes. Consta na página do órgão na Internet que o recordista de condenações da Operação Castanheira é o empresário Ezequiel Antônio Castanha, cuja somatória dos crimes na época da operação era de até 54 anos de cadeia e multa de cerca de R$ 30 milhões.  O acusado teve seu nome citado em várias audiências públicas na Câmara e no Senado e é velho conhecido dos parlamentares que atuam na região.

Reincidente

Em fevereiro de 2015 foi preso em ação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Ibama. Na época, a Imprensa estampou nos jornais que as autoridades haviam prendido o homem considerado o maior desmatador da Amazônia. A prisão foi no município de Novo Progresso.

Tudo de novo

Castanha passou apenas seis meses na prisão. E o Ministério Público do Pará, em sua página na Internet, diz que “Ezequiel Antônio Castanha já voltou a ser processado pelo MPF por três vezes após a denúncia relativa à Operação Castanheira, pela qual ele foi preso em 2015” e voltou a praticar os mesmos crimes, agora com mais ousadia.

Empenho

Se depender do deputado federal Cássio Andrade (PSB-PA), a Agência Regional do Trabalho em Tucuruí nãos será fechada, como anunciado na semana passada. O parlamentar está empenhado em contornar a decisão e encaminhou ofícios ao secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Simonetti Marinho, e ao superintendente no Pará, Alberto Campos Ribeiro, solicitando que evitem essa medida.

Empenho II

Ele argumentou, em discurso no Plenário da Câmara, que a referida Agência “tem que ser mantida em Tucuruí, para evitar mais transtornos aos usuários, os quais já vinham sendo prejudicados pela falta de emissão de Carteiras do Trabalho”, naquele município. “Esperamos que o governo federal tenha bom senso e evite este fechamento”, afirmou Cássio.

Articulação I

O senador Zequinha Marinho (PSC-PA) avalia que o presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP) tem conseguido, até o momento, executar sua agenda dentro do Senado. “O Davi ocupou um espaço e está surfando na articulação. Tudo o que ele quis fazer, fez com muita tranquilidade e a concordância de todos nós”, disse.

Articulação II

Alcolumbre está sendo criticado porque dialoga até mais com forças ligadas a Renan do que com os que colaboraram para a sua vitória em fevereiro. A insatisfação parte de senadores que apoiaram o atual presidente, como Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Plínio Valério (PSDB-AM), e hoje criticam sua conexão com quem foi seu opositor no início do ano.

Articulação III

Para a maior parte dos parlamentares, entretanto, o clima bélico de fevereiro não persiste no Senado – e Alcolumbre é, ao mesmo tempo, o responsável e o beneficiado com a pacificação. “Aquele tumulto da eleição é matéria vencida”, disse Roberto Rocha (PSDB-MA). “Até me surpreendi como isso foi superado tão rapidamente. E assim que foi superado, o Davi consolidou sua liderança”, acrescentou Zequinha Marinho.

Eleição do PT

A Coluna conversou com o senador Paulo Rocha (PT-PA) sobre as eleições gerais do PT que consagrará os dirigentes estaduais e o presidente nacional da legenda.  A eleição obedece a um rito com duas etapas principais. A primeira ocorreu há uma semana quando os candidatos a presidente obtiveram votos das bases e elegeram delegados com direito a voto no Congresso que consagra o vencedor.

Divisão

O PT está claramente dividido no Pará. O senador quer a união do partido para a construção de uma nova história para a legenda. “É hora de juntarmos as mãos e nos unir para que o partido volte a ter o protagonismo que permitiu o maior crescimento da história brasileira nos governos Lula e Dilma”, disse. Rocha defende que haja a união em torno de apenas um nome de consenso para selar essa união.

De volta, na próxima semana

Acompanhe as notícias exclusivas de Brasília sobre o trabalho da bancada paraense em Brasília, ao longo da semana, aqui no Blog do Zé Dudu.
A Coluna volta semana que vem.
Um ótimo final de semana a todos.

Aeroportos e ferrovias estão em pacote que governo leva esta semana a investidores dos EUA

Aeroportos e ferrovias fazem parte de uma ação que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, comanda esta semana nos Estados Unidos em busca de investidores.

Neste domingo, ele divulgou que se reunirá com fundos, bancos, agências de risco e investidores privados para um roadshow, mostrando o que o ministério trata como o maior programa de concessão de ativos do mundo. Os dois aeroportos vão a leilão no segundo semestre do ano que vem.

O vídeo institucional feito pelo Ministério da Infraestrutura para o roadshow fala na necessidade de dar um salto na infraestrutura brasileira. Cita a concessão de 10 portos, além dos aeroportos, e a ligação da malha ferroviária com os portos brasileiros.



AMAZÔNIA DE QUEM? - O debate continua no Linha de Tiro, esta noite, ao vivo

AMAZÔNIA DE QUEM? - O debate continua no Linha de Tiro, esta noite, ao vivo: cientista e advogado, os convidados
Simone Pereira: cientista
Uma cientista, abalizada no estudo de contaminação de rios e seres humanos que vivem na Amazônia, e um advogado socioambiental, que atua em defesa de comunidades ribeirinhas e florestais impactadas na região por grandes projetos multinacionais são os convidados do programa Linha de Tiro desta quinta-feira, a partir das 20 horas, ao vivo.
Ela, é a professora e doutora em Química Analítica, Simone Pereira, da Universidade Federal do Pará (UFPA), enquanto ele, é o advogado Ismael Moraes, especialista em causas socioambientais, um ramo das ciências jurídicas que pontifica neste século 21.
Ismael Moraes: advogado
Ambos, juntamente com o jornalista Val-André Mutran, este diretamente de Brasília, com informações sobre o tema, vão tratar do tema "Amazônia de quem?", cuja série de entrevistas o programa Linha de Tiro começou na semana passada, com o historiador Elson Monteiro e o sociólogo Márcio Ponte.
A grande questão, posta para os nossos entrevistados, é a seguinte: a Amazônia é dos países onde geograficamente ela se situa, ou pertence às grandes potenciais mundiais, que já exploram suas riquezas e querem exercer controle político sobre a região?
Os internautas, sempre chamados ao debate, podem participar com seus comentários e perguntas aos entrevistados. As perguntas serão repassadas peplo mediador do programa, o jornalista Carlos Mendes.
Os links do Linha de Tiro são os seguintes:

https://www.facebook.com/verofatonoticias/

Publicado em 30 de agosto de 2019 COLUNA Coluna Direto de Brasília #63 – Por Val-André Mutran

Uma coletânea do que os parlamentares paraenses produziram durante a semana em Brasília




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Câmara aprova reforma da Previdência


Todos os destaques apresentados foram rejeitados. Quatro deputados paraenses votaram contra a reforma.

Leia mais aqui.

Coluna Direto de Brasília #58 – Por Val-André Mutran

Uma coletânea do que os parlamentares paraenses produziram durante a semana em Brasília.

Para ler, acesse o Blog do ZE DUDU

Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados

  Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados A imagem peregrina da padroeira dos par...