TAPEVA
Agência Estado
O trabalhador rural Gilberto Batista da Silva é militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e assentado na Agrovila 4 do Assentamento Pirituba, em Itapeva, no sudoeste de São Paulo. Em junho de 2005, ele se tornou presidente da Associação dos Pequenos Produtores do Bairro Pinhal, em Guapiara, cidade vizinha.
Na mesma assembléia, com o voto de 14 membros, a pequena associação transformou-se no Instituto Técnico de Estudos Agrários e Cooperativismo (Itac), organização não-governamental que, em cinco meses, do final do ano passado a maio deste ano, recebeu R$ 4,5 milhões do governo federal.
Desde a última semana de dezembro, quando assinou o primeiro convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no valor de R$ 430 mil para 'qualificar tecnicamente trabalhadores rurais assentados', Gilberto não preside mais o instituto. Ele cedeu o posto a Paulo César Ueti Barasioli e a antiga associação migrou de Itapeva para o Edifício Villares, em Brasília.
Seu companheiro de militância e vizinho na agrovila Ismael Rodrigues da Silva também preside uma Ong que já recebeu R$ 1,3 milhão do MDA, a Inocar. Somados, os recursos liberados para os dois institutos criados no assentamento do MST somam R$ 5,8 milhões entre o final de dezembro e maio.
Após a saída de Gilberto do Itac, o derrame de dinheiro público na Ong só fez aumentar. Em 26 de janeiro, o instituto recebeu mais R$ 637 mil referentes a convênio com o MDA, no valor de R$ 1,2 milhão, para 'capacitação dos beneficiários da reforma agrária, assentados'.
O Ministério da Educação foi ainda mais generoso: em 29 de março deu R$ 654 mil para 'desenvolver ações com vistas à melhoria da qualidade do ensino ministrado nas escolas do campo'. Já em 24 de maio, liberou mais R$ 2.760.341,76 para a 'conjugação de esforços no sentido da alfabetização de jovens e adultos.
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