Estado de Carajás – independência ou morte?

Artigo

* Otávio Araújo

Recentemente, alguns 'líderes políticos' da capital Belém, começaram a se mobilizar para boicotar o movimento separatista no Estado do Pará. Foi só a notícia chegar na capital, sobre o parecer favorável da comissão para ser votado no plenário do Senado a aprovação do plebiscito que cria o Estado de Carajás, que os 'preguiçosos' começaram a se movimentar, dizendo que criar dois novos estados (entra ai o Tapajós) dentro do Estado do Pará, é morte certa. Claro, morte para os paraenses nortistas que vivem das riquezas do sulistas.

O sul e sudeste do Pará são os 'primos ricos' do norte (Belém, principalmente). Na região onde compreende (se Deus quiser) o Estado de Carajás – CA, estão localizadas as maiores riquesas do Estado do Pará: hidrelétrica de Tucuruí, Serra dos Carajás, Mineração Onça Puma, maior número de frigoríficos e rebanho bovino do Estado, maior bacia leiteira, e maior produtor de abacaxi, entre tantas outras riquezas.

A esperança real para a emancipação do Estado de Carajás somente será possível se o Senado Federal e Câmara dos Deputados mudarem a lei que indica a realização do plebiscito em todo o Estado. Se a votação acontecer somente na área que compreende o Estado de Carajás, é tiro na mosca, mas caso contrário, é morte certa.

Não quero ser pessimista, porém a criação do Estado de Carajás só ocorrerá em 2009 – num pacote que ainda envolve Estado do Araguaia, Maranhão do Sul, entre outros, pois no ano seguite haverá eleição para presidente da República, senadores, deputados estaduais e federais. Aí, o Lula, vai se interessar, pois estará acabando o seu mandato, assim sendo ele sairá candidato a senador pelo recém criado Estado de Carajás, e continuará em Brasília por mais oito anos, copiando o que ocorreu com o presidente José Sarney, que foi se eleger senador em 1990, pelo recém criado Estado do Amapá. O Estado do Amapá foi emancipado em 1988.

O presidente Lula já tem propriedades (não em seu nome, claro) no sul do Pará. Além dele, seu filho 'o Lulinha' e o seu coordenador de campanha, Duda Mendonça, também são proprietários. Outros caciques brasilienses e tocantinenses também estão investindo no sul do Pará, adquirindo grandes propriedades de terra. Tudo isso favorecerá para a emancipação do Estado de Carajás. Coisas de política.

Ah! Outra coisa. Estão surgindo 'pai da criança' por toda parte. O meu medo é que algumas autoridades se esqueçam de suas obrigações, pois estão atravessando o samba, ou seja, estão se metendo onde não lhes cabem. Existem outras obrigações para ser cuidada, como a saúde, segurança, educação, entre outras. Então, deixa quem de direito tomar conta da emancipação, e vocês cuidem de suas obrigações, pelas quais são bem remuneradas. Não sou contra a mobilização, mas ainda é cedo.

* Otávio Araújo - Jornalista do jornal A Notícia, em Redenção (PA)

Um comentário:

Roberto C. Limeira de Castro disse...

Caro Otávio!

Não haverá morte alguma.O Estado do Pará remanescente será muito melhor administrado, pois tem o dinamismo de Belém como carro chefe.

Uma certa vez, lá pelo século dezenove, os Estados Unidos da América criaram 19 Territórios Federais em poucos anos e tudo por conta e risco do Governo Federal.Pouco mais de um século depois, o país se transformou na maior potência econômica capitalista do mundo.
O mesmo aconteceu com a antiga Capitania de São Paulo que criou dez Capitanias, províncias e depois Estados e tem hoje R$ 1 trilhão de PIB.
Em 1853, emancipou o Paraná após ter perdido 80% do seu território e 05 de seus territórios mais ricos - MInas, R.G. do Sul, Sta.Catarina, Goiás e Mato Grosso.

E hoje é o Estado mais rico da Nação com mais de 40% desse PIB. O Pará perdeu o Amazonas em 1850 e hoje os dois têm PIBs semelhantes e 1943 perdeu o Amapá e continou ficando rico.

O enriquecimento de Carajás e Tapajós impulsionará o novo Pará para mais de R$ 100 bi de PIB a curto prazo, como o impulsionaram o enriquecimento do Amazonas e do Amapá.

Essa é lógica da economia.Se tamanho territorial fosse documento o Japão que é tamanho do Mato Grosso do Sul não tinha quatro vezes o PIB do Brasil.

Estamos na era da informação e do conhecimento onde um chip que tem US$ 100 cents de material é vendido por US$ 100 doláres com R$ 90,00 de lucro correspondente à venda da inteligência e do conhecimento.

Fique Frio! E leia o meu Blog http://obrasilnovo.blogspot.com/. Tá tudo lá!

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