Para deputado do PSDB, governo errou ao enviar ao Congresso propostas tributária e política em meio à crise econômica
´´Queremos nos concentrar em iniciativas que de fato enfrentem a crise, que estimulem o emprego e a renda``
O líder do PSDB, deputado José Aníbal (PSDB-SP), em entrevista ao Correio, critica as reformas política e tributária enviadas pelo governo Lula à Câmara dos Deputados. “É um equívoco colocar essas duas matérias na Câmara, num momento em que queremos nos concentrar em iniciativas que de fato enfrentem a crise, que estimulem o emprego e a renda.” Segundo ele, o presidente Lula desperdiçou uma grande oportunidade ao não aproveitar as boas arrecadações anteriores para aumentar os investimentos e elevou demais os gastos com o custeio da máquina federal. “O governo perdeu a condição de fazer a política anticíclica por falta de capacidade de investimento”, afirma. Aníbal também critica a execução do PAC, que não consegue aplicar os recursos disponíveis, e ataca o lançamento precoce da candidatura da ministra Dilma Rousseff a presidente da República, que qualifica como sendo o mais caro da história por causa do encontro de prefeitos realizado em Brasília sob patrocínio da Presidência da República. Reeleito para o cargo pela maioria da bancada tucana, o líder do PSDB, porém, enfrenta uma dissidência, liderada pelos deputados Arnaldo Madeira (SP), Paulo Renato de Souza (SP), Jutahy Junior (BA) e Luiz Paulo Vellozzo Lucas (ES) — parlamentares “serristas” que resolveram atuar de forma independente e exigir a renúncia do líder. O confronto, que a cúpula da legenda tenta superar, deixou Aníbal no epicentro da disputa entre os governadores de São Paulo, José Serra (SP), e de Minas, Aécio Neves, pela vaga de candidato tucano a presidente da República. O parlamentar critica os dissidentes — “alguns companheiros pensam que têm uma vaga garantida na Esplanada dos Ministérios daqui a dois anos, se esquecem que precisamos ganhar a eleição primeiro” — e minimiza a participação de Serra e Aécio na disputa, embora tenha recebido o apoio maciço da bancada mineira. “Essa não é a clivagem da atuação da bancada, nosso foco é fazer uma oposição eficiente ao governo Lula.” Quanto à disputa entre Serra e Aécio, o líder do PSDB ainda acredita num entendimento entre os dois, mas defende a realização de prévias para escolher o candidato do partido se isso não for possível.
Fonte: Luiz Carlos Azedo - Da equipe do Correio Braziliense
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