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Ministros chegam a acordo sobre cana na Amazônia
Etanol e cana-de-açúcar na Amazônia
Ministro revê travas à cana na Amazônia |
Questionado na Comissão da Amazônia da Câmara dos Deputados, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou ontem a seus colegas que o governo não cogita a proibição total do plantio de cana em terras da região amazônica. "Não vamos derrubar a Amazônia, mas isso não significa que não vamos permitir o plantio em algumas áreas da Amazônia", afirmou Stephanes em audiência pública. |
Stephanes: Amazônia poderá plantar cana
Stephanes: Amazônia poderá plantar cana
Governo definirá até junho de 2008 zoneamento de áreas - fora das florestas - que poderão ser ocupadas por canaviais
A cana-de-açúcar poderá ser plantada na região amazônica, desde que o cultivo não represente a derrubada da floresta. A informação foi dada ontem pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em audiência pública promovida pela Comissão da Amazônia, que buscou esclarecer a suposta intenção do governo de proibir canaviais na região. Segundo o ministro, até junho de 2008 será divulgado o zoneamento que vai definir onde a cana-de-açúcar pode ou não ser plantada. A partir desse estudo, vão ser estabelecidas políticas de incentivo a ações como a recuperação de áreas degradadas.
“Nós deixamos muito claro que não se vai derrubar uma árvore para plantar cana. O que está em discussão é como recuperar áreas derrubadas ou áreas que não são de florestas, como a savana em Roraima, ou mesmo dentro do Mato Grosso, que acabou entrando no conceito da Amazônia, embora não seja, onde há outros biomas, inclusive de cerrado”, explicou Stephanes. Outra iniciativa do governo, afirmou, é a elaboração de um selo social para certificar a produção de cana que adota boas práticas, além de cumprir as exigências ambientais e trabalhistas. A adesão das empresas a esse selo vai ser voluntária.
Sthephanes informou também que encaminhará à Comissão da Amazônia um plano de desenvolvimento auto-sustentável da agricultura na região. Ele explicou que o plano, feito com a participação dos estados, está sendo debatido pelo governo. Segundo a presidente da comissão, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o documento será importante nas discussões do simpósio sobre a Amazônia, em outubro. Ela destacou que as políticas públicas precisam levar em conta que a Amazônia não é um território homegêneo, mas possui diferentes biomas.
Benefícios do etanol - Para o deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), o plantio da cana em locais onde não existe floresta pode ser uma boa alternativa econômica para a região. “Só no Pará temos 16,5 milhões de hectares de florestas já antropizadas, que precisam de uma destinação econômica. Não podemos deixar que o amazônida viva à mercê do extrativismo, precisamos dar-lhe condições de culturas permanentes para que possam melhorar sua condição de vida”, afirmou.
Durante a audiência, o deputado afirmou que a empresa Pará Pastoril Agrícola (Pagrisa), que produz álcool no Pará, é vítima de um “plano urdido no exterior para impedir que a Amazônia prospere e ofereça soluções para o País”. Em junho, fiscalização do Ministério do Trabalho localizou na empresa mais de 1,1 mil trabalhadores submetidos a condições degradantes. Para Bentes, no entanto, o que há são pressões internacionais para impedir que o Brasil se torne uma potência na produção de combustíveis. Ele argumentou que a produção de etanol em áreas já degradadas pode beneficiar os estados da Amazônia com investimentos, geração de empregos e redução de prejuízos ambientais. (Mônica Montenegro)
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