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Esquema de corrupção na Sema do Pará é investigado pela PF e MPF

Esquema de corrupção na Sema do Pará é investigado pela PF e MPF

. por Paulo Leandro Leal

O jornal Novo Estado, que tem sua sede na cidade de Santarém e pertence à mesma empresa que administra este site, publicou nesta terça-feira, 19, ampla reportagem revelando que investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal mostram que uma quadrilha age dentro da Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema) cobrando propina para liberar planos de manejo irregulares e bombar o mercado negro de documentos florestais frios no Estado. (Clique aqui para acessar o site do jornal e ler a reportagem completa)

O jornal revela que a Polícia Federal esteve na Sema recentemente a mando da Justiça Federal, que pediu a lista e cópia de todos os processos que passaram pela secretaria desde que o governo estadual assumiu a gestão florestal, em dezembro de 2006. O esquema da Sema não é nenhuam novidade no Pará. Nos quatro cantos do Estado o assunto é tratado por lideranças políticas e empresariais, mas a investigação sobre a máfia da madeira ilegal vinha sendo mantida sob sigilo", afirma o periódico.

A reportagem do Novo Estado obteve informações sobre estas investigações e denúncias feitas à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal. Teve acesso também a parte do inquérito aberto pela PF. "Segundo as denúncias e as investigações feitas até agora, o mercado negro de "papel" (venda de documentos para esquentar madeira retirada de forma ilegal da floresta) movimenta mais de R$ 10 milhões por mês", destaca a reportagem.

O jornal tevela ainda que uma denúncia entregue no mês passado ao chefe do Ministério Público Federal no Pará, o procurador da República José Augusto Torres Potiguar, aponta que parte deste dinheiro pode estar irrigando o caixa 2 do PT - partido da governadora - para a próxima campanha eleitoral.

"As investigações da Polícia Federal apontam que o esquema funciona de várias formas e que a Sema se transformou em um vardadeiro propinoduto. Servidores corruptos cobram propina para liberar planos de manejo irregulares em áreas onde não existe madeira. Existe casos de projetos liberados em áreas de criação de búfalos, por exemplo", atesta a matéria, com base nos documentos a que teve acesso.

O inquérito aberto pela Polícia Federal aponta para a participação de gente graúda da Sema no esquema de corrupção. "De acordo com denúncia formulada ao MPF,  nas imediações da Sema, localizada na Rua Lomas Valentina, corre a informação de que o servidor Marcelo Auzier é um dos operadores do esquema. Noivo, o servidor estaria construindo uma casa orçada em R$ 350 mil reais na Região Metropolitana de Belém", revela o jornal Novo Estado.

O caminho da corrupção

Segundo a reportagem, é no licenciamento ambiental que concentra a rede de corrupção que enriquece servidores e despachantes que operam do lado de fora, em nome dos corruptos de dentro. "No esquema de corrupção o processo só anda se o interessado pagar uma propina para o servidor corrupto que está com a papelada na mão. Como cada processo passa por vários setores (protocolo, jurídico, geoprocessamento, análise técnica e revisão final na ante-sala da diretoria de Controle e Qualidade Ambiental, a famosa DCQA), o interessado pode ser obrigado a fazer vários desembolsos ao longo da via crucis da análise. Quem não paga tem o projeto engavetado", diz a matéria.

O jornal Novo Estado revela ainda na reportagem-bomba que o esquema começa no protocolo. O interessado entrega seu projeto e ele fica parado dias nesta área. Quando o interessado ou seu despachante procura saber o que aconteceu, é aconselhado a pagar algum para que o processo "suba". O processo sobe para o jurídico para análise de documentos (cuja primeira triagem é feita no protocolo) e de cumprimento legal. Depois vai para o geoprocessamento, a área crítica da Sema.

"Nesse ponto existem várias formas de corrupção. Uma delas: quando o processo é fraudulento na origem, o técnico é convencido mediante pagamento, a confirmar que a área do manejo está na propriedade licenciada e não em outra área, como é de fato. Técnicos do geo também são acusados de engavetar o processo à espera de um algum dinheiro", destaca a reportagem.

A próxima estação é a análise técnica, onde se encontram os engenheiros florestais que vão dar a palavra final sobre a viabilidade ambiental do projeto. Nessa fase, segundo denúncias de empresários, a análise só será favorável se houver algum favorecimento financeiro.  Licenciado o projeto, o interessado recebe os créditos no Ceprof (o cadastro de comercialização dos produtos florestais). Segundo as denúncias, aí o esquema é mais pesado, pois quando o licenciamento é traduzido em metros cúbicos, chega-se ao valor financeiro do projeto.

"Há denúncias de que técnicos do Ceprof "roubam" os créditos a que o interessado tem direito e vendem para outros que não tem crédito, mas precisam esquentar madeira ou carvão de origem ilegal", revela a reportagem. Finalmente, com sorte e dinheiro distribuído, o projeto chega para assinatura do diretor de Controle e Qualidade Ambiental e finalmente no gabinete do secretário Valmir Ortega onde recebe a última assinatura.

Técnicos do Ministério da Saúde chegam a Belém para investigar mortes de 22 bebês em uma semana

O Ministério da Saúde enviou ontem quatro auditores a Belém para trabalhar na apuração da morte de ao menos 20 bebês nos últimos dez dias na Santa Casa local.

A equipe vai auxiliar outros técnicos da pasta que já estavam na unidade para avaliar possíveis infecções hospitalares.

Também ontem, o Ministério Público pediu a abertura de inquérito criminal sobre o caso.
O governo paraense negocia o aluguel de 20 leitos de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) neonatais de hospitais privados.

Fonte: Folha de S. Paulo.

Nota do BNDES

Nota rebate colunista


"A respeito das menções feitas ao BNDES na coluna de Elio Gaspari de domingo ("O BNDES caiu na banda podre do noticiário", Brasil) a fim de qualificar a discussão sobre o assunto, gostaríamos de esclarecer o que segue.


1) Diferentemente do que diz o jornalista, a linha limite de crédito não foi criada especialmente para a Vale. A primeira operação dessa modalidade de financiamento foi aprovada em novembro de 2005 e, desde então, diversas companhias já fizeram uso dela. Além disso, conforme já explicado diversas vezes, o ex-superintendente do BNDES que se transferiu para a mineradora não participou da análise, da aprovação ou da concessão do crédito para a empresa.

2) Não houve modificação nos procedimentos de análise realizados pelo banco, como sugere o colunista. Os pedidos são avaliados levando-se em conta critérios técnicos, mérito do projeto e capacidade de pagamento do tomador. As decisões não são individuais, mas tomadas por corpos colegiados.

3) O apoio à reestruturação societária da OI/Telemar utilizará recursos provenientes do giro da carteira de ações da BNDESPar, o que não envolve recursos do Tesouro ou do FAT."
FÁBIO KERCHE , assessor da presidência do BNDES (Rio de Janeiro, RJ)

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