O presidente interino do Senado, Tião Viana, concede entrevista. Fotógrafo: J. Freitas - Agência Senado"Será um longo dia, mas a Casa está preparada para isso, a Casa vive disso". A afirmação foi feita pelo presidente interino do Senado, Tião Viana, ao chegar nesta terça-feira (11) ao Congresso. Ele se referia à preparação dos parlamentares para as duas principais votações que os aguardam: a deliberação, em primeiro turno, da proposta que prorroga a CPMF e a eleição do senador que vai presidir a Casa até fevereiro de 2009.
De acordo com Tião Viana, esta será uma semana agitada, mas nada justifica a idéia de adiar a votação que poderá propiciar ao Executivo R$ 40 bilhões de recursos orçamentários para aplicar em serviços sociais e de saúde. O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), defende o adiamento sob a alegação de que a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira não deve ser votada com o déficit de dois votos favoráveis à matéria - os dos senadores Roseana Sarney (PMDB-MA) e Flávio Arns (PT-PR), que estão doentes. Tião Viana manterá a votação.
- Eu manterei a matéria em Plenário para ser votada. Se houver um recurso regimental de impedir a votação, por redução de quórum, este será um recurso previsto no Regimento, e não aceitação minha. Porque acho que a Casa precisa de estabilidade, precisa ter muita firmeza naquilo que é pactuado entre as partes. E essa votação foi um acordo claro entre os líderes tanto do governo quanto da oposição.
Indagado se continua otimista quanto à prorrogação da CPMF, Tião Viana respondeu que essa não é uma questão que suscite otimismo ou pessimismo, porém realismo. Ele considera impossível que o governo, com toda a força política de que dispõe para tratar, em bases estritamente éticas, de uma questão que envolve saúde pública e programas sociais, não tenha êxito nesse embate com a oposição.
- Perder uma votação dessas, absolutamente, não me parece normal. Se a CPMF não for prorrogada, quem vai perder é a população, os governadores, os prefeitos, a rede hospitalar do Brasil, a estrutura de saúde do país. Eu acho que a discussão do fim de qualquer imposto é aceitável nesse país, menos o da CPMF, neste momento.
Também indagado sobre a escolha do candidato do PMDB para presidir o Senado pelo próximo ano, Tião Viana disse que até o momento em que chegava à Casa ainda havia um impasse entre os nomes de Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Pedro Simon (PMDB-RS).
- O que sei é que o senador Pedro Simon mantém sua candidatura dentro da bancada e deverá levá-la a Plenário. Enquanto isso, o PMDB entende que deverá haver apenas um candidato e trabalha, parece que em maioria, com o nome do senador Garibaldi Alves. É um assunto interno do PMDB, mas o candidato terá o apoio, acredito, da maioria da Casa.
Teresa Cardoso / Agência Senado