Balanço 2007 - Parte X
O PMDB elegeu três deputado federais no que chamo a bancadinha do Carajás. Um do PDT. Outro do PSDB.
Respectivamente, Bel Mesquita - ex-prefeita por duas vezes de Paraupebas, enclave sob contrôle da Vale. Asdrúbal Bentes, fiel escudeiro de Jader Barbalho, e Zequinha Marinho, ex-deputado que tem sob seu contrôle o PSC, apesar de ter sido eleito pela legenda peemedebista.
O quinto deputado é Wandenkolk Gonçalves, das hostes do sumo sacerdócio tucano-paraense.
Ah! Nenhum do PT, legítimamente sulparaense. Apesar de Paulo Rocha, Zé Geraldo e Beto da Fetagri, unidos, obterem uma avalache de votos com um discurso diametralmente oposto à bancadinha.
O único que se opõe frontalmente ao Carajás é o deputado Zé Geraldo.
Capixaba de origem, Zé Geraldo é um dos fenômenos políticos da região da Transamargura - antes conhecida como BR-360, a Transamazônica do governo militar.
Balanço 2007 - Parte IX
Estudava em Belém, a capital do Pará.
Recordo-me de pedir um melhor entendimento ao meu mentor no Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré, o irmão Luis.
- Padre. Perguntei-lhe. As vezes com as mãos ocupadas de livros de geografia. Isso não custa caro?
Criar um novo Estado?
- Irmão Luis disse-me: depende.
É exatamente aí que a tese do Sebastianismo não se encaixa nessa questão.
Balanço 2007 - Parte VIII
Como seu assessor e caminhando há anos com esse firme, honesto e, acima de tudo, sempre disposto à ajudar o próximo, de trato afável, extremamente trabalhador e um apaixonado pelo sul do Pará, endossei o projeto e a chama que guarda, sem exitação, a possibilidade de um lugar melhor para criar nossos filhos.
Faço aqui minhas as suas palavras: "Se houver. Se nos for apresentado um projeto com maior dimensão, possibilidade real de realização do que a criação do Estado do Carajás. Serei o primeiro da fila em aderir".
Nesse sentido, e utilizando-se como porta-voz não da tese do Sebastianismo, defendido pelo querido amigo Juvêncio de Arruda em seu blog 5.a Emenda {leia a tese do mestre aqui}, Giovanni ao contrário propõe o desenvolvimento, o planejamento, em resumo: um pacto dos atores para a virada do jogo que todos estão a perder no complexo sul do Pará.
Balanço 2007 - Parte VII
A morte de Antonio Carlos Magalhães considero um desiderato sob vários pontos de vista.
Com a saída do velho coronel baiano, o espaço de velhos adversários cresceu como nunca. Leia-se: Jader Barbalho, Renan Calheiros, mesmo sob a saraivada do ataque midiático e, principalmente, o espaço do senador José Sarney, declaradamente seu amigo pesoal.
Jader é o que está mais confortável que os demais.
Usa praticamente todo o seu tempo para travar os processos que o investigam por toda sorte de iniquidades como homem público. Quase não comparece às sessões ou votações.
Balanço 2007 - Parte VI
Foi um ano muito difícil para a estreante Ana Júlia Carepa - primeira mulher eleita governadora o Pará. Pesou o desafio. Pesou-lhe também os problemas de saúde que a distanciaram quase que ao longo de todo o ano de um empenho melhor sob o ponto de vista de cobrança de sua equipe.
Desfilaram os problemas, destilaram-se -- felismente -- a boa vontade de resolvê-los, porém, fica para 2008, o desfecho da solução da redivisão territorial do Estado.
Ana chegou em pé em 2007 e considero-a, agora mesmo, avaliando tudo, uma mulher extraordinária.
O blog não lhe poupou críticas, reconhecendo, no entanto, seu extraordinário valôr para a consolidação da democracia num Estado coberto de problemas e repleto de potencialidades mal resolvidas.
Não foi, com toda a certeza, o tão menos difícil e com desafios de nossa cada vez pior política, o caso de outros, outrora estreantes, homens ou mulheres, para que fique num tom, algo, democrático, um desafio fácil. Pelo contrário, todos sabemos.
Herdar expectativas frustadas. Receber passivo algo com cara de armadilha, covenhamos, não acho justo. O povo paraense repudia tal ardil. Tanto é que elegeram-na com absoluta maioria dos votos.
O fato é que após o pôrre carnavalesco do ano passado. Reeleição para uns. Renovação e estréia para outros. Querendo ou não, 2007 foi ao mesmo tempo desafiador, inegavelmente trágico com o caso da menina presa com homens; mas, foi um ano de alertas.
Mas a nossa política pouco avançou no bem estar do paraense com o desastre da administração de Duciomar Costa (PTB), último arraial tucano a desandar a sociedade paraense.
Balanço 2007 - Parte V
Foram substituídos até agora, pelo que se sabe, dois de seus colaboradores: O Secretário de Estado de Educação, e praticmamente o coração da Secretaria de Segurança Pública.
Espera-se a substituição de outros secretários, mas, o que mais apostas despertam interesse é quem será o substituto do secretário estadual de Meio Ambiente.
É exatamente nessa área, ao lado da segurança pública, que a agovernadora mais dôres de cabeça teve no ano que acaba na meia noite de amanhã.
É justamente aí onde Anala Júlia pode revolucionar o seu governo, se estabelecer um novo e diferenciado paradgma para valorizar o setor produtivo, visto que o mesmo está em frangalhos.
Balanço 2007 - Parte IV
Veja quadro com a variação do dólar.
O Congresso decidirá onde efetivamente ocorrerá a rearrumação do Orçamento de 2008.
Sabe-se, no entanto, que o PPA 2008-2011 virou um samba de crioulo doido.
De concreto é que os R$ 1,9 bi prometido ao governo paraense, esvaiu-se entre os dêdos e quem viver verá.
Balanço 2007 - Parte III
Em parte porque espera-se para 2008 seja um ano de muitas dificuldades fiscais com a extinção da CPMF. Noutra ponte destaca-se o temor do Banco Central brasileiro de retomar a queda da taxa de juros, o que pode levar o país à uma explosão de consumo e conseqüente descontrole da inflação que já demonstrou seu crescimento nas últimas averiguações de medição, prevendo forte alta para o próximo ano.
Outra questão básica é o permanente desequilíbrio fiscal brasileiro.
Segundo o ex-ministro Mailson da Nóbrega em artigo publicado no blog do Noblat {aqui} a piora fiscal viria do não-cumprimento da meta de superávit primário, causado pela perda da CPMF. O risco Brasil aumentaria, provocando desvalorização cambial e pressões inflacionárias. O Banco Central manteria ou elevaria a taxa de juros. O ritmo de crescimento cairia.
Esse risco é o menor dos três. Decorreria da incompatibilidade entre o compromisso de Lula com a meta de superávit e suas promessas posteriores: não cortar nem o Bolsa-Família nem o PAC e ao mesmo tempo não aumentar tributos. Seja como for, Lula não correria o risco e apertaria o caixa para atingir a meta.
O segundo risco é mais sério. O ano termina com pressões inflacionárias inequívocas. O IPCA pode alcançar 4,5%, em cima da meta. Há poucos meses, projetava-se menos de 4%. A piora veio da forte alta dos alimentos, mas pode ser também sinal de excesso de demanda interna. Se a inflação continuar a subir, o BC elevará os juros. A expansão do PIB arrefecerá.
O que o economista não disse é que a pressão dos alimentos na cesta de medição da inflação terá forte queda. Acompanho as decisões da Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, assim como, as tendências medidas pelos economistas da CNA. Em 2008, se não tivermos problemas climáticos, o Brasil produzirá a maior safra de seus 508 anos de história.Balanço 2007 - Parte II
Ciente das dificuldades de gestão porque passa o governo da aliada. Pressionado nos bastidores pelo avanço desmesurado do PMDB que no Pará é controlado pelo deputado federal Jader Barbalho, cuja bancada é a maior do Pará, Lula rompe o ano a catar compensações.
Balanço 2007 - Parte I
Seria ótimo se isso fosse verdade. Poderia ser se não houvesse o atropelo da não aprovação da CPMF.
Todos os investimentos salvo os programas sociais e nas rubricas constitucionais estão sob a lupa do Planejamento, Fazenda e, principalmente, nas rédeas de Congresso Nacional.
Não há garantia nem do presidente e sua poderosa caneta, de garantir tais recursos sem o aval do Congresso Nacional.
Que se abram os arquivos aos familiares
Olá, amigos,
Seguem matérias de hoje, 27/12 (leia o post abaixo), ainda sobre a decisão da juíza italiana por conta da Operação Condor. Vale a correção no texto do JB: Joca chegou ao Araguaia no Natal de 1967.
Itália, Joca, Brasil e o Natal
* Por Myrian Luiz Alves
Impressiona a correria do nosso ministro da Justiça para falar sobre a questão do pedido de extradição de agentes e militares brasileiros. Dos 13, apenas alguns nomes são citados; sete estão mortos, entre eles o general Bandeira.
Nos últimos anos, livros e livros são publicados com documentos em sua maioria "vazados" por militares, inclusive livros por eles assinados, como o do militar da Operação Sucuri. Outros trazem entrevistas, a exemplo dos livros do Luiz Maklouf, com o coronel Lício Ribeiro Maciel, e Hugo Stuart, com fontes que não se revelam.
É clara a atuação nacional da repressão ao Araguaia, que matou militantes e dirigentes do PCdoB em outras regiões do Brasil: Luís Guilhardini, Carlos Danielli, Ruy Frazão, entre outros. É clara também a decisão de eliminar, além dos comunistas, militantes da Ação Popular, como mostra o texto da Operação Marajoara, de 1974. O coronel Lício já disse que participou da prisão e morte de militantes do Molipo, no antigo estado de Goiás. O ex-sargento Santa Cruz disse que perseguiu tupamaros no estado do Amazonas.
Há uma decisão da Justiça para averiguação de todos os fatos relacionados à Guerrilha do Araguaia. Qual é o problema, afinal, para trazer os fatos à tona?
Ora, se os militares querem falar, vazar cópias de documentos, por que não são chamdados em público? Quem os proíbe de falar oficialmente? Há listas de seus nomes nas cópias dos relatórios oficiais. E vários deles são por demais conhecidos. Vangloriam-se de sua atuação. Pois que façam isso em público e mostrem que o Estado possui mais documentos e registros fotográficos do que eles, com suas lembrancinhas da guerra que servem obviamente como chantagem a oficiais mais graduados e ao próprio Estado. Ou, quem sabe, as lembrancinhas ajudam a sua própria segurança? Do que o Estado tem medo? De quem?
Há 16 anos findava uma CPI municipal que ouviu militantes, torturadores, legistas, coronéis, delegados. Fez-se um relatório que foi enviado aos órgãos competentes. Até hoje há desdobramentos não solucionados, como o pedido de busca de corpos no Araguaia. Um dos desdobramentos, realizado pela Comissão Justiça e Paz, trouxe a única identificação do Araguaia, Maria Lúcia Petit. Um de seus companheiros, Bergson Gurjão Farias, enterrado ao seu lado no Cemitério de Xambioá, teve seu corpo resgatado em 1996 e até hoje nenhum médico legista brasileiro pôde examiná-lo. Registros fotográficos das sepulturas foram feitos pelo advogado Paulo Fonteles em 1981. Paulo, o primeiro pesquisador do Araguaia seria assassinado em 1987. Os corpos do Araguaia dão medo? Por isso, ao serem retirados de túmulos, jazem em armários públicos? Revelariam crimes de poderosos? Revelariam crueldades inimagináveis feitas por homens das mais altas patentes ainda em atuação? Revelariam atuações de agentes estrangeiros em território nacional? Ou provariam apropriações particulares de terras e riquezas em detrimento de uma população violentada e até hoje cercada? E por que cercada, maltratada? Seria por conta da exploração da imensa e plural riqueza da região sudeste do Pará? Não é justamente ali, naquela porção do Brasil, que ocorrerram e ocorrem as maiores violências contra líderes rurais? As entranhas do Araguaia continuarão sendo pesquisadas por curiosos da vida política, social e econômica brasileira. Pessoas que querem saber de outras pessoas, como muitos, senão a totalidade, daqueles que tombaram no Araguaia. Além da reconstituição de fatos que ocorreram em nosso País, três dos militantes e dirigentes comunistas citados nesta mensagem, Líbero (Joca), Paulo Roberto (Amaury) e Bergson (Jorge) têm suas mães vivas. Que pena! E que vergonha nos causa a recusa em deixar ou obrigar os que têm informações contar o que se passou ou o que se passa. A começar pelos arquivos guardados nos prédios públicos. Saber fatos da história é um direito que nos cabe. Saber a vida dos que lutaram pelo Brasil afora é um direito que ainda lhes cabe. Não fosse assim, os seres humanos não fariam registros em pedras, em cavernas.
Que 2008 traga mais luz ao Brasil. Que ele possa se conhecer um pouco mais e que a política seja novamente considerada também a arte do conhecimento... É o saber que nos leva adiante. Um povo, como diria o Conselheiro, que não conhece seu passado, não consegue preparar seu futuro.
Fica, aqui, a sincronicidade cobrada pelo noticiário deste Natal de 2007: a maior emboscada dos militares contra a Guerrilha aconteceu no Natal de 1973. Nela, entre outros, tombaram dois de seus comandantes: Maurício Grabois e Gilberto Olímpio Maria. Maurício, baiano nascido judeu, liderou a bancada comunista constituinte de 1946 a instituir a liberdade de culto no País. Antes, engajou-se para a ida de brasileiros para combater o fascismo na Europa (um de seus maiores camaradas, o ítalo-brasileiro Joca, lutou para combater o fascismo aqui). Gilberto gostava de Quixote. Paulo Roberto Pereira Marques, Amaury, bancário, tratou doentes e fez partos num povoado chamado Palestina e num outro chamado Santa Cruz. Morto aos 22 anos, provavelmente naquele Natal, registrou aos 16 anos a crônica Cristo. Em outro texto, também aos 16, escreveu: "Diga seu último desejo, gritou o carrasco. Suava, tremia, agora que a morte lhe chegava perto. Quero ver as estrelas, balbuciou."
O que seria das histórias nacionais e da literatura mundial sem um Quixote?
* Myrian Luiz Alves é jornalista e pesquisadora. Ajudou nas investigações que levaram à localização de desaparecidos políticos brasileiros que foram enterrados em covas clandestinas (uma vala) no Cemitério de Perús, na Grande São Paulo e finaliza um livro sobre o militante da Guerrilha do Araguaia, cidadão italiano, Giancarlo Castiglia - o Joca.
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