Balanço 2007 - Parte XII
José Nery do Psol é contra a criação do Estado do Carajás.
Fernando Flexa Ribeiro (PSDB) e Mário Couto (PMDB) não colocam qualquer empecilho para a consulta popular para a realização do plebiscito. Tão pouco, participam de qualquer debate , quer seja em suas supostas bases eleitorais --lembrando que tanto Nery como Ribeiro são senadores sem votos --, quanto ao projeto de criação do Estado do Carajás. Com um agravante: Flexa Ribeiro é alto dirigente da Confederação Nacinal da Indústria (CNI) e perfilou ao lado da Associação Comercial do Estado do Pará (ACP), contra a criação do Estado do Carajás, numa posição política dúbia e claudicante com os interlocutores a favor da criação da nova unidade federativa.
Balanço 2007 - Parte XI
À moda da cidade mágica do romance Cem Anos de Solidão que retrata a mistura do real com o místico na Vila de Macondo. O Pará viu-se com o inusitado troca-troca de mandatos.
Cada Estado brasileiro tem três senadores.
Seria correto se cada um dêles cumprissem seus mandatos. Mas, no Brasil, regras são exceções que agridem o eleitorado desde seu descobrimento a 508 anos atrás.
O primeiro desfrute que colocou o Pará na crônica sa safadeza política, foi protagonizado por dois dos senadores eleitos por voto direto e para mandato de oito anos.
A disputa, num primeiro momento, deu-se entre a então senadora e hoje governadorado do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), que disputou a Prefeitura de Belém do Pará com o também senador Duciomar Costa (PTB), perdendo-a.
No lugar do vencedor, um sujeito que atende pelo apelido de Dudu, veio pra Brasília o primeiro suplente do nacional, um entrosado empreiteiro que responde ao nome de Fernando Flexa Ribeiro (PSDB-PA), mais um dos ícones da sacristia até então dominada pelo tucano de papo-amarelo Almir Gabriel, que submergiu num mar de água dôce, do tamanho do rio Amazônas, à esteira de traições de toda ordem de seu pupilo, Simão Jatene nas eleições ao governo do Estado.
A fragorosa derrota de Gabriel - que de santo anunciador não tem nada - foi acusada como um sôco no estômago do papado tucano, haja visto a participação direta do desafeto político n.o 1 de Almir Gabriel: o deputado federal Jader Barbalho, que juntou-se ao Comando Petista e aplicou-lhe um sova inesquecível -- como é lembrado -- nas urnas.
Com a vitória de Ana Júlia Carepa, apoiada por decano adversário que, para o objetivo compartilhou na ilharga, o objetivo de impor uma derrota ao grupo tucano. Ascendeu à vacância de Ana Júlia Carepa no senado, o até então desconhecido José Nery (PSOL), vindo lá das bandas de Abaetetuba. Uma cidade aprazível nas cercanias de Belém, separada pela Baía do Guajará.
O PSOL, diga-se, é aquele partido nascido da discidência do PT que expulsou seus bastiões, a quando da votação da reforma previdenciária. A número um da lista foi a ex-senadora e candidata derrotada à presidência da República, a professora Heloísa Helena (PSOL-AL). O mesmo partido que abriga em seus quadros a barulhenta deputada Lúcia Genro (PSOL-RS), que baixa o sarrafo no presidente Lula, mas, tácicamente, não diz "ó" para seu pai, que vem a ser o poderoso ministro da Justiça, Tarso Genro, ex-prefeito de Porto Alegre e homem de confiança do presidente.
Balanço 2007 - Parte X
O PMDB elegeu três deputado federais no que chamo a bancadinha do Carajás. Um do PDT. Outro do PSDB.
Respectivamente, Bel Mesquita - ex-prefeita por duas vezes de Paraupebas, enclave sob contrôle da Vale. Asdrúbal Bentes, fiel escudeiro de Jader Barbalho, e Zequinha Marinho, ex-deputado que tem sob seu contrôle o PSC, apesar de ter sido eleito pela legenda peemedebista.
O quinto deputado é Wandenkolk Gonçalves, das hostes do sumo sacerdócio tucano-paraense.
Ah! Nenhum do PT, legítimamente sulparaense. Apesar de Paulo Rocha, Zé Geraldo e Beto da Fetagri, unidos, obterem uma avalache de votos com um discurso diametralmente oposto à bancadinha.
O único que se opõe frontalmente ao Carajás é o deputado Zé Geraldo.
Capixaba de origem, Zé Geraldo é um dos fenômenos políticos da região da Transamargura - antes conhecida como BR-360, a Transamazônica do governo militar.
Balanço 2007 - Parte IX
Estudava em Belém, a capital do Pará.
Recordo-me de pedir um melhor entendimento ao meu mentor no Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré, o irmão Luis.
- Padre. Perguntei-lhe. As vezes com as mãos ocupadas de livros de geografia. Isso não custa caro?
Criar um novo Estado?
- Irmão Luis disse-me: depende.
É exatamente aí que a tese do Sebastianismo não se encaixa nessa questão.
Balanço 2007 - Parte VIII
Como seu assessor e caminhando há anos com esse firme, honesto e, acima de tudo, sempre disposto à ajudar o próximo, de trato afável, extremamente trabalhador e um apaixonado pelo sul do Pará, endossei o projeto e a chama que guarda, sem exitação, a possibilidade de um lugar melhor para criar nossos filhos.
Faço aqui minhas as suas palavras: "Se houver. Se nos for apresentado um projeto com maior dimensão, possibilidade real de realização do que a criação do Estado do Carajás. Serei o primeiro da fila em aderir".
Nesse sentido, e utilizando-se como porta-voz não da tese do Sebastianismo, defendido pelo querido amigo Juvêncio de Arruda em seu blog 5.a Emenda {leia a tese do mestre aqui}, Giovanni ao contrário propõe o desenvolvimento, o planejamento, em resumo: um pacto dos atores para a virada do jogo que todos estão a perder no complexo sul do Pará.
Balanço 2007 - Parte VII
A morte de Antonio Carlos Magalhães considero um desiderato sob vários pontos de vista.
Com a saída do velho coronel baiano, o espaço de velhos adversários cresceu como nunca. Leia-se: Jader Barbalho, Renan Calheiros, mesmo sob a saraivada do ataque midiático e, principalmente, o espaço do senador José Sarney, declaradamente seu amigo pesoal.
Jader é o que está mais confortável que os demais.
Usa praticamente todo o seu tempo para travar os processos que o investigam por toda sorte de iniquidades como homem público. Quase não comparece às sessões ou votações.
Balanço 2007 - Parte VI
Foi um ano muito difícil para a estreante Ana Júlia Carepa - primeira mulher eleita governadora o Pará. Pesou o desafio. Pesou-lhe também os problemas de saúde que a distanciaram quase que ao longo de todo o ano de um empenho melhor sob o ponto de vista de cobrança de sua equipe.
Desfilaram os problemas, destilaram-se -- felismente -- a boa vontade de resolvê-los, porém, fica para 2008, o desfecho da solução da redivisão territorial do Estado.
Ana chegou em pé em 2007 e considero-a, agora mesmo, avaliando tudo, uma mulher extraordinária.
O blog não lhe poupou críticas, reconhecendo, no entanto, seu extraordinário valôr para a consolidação da democracia num Estado coberto de problemas e repleto de potencialidades mal resolvidas.
Não foi, com toda a certeza, o tão menos difícil e com desafios de nossa cada vez pior política, o caso de outros, outrora estreantes, homens ou mulheres, para que fique num tom, algo, democrático, um desafio fácil. Pelo contrário, todos sabemos.
Herdar expectativas frustadas. Receber passivo algo com cara de armadilha, covenhamos, não acho justo. O povo paraense repudia tal ardil. Tanto é que elegeram-na com absoluta maioria dos votos.
O fato é que após o pôrre carnavalesco do ano passado. Reeleição para uns. Renovação e estréia para outros. Querendo ou não, 2007 foi ao mesmo tempo desafiador, inegavelmente trágico com o caso da menina presa com homens; mas, foi um ano de alertas.
Mas a nossa política pouco avançou no bem estar do paraense com o desastre da administração de Duciomar Costa (PTB), último arraial tucano a desandar a sociedade paraense.
Balanço 2007 - Parte V
Foram substituídos até agora, pelo que se sabe, dois de seus colaboradores: O Secretário de Estado de Educação, e praticmamente o coração da Secretaria de Segurança Pública.
Espera-se a substituição de outros secretários, mas, o que mais apostas despertam interesse é quem será o substituto do secretário estadual de Meio Ambiente.
É exatamente nessa área, ao lado da segurança pública, que a agovernadora mais dôres de cabeça teve no ano que acaba na meia noite de amanhã.
É justamente aí onde Anala Júlia pode revolucionar o seu governo, se estabelecer um novo e diferenciado paradgma para valorizar o setor produtivo, visto que o mesmo está em frangalhos.
Balanço 2007 - Parte IV
Veja quadro com a variação do dólar.
O Congresso decidirá onde efetivamente ocorrerá a rearrumação do Orçamento de 2008.
Sabe-se, no entanto, que o PPA 2008-2011 virou um samba de crioulo doido.
De concreto é que os R$ 1,9 bi prometido ao governo paraense, esvaiu-se entre os dêdos e quem viver verá.
Balanço 2007 - Parte III
Em parte porque espera-se para 2008 seja um ano de muitas dificuldades fiscais com a extinção da CPMF. Noutra ponte destaca-se o temor do Banco Central brasileiro de retomar a queda da taxa de juros, o que pode levar o país à uma explosão de consumo e conseqüente descontrole da inflação que já demonstrou seu crescimento nas últimas averiguações de medição, prevendo forte alta para o próximo ano.
Outra questão básica é o permanente desequilíbrio fiscal brasileiro.
Segundo o ex-ministro Mailson da Nóbrega em artigo publicado no blog do Noblat {aqui} a piora fiscal viria do não-cumprimento da meta de superávit primário, causado pela perda da CPMF. O risco Brasil aumentaria, provocando desvalorização cambial e pressões inflacionárias. O Banco Central manteria ou elevaria a taxa de juros. O ritmo de crescimento cairia.
Esse risco é o menor dos três. Decorreria da incompatibilidade entre o compromisso de Lula com a meta de superávit e suas promessas posteriores: não cortar nem o Bolsa-Família nem o PAC e ao mesmo tempo não aumentar tributos. Seja como for, Lula não correria o risco e apertaria o caixa para atingir a meta.
O segundo risco é mais sério. O ano termina com pressões inflacionárias inequívocas. O IPCA pode alcançar 4,5%, em cima da meta. Há poucos meses, projetava-se menos de 4%. A piora veio da forte alta dos alimentos, mas pode ser também sinal de excesso de demanda interna. Se a inflação continuar a subir, o BC elevará os juros. A expansão do PIB arrefecerá.
O que o economista não disse é que a pressão dos alimentos na cesta de medição da inflação terá forte queda. Acompanho as decisões da Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, assim como, as tendências medidas pelos economistas da CNA. Em 2008, se não tivermos problemas climáticos, o Brasil produzirá a maior safra de seus 508 anos de história.Balanço 2007 - Parte II
Ciente das dificuldades de gestão porque passa o governo da aliada. Pressionado nos bastidores pelo avanço desmesurado do PMDB que no Pará é controlado pelo deputado federal Jader Barbalho, cuja bancada é a maior do Pará, Lula rompe o ano a catar compensações.
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