CPI para apurar confissão de Zé Dirceu

Filho de político com nome limpo (já falecido), doutor em direito o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) que ganhou espaço na mídia nacional como uma equilibrada atuação como sub-relator de movimentação financeira da CPI dos Correios, em conversa com a Agência Estado, considerou uma confissão de crime as declarações do ex-ministro José Dirceu de que recursos provenientes de caixa 2 financiaram a construção da sede do PT em Porto Alegre - segundo entrevista à revista 'Piauí', 'era com mala de dinheiro' que os recursos para pagar a obra chegavam. Para o tucano, o objetivo de Dirceu é enfraquecer o ministro da Justiça, Tarso Genro, petista gaúcho que nos últimos anos foi um crítico contundente dos métodos usados pelo ex-ministro da Casa Civil no comando do PT.

O deputado vê gravidade nas declarações e defende a abertura de uma CPI para apurar o caso.

A Agência Estado diz ainda que a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal (PF) vão analisar na próxima semana se cabe abrir investigação para apurar a denúncia do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, de que o PT gaúcho teria usado recursos de caixa dois para financiar a construção de sua sede em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Os dirigentes das duas instituições só retornam segunda-feira do recesso de fim de ano e alegaram, por meio da assessoria, desconhecer o teor e as circunstâncias da entrevista, publicada na última edição da revista Piauí.

Em princípio, a PF não vê na entrevista, isoladamente, fato suficiente para reabrir o inquérito do mensalão, pois não traz fatos novos e trata de um caso já investigado e rejeitado pela justiça em 2001. Por outro lado, o inquérito saiu da esfera policial e, para iniciar nova investigação, a PF dependeria de ter fatos novos relevantes ou de determinação expressa nesse sentido do Supremo Tribunal Federal (STF) ou do Ministério Público (MP).


Parlamentares de oposição pretendem mover uma representação no MP para que o caso seja investigado, no âmbito do processo do mensalão ou em novo inquérito, por considerarem a entrevista de Dirceu uma confissão de crime. Um procurador da república que acompanha o processo no STF, que pediu para não revelar o nome, explicou que a denúncia pode ser investigada só se Dirceu reafirmar perante a Justiça o teor da entrevista.

O maior reflorestamento do mundo

Não tenho conhecimento de qualquer empresa no mundo ter um conograma de reflorestamento como o da Vale, em curso, no estado Pará.

Eucalipto (Mauro Bonna - Diário do Pará)
A Vale conseguiu atingir a velocidade de 150 hectares de plantio de eucalipto em um único dia no Pará. Uma média de 1 hectare a cada dez minutos. A meta é plantar 150 mil hectares, além de replantar outros 150 mil nos próximos anos.

Dica da semana: Sébastien Tellier

Em todos os finais de semana de 2008 o blog apresentará novos artistas e alguns já consagrados.

Quem estréia a Coluna que batizei de new music é o francês Sábastian Tellier, dono do hit “La Ritournelle” que fecha o filme One Way (Quebra de Pacto na versão brasileira) que assisti ontem e também recomendo.

Tellier é um artista associado à turma houseira de Paris e após o lançamento do seu novo single, Sexual Sportswear, a música tá no topo da parada européia. O single faz parte do novo álbum do produtor, Sexuality, que chega ao mercado em fevereiro de 2008 pelo selo Record Makers e está sendo produzido por Guy-Manuel de Homem-Christo, da dupla Daft Punk - um dos queridinhos da cena pop francesa e é muito boa.












Arte do novo single do artista


A faixa já pode ser conferida no MySpace de Tellier e é guiada de ponta a ponta por pads celestiais, texturas etéreas e um sintetizador hipnótico em arpejo. O disco inclui um remix do também francês SebastiAn - nome forte da turma Ed Banger e remixer de mão cheia -, que não deixa de fora cortes bruscos e tem os dois pés cravados nas pistas de dança.

Recentemente, Tellier participou da trilha sonora do filme Steak, dirigido por Quentin Dupieux (ou Mr. Oizo, para os chegados). O disco foi produzido em parceria com SebastiAn e o próprio Oizo.

Clique aqui para um preview em baixa qualidade do remix feito por SebastiAn, extraído do blog Good Weather For Airstrikes.

Vídeo de “La Ritournelle”, dirigido por Mr. Oizo.


Veja o vídeo do novo hit de Tellier:Sexual Sportswear
Sexual Sportswear

O pacote de maldades

Brasil


Pacote de maldades

O governo anuncia aumento de impostos para
compensar as perdas provocadas pelo fim da CPMF,
ao mesmo tempo em que amplia os gastos públicos

Alexandre Oltramari

Andre Dusek/AE
O presidente Lula garantiu publicamente que não aumentaria tributos: era o contrário

Dias antes dos feriados de fim de ano, o presidente Lula garantiu que não haveria aumento de impostos para compensar os 40 bilhões de reais que deixarão de ser arrecadados com o fim da cobrança da CPMF. Avalizadas pelas lideranças políticas do governo no Congresso, as afirmações do presidente foram elogiadas pela racionalidade política e sensatez econômica. "Tenho ojeriza à palavra ‘pacote’ ", disse Lula. "Não há razão para que se faça a loucura de tentar aumentar a carga tributária." Na semana passada, no primeiro dia útil do ano, o governo anunciou um pacote que aumenta o imposto sobre o lucro dos bancos e dobra as alíquotas para quem solicitar financiamento para comprar, por exemplo, um automóvel ou uma televisão. As medidas arrecadatórias, já em vigor, vieram acompanhadas do anúncio oficial de que o governo também pretende cortar despesas – 20 bilhões, segundo as estimativas oficiais –, embora os detalhes de como isso ocorrerá ainda não tenham sido divulgados. É bastante provável, aliás, que nem sejam. O governo brasileiro tem mostrado a vocação de sempre – não existe exemplo na história recente mundial de um governo federal que tenha reduzido seus gastos – para prodigalizar.

Antes de anunciar o pacote de aumento de impostos e supostos cortes de despesas, o governo editou duas medidas para proteger alguns interesses imediatos: adiou a entrada em vigor de uma série de restrições que impediriam repasses de dinheiro público às organizações não-governamentais (ONGs) e estendeu os benefícios do programa Bolsa Família aos jovens de 16 e 17 anos. As medidas, além de ampliar os gastos, revelam uma faceta administrativa que mistura ingredientes que vão da esperteza ao desprezo das leis. O Bolsa Família, âncora da popularidade do presidente Lula e trunfo do PT para as eleições municipais do fim do ano, vai receber uma injeção extra de 2 bilhões de reais com a inclusão dos jovens acima de 16 anos, também estreantes como eleitores. Para tentar evitar a contaminação dos votos pelo dinheiro público, o Tribunal Superior Eleitoral proibiu a criação ou a ampliação de programas sociais em ano de eleição. Quatro dias antes de a norma entrar em vigor, o governo estendeu os benefícios aos jovens eleitores. "Se havia a necessidade de conceder um aumento, por que não fizeram isso antes? Não há justificativa socialmente aceitável para se adotar a prática em ano eleitoral", disse o presidente do TSE, Marco Aurélio Mello. A questão vai ser decidida pela Justiça, que pode considerar ilegal o benefício. A esperteza de quem planejou a medida está no fato de poder culpar alguém pelo aumento da marginalidade e da violência entre os jovens mais pobres, caso eles fiquem sem a bolsa de 30 reais por mês. Tem excelente apelo eleitoral, embora agregue um tremendo embuste.

Jamil Bittar/Reuters
Os ministros Paulo Bernardo, do Planejamento, e Guido Mantega, da Fazenda: o aumento de impostos é real, mas os cortes, por enquanto, são só promessa

O segundo sinal de que o governo não pretende se empenhar em economizar dinheiro também demonstra a falta de apreço pela moralidade. Um decreto editado em julho passado pelo presidente Lula aumentava o controle sobre o destino final dos 3 bilhões de reais que o governo federal despacha anualmente para estados, municípios e ONGs na forma de convênios. A medida exige que todos os beneficiários das verbas públicas sejam identificados, proíbe que entidades ligadas a parentes de servidores públicos recebam recursos e determina que o governo faça uma cotação prévia antes de contratar um serviço. O decreto foi sugerido pelo Tribunal de Contas da União, depois que auditorias constataram irregularidades. Numa estimativa módica, acredita-se que, no mínimo, 300 milhões de reais desses recursos se percam em corrupção e desvios. O governo sabe que muitas entidades são usadas como fachada para desviar dinheiro de projetos sociais. As medidas moralizadoras deveriam entrar em vigor na semana passada. No finzinho do ano, porém, o presidente adiou a implantação das novas regras, que agora começam a valer apenas a partir de julho. "O adiamento tem o objetivo claro de deixar tudo como está em pleno ano eleitoral", lamenta o senador Raimundo Colombo (DEM-SC), presidente da CPI das ONGs. Funcionando há três meses, a CPI já descobriu que algumas ONGs são verdadeiros sumidouros de dinheiro público, inclusive funcionando como agentes financeiros de alguns políticos – e sem pagar nada de imposto sobre operações financeiras (IOF).

O pacote de ano-novo também revelou a maneira debochada como o governo trata a oposição. Em dezembro, depois de perder a batalha da CPMF no Senado, Lula encarregou seus líderes políticos de promover um acordo com os partidos de oposição. Em troca da aprovação da Desvinculação das Receitas da União (DRU), um mecanismo que permite ao governo gastar livremente até 20% do que arrecada, Lula se comprometeu a não aumentar impostos nem criar novos tributos para compensar a perda de arrecadação. O ministro de Relações Institucionais, José Múcio, e o líder do governo no Senado, Romero Jucá, selaram o acordo em nome do presidente. Na semana passada, o ministro Guido Mantega, numa frase que beirou a molecagem, disse que a promessa de não aumentar impostos valia apenas para 2007. O mesmo Mantega que chegou a ser desautorizado em público pelo presidente ao falar de aumento de impostos logo após a derrubada da CPMF. É possível depreender que as divergências entre o presidente e o ministro não passavam de encenação e o acordo com a oposição nada mais era que uma pegadinha de fim de ano. "Eu não esperava tanta audácia. O governo conseguiu a proeza de colocar em jogo a credibilidade da palavra de um presidente da República. Vamos abrir barricadas contra esses aumentos", promete o senador José Agripino, líder dos democratas no Senado. "Fiquei triste por não ter ficado surpreso com as mentiras", ironizou o senador Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado. Agastada, a oposição – ora, veja só – afirma que fará oposição ao governo de agora em diante.

Lula Marques/Folha Imagem
Andre Dusek/AE
Raimundo Colombo (à esq.), da CPI das ONGs, apura desvios para campanhas políticas. José Agripino e Arthur Virgílio, ludibriados pelo governo, prometem guerra: "Vamos erguer barricadas"

Politicamente, o pacote teria ingredientes suficientes para acirrar os debates no Congresso. O aumento da contribuição sobre o lucro dos bancos, por exemplo, precisa ser aprovado pelos deputados e senadores. Um Congresso com os brios atingidos poderia, portanto, criar dificuldades. Mas nem isso deve ocorrer. O governo já se preparou para evitar futuras surpresas. Sem detalhes, anunciou vagamente que uma das alternativas para reduzir as despesas é cortar as emendas parlamentares – uma bolada de 15 bilhões de reais que deputados e senadores enviam para obras em seus currais eleitorais. A estratégia governista no Parlamento é argumentar que o equilíbrio das contas depende da aprovação do aumento dos impostos ou do corte de algumas despesas – não necessariamente as duas coisas ao mesmo tempo. Ou seja, instados a optar entre o aumento de receita via tributos e o corte de despesas via emendas, não há dúvida do que vai prevalecer entre os parlamentares. "Governos são gastadores por natureza. Mas o fazem de maneira envergonhada. O atual é diferente. Ao aumentar os impostos sem dizer onde nem quando pretende fazer cortes, o governo deixa cada vez mais evidente o seu ímpeto gastador", diz a economista Ana Carla Abrão Costa, da Tendências Consultoria.

No momento em que a economia apresenta os melhores indicadores das últimas décadas, o novo pacote surge como um torniquete contra os consumidores, muito mais potente do que a velha CPMF. Além de aumentarem o custo dos financiamentos, as medidas devem provocar um reajuste nas taxas de juro cobradas pelos bancos. Os maiores prejudicados, como sempre, são os consumidores de menor poder aquisitivo, que recorrem aos financiamentos de longo prazo para comprar roupas e eletrodomésticos (veja quadro). "A alta das alíquotas deverá resultar em aumento das taxas de juro aos tomadores finais de empréstimos, pois vai aumentar a cunha fiscal e o spread bancário", disse Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria. As medidas, embora já estejam valendo desde a semana passada, poderão acabar sendo discutidas na Justiça. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) não descarta a possibilidade de recorrer aos tribunais para tentar impedir o aumento das alíquotas. O setor, que contabilizou os maiores lucros da história no governo Lula, acha que está sendo tratado de maneira desigual. "Fomos surpreendidos pela decisão do governo de dar tratamento diferenciado de alíquota ao sistema financeiro. O entendimento comum é que você paga mais se lucra mais", reagiu Fábio Barbosa, presidente da Febraban.

Celso Junior/AE
O presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, sentiu o cheiro de manobra eleitoreira na ampliação dos gastos com o Bolsa Família


Tecnicamente, o pacote anunciado pelo governo é totalmente descartável sob o ponto de vista do equilíbrio das finanças públicas. Além de punir os consumidores, ele não mexe em problemas estruturais graves. Raras vezes o país esteve diante de indicadores econômicos tão vigorosos. O aquecimento da economia, por si só, faz crescer a arrecadação de impostos sem a necessidade de sufocar a sociedade com mais carga tributária. Os números oficiais mostram que a receita em 2007, descontados os 40 bilhões arrecadados com a CPMF, ultrapassou em 15 bilhões de reais o valor registrado no ano anterior. É dinheiro extra que veio de lucros corporativos espetaculares e da contratação recorde de trabalhadores formais – fatos sobre os quais incidem tributos, gerando caixa para o governo. As entradas, segundo os especialistas, serão ainda maiores neste ano. As estimativas apontam uma receita de 50 bilhões de reais em impostos adicionais até dezembro. É mais do que se obtinha com a CPMF. Em tese, portanto, não haveria necessidade de aumentar os impostos, como se fez agora. Ocorre que os ganhos extras de arrecadação têm sido usados para aumentar gastos existentes e criar outras despesas. Num ambiente de tranqüilidade, isso pode até funcionar como um catalisador para a economia. Porém, existem sinais inquietantes de turbulências, tanto no exterior como no Brasil. A inflação volta a preocupar, e não são boas as perspectivas da economia americana, o que pode provocar uma recessão mundial. Os ventos da prosperidade, portanto, podem arrefecer.

Em vez de apenas aumentar tributos, há alternativas mais simples que poderiam ajudar a desemperrar a economia e acelerar o processo de crescimento previsto para os próximos anos. Um levantamento feito pelo jornal O Globo mostrou na semana passada que existem nove projetos de lei parados no Congresso capazes de proporcionar um crescimento ainda mais vigoroso do PIB, o conjunto de riquezas produzidas pelo país. Um deles mexe nas regras que defendem a livre concorrência e torna mais ágil o julgamento de fusões e incorporações de empresas. Outra medida que está parada é a criação do cadastro positivo, um banco de dados que reúne informações abonadoras dos clientes bancários. O cadastro permitiria que os bons pagadores conseguissem negociar taxas de juro menores do que as cobradas pelo mercado. A polêmica sobre as atribuições de alguns órgãos reguladores, cujo resultado mais ruinoso é espantar os investidores, teria fim com a Lei Geral das Agências Reguladoras, paralisada desde julho na Câmara dos Deputados, onde o governo tem maioria folgada, por falta de "acordo político". Alguém se lembra da reforma tributária que o governo, embalado pelo clima natalino, prometeu encaminhar ao Congresso no início do ano? Lula já mandou dizer que não vai mais propor emendas à Constituição, único instrumento capaz de frear o ímpeto gastador do governo.




O caro "barato" das drogas

Cinema

"Não na nossa família"

O drama do rapaz de classe média que vira traficante
de cocaína em Meu Nome Não É Johnny


Jerônimo Teixeira

Divulgação

Selton Mello, como João Estrella: um traficante que nunca pisou no morro


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Exclusivo on-line
Trailer do filme

A mãe de um traficante que acaba de ser preso procura um advogado para o filho. O advogado pergunta há quanto tempo ela tinha conhecimento das atividades ilícitas do filho. A mãe responde que não sabia de nada, que nunca imaginou que isso pudesse acontecer. "Não na nossa família", completa. A cena, logo no início de Meu Nome Não É Johnny (Brasil, 2006), é a consumação extremada de um pesadelo dos pais da classe média brasileira (e, em particular, carioca): o filho perdido para a droga. Personagem real, João Guilherme Estrella não foi apenas mais um viciado. Para sustentar o consumo pessoal, tornou-se ele mesmo um traficante, vendendo a cocaína mais pura do Rio em festas da Zona Sul, até ser preso em 1995 e condenado a dois anos em um manicômio judicial. Baseado no livro homônimo, publicado pela editora Record, em que o jornalista Guilherme Fiuza narra a história de Estrella, o filme dá uma dimensão entre cômica e trágica ao drama do vício. O Estrella interpretado por Selton Mello parece não entender a gravidade de seus atos – tampouco tem a esperteza de tirar o melhor proveito deles. Na forma de pó branco, uma proverbial fortuna circula por suas mãos, mas ele não enriquece. Torra tudo em festas com a namorada maluquete interpretada por Cleo Pires. E em mais droga.

Sob a direção ágil de Mauro Lima – cujo filme mais conhecido até agora era o infantil Tainá 2 –, Meu Nome Não É Johnny às vezes parece tão leve e inconseqüente quanto seu personagem. Muito bem-humorado, não tem a violência dos filmes que focam o tráfico pelo lado da favela – ou dos fornecedores –, como Cidade de Deus e Tropa de Elite. Filho de pais permissivos que fechavam os olhos para suas farras cada vez mais desregradas, Estrella nunca pisou em um morro. Tinha fornecedores para fazer esse caminho por ele. Começou a vender pequenas quantidades, no início dos anos 80. Quando a polícia finalmente o pegou, em 1995, ele estava com 6 quilos em seu poder.

É no presídio, enquanto aguarda julgamento, e no manicômio judicial onde depois cumpre pena que Estrella começa a se dar conta da profundidade de seu erro. Inclusive porque passa a conviver com uma turma da pesada – um de seus companheiros de manicômio é um traficante que tinha por hábito dilacerar seus inimigos com uma serra elétrica. O filme não torna explícita a conexão entre a sórdida realidade das prisões e a vida dissoluta que o traficante playboy levava até então. Mas ela fica bem evidente no silêncio perplexo que Selton Mello imprime ao personagem durante sua dolorosa redenção. Estrella percebe, então, como sua festa custava caro.

Revista Veja

O fastio do poder

O milionário abaixo é realmente a cara do Senado.

A cara do Senado (antes da CPMF)


Celso Junior/AE

Com sua vasta cabeleira em desalinho, a voz rouca e o estilo histriônico, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) encarnou melhor do que ninguém o espírito da pantomima encenada no Congresso ao longo do interminável escândalo Renan Calheiros. Salgado nunca apresentou nenhum projeto de lei relevante nem jamais foi agraciado com um mísero voto (era suplente do hoje ministro Hélio Costa, cuja campanha para o Senado foi quase toda financiada pela sua família). Mesmo assim, ganhou os holofotes e dominou os debates no plenário na qualidade de um dos mais ardorosos defensores de Renan na sua luta contra o decoro e a ética. Ao longo dessa atuação, criou, além de muitos constrangimentos, também uma expressão. Graças a Salgado, a palavra "chinelinho" doravante poderá ser usada para se referir aos "presentinhos", "agradinhos" e outras indecenciazinhas que, na opinião do senador, o governo deve oferecer aos parlamentares em troca de votos quando o assunto o interessa. Não fosse pela votação redentora que extinguiu a CPMF, o Senado teria chegado ao fim de 2007 com a cara de Wellington Salgado.

Edição de Veja na Retrospectiva 2007. Cruz, credo!

Se ela dança eu canto...

...A revista Veja em sua edição restrospectiva coloca a governadora Ana Júlia Carepa numa calça mais justa do que a publicada na ilustração da matéria.

Uma pororoca de escândalos


Ed Ferreira/AE

Catorze novos governadores assumiram o cargo em 2007. Muitos ganharam o noticiário nacional ao implementar boas medidas administrativas. A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, foi uma das que mais marcaram presença na imprensa. Mas por outros motivos. Não houve um mês sequer em que ela não figurasse em algum escândalo – de maior ou menor magnitude. Ao tomar posse, ela empregou os irmãos e um primo no governo. Flagrada, teve de demiti-los. Depois, nomeou sua cabeleireira como assessora. Ana Júlia usou um jatinho do estado para ir à formatura do filho em Minas Gerais. Descansou na Semana Santa com os assessores mais chegados na casa de praia do governo e pagou diárias de trabalho para todo mundo. Incansável, beneficiou seu namorado, presidente do aeroclube do Pará, com um contrato de 3,7 milhões de reais para treinamento de pilotos de helicóptero. Gastaria três vezes menos se treinasse todos em São Paulo. Suas estripulias deveriam ficar apenas no folclore que tanto preza – a governadora adora saracotear ao som do carimbó. Mas, em novembro, o país estarrecido tomou conhecimento de que as coisas no seu estado andam piores do que se imaginava. Descobriu-se que uma menina de 15 anos havia sido presa com trinta homens em uma delegacia do interior. Durante 24 dias, ela foi estuprada e torturada. Depois que o caso veio à tona, soube-se que, no Pará, tão comum quanto o carimbó é prender menores e trancafiar mulheres junto com homens. Enquanto Ana Júlia requebra, os paraenses dançam em mais de um sentido.

A vida pessoal de alguém é uma coisa. A de pessoas públicas outra coisa! Essas, devem ter mais discrição nos atos, postura e vestimenta. Nossa governadora precisa ficar mais esperta.

Zé Dirceu: de ex-guerrilheiro à réu confesso

Assessorando alguns dos homens mais ricos do mundo, o ex-guerrilheiro Zé Dirceu confessa em longa entrevista na Revista Piauí as bandarras em que esteve metido ao longo de anos. Leia + aqui>>

Prato cheio para a Justiça. Se isso ainda houver nesse país.

Como bem anotou o blogueiro José Pires (Brasil Limpeza). Umas das cenas mais marcantes do documentário, Entreatos, dirigido por João Moreira Salles, é o momento em que, no início de uma reunião, José Dirceu (então deputado e presidente nacional do PT) mostra sua contrariedade com a equipe de filmagem que estava no local. A equipe dirigida por Salles acompanhava a campanha de Lula em sua primeira eleição com autorização do candidato presidencial, mas mesmo avisado disso Dirceu continuou não gostando da coisa.

Hoje, passado alguns anos, com Dirceu já cassado por falta de decoro e réu por formação de quadrilha e corrupção ativa perante o Supremo Tribunal Federal (STF), dá para entender a sua precaução.

Naquele final de 2002 José Dirceu já tinha bastante experiência para saber que só haveria vantagem em abrir a intimidade de uma campanha eleitoral se eles, Lula, os petistas e ele próprio, fossem políticos progressistas autênticos e não o engodo que foi desmascarado logo depois.

Mas José Dirceu acabou fazendo nesses últimos meses exatamente aquilo que procurou impedir há cerca de cinco anos atrás. Ele permitiu que a repórter Daniela Pinheiro, da revista Piauí (propriedade do mesmo Salles, ô grude!), o acompanhasse numa viagem de 6 dias por três países. A reportagem, publicada em 12 páginas da revista que hoje chega às bancas de São Paulo, dá um bom material para a Procuradoria-Geral da República e para a oposição. Nela, Dirceu revela, de própria voz, métodos escusos usados pelo PT para se fortalecer e manter-se no poder. Leia um trecho, que extraí do blog E Você Com Isso, de Marcelo Soares, que teve a presteza de copiar da revista e postar ontem no final da noite.

Na próxima semana ele começa a ser ouvido nos processos a que responde.

Nada menos do que puxar uma cana é o que o blog deseja prá esse marginal.

Nova enquete

Quem vai pagar a conta da extinção da CPMF? É a pergunta da nova enquete do blog.

Participem!

Vice é internado e Lula aprova arrôcho

Alegando que o país não pode ficar sem governo. Lula volta da folga e elogia a equipe econômica como a 10.a oitava maravilha do mundo do século XXI.

Assume que deu a ordem para autorizar as medidas do pacote que vai pesar apenas 8 vezes mais do que era anteriormente arrecadado com a CPMF.

Deu a louca no governo?

- Naão.

Lula não esperou a reação e deu de ombros com os acordos anteriores para pacificar politicamente o país após a derrota no senado da CPMF, garantindo que não haveria aumento de impostos.

- Fez exatamente o contrário.

À moda de um mafioso que bate no peito e diz que a vingança é uma prato para se comer frio. O presidente não consegue disfarçar o que, efetivamente, guardava para a população brasileira após as Festas de final de ano, em especial, para todo o conjunto que compõem a chamada classe média brasileira.

2008 começa no rítmo do aquecimento global.

O Pacote vai arruinar o PAC. Lula conta com apôio popular e os incomodados que se queixem ao Papa Bento XVI.

Nunca antes nesse...! Minto. Só na revolução.

Seguuuuuura peão.

Nem um, nem outro; eu mesmo: Governo vai trair pacto com oposição e baixar pacotaço tributário

Nenhuma novidade.

O governo acaba de ensaiar uma traição tsunâmica.

Jurou de pé junto que não aumentaria imposto e que discutiria com a oposição os termos para os cortes de compensação à extinção da CPMF no bojo do Orçamento Geral da União, somente após o recesso. Após os sacolejos do "Carná!".

- Hehhehehee. Fala sério!!!!

Bôbo é quem pensa que Brasília está desacordada. Está sim: está perplexa! Mas, só os trouxas que foram eleitos nesse último pleito e que ainda não conhecem o modus operandi deste governo e que não sabem.

As reações vieram rápidas e em formas de ameaças de desarticulação até da base do Governo na Câmara dos Deputados, onde Lula navega ao bel prazer de sua vontade, apesar do apagão aéreo que mata...governa com MP's atrás de MP's e ajoelhou a Câmara Baixa.

Parece que isso não será assim!? Perguntam, despreparados marinheiros de primeira viagem.


O fato deu-se ontem, quando o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que há semanas ensaiava uma presepada digna dos aloprados, comunicou ao relator do Orçamento de 2008, deputado José Pimentel (PT-CE), que terão um encontro na próxima semana para discutir os cortes de R$ 20 bilhões que serão feitos no Orçamento para compensar parte da perda de receita com o fim da CPMF. Paulo Bernardo explicou apenas que o governo fará o possível para poupar os programas sociais e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Ou seja, aproveitando-se do recesso e não consultando o Colégio de Líderes, deu com top-top -- marca de outro setor do governo --, aos parlamentares espalhados em suas bases eleitorais que se sentirão como aquela história do último a saber das últimas decisões.

Amanhã. Ao abrirem os jornais. Os nobres parlamentares serão bombardeados pela opinião pública:

- Deputado!?

- Senador!?

Que pôrra é essa desse aumento brutal nos impostos?

Como não terão explicação. Lá foi embora eventuais avalistas, bombeiros e eleitores. Mais. Principalmente, financiadores de campanha e entusiastas, pularão fora do barco com a facilidade de chamar um palavrão.

O blog pergunta: Conhecem siri na lata?

Leiam:

Emendas parlamentares

Parte dos cortes deve atingir as emendas propostas pelos parlamentares, o que deve acirrar os ânimos na Comissão Mista de Orçamento. Além disso, partidos de oposição como o PSDB e o DEM vêm classificando o aumento de impostos anunciado pelo governo como uma "traição". Isso porque o governo, segundo o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), teria negociado a votação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) prometendo não aumentar a carga de impostos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, porém, que o governo cumpriu a promessa de não baixar um pacote tributário.

Novas medidas

Embora o governo tenha perdido a CPMF no Senado, a medida provisória que vai aumentar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 9% para 15% para os bancos pode passar na Câmara. Mesmo que o Senado a rejeite, ela voltará à Câmara para uma votação final, o que não acontece com as propostas de emenda à Constituição (como foi o caso da prorrogação da CPMF, tema da PEC 50/07).

De acordo com Guido Mantega, o governo está priorizando o corte de despesas, que segundo ele é exatamente aquilo que se pretendia quando não se aprovou a CPMF. "Estamos fazendo apenas uma recomposição modesta de algo como R$ 10 bilhões. Isto está longe de ser uma retaliação ou de quebra de qualquer compromisso", afirmou. "Não é um pacote, são apenas duas medidas tributárias. Então, é apenas uma compensação modesta de uma perda grande que tivemos com a CPMF", acrescentou.

Mas o vice-líder do DEM Ronaldo Caiado (GO) acredita que a oposição deve endurecer o seu tratamento com o governo: "Com interlocutores como esse, a oposição não pode não só acreditar, mas não pode fazer mais nenhuma concessão", disse. "Trabalhei duramente para que nós não fizéssemos a votação da DRU naquele momento. Eu acho que erramos, devíamos ter prorrogado a votação da DRU para fevereiro e aí sim nós teríamos condições de mostrar ao governo que quando não se tem palavra não se pode colocar todas as cartas na mesa", completou.

Alíquota do IOF

O aumento de impostos anunciado também inclui uma elevação de 0,38 ponto percentual nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que deve encarecer os custos do crédito bancário, financiamentos imobiliários, seguros e câmbio. Tanto o aumento da CSLL quanto o do IOF foram adotados no final de 1998 pelo governo Fernando Henrique Cardoso, quando houve um atraso na votação da CPMF pelo Congresso.

Mantega explicou que o aumento da tributação sobre os bancos é compatível com o acréscimo de quase 90% nos lucros que essas instituições tiveram em 2007 em relação a 2006. Mas o deputado Ronaldo Caiado afirma que quem vai pagar a conta são os clientes dos bancos.

Notícias anteriores:
Orçamento: investimentos e saúde devem ter cortes.

Com Agência Câmara.

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