Aparentemente só o fato de ambas serem governadoras. Mas, não é só isso. De partidos antagônicos, as duas sentem na pele o que é ter que conviver com o aparelhamento políticos de governos anteriores que queriam se perpetuar no poder. Até o relacionamento da gaúcha com o seu vice é idêntico ao da paraense com o seu natural sucessor. O resultado disto não poderia ser diferente. É crise prá todo lado, mas, com uma exceção: Yeda com pouco mais de cento e poucos dias de governo tem o que mostrar, enquanto sua colega, se arrasta no terreno do imobilismo administrativo e só consegue mostrar a face mais exuberante do Pê Tê: planejar, planejar, planejar...plenária prá cá, plenária prá lá...e nada de mudanças!
Crises atormentam governo da tucana Yeda Crusius |
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Caio Cigana |
Gazeta Mercantil |
4/5/2007 |
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Além de problemas financeiros, o governo gaúcho enfrenta disputas políticas internas. Não bastasse a dificuldade financeira atravessada pelo estado, o governo Yeda Crusius (PSDB) enfrenta duas crises que envolvem o vice-governador Paulo Feijó (Democratas), o Banrisul e a área ambiental. No caso do vice, Feijó levantou uma série de suspeitas contra a gestão do presidente do Banrisul, Fernando Lemos. No episódio envolvendo o setor de meio ambiente, as pressões vêm de empresas de celulose que têm programados investimentos de R$ 8 bilhões e criticam as restrições impostas ao plantio de eucaliptos. Como conseqüência, pediu demissão ontem o presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Irineu Schneider, e a secretária estadual do Meio Ambiente, Vera Callegaro, balançou no cargo. Em rota de colisão com Yeda e com o presidente do Banrisul desde a época da campanha, Feijó tem dito que a gestão de Lemos "não resiste a uma auditoria". Semana passada, na Assembléia Legislativa, Feijó citou uma série de casos que segundo ele teriam indícios de irregularidades. Entre eles, a contratação sem licitação de uma consultoria por R$ 40 milhões, a liberação para uma empresa de uma sucessão de empréstimos sem que os primeiros fossem pagos, relações suspeitas com outros bancos e possíveis irregularidades na área de publicidade. Em resposta, o Palácio Piratini divulgou uma nota afirmando que Feijó levantou suspeitas sem comprovações, atitude que foi taxada de "irresponsável, leviana e inaceitável". Para o governo, o comportamento de Feijó foi "desequilibrado". Ontem, no novo capítulo da crise, Lemos convocou uma coletiva para rebater as acusações. Sobre a questão da consultoria, Lemos assegurou que no caso foi possível dispensar a licitação. "O Tribunal de Contas (do Estado) já examinou esta questão. Os contratos são lícitos e legais", defendeu-se Lemos. Sobre os empréstimos, disse que foram feitos antes de sua gestão. "O que fiz foi executar as garantias para receber o que era devido", assegurou. Na questão publicitária, a insinuação era de que o desenvolvimento do logotipo do banco teria custado R$ 20 milhões. Conforme Lemos, o custo foi de R$ 7,1 mil.Além da crise em si, o momento também é considerado delicado já que o Banrisul prepara uma emissão de ações para aumentar o capital da instituição e o caso poderia afetar o valor dos papéis. O governo gaúcho pretende captar até R$ 2 bilhões no mercado, sendo que a maior parte poderia entrar no caixa para ajudar a amenizar a crise financeira do estado, que há dois meses paga os salários com atraso. Na questão ambiental, Aracruz, Votorantim Celulose e Papel (VCP) e Stora Enso fazem pressão contra o estudo de zoneamento do estado que define as áreas onde podem ser plantados eucaliptos no estado. O zoneamento é considerado muito restritivo pelos grupos. Cada empresa tem planos de construir fábricas de celulose no estado, com investimentos que somam R$ 8 bilhões. As empresas ameaçam desistir das fábricas caso o zoneamento não seja revisto. VCP e Stora Enso, principalmente, adquiriram grandes extensões de terra em regiões apontadas pelo zoneamento como sensíveis ao plantio de eucaliptos. Além disso, os técnicos da Fepam são acusados de morosidade na concessão de licenças ambientais para o plantio. No outro lado da trincheira, a oposição entende que o problema foi criado porque o governo atual e o anterior anunciaram facilidades que não existiam. |
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