No Japão, a figura do imperador é quase divina, intocável. Segundo a Constituição do Japão, ele é o símbolo do Estado e da unidade do povo. Parte do caráter mítico do Império do Sol se deve ao fato de ele ser a mais antiga monarquia hereditária do mundo. Desde a ascensão do imperador Jimmu, em 11 de fevereiro do ano 660 a.C., a Casa Imperial reconheceu a existência de 125 monarcas legítimos, incluindo o atual imperador Akihito, pai do príncipe Naruhito. A história só teve conhecimento da origem da linhagem imperial japonesa por meio da análise de tumbas antigas (kofun) dos monarcas. Ainda que não seja tecnicamente um chefe de Estado, o atual imperador Akihito freqüentemente é tratado como tal em viagens e dentro do próprio país.
A família real japonesa possui 22 integrantes, e parte deles exerce tarefas de caráter social, além de obrigações cerimoniais. A ordem de sucessão ao chamado Trono do Crisântemo — o selo da Casa Imperial é representado pela flor amarela — determina que Naruhito seja o herdeiro natural, se Akihito morrer ou for considerado incapaz para o cargo. O príncipe Akishino, o segundo filho do imperador, vem em seguida. Caso nenhum dos dois possa exercer a função e como Naruhito não tem filhos homens, o império seria assumido por Hisahito, filho mais velho do príncipe Akishino. No entanto, o futuro da dinastia pode mudar caso Naruhito e a princesa Masako tenham um filho varão.
O imperador Akihito ascendeu ao trono em 7 de janeiro de 1989, com a morte de seu pai, Hirohito. O papel do imperador do Japão tem historicamente se alternado entre um posto de clérigo supremo com amplos poderes simbólicos e entre a administração imperial. Até 1945, fim da Segunda Guerra Mundial, os monarcas eram oficialmente os comandantes-em-chefe das Forças Armadas do Japão. Akihito exerce seu império a partir do Kokyo, como é conhecido o Palácio Imperial, situado no centro de Tóquio. (RC)
100 anos da imigração japonesa – poderes simbólicos
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