MST: Escalada Criminosa

Editorial Correio Braziliense

O apelo ao uso cada vez mais intenso da violência há muito caracteriza o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como organização à margem da lei. Não há como qualificá-lo de outra forma ante a invasão de propriedades, ação proibida por lei. E punida com a cessação do repasse de recursos à entidade que a desobedecer, assim também mediante suspensão por dois anos do processo desapropriatório, para efeito de reforma agrária, da área invadida. Não só o MST faz da disciplina legal papelucho digno da cesta do lixo, como recorre às armas para ir adiante na violação às regras que norteiam a retificação da estrutura fundiária do país.

São vários os episódios que atestam, ao longo dos últimos anos, a escalada criminosa do movimento. Em 21 de fevereiro, dois de seus líderes assassinaram quatro seguranças da Fazenda Consulta, em Pernambuco. Os homicídios vieram na sequência de escalada de fúria que, pela primeira vez, despertou reação indignada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, disse ser “inaceitável” a desculpa apresentada pelos bandidos de que haviam “agido em legítima defesa”. E advertiu: “Os sem-terra devem pagar pelas irregularidades que vêm cometendo”. O problema é que a advertência pairou no ar como palavras a serem levadas pelo vento.

A omissão das autoridades em cumprir a lei e, assim, pôr fim à desordem funciona como estímulo ao movimento para avançar às culminâncias da radicalização. É o que se vê agora. Sábado, em Xinguara, sul do Pará, invasores sustentaram longo tiroteio com seguranças da Fazenda Santa Bárbara (um dos donos é o banqueiro Daniel Dantas). Oito deles e um segurança foram feridos. Na mesma região, grupos ocuparam à força a Fazenda Gaúcha. Há algo inusitado e mais grave. No primeiro episódio, sem-terra usaram jornalistas como escudos humanos na troca de tiros.

Conforme sanciona a Constituição (artigo 185, inciso II), a propriedade produtiva não deve ser atingida pela reforma agrária. Mas é o imóvel rural objeto de semelhante proteção que mais atrai o ímpeto facinoroso e devastador do emessetismo. Um exemplo basta: em 8 de março de 2006, integrantes do MST invadiram fazenda da Aracruz, no Rio Grande do Sul, e demoliram os laboratórios da empresa. Materiais genéticos coletados em 20 anos de pesquisas foram destruídos.

No histórico do banditismo praticado pela organização consta um dos maiores atentados a instituições do Estado brasileiro. Em julho de 2006, com tempestuosa exibição de furor, manifestantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra, filial do MST, invadiram e depredaram a Câmara dos Deputados (21 pessoas ficaram feridas).

Não há mais tempo a perder. Ou o Estado mobiliza em medida compatível o aparato de segurança para impor a lei, ou o conflito proposto por movimentos ditos sociais mergulhará o país em verdadeira insurreição nos campos — tragédia que levará ao morticínio e ao colapso da economia rural.

Comentários

Anônimo disse…
Que instituição é essa? Quem a constituiu? Certamente não foram os famélicos da terra. A história é contada pels vencedores. Os vencedores,então, fizeram a instituição Estado burguês. Foram os latifundiários, não os camponeses pobres. Foram os grandes empresários, não os operários. Quem faz as leis, as constituições? Os parlamentares que, em sua grande maioria, são finaciados por grandes empresários e latifundiários. Nos parlamentos, representam os interesses dessas classes. Só uma pequena minoria defende os interesses dos oprimidos. O sufrágio universal, invenção da burguesia, para enganar os oprimidos que, assim, têm a ilusão de poder conquistar o poder político através do voto.
A burguesia tem ao seu dispor a violência das polícias e de suas milícias. Os oprimidos dispõem apenas de sua organização, da sua união e da justeza de sua luta. Nada têm aperder.
Anônimo disse…
O que vale para voces é a DITADURA DO PROLETARIADO ? Por favor , defina quem é o Proletáriado no Brasil.Estou postando como anônimo para evitar o "entupimento" de minha caixa postal pelos "Proletários de Biblioteca".
Anônimo disse…
Se um "sem teto" entrasse na sua casa com todos os portões fechados, (uma casa que vc comprou, pagou, reformou, investiu para deixar essa casa habitável) entrassem em bando com sua familia dentro de casa, armados de pedaços de pau e facões, fossem quebrando os vidros das janelas e estourando as portas e vc fica do lado de fora com sua familia e os "sem teto" comendo e bebendo o que é seu com a desculpa de que eles não têm onde morar, como vc se sentiria? O MST faz a mesma coisa, com a despulpa de serem lavradores (qdo na sua maioria não o são), estão apenas sendo levados por alguns agitadores, colocando mulheres e crianças de escudo na frente de uma invasão, assim que destroem a propriedade ( arrasan com casas, matam animais e muitas outras barbaridades) saem e vão pra outra invasão. O Estado é omisso, em deixar esses grupo que na verdade é uma guerrilha, agir livremente. A indignação toma conta do povo de bem, que trabalha, paga impostos e ainda indiretamente sustenta esses vagabundos (sim, vagabundos), para no futuro virem invadir sua propriedades.

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