MPF e ONGs: complô para destruir as atividades econômicas do Pará

Por Paulo Leandro Leal

O Ministério Público Federal do Pará (MPF) se tornou um braço estatal das Organizações Governamentais Ambientalistas (ONGs) estrangeiras que lutam para aniquilar a economia brasileira, em especial na Amazônia, principalmente no Estado do Pará. Como se não bastasse ser contra absolutamente todas as obras de infraestrutura necessárias ao Estado, o MPF decidiu partir diretamente para a destruição das cadeias produtivas, iniciando pela madeira e, agora, passando a centrar fogo na indústria da carne.

Neste mês, a economia do Pará sofreu uma onda de ataques organizados com o objetivo de fechar as portas do mercado internacional para os produtos paraense. Primeiro, a ONG Greenpeace divulgou um relatório sem qualquer base científica intitulado "A farra do boi na Amazônia", acusando o setor pecuário paraense de atuar na ilegalidade. O objetivo da ONG não foi outro se não pressionar os mercados nacional e internacional a não comprarem mais carne do Pará, sob o argumento de que os bois são criados em áreas de desmatamento, como se fosse possível criar gado em áreas de floresta.

Imediatamente após a divulgação do relatório, o Procurador da República Daniel Avelino ingressou com ação contra os maiores processadores de carne no estado, acusando-os de comprarem gado oriundos de desmatamento ilegal. Não por coincidência, o processo montado pelo procurador é um verdadeiro exercício de "contrl c contrl v", uma colagem do relatório do Greenpeace, sem qualquer investigação mais aprofundada. Avelino ainda mandou notificação para as maiores redes varejistas do País, ameaçando-as com processos caso continuem adquirindo carne do Pará.

É importante destacar que não há nada de errado com o boi criado no Pará. O que está errado são as leis ambientais, criadas à revelia da realidade. A maior parte do desmatamento feito para criar gado ocorreu antes das leis ambientais em vigor. Numa comparação, é como se o MPF quisesse barrar a venda dos vinhos produzidos no Sul do País, já que as plantações de uvas estão localizadas em morros com grau de inclinação acima do permitido pela lei ambiental para desmate. Uma aberração jurídica, econômica, sociológica, antropológica. Uma ação irracional.

Não é a primeira vez que o MPF age sob estrita influência, para não dizer comando, do Greenpeace. Em 2007, logo após a ONG estrangeira divulgar um relatório condenando a criação de assentamentos rurais no Oeste do Pará, o MPF ajuizou ação pedindo a interdição de 99 assentamentos do Incra. Note-se que apesar de relatórios do próprio governo demonstrarem alto índice de desmatamento em assentamentos de outros estados, somente os do Pará entraram na mira do Ministério Público Federal. Porque?

Para responder a esta pergunta, devemos mergulhar fundo no mercado global de commodities. Os assentamentos do Mato Grosso não possuem madeira como os do Pará e não podem abastecer a indústria madeireira. Os 99 assentamentos interditados iriam garantir matéria-prima legalizada para o setor florestal, inundando o mercado mundial com a boa madeira tropical da Amazônia. Agora, com a ação contra a carne paraense, com certeza exportadores de outros países estão eufóricos, ainda mais neste momento de crise e restrição do mercado.

A ação do MPF contra a carne paraense acontece num momento importante. O Pará está se livrando de uma barreira sanitária imposta pela febre aftosa. A região Sul do estado, maior produtora, já está livre da doença. Os mercados se abriram para  o Estado. Com o fim da barreira sanitária, foi preciso criar uma nova barreira: a ambiental. A conta é simples: se o gado paraense é sadio, não pode ser consumido porque vem de desmatamento ilegal e ajuda a destruir a Amazônia. É uma simplificação que funciona muito bem como barreira comercial.

Assim que o MPF notificou as redes varejistas a não comprarem mais carne do Pará, tratou  de disseminar a informação através da mídia - em sua maior parte integrante da rede ambientalista internacional - fazendo pressão. Um release distribuído pela assessoria de imprensa do MPF implora aos jornalistas que disseminem a informação na rede, não por acaso, usando a mesma linguagem do relatório do Greenpeace, inclusive falando sobre uma "farra do boi na Amazônia". O Grupo Pão de Açúcar, mair rede de varejo do país, foi o primeiro a capitular e anunciar que não compra mais a carne paraense.

O golpe foi tão forte que a governadora Ana Júlia Carepa, antes ambientalista de carteirinha, gritou alto e passou a falar a mesma língua da sua inimiga política Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária. Ana Júlia acertou o discurso ao acusar o MPF de perseguir o Pará. "O Ministério Público Federal não faz nada em Mato Grosso e em outros lugares como a Mata Atlântica, onde existem pecuaristas criando gado em área de desmatamento", disse Ana Júlia, acrescentando que  o povo do Pará não pode ser castigado por erros passados.

Apesar da reação, Ana Júlia incorre em alguns erros. Não se pode falar em "erros do passado" para classificar a pecuária paraense, que só chegou aonde estar por causa da coragem dos produtores, verdadeiros heróis. Produzir alimentos, governadora, talvez seja a atividade mais nobre do ser humano, pois sem alimentos, estamos todos condenados à extinção. Não vamos comer árvores, apesar de elas serem importantes para a vida, mas não se preocupam, o Pará, mesmo com o maior rebanho bovino, ainda possui mais de 80% de sua cobertura vegetal intacta. Não estamos destruindo nada, não cometemos erros, mas sim acertos.

Indústria da madeira também sofre duro golpe

A indústria de madeira certificada do Pará também sofreu um duro golpe esta semana, com a publicação da revista Observatório Social, pertencente a uma ONG do Sul do País controlada pela poderosa Central Única dos Trabalhadores (CUT) e organizações esquerdistas. A revista traz uma extensa "reportagem", na verdade, um ajuntamento de velhas e conhecidas denúncias com a clara intenção de fechar as portas para a madeira certificada do Pará.

A indústria da madeira não-certificada (mas nem por isso ilegal) paraense já foi praticamente aniquilada pela ação das ONGs, com a contribuição do governo, mas a madeira certificada tinha mercado garantido. A revista tenta passar a imagem de que certificação no Pará é apenas um faz-de-conta. A investigação que, diz-se, durou nove meses, concentrou-se quase exclusivamente na produção de madeira em Anapú, pegando casos isolados e antigos e fazendo uma generalização simples.

O foco da revista foi as maiores produtoras de madeira do Pará, as empresas que estão no topo da cadeira produtiva, uma vez que a base da pirâmide, formada pelas pequenas e médias empresas,  já está completamente deteriorada. Fechar as portas do mercado externo para as grandes indústrias madeireiras paraense é o que falta para destruir por completo o setor florestal do Estado. Curiosamente, a revista não faz nenhuma acusação contra a poderosa Precious Woods, madeireira holandesa acusada de grilagem justamente na região onde a revista fez a sua "investigação".

Ação - Não há dúvidas de que já passou da hora de uma ação firme contra a atuação do ambientalismo radical que visa aniquilar as forças produtivas no Pará. O governo precisa colocar a sua polícia para investigar estas ONGs. Mais, deve solicitar ao Ministério da Justiça a abertura de inquérito para investigar a ligação tão próxima do MPF e das ONGs que lutam contra a economia brasileira. ONGs estas, aliás, que estão atuando de forma ilegal na Amazônia, por não terem feito o cadastramento exigido pelo governo. Porque o MPF atua em conluio com ONGs que estão na ilegalidade?

O setor produtivo não pode mais ficar parado. É hora de reagir. É preciso mostrar a cara, produtor rural não é bandido, muito pelo contrário. É preciso ir aos meios de comunicação, exigir retratação. É preciso fazer um intenso trabalho de conscientização para abrir os olhos da sociedade, promovendo palestras em escolas, praças, igrejas, onde mais for necessário. É preciso mostrar que o Brasil ainda tem dono: os brasileiros.

Fonte: Paulo Leandro Leal

8 comentários:

Anônimo disse...

Foi o governo da Ana Júlia que escancarou as portas para essa política de aniquilamento do desenvolvimento econômico do povo do Pará, colocou o Ortega na Sema pra fechar as usinas da industria do minério paraenses, acabou com a industria pesqueira, depois a madereira e agora combate a industria da carne, ou seja toda a base da economia local, só sobra a vale, tucuruí e a bolsa familia. O pior é que esse governo é idiossincrático, não tem nem noção do que esta fazendo.

VMA

Unknown disse...

Val-Andre,
acho importante esse tipo de artigo ser divulgado para o maior número de pessoas possíveis, pois a maioria dos brasileiros vive no obscurantismo da ignorância e acredita em tudo que dizem, principalmente sobre a Amazõnia.
Dá uma espiada nesse site: http://www.amazoniaedosbrasileiros.com.br/
que tem umas coisas bem interessantes.
É isso aí! Vamos defender noso quinhão.
Abraços.

Ajuricaba disse...

Toda a economia amazônida está baseada na exploração dos recursos naturais. Logo a estratégia de preservação desses recuros arrebenta com as economias locais sem deixar alternativas equivalentes e tolhendo as esperanças dos que aqui vivem.
Como consequência o povo da Amazônia abominda o ambientalismo.

Anônimo disse...

O PENSAMENTO OFICIAL:

Pelo amor de Deus!! Vcs são loucos ou o que? Só se deu mau quem estava na ilegalidade!! Agora, se a maioria está nesse condição é outra coisa!! Essa economia que vcs se vangloreiam não emprega ninguém e nos joga a imagem da ilegalidade e do crime organizado?? Aonde que essa economia que domina o Estado à uns 30 anos nos levou??? A lugar nenhum!!! Quando é que vcs vão parar de reproduzir essa "ficção" de que a atual matriz econômica do Estado traz desenvolvimento??? Não trouxe, não traz e nunca vai trazer!! Temos que banir essa imagem de nosso Estado... Parabéns ao Ministério Público!!!

William Guimarães disse...

ANÔNIMO:
Mostre-se, não tenha medo de espor suas idéias... Aonde vc mora? Na capital? Pois saibas que a capital só existe por causa do extrativismo ou seja, exploração dos recursos naturais. Assim como no Sul e Sudeste do Brasil, me responde, qual é o primeiro recurso que se abre mão? Não é a exploração dos recursos naturais? Você que é um louco que não entende isso. Se você não quer PROGRESSO então vá morar no Gabão... Não podemos abrir mão de nosso desenvolvimento, e se isso implica em um primeiro momento cortar algumas árvores, que assim seja, pois não faz um omelete sem quebrar os ovos...
O Estado só vai conseguir algum desenvolvimento quando quebrar esses conceitos ambientalistas hipócritas. Só sabe o peso da enxada quem segura no cabo. O que não vai levar o estado a lugar nenhum é a interferência hipocrita, nefasta, terrível de um monte de gringos vindos sei lá de onde com suas bandeiras de ONGs RICAS que usam a região apenas para acumular MAIS E MAIS RECURSOS E RIQUEZAS.
Pensa Nisso...

Anônimo disse...

Prezado Val-André,

Hoje eu inseri o seguinte tópico no meu blog, que vem a dar substância a este comentário:

Amazônia e as conspirações intenacionais

Os povos da Amazônia podem estar sendo vítimas de um grande plano de desconstrução da economia regional, regido por governos internacionais, instrumentalizado por ONGs.

A Europa e os Estados Unidos são nações que subsidiam as suas respectivas atividades agrícolas. Estima-se que de todo o subsídio distribuído pelo mundo os Estados Unidos, a Europa, Japão, Turquia e Corea do Sul detenham 92%.

A viabilização da produção agrícola na Amazônia significa, por ídices produtivos e pelas características da região, uma ameaça direta ao gado australiano, à produção de grãos da Asia, ao mercado de frutas na Europa e ao etanol nos Estados Unidos.

Bloquear a produção no Brasil, através de medidas impostas por ONGs internacionais, mais do que enganosamente proteger o meio ambiente, implica em instrumentalizar um “dumping” global e multi-nacional da nossa economia, impedindo que nos tornemos independentes e fornecedores do alimento e do combustível renovável que o mundo precisa. Significa dizer que nos tornaremos uma segunda África, consolidando definitivamente o abismo econômico e social entre o hemisfério Norte rico e o Sul pobre.

Precisamos, mais do que nunca, definirmos o que queremos para o Brasil como nação: sermos competitivos e independentes ou nos conformarmos e nos entregarmos ao destino de escravos eternos.

A nossa legislação ambiental é elogiadíssima mundo a fora, mas pergunte-se que outro país adotou o nosso modelo de lei? NENHUM! É impraticável! Inviabiliza qualquer coisa! Se é boa mesmo, por que eles não adotam a mesma legislação? Não a adotam porque sabem da implicação que isso teria para eles.

Grandes ONGs podem estar firmando a derrocada da economia transamazônica, financiadas por governos que têm política agrícola protetiva, determinando o suplício do povo da Amazônia: sem renda, sem escolas, sem saúde e sem segurança.

Abramos os nossos olhos, analisemos melhor essas listas de assinaturas, vejamos melhor as propostas que estão sendo apresentadas, vejamos quem paga as contas dos Ministérios e seus projetos, vejamos também quem financia essas ONGs, pois esta Amazônia é nossa!

Anônimo disse...

O PENSAMENTO OFICIAL POSTADO FOI do secretário de desenvolvimento, ciêNcia e tecnologia do Governo do Pará, feito no blog do bacana, no tema: A Carne

Anônimo disse...

Ao ANÔNIMO.

Pensar em desenvolver qualquer região depende muito da condição do pensador. Pensador sem casa, sem alimento, sem saúde, sem segurança, sem cidadania e sem esperança, certamente tem uma idéia de desenvolvimento. Pensador que tem suas necessidades básicas atendidas, com poltrona, com TV a cabo, com internet, com saneamento tem outra visão de desenvolvimento.

Qual matriz econômica de qualquer cidade da Amazônia não se fundamente na produção primária? Legalidade se constrói com educação e informação. Tornar a Amazônia desenvolvida, sem trabalho escravo, sem uso desmedido dos recursos naturais e humanos implica em desenvolver um estado de independência econômica de míseros dólares que por aqui caem por meio de projetos pontuais e sem finalidade alguma trazidos por ONGs.

Quanto ao Gabão mencionado, não creio que lhe seria um bom lar. Penso exatamente o contrário. Penso que o ANÔNIMO devesse viver nos confins da Amazônia, com o cabo da enxada na mão, com o sol lhe ardendo à face. Penso ainda que deveria estar ao lado da castanheira com seu filho doente no colo, sem hospital, sem alimento, sem remédio: morreria-lhe o filho ou sucumbiria a castanheira?

É de se considerar esta matriz econômica como um espelho do tratamento dispensado à Amazônia, com gente fortemente dependente desses recursos, pouco valorizados, e aqui me refiro a ambos, tanto ao homem quanto às riquezas.

Ao ANÔNIMO digo ainda que este pensamento lógico para ele é minimalista para quem vive na Amazônia e leva a vida amazônica, pois tem gente que na Amazônia vive com vida de Europeu. Que tipo de pensador é o ANÔNIMO, barriga cheia ou barriga vazia? Para mim, sinceramente, não resta dúvida.

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