Lançamento dos bons
Porque Jânio Quadros condecorou Che Guevara
FUNDO DO BAÚ
A história vai do jeito que me foi contada por um ex-deputado do grupo janista. Que, por sua vez, a ouviu do ex-ministro Saulo Ramos, seu amigo, num momento de descontração e reminiscências.
Jânio acabava de assumir a Presidência da República e almoçava no Alvorada com José Aparecido, Carlos Castelo Branco e Saulo Ramos, seus assessores mais próximos. No meio do almoço seu ajudante-de-ordens veio lhe dizer que havia um importante telefonema dos Estados Unidos. O presidente vai até seu gabinete, demora alguns minutos e volta com uma expressão mais enigmática do que a de sempre. Diante da curiosidade indisfarçável dos três assessores, resolve abrir o jogo:
-Era o presidente Kenedy e queria me pedir um favor. Acho que vou atendê-lo.
O telefonema foi resumido assim. Kenedy explicou a Jânio que estava tentando aprovar no Congresso americano um projeto chamado Aliança Para o Progresso, mas que estava encontrando uma resistência muito grande.
Por isso pedia ao presidente brasileiro que condecorasse Che Guevara, que se encontrava em Punta Del Este, no Uruguai, acompanhando a reunião da OEA, junto com Raul e Fidel Castro, antes de seu regresso a Havana. A condecoração seria um argumento definitivo para mostrar aos americanos o perigo de uma cubanização da miserável América Latina, a partir do Brasil. Perigo que só poderia ser afastado com a ajuda econômica milionária dos Estados Unidos. Como contrapartida, se a proposta colasse, quem primeiro receberia uma generosa ajuda, seria o Brasil.
O pedido foi atendido, Kenedy conseguiu sensibilizar o Congresso, aprovando a Aliança Para Progresso. E o governo brasileiro recebeu uma enxurrada de dólares e tonelada de leite em pó, de péssimo gosto, por sinal.
Mas até hoje o chamado grande público acha que a inexplicável condecoração de Che Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul, a mais alta honraria nacional, foi fruto de uma decisão, digamos, etílica, do ex-presidente Jânio. Que nunca foi de esquerda.
Leonel Brizola homenageado em Sessão Solene
Chinaglia lembra trajetória política de Brizola
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, afirmou há pouco, na abertura de sessão solene em homenagem a Leonel Brizola, que o legado dele é uma inspiração permanente para todos que militam na política. Ele afirmou que, em determinado momento da história, Brizola foi a melhor síntese da esquerda brasileira. Nos mandatos exercidos como deputado, segundo Chinaglia, ele deixou a marca incontestável do nacionalismo. Para o presidente da Câmara, seus discursos duros e sua postura enérgica devem ser vistos hoje da perspectiva do tempo e da conjuntura política. "O que fica é a sua maneira de lidar com as grandes questões políticas, sempre com convicções profundas e compromissos assumidos com suas bases", completou.
Arlindo Chinaglia observou que o povo sempre esteve no centro do pensamento de Brizola, a exemplo de sua visão universalista da educação. "No Rio de Janeiro (estado do qual foi governador por duas vezes), Brizola implementou a idéia então absolutamente nova do ensino integral, de acordo com a filosofia pedagógica de Darcy Ribeiro", afirmou Chinaglia, referindo-se aos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), que, em sua opinião, representaram a materialização do sonho de Brizola de superação das injustiças e de resgate da cidadania por meio da educação.
Resistência à ditadura
O presidente da Câmara destacou, ainda, que Leonel Brizola foi um dos principais líderes da resistência à ditadura militar e que, mesmo no exílio, continuou atuando pela redemocratização do País e pela restauração do estado de direito.
A homenagem, por ocasião do 3° ano da morte de Leonel Brizola, foi proposta pelo deputado Vieira da Cunha (PDT-RS).
Jarbas Passarinho diz que não se arrepende de ter assinado o AI-5
O ex-ministro diz que não se arrepende de ter assinado o AI-5 e que há cinco desaparecidos do Araguaia que estão vivos
Por HUGO STUDART E RUDOLFO LAGO
Isto É
Sua casa, erguida num canto discreto e bucólico do bairro do Lago Norte, em Brasília, vem sendo há décadas cenário de conspirações, articulações políticas e debate de idéias. Afinal, Jarbas Passarinho é personagem proeminente do período republicano que começou com o regime militar de 64, passou pela redemocratização e prossegue pela atual fase de globalização. Coronel de artilharia, administrador cartesiano, acabou quatro vezes ministro - do Trabalho (Costa e Silva), da Educação (Médici), da Previdência (Figueiredo) e da Justiça (Collor). Leitor compulsivo, orador refinado, articulador paciente, destacou-se também como um dos grandes políticos da restauração democrática. Foi eleito senador três vezes, foi governador do Pará e chegou a presidente do Congresso. Aos 87 anos, seis livros publicados, dedica seu tempo entre dar consultoria e escrever artigos para jornais. Dias atrás, escarafunchando a memória, Passarinho se lembrou que em fins de 1973, quando terminava a guerrilha do Araguaia, o general Antônio Bandeira o procurou em segredo para pedir que abrigasse cinco presos políticos. Ele ajudou. As organizações de direitos humanos suspeitam que cinco dos guerrilheiros do Araguaia teriam recebido nova identidade e depois entrado para a lista de desaparecidos. Passarinho pode ser a chave para desnudar esse episódio ainda não resolvido da história.
Lançamento da página virtual do Museu da Câmara dos Deputados
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