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Lançamento dos bons

Brasília ganha hoje, às 19h, mais uma biblioteca: a Salomão Malina, no edifício Venâncio III, no Conic. Ali, ficará reunido o acervo pessoal do carioca Salomão Malina, o último secretário-geral do PCB antes de o partido virar PPS. Junto com a inauguração, o cientista político Gildo Marçal Brandão lançará o livro Linhagens do Pensamento Político Brasileiro que faz uma releitura da obra de intelectuais como Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freire, Caio Prado Jr, Joaquim Nabuco, Alberto Torres, entre outros.

Porque Jânio Quadros condecorou Che Guevara

FUNDO DO BAÚ

Blog do Chico Dias

A história vai do jeito que me foi contada por um ex-deputado do grupo janista. Que, por sua vez, a ouviu do ex-ministro Saulo Ramos, seu amigo, num momento de descontração e reminiscências.

Jânio acabava de assumir a Presidência da República e almoçava no Alvorada com José Aparecido, Carlos Castelo Branco e Saulo Ramos, seus assessores mais próximos. No meio do almoço seu ajudante-de-ordens veio lhe dizer que havia um importante telefonema dos Estados Unidos. O presidente vai até seu gabinete, demora alguns minutos e volta com uma expressão mais enigmática do que a de sempre. Diante da curiosidade indisfarçável dos três assessores, resolve abrir o jogo:

-Era o presidente Kenedy e queria me pedir um favor. Acho que vou atendê-lo.
O telefonema foi resumido assim. Kenedy explicou a Jânio que estava tentando aprovar no Congresso americano um projeto chamado Aliança Para o Progresso, mas que estava encontrando uma resistência muito grande.

Por isso pedia ao presidente brasileiro que condecorasse Che Guevara, que se encontrava em Punta Del Este, no Uruguai, acompanhando a reunião da OEA, junto com Raul e Fidel Castro, antes de seu regresso a Havana. A condecoração seria um argumento definitivo para mostrar aos americanos o perigo de uma cubanização da miserável América Latina, a partir do Brasil. Perigo que só poderia ser afastado com a ajuda econômica milionária dos Estados Unidos. Como contrapartida, se a proposta colasse, quem primeiro receberia uma generosa ajuda, seria o Brasil.

O pedido foi atendido, Kenedy conseguiu sensibilizar o Congresso, aprovando a Aliança Para Progresso. E o governo brasileiro recebeu uma enxurrada de dólares e tonelada de leite em pó, de péssimo gosto, por sinal.

Mas até hoje o chamado grande público acha que a inexplicável condecoração de Che Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul, a mais alta honraria nacional, foi fruto de uma decisão, digamos, etílica, do ex-presidente Jânio. Que nunca foi de esquerda.

Leonel Brizola homenageado em Sessão Solene

Foto: Bernardo Hélio
















Chinaglia lembra trajetória política de Brizola

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, afirmou há pouco, na abertura de sessão solene em homenagem a Leonel Brizola, que o legado dele é uma inspiração permanente para todos que militam na política. Ele afirmou que, em determinado momento da história, Brizola foi a melhor síntese da esquerda brasileira. Nos mandatos exercidos como deputado, segundo Chinaglia, ele deixou a marca incontestável do nacionalismo. Para o presidente da Câmara, seus discursos duros e sua postura enérgica devem ser vistos hoje da perspectiva do tempo e da conjuntura política. "O que fica é a sua maneira de lidar com as grandes questões políticas, sempre com convicções profundas e compromissos assumidos com suas bases", completou.

Arlindo Chinaglia observou que o povo sempre esteve no centro do pensamento de Brizola, a exemplo de sua visão universalista da educação. "No Rio de Janeiro (estado do qual foi governador por duas vezes), Brizola implementou a idéia então absolutamente nova do ensino integral, de acordo com a filosofia pedagógica de Darcy Ribeiro", afirmou Chinaglia, referindo-se aos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), que, em sua opinião, representaram a materialização do sonho de Brizola de superação das injustiças e de resgate da cidadania por meio da educação.

Resistência à ditadura
O presidente da Câmara destacou, ainda, que Leonel Brizola foi um dos principais líderes da resistência à ditadura militar e que, mesmo no exílio, continuou atuando pela redemocratização do País e pela restauração do estado de direito.

A homenagem, por ocasião do 3° ano da morte de Leonel Brizola, foi proposta pelo deputado Vieira da Cunha (PDT-RS).
Fonte: AG. Câmara

Jarbas Passarinho diz que não se arrepende de ter assinado o AI-5

"Faria tudo de novo"

O ex-ministro diz que não se arrepende de ter assinado o AI-5 e que há cinco desaparecidos do Araguaia que estão vivos

Por HUGO STUDART E RUDOLFO LAGO

Isto É

Sua casa, erguida num canto discreto e bucólico do bairro do Lago Norte, em Brasília, vem sendo há décadas cenário de conspirações, articulações políticas e debate de idéias. Afinal, Jarbas Passarinho é personagem proeminente do período republicano que começou com o regime militar de 64, passou pela redemocratização e prossegue pela atual fase de globalização. Coronel de artilharia, administrador cartesiano, acabou quatro vezes ministro - do Trabalho (Costa e Silva), da Educação (Médici), da Previdência (Figueiredo) e da Justiça (Collor). Leitor compulsivo, orador refinado, articulador paciente, destacou-se também como um dos grandes políticos da restauração democrática. Foi eleito senador três vezes, foi governador do Pará e chegou a presidente do Congresso. Aos 87 anos, seis livros publicados, dedica seu tempo entre dar consultoria e escrever artigos para jornais. Dias atrás, escarafunchando a memória, Passarinho se lembrou que em fins de 1973, quando terminava a guerrilha do Araguaia, o general Antônio Bandeira o procurou em segredo para pedir que abrigasse cinco presos políticos. Ele ajudou. As organizações de direitos humanos suspeitam que cinco dos guerrilheiros do Araguaia teriam recebido nova identidade e depois entrado para a lista de desaparecidos. Passarinho pode ser a chave para desnudar esse episódio ainda não resolvido da história.

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