Liberdade, liberdade!?
Aqui no Congresso Nacional, a denúncia dos repórteres da revista Veja de que teriam sido constrangidos gerou polêmica de um lado e doutro do Balcão.
A denúncia de que três de seus repórteres teriam sofrido constrangimentos na Polícia Federal em São Paulo - onde foram depor sobre matéria relativa ao caso do dossiê - causou polêmica no Plenário. O PPS e o PV divulgaram nota na qual expressam preocupação com a liberdade de imprensa e expressão no Brasil. “Entendemos que os órgãos de imprensa são livres para expressar suas posições, e lembramos que essa defesa nós a fizemos também no período da ditadura militar. Queremos enfatizar o nosso repúdio e dizer que esses fatos precisam ser amplamente e terminantemente esclarecidos em nome da liberdade de expressão e de informação do povo brasileiro”, diz a nota, que foi lida pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE).
O deputado afirmou que o PPS encaminhou requerimento à Comissão de Direitos Humanos solicitando a realização de audiência pública “para analisar as tentativas de restrição à liberdade de imprensa e informação no País”.
Liberdade de imprensa - Fernando Ferro (PT-PE) sustentou que os jornalistas não passaram por constrangimento físico e disse que vai requerer à Comissão de Ciência e Tecnologia a realização de debate sobre o papel da mídia nas eleições de 2006.
“Quero uma imprensa que preste serviço à democracia, não uma imprensa dedicada aos coronéis desse setor”, ressaltou. Nilson Mourão (PT-AC) defendeu a investigação da PF, observando que os jornalistas prestaram depoimento na presença de uma procuradora federal, “em total normalidade”. Na opinião do parlamentar, os jornalistas devem ser investigados e punidos, se cometerem erros. “A liberdade de imprensa implica responsabilidade com a verdade. E quem não publica a verdade, quem não trata dela, quem não investiga de modo verdadeiro deve ser investigado”, disse.
Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) manifestou perplexidade com o caso. O parlamentar ressaltou que a revista é um dos principais veículos de comunicação do País e não se pode pretender acusá-la de fazer política. “O PT não sabe que o exercício do poder de polícia, por intermédio da Polícia Federal, implica responsabilidade, limites e espírito público, o que às vezes falta aos governantes deste País”, disse.
Garantia da honra - Fernando Gabeira (PV-RJ) observou que a liberdade de expressão deve existir independentemente do governo, se de direita ou de esquerda. “Temos a experiência histórica de pós-vitória de as pessoas e os governos se preocuparem com as esperanças que suscitaram, com os projetos que vão desenvolver, não se preocuparem com retaliações e perseguições a jornalistas ou a órgãos que não os apoiam”, disse. Para Walter Feldman (PSDB-SP), o papel da imprensa brasileira, especificamente da Veja, é importante na identificação dos “problemas éticos que tomaram conta do País nos últimos dois anos”.
Já Eduardo Valverde (PT-RO) ressaltou que a mesma Constituição que assegura a liberdade de imprensa também estabelece garantia da imagem e da honra das pessoas. “Não podemos denegrir a honra de terceiros sob os auspícios da liberdade de imprensa. E foi isso exatamente que Veja, em conluio com um delegado da Polícia Federal, quis impingir à candidatura do presidente Lula”, afirmou.
Blindagem do presidente - Para Alberto Fraga (PFL-DF), o governo teve a seu lado “uma mídia obediente que blindou totalmente o presidente Lula, com exceção da revista Veja.” Segundo o parlamentar, como não houve meio de prejudicar a revista, a Polícia Federal fez o “papelão” de constranger e de intimidar os repórteres. “O PT voltou a seu velho estilo. Se outros são acusados, as acusações são verdadeiras, mas qualquer acusação feita ao PT são calúnias ou difamações”, disse.
Para Vicentinho (PT-SP), a Polícia Federal agiu corretamente. “Como um caso tratado como segredo de justiça é publicado? Como um delegado diz que quer ferrar o PT, os jornalistas sabem e nada dizem publicamente?”, indagou, sustentando que a Veja se transformou, durante a campanha eleitoral, em panfleto contrário à candidatura de Lula.
Na opinião do jornalista Alon Feuerwerker (leia) que pede para "tirarmos (quem?) o cavalinho da chuva. Enquanto a imprensa (ou parte dela) estiver sob ataque do poder, não contem comigo para fazer ataques à imprensa. Você sabe que eu defendo a absoluta liberdade de cada veículo veicular o que quiser. Quem estiver insatisfeito, que deixe de ler (ou de assistir). Quem se sentir ofendido, que entre na Justiça pelos seus direitos. Quem quiser mais pluralidade, que abra seu jornal ou blog. Sabem por que eu resisto a descer a lenha em jornais, revistas e tevês, ainda que muitas vezes eles mereçam? Porque duvido, sinceramente, de que as coisas andariam melhor caso alguns dos atuais críticos da mídia assumissem o controle absoluto da informação no Brasil. Talvez viéssemos a ter uma ditadura de sinal trocado. Então o mais adequado, acho eu, é defender quem está sob ataque. Prefiro sempre trabalhar pelo equilíbrio." Leia mais aqui.
Alon acertadamente, em outro trecho de seu blog comenta que emails sobre o post Inaceitável que o fizeram voltar ao assunto. Leia:
"Vou detalhar a minha posição. Jornalistas não têm qualquer obrigação de testemunhar sobre reportagens que escreveram. Por princípio. Se a autoridade policial deseja informações sobre o conteúdo de uma certa reportagem, que a leia. Se quer saber as fontes eventualmente não reveladas na reportagem, que procure investigar por meios próprios. A Constituição garante ao jornalista o direito de não revelar a identidade da fonte quando isso convier ao profissional. Se a autoridade policial acha que o jornalista cometeu um crime previsto na Lei de Imprensa, que o processe. Mas é uma violência, é um atentado ao Estado de Direito obrigar jornalistas a depor na polícia para dar mais detalhes do que escreveram ou disseram. Da minha parte, já adianto: numa situação dessas, eu entrarei na Justiça para não ter que depor. A lei me dá esse direito. Essas minhas convicções independem do que ache ou deixe de achar da Veja, da sua linha editorial ou das reportagens que publica. Como disse, é uma questão de princípio. E sobre princípios não se transige. Nunca aceitei que se cassassem deputados contra os quais não havia provas. Nunca aceitei a execução política de pessoas apenas por terem sido acusadas e por isso convir, num certo momento, a determinados propósitos. Não existe meia defesa do Estado de Direito. Tem gente que defende os próprios direitos de um modo muito competente, mas infelizmente não mostra a mesma firmeza quando estão em situação de risco os direitos dos adversários."
Este blog pensa que há um certo exagero nisso tudo e patrulhamento sem desfarçatez por setores do governo e de alguns partidos políticos.
Sol e água de côco sem atrasos
Lula curte feriadão na praia
Depois de um vôo tranqüilo e sem atrasos no Aerolula, presidente aproveitou o dia para descansar com a família no litoral baiano. Discussão sobre política e reforma ministerial só a partir da próxima semana
Em seu primeiro dia de descanso no litoral baiano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa Letícia aproveitaram o sol na manhã de ontem para tomar banho na praia de Inema, área privativa da Marinha, a 40km do centro de Salvador. Ao chegar à cidade, na quarta-feira, Lula disse ao aliado e governador eleito da Bahia, Jacques Wagner (PT), que precisava “sumir” até domingo. O presidente só pretende discutir política na próxima semana, quanto voltar a Brasília.
Mas a preferência de Lula pelo estado, como local de descanso pós-eleição, não foi digerida pelo grupo do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL), derrotado por Wagner na disputa estadual. ACM considera Lula um dos principais responsáveis pela derrota do “carlismo” baiano.
O jornal Correio da Bahia, da família de ACM, publicou ontem reportagem ironizando a permanência de Lula em Salvador durante o que chamou de “feriadão da preguiça” e do “ócio”. A reportagem destacou que o avião presidencial, o Aerolula, chegou sem atraso à Base Aérea de Salvador na noite de quarta-feira, enquanto “centenas de passageiros” esperaram “horas” para embarcar no aeroporto da cidade por causa da crise dos controladores de vôo.
Por volta de 10 horas da manhã de ontem, quando começou a chover, Lula, Marisa e um grupo de parentes e amigos chegaram à praia de Inema, se abrigando debaixo de um sombreiro na areia. Assim que o tempo abriu, o presidente e a mulher entraram no mar duas vezes. Lula ainda fez alongamento na areia, brincou de futebol com Marisa e jogou vôlei com uma criança da comitiva dele. Lula usava sunga azul-marinho e Marisa, um maiô.
Construída pela Marinha Americana durante a 2ª Guerra, a Base Naval de Aratu virou refúgio de reeleitos. Em outubro 1998, o então presidente Fernando Henrique Cardoso também escolheu a área para descansar após derrotar Lula em primeiro turno nas eleições presidenciais daquele ano.
Roseana pode integrar governo
A senadora Roseana Sarney (MA) saiu do PFL e, contrariando as expectativas do Palácio do Planalto e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não se filiará agora ao PMDB de seu pai, senador José Sarney (AP). Cotada para participar do novo ministério do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela decidiu aguardar, sem legenda, o desenrolar das articulações presidenciais para compor sua equipe. “Roseana fez o gesto de boa vontade para com o governo, se desfiliando do PFL que faz oposição a Lula, e agora pode esperar baixar a poeira”, explica um parlamentar do grupo Sarney, destacando que, ao menos por enquanto, ela não avançará além disso. Segundo ele, a senadora preferiu ganhar tempo, viajando de férias para os Estados Unidos, e só na volta, dentro de uns 10 dias, deverá definir seu destino.
Em uma demonstração de que todo o grupo Sarney está em compasso de espera, ficou acertado que o senador Edson Lobão (MA), continuará filiado ao PFL e na “trincheira da oposição”, ao menos até que o cenário político fique mais claro. Foi esse o acordo fechado na reunião do próprio Sarney com Renan e Lobão na noite de quarta-feira. O correligionário de Roseana conta que, até agora, Sarney não foi procurado pelo presidente e diz que ninguém sabe o que Lula pretende oferecer ao grupo e ao PMDB. Ele observa que, no caso de Roseana, a cautela é mais do que recomendável. Afinal, lembra o parlamentar, ela já chegou a ser sondada para assumir o ministério das Cidades e só colheu desgaste político do episódio porque, depois de meses “na chuva”, nada se confirmou. Renan contava com o rápido ingresso de Roseana no PMDB, para que o partido consolidasse o status de maior bancada do Senado e o direito de indicar o presidente da Casa.
O voto ficou mais caro
Doações ultrapassam R$ 1bilhão
Lúcio Vaz
O tucano José Serra foi campeão de arrecadação entre os candidatos a governador. Na maioria dos estados, quem mais recebeu apoio financeiro saiu vitorioso, de acordo com levantamento parcial do TSE
Dados oficiais divulgados ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral registram doações eleitorais num valor total de R$ 1 bilhão, considerando as contribuições para candidatos a governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais. O estado que mais arrecadou foi São Paulo, com R$ 230 milhões para todas as candidaturas, seguido por Minas Gerais, com R$ 110 milhões. Só as doações para os candidatos aos governos estaduais em todo o país somaram R$ 184 milhões. A campanha mais cara declarada foi a do candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, com R$ 25,9 milhões — o equivalente a R$ 2 por voto recebido. Não foram registradas ainda as doações para governadores nos estados onde houve o segundo turno. Nesses casos, o prazo final para a prestação de contas é 28 de novembro.
Em segundo lugar aparece o governador eleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), com R$ 19,4 milhões. O custo de cada voto ficou um pouco maior: R$ 2,59. O segundo colocado na disputa pelo governo mineiro, Nilmário Miranda (PT), arrecadou R$ 1,7 milhão. Cada voto do candidato petista custou R$ 0,80. Em São Paulo, o segundo colocado na disputa pelo governo estadual, o senador Aloizio Mercadante (PT), recebeu R$ 11,6 milhões em contribuições. O custo de cada voto (R$ 1,70) foi semelhante ao do candidato vencedor.
Na maioria dos estados onde os candidatos já prestaram contas, saiu vencedor aquele que arrecadou mais. No Ceará, por exemplo, o candidato eleito, Cid Gomes (PSB), irmão do ex-ministro Ciro Gomes, conseguiu mais do que o dobro do segundo colocado, o governador Lúcio Alcântara (PSDB). Foram R$ 11 milhões contra R$ 5,5 milhões. Diferença ainda maior foi registrada no Mato Grosso. O governador reeleito Blairo Maggi (PPS) arrecadou R$ 9,4 milhões, contra R$ 610 mil do senador Antero Paes de Barros (PSDB).
Reeleição
A diferença também foi expressiva no Amazonas, onde as doações do governador reeleito Eduardo Braga (PMDB) somaram R$ 8,8 milhões, contra apenas R$ 1,49 milhão do ex-governador Amazonino Mendes (PFL). No Espírito Santo, o governador reeleito Paulo Hartung (PMDB) arrecadou R$ 6,3 milhões, enquanto o segundo colocado, Sérgio Vidigal (PDT), juntou apenas R$ 1 milhão. Os dados parciais do TSE mostram também que a maioria dos governadores que tentaram a reeleição acabaram arrecadando mais do que seus adversários.
Mas há também casos de candidatos que enfrentaram o poder local e venceram a eleição, mesmo arrecadando menos. Na Bahia, o petista Jaques Wagner enfrentou o governador Paulo Souto (PFL) com uma campanha bem mais modesta. Conseguiu contribuições no valor de R$ 4,2 milhões, contra R$ 9,2 milhões do pefelista. Cada voto do petista custou R$ 1,29, enquanto cada voto dado para o governador ficou em R$ 3,40.
Em Sergipe, o ex-prefeito da capital Marcelo Déda (PT) arrecadou bem menos do que o governador João Alves (PFL), que tentava a reeleição. Foram R$ 2,2 milhões do petista contra R$ 3,8 milhões do pefelista. No Distrito Federal, mesmo enfrentando a governadora Maria Abadia (PSDB), que tinha o apoio do ex-governador Joaquim Roriz, o deputado José Roberto Arruda (PFL) conseguiu contribuições expressivas, no valor de R$ 8 milhões. Foi um dos votos mais caros do país: R$
O número
Dos 8 candidatos que disputaram a eleição presidencial, 2 — Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin — têm prazo até 28 de novembro para entregar a prestação de contas final, porque concorreram no segundo turno
Vergonha: Apagão aéreo
UMA LUZ NO APAGÃO Eduardo Militão
3/11/2006
Governo acerta o fim da operação-padrão dos controladores com a promessa de criar carreira
O risco de estender por tempo indeterminado o apagão aéreo — a crise nos aeroportos brasileiros provocada pela operação-tartaruga dos controladores de vôo — acordou o governo em pleno feriado do Dia de Finados. A madrugada caótica nas principais capitais brasileiras levou ministros de Estado a se mobilizarem ontem para evitar um desgaste ainda maior para o governo. Sete dias depois do início do procedimento-padrão, os ministros da Defesa, Waldir Pires, e do Trabalho, Luiz Marinho, negociaram o fim da greve branca dos operadores de tráfego aéreo.
No final da noite, após reunião em teleconferência, a promessa foi de que a crise no sistema aéreo acaba no domingo, quando deve cessar o efeito dominó provocado pelos controladores. A garantia é do próprio ministro Waldir Pires. Com uma carta na manga — a criação da carreira civil para os operadores — os ministros arrancaram de representantes do sindicato da categoria a garantia de que a operação acabou. O que resulta em um paradoxo: cada operador volta a monitorar 20 aeronaves, simultaneamente, o que traria riscos para o sistema de segurança do espaço aéreo brasileiro, como anunciaram os próprios controladores ao iniciar o movimento.
Além dos dois ministros, que acertaram o fim da operação-padrão com o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, participou da teleconferência o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi. Ontem, em pleno feriado, os pousos e decolagens atrasaram praticamente todos os vôos nos aeroportos brasileiros. Cerca de 600 aeronaves permaneceram em solo pelo menos durante três horas. Em alguns casos, os atrasos chegaram a ser de 15 horas. “Esperamos amanhã (hoje) um dia tranqüilo e normalizado. E um retorno no domingo, que possa ser em paz para toda população brasileira. Estamos contando com a participação dos controladores todos para a normalidade do tráfego aéreo”, afirmou Waldir Pires. “O Estado brasileiro não pode ser refém de um setor da sociedade.”
Segundo o ministro, o acordo com os controladores tem três pontos: criação de uma carreira, reajuste salarial e contratação de pessoal. Em meados da semana que vem um grupo de trabalho vai estudar a forma jurídica de criar uma carreira específica para os controladores de vôo. Os detalhes não foram fechados, mas o ministro comentou que o governo deve ser “absolutamente sensível” ao pedido de desmilitarização do setor — hoje, cerca de 80% dos profissionais pertencem às Forças Armadas.
Um reajuste, cujo valor não foi revelado, está em discussão. Ele poderia ser feito sob a forma de gratificação porque assim só os sargentos da Aeronáutica que são trabalham como controladores de vôo receberiam o aumento salarial. “A gratificação de imediato a mim me parece justa”, comentou Pires. O ministro lembrou que hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva edita medida provisória para contratar 60 controladores, inclusive pessoas aposentadas, em caráter emergencial. Esses servidores poderiam assumir os postos depois de um breve treinamento de dois a quatro dias.
Desconforto
Pires evitou comentar as declarações do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, que durante a manhã disse desconhecer a situação laboral do controladores. “Não analiso a medida dele. É uma medida de natureza da sua própria função de comando militar. Não vou julgar.” O ministro garantiu que ele fica no cargo. “Ele merece a confiança do presidente da República. Merece a nossa confiança. É um grande comandante.”
A Aeronáutica tentou resolver sem negociação a operação-padrão com a aplicação da doutrina militar, dando ordens aos subordinados. Às 8h da manhã os 149 controladores de tráfego que trabalham em Brasília foram convocados para uma reunião no Cindacta 1, onde foram redistribuídas as escalas durante todo o feriado. Na segunda-feira chegarão reforços de outros estados.
“Às 3h detectamos que o tráfego aéreo estava paralisado, e até quatro ou cinco vôos já tinham sido cancelados. Percebemos que haveria um acúmulo muito grande na manhã de quinta-feira se não fossem liberados os aviões”, explicou o comandante.
Segundo o brigadeiro, a medida foi necessária porque os controladores não atenderam ao apelo do ministro Waldir Pires para superarem as dificuldades e voltarem ao trabalho apesar de suas licenças do trabalho. Pelo menos 19 controladores apresentaram atestados médicos depois do afastamento de oito colegas durante a investigação do acidente com o avião da Gol, em 29 de setembro.
Efeito
No início da noite de ontem, as filas nos check-in das principais companhias aéreas já tinham diminuído. O tumulto do aeroporto de Brasília também tinha acalmado. Em parte porque muitos passageiros de vôos sem horário previsto para decolagem, ou que previam muitas horas de espera, foram encaminhados para hotéis da cidade. Os que chegavam para viajar no final do dia tiveram mais sorte do que quem enfrentou a confusão para chegar ao destino durante o dia. Aos poucos conseguiam embarcar.
Apesar da aparente calmaria, por volta das 18h30, todos os vôos previstos para chegar, ou sair, da capital estavam atrasados. Até esse horário, vôos como o 1898 da Gol, que deveria ter saído às 12h35 com destino a Fortaleza, não tinha decolado. Os passageiros do vôo 3709 da Tam para São Paulo também aguardavam a partida desde às 14h30. Uma hora depois, outros três vôos apareciam no painel de informações da Infraero como cancelados.
Lula refém da incompetência
A Aeronáutica provou ao ancião ministro da Defesa que a três anos alerta sobre o risco do apagão aéreo pela compulsiva falta de investimentos no setor.
O fato é que a Infraero se apossa do fundo recolhido nos bilhetes pagos pelo usuários e só o cão sabe pra onde vai o dinheiro.
São mais de 600 vôos atrasados somente hoje.
O aerolula decolou cedo pra festinha pós-vitória rumo a Bahia de todos os Wagners.
Perguntem ao Lulu se o aerolula atrasou.
País de mucambos!
Caos no JK, de novo!
Viva Lula!!
Estavam tão tristinhos
A intolerância petista e a falta de fair play
Encerrado o pleito, contado os votos e definido os vencedores temos agora que decidir o que fazer pelos próximos 4 anos. Alguns blogueiros jogaram a toalha outros estão se preparando para a resistência. Não sou muito adepto deste tipo de polarização. Acredito sim que devamos continuar a apontar as falcatruas, lutar pela ética e botar a boca no trombone.
Mas, curiosamente, a reação petista, à vitória, me faz pensar que a auto-estima deles estava bem lá no fundo do poço. Não é pra menos, considerando as trapalhadas indenfensáveis que seus líderes andaram fazendo. Desde que comecei este blog não li, em nenhum lugar, notas a respeito das pilantragens cometidas acrescidas de epitetos correlatos. Nada de filho da puta, piranha, puta, escroto. Nenhum palavrão. Nada. Jogamos duro mas jogamos com "fair play". Agora, as coisas que tenho lido por aí, postados anonimamente nos comentários, são de uma cretinice sem tamanho. Lembram muito a reação de alguma torcida, de timeco da 18° divisão, que ganha um campeonato importante com gol de mão aos 49 do segundo tempo.
Leia mais aqui.
Opinião: O Ricardo Rayol está correto. Essa moçada não tem preparo emocional, pois, falta-lhe o intelectual. Além do que só resta-lhe a ofensa pessoal quando são contrariados. O poster morre de medo
Zé Dirceu: Como era bom o meu osso
Apoiado por coleguinhas como o MST e outras bandeiras ultra radicais, o "chefe do mensalão", ex-ministro Zé Dirceu - a quinta essência do PT - prepara seu retorno, desde já, triunfal, na opinião dele, claro!
Na Da coluna Painel da Folha de S.Paulo, leia aqui (para assinantes).
"José Dirceu colocou em marcha o plano com o qual pretende entregar ao Congresso, no primeiro trimestre de 2007, um pedido de anistia da perda de seus direitos políticos. Para que ele seja aceito como proposta de iniciativa popular, é necessário obter 1,2 milhão de assinaturas. O deputado cassado, descrito na denúncia do procurador-geral da República como chefe da quadrilha do mensalão, tem procurado as direções de sindicatos e de movimentos populares para engrossar a lista de signatários. Já conversou, entre outros, com o MST, que prometeu se engajar na coleta.
De acordo com o Blog do Noblat, aliados acreditam haver mais chances de Dirceu conseguir de volta sua elegibilidade na Câmara do que na ação em curso no Supremo Tribunal Federal."
Então tá!
Senadora Heloísa Helena chama Lula de ladrão em discurso
Heloísa diz que resultado das eleições não é necessariamente sábio
Ao criticar os freqüentes discursos pronunciados após a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por membros do governo federal, em prolde uma união nacional, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) disse não aceitar a idéia de que o resultado das eleições seja necessariamente sábio.
- Não sou demagoga a ponto de dizer que qualquer decisão do povo é sábia e soberana - disse ela, em discurso nesta quarta-feira (1º).
Mesmo dizendo respeitar a decisão dos eleitores de escolherem novamente Lula, Heloísa lembrou que mais de 67 milhões de cidadãos não fizeram essa opção. Ela adiantou também que poderá concordar, junto com seu partido, em se unir ao governo em torno de assuntos importantespara o país, como saúde e educação, "mas não para compactuar com roubalheira ao patrimônio público".
- Todos unidos pelo Brasil, pela educação, pela saúde, pelo saneamento básico, pela moradia, pelo desenvolvimento econômico, pela redução dos juros. Todos estaremos juntos. Não podemos estar juntos para sermos cúmplices da roubalheira, do banditismo político, da ausência de eficácia do aparelho de Estado e desse tipo de coisa - observou.
A senadora afirmou também, ao final de seu discurso, ter ficado impressionada com a grande quantidade de dinheiro ilegal apreendido com membros do Partido dos Trabalhadores nos últimos quatro anos.
- Não sei de onde vem tanto dinheiro. Nunca vi algo assim. São dólares nas peças íntimas do vestuário masculino, são dólares nas malas pretas de um lado para outro, são dólares que vêm do narcotráfico, do crime organizado, do jogo do bicho, que vão para o paraíso fiscal pagar o publicitário do presidente, e não aparece a fonte do dinheiro - disse.
Laércio Franzon / Repórter da Agência Senado
Noutro trecho do discurso, HH abre solta o verbo e adjetivos:
Val-André Mutran
Roubalheira- Não sou demagoga a ponto de dizer que qualquer decisão do povo é sábia e soberana. Conversa! Do mesmo modo como várias vezes fiz considerações em relação às outras candidaturas, cheguei à conclusão dolorosa – que não vai me tirar a esperança – e triste – que não vai tirar minha capacidade de luta – de que, seu eu tivesse passado oito anos roubando aqui no Congresso Nacional, sendo cúmplice da roubalheira do Presidente Lula, sendo base de bajulação do Governo passado ou chafurdando na pocilga com os porcos da política, teria tido mais chance de ser eleita (...) Realmente fico impressionada! Cheguei à conclusão de que se eu tivesse passado oito anos roubando no Congresso Nacional, como muitos roubam, como o Presidente da República rouba, com certeza a vida seria muito melhor.
Desempregado, senador articula um empregão
Um suspeito no TCU
O plenário da Câmara dos Deputados vota, na semana de 20 a 24 deste mês, a indicação do senador Luiz Otávio (PMDB-PA) para o Tribunal de Contas da União (TCU).
Luiz Otávio esteve envolvido, conforme investigações da Polícia Federal, no esquema de desvio de R$ 13 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 1992.
O dinheiro deveria financiar a construção de 13 balsas para transporte fluvial. Mas as investigações da PF mostraram que a empresa Rodomar, dirigida à época por Luiz Otávio, pintou 13 balsas velhas e as apresentou como novas. Parte do dinheiro teria ido para o bolso de Luiz Otávio.
O plenário da Câmara pode aprovar ou rejeitar a indicação. Pesará a favor de Luiz Otávio a ajuda que ele deu à candidatura vitoriosa de Ana Júlia Carepa (PT-PA) ao governo do Pará. A conferir.
Nota do blog: O Noblat só esqueceu que o padrinho Jader Barbalho é quem está a mexer o mingau. Será que vai dar ponto!?Nem tomou posse e agora é a crise da segurança de vôo
A crise, ao contrário do que se pode imaginar, não se deu após o desastre do Boeging da Gol com o Legacy.
Lula ainda nem reassumiu e a bomba já estorou no seu colo.
Para quem disse que já bateu muito em FHC e que agora se comparará apenas com ele mesmo, é um ótimo começo, não acham?
Crise aérea chega ao Planalto
Rodrigo Craveiro, 1 de novembro de 2006
Correio Braziliense
Lula convoca ministros da Casa Civil e Defesa, além de autoridades da Infraero e Anac, para tratar do descontrole nos aeroportos. Governo anuncia concurso imediato para contratação de 64 funcionários
Em seu quinto dia, a crise deflagrada pelos controladores do tráfego aéreo brasileiro ganhou contornos dramáticos e envolveu até mesmo o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Por volta das 17h de ontem, Lula recebeu em seu gabinete no Planalto, em caráter de emergência, os ministros da Casa Civil, Dilma Roussef, e da Defesa, Waldir Pires, além do brigadeiro Luiz Carlos Bueno, comandante da Força Aérea.
"A situação é crítica", disse o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, ao chegar ao Planalto para a reunião, que contou ainda com dirigentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Representantes do sindicato da categoria também foram convocados para o encontro. Durante a reunião, ficou decidida a realização de um concurso público para a contratação de 64 controladores de vôo civis. De acordo com o Comando Aéreo da Aeronáutica, o edital será publicado oficialmente na segunda-feira e, numa segunda etapa, serão selecionados outros 144 profissionais.
Após as negociações, Pires disse esperar uma redução no número de atrasos de vôos para os próximos dias e destacou a natureza emocional da crise. "Quando você tem um quadro de insucesso cirúrgico e pronunciado nesse ou naquele setor, é evidente que estabelece um clima emocional, de tensões", explicou. "Pedi aos controladores ânimo e que vencessem suas tensões íntimas", acrescentou, referindo-se ao desastre com o Boeing 737-800 da Gol, em 29 de setembro.
"A vida é isso: nós nos reerguemos nas horas difíceis", afirmou Waldir Pires. Ele denunciou a "falta de garra" da categoria e descartou uma provável "operação-padrão" — em que os profissionais se limitam apenas a cumprir as normas de trabalho. Pires anunciou ainda que controladores de vôo da reserva estão sendo chamados a trabalhar. "Vamos convocar os aposentados que forem voluntários, para que eles possam fortalecer a posição de controle, e estamos abrindo concurso para fortalecer ainda mais e repor em eficiência o transporte aéreo civil no país", revelou. As autoridades também colocaram psicólogos à disposição dos profissionais. "Espero a cooperação deles", pediu o ministro.
Motivo da crise - Na reunião, os controladores de vôo não teriam feito reivindicações expressas. Lula, por sua vez, pediu que as autoridades "façam o máximo possível para a plena restauração dos vôos a serviço da população brasileira". Pires atribuiu ao sentimento da responsabilidade pela defesa da vida — comum à categoria — como o fator motivador da crise. "Os controladores disseram a mim que estavam vivendo um momento muito difícil e que estavam sob pressão", contou o ministro, antes de sublinhar que o Brasil tem um dos melhores índices de controle do mundo, comparado ao dos Estados Unidos e da Europa.
Questionado sobre os riscos de caos nos aeroportos brasileiros durante o feriado prolongado que começa amanhã, o ministro da Defesa foi evasivo. "Ninguém garante nada sobre o futuro", disse. "Nossos esforços é para devolvermos aos cidadãos o direito de terem lazer onde quiserem".
O presidente Lula e as autoridades ligadas à aviação civil anunciaram uma série de medidas para tentar reverter o quadro. Além do concurso público, ficou decidido que os funcionários formados na área de controle de tráfego aéreo tenham prioridade de transferência para o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aérea (Cindacta). Com o remanejamento de rotas, o governo pretende desviar aviões da área sob domínio do Cindacta 1, com maior trânsito, desafogando os controladores de Brasília.
"Estamos tomando todas as medidas possíveis para normalizar o serviço de transporte e simplificar o controle do espaço aéreo. Também queremos que as companhias evitem decolar aviões vazios", explicou Waldir Pires. O ministro anunciou o compartilhamento das companhias aéreas com a Anac e a redefinição dos aviões executivos. Os vôos dessas pequenas aeronaves em horários de pico estão temporariamente proibidos. Além disso, todos os vôos terão de ser autorizados pela Infraero, pelo Comando da Aeronáutica e pela Anac.
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