Balanço 2007 - Parte I
Seria ótimo se isso fosse verdade. Poderia ser se não houvesse o atropelo da não aprovação da CPMF.
Todos os investimentos salvo os programas sociais e nas rubricas constitucionais estão sob a lupa do Planejamento, Fazenda e, principalmente, nas rédeas de Congresso Nacional.
Não há garantia nem do presidente e sua poderosa caneta, de garantir tais recursos sem o aval do Congresso Nacional.
Que se abram os arquivos aos familiares
Olá, amigos,
Seguem matérias de hoje, 27/12 (leia o post abaixo), ainda sobre a decisão da juíza italiana por conta da Operação Condor. Vale a correção no texto do JB: Joca chegou ao Araguaia no Natal de 1967.
Itália, Joca, Brasil e o Natal
* Por Myrian Luiz Alves
Impressiona a correria do nosso ministro da Justiça para falar sobre a questão do pedido de extradição de agentes e militares brasileiros. Dos 13, apenas alguns nomes são citados; sete estão mortos, entre eles o general Bandeira.
Nos últimos anos, livros e livros são publicados com documentos em sua maioria "vazados" por militares, inclusive livros por eles assinados, como o do militar da Operação Sucuri. Outros trazem entrevistas, a exemplo dos livros do Luiz Maklouf, com o coronel Lício Ribeiro Maciel, e Hugo Stuart, com fontes que não se revelam.
É clara a atuação nacional da repressão ao Araguaia, que matou militantes e dirigentes do PCdoB em outras regiões do Brasil: Luís Guilhardini, Carlos Danielli, Ruy Frazão, entre outros. É clara também a decisão de eliminar, além dos comunistas, militantes da Ação Popular, como mostra o texto da Operação Marajoara, de 1974. O coronel Lício já disse que participou da prisão e morte de militantes do Molipo, no antigo estado de Goiás. O ex-sargento Santa Cruz disse que perseguiu tupamaros no estado do Amazonas.
Há uma decisão da Justiça para averiguação de todos os fatos relacionados à Guerrilha do Araguaia. Qual é o problema, afinal, para trazer os fatos à tona?
Ora, se os militares querem falar, vazar cópias de documentos, por que não são chamdados em público? Quem os proíbe de falar oficialmente? Há listas de seus nomes nas cópias dos relatórios oficiais. E vários deles são por demais conhecidos. Vangloriam-se de sua atuação. Pois que façam isso em público e mostrem que o Estado possui mais documentos e registros fotográficos do que eles, com suas lembrancinhas da guerra que servem obviamente como chantagem a oficiais mais graduados e ao próprio Estado. Ou, quem sabe, as lembrancinhas ajudam a sua própria segurança? Do que o Estado tem medo? De quem?
Há 16 anos findava uma CPI municipal que ouviu militantes, torturadores, legistas, coronéis, delegados. Fez-se um relatório que foi enviado aos órgãos competentes. Até hoje há desdobramentos não solucionados, como o pedido de busca de corpos no Araguaia. Um dos desdobramentos, realizado pela Comissão Justiça e Paz, trouxe a única identificação do Araguaia, Maria Lúcia Petit. Um de seus companheiros, Bergson Gurjão Farias, enterrado ao seu lado no Cemitério de Xambioá, teve seu corpo resgatado em 1996 e até hoje nenhum médico legista brasileiro pôde examiná-lo. Registros fotográficos das sepulturas foram feitos pelo advogado Paulo Fonteles em 1981. Paulo, o primeiro pesquisador do Araguaia seria assassinado em 1987. Os corpos do Araguaia dão medo? Por isso, ao serem retirados de túmulos, jazem em armários públicos? Revelariam crimes de poderosos? Revelariam crueldades inimagináveis feitas por homens das mais altas patentes ainda em atuação? Revelariam atuações de agentes estrangeiros em território nacional? Ou provariam apropriações particulares de terras e riquezas em detrimento de uma população violentada e até hoje cercada? E por que cercada, maltratada? Seria por conta da exploração da imensa e plural riqueza da região sudeste do Pará? Não é justamente ali, naquela porção do Brasil, que ocorrerram e ocorrem as maiores violências contra líderes rurais? As entranhas do Araguaia continuarão sendo pesquisadas por curiosos da vida política, social e econômica brasileira. Pessoas que querem saber de outras pessoas, como muitos, senão a totalidade, daqueles que tombaram no Araguaia. Além da reconstituição de fatos que ocorreram em nosso País, três dos militantes e dirigentes comunistas citados nesta mensagem, Líbero (Joca), Paulo Roberto (Amaury) e Bergson (Jorge) têm suas mães vivas. Que pena! E que vergonha nos causa a recusa em deixar ou obrigar os que têm informações contar o que se passou ou o que se passa. A começar pelos arquivos guardados nos prédios públicos. Saber fatos da história é um direito que nos cabe. Saber a vida dos que lutaram pelo Brasil afora é um direito que ainda lhes cabe. Não fosse assim, os seres humanos não fariam registros em pedras, em cavernas.
Que 2008 traga mais luz ao Brasil. Que ele possa se conhecer um pouco mais e que a política seja novamente considerada também a arte do conhecimento... É o saber que nos leva adiante. Um povo, como diria o Conselheiro, que não conhece seu passado, não consegue preparar seu futuro.
Fica, aqui, a sincronicidade cobrada pelo noticiário deste Natal de 2007: a maior emboscada dos militares contra a Guerrilha aconteceu no Natal de 1973. Nela, entre outros, tombaram dois de seus comandantes: Maurício Grabois e Gilberto Olímpio Maria. Maurício, baiano nascido judeu, liderou a bancada comunista constituinte de 1946 a instituir a liberdade de culto no País. Antes, engajou-se para a ida de brasileiros para combater o fascismo na Europa (um de seus maiores camaradas, o ítalo-brasileiro Joca, lutou para combater o fascismo aqui). Gilberto gostava de Quixote. Paulo Roberto Pereira Marques, Amaury, bancário, tratou doentes e fez partos num povoado chamado Palestina e num outro chamado Santa Cruz. Morto aos 22 anos, provavelmente naquele Natal, registrou aos 16 anos a crônica Cristo. Em outro texto, também aos 16, escreveu: "Diga seu último desejo, gritou o carrasco. Suava, tremia, agora que a morte lhe chegava perto. Quero ver as estrelas, balbuciou."
O que seria das histórias nacionais e da literatura mundial sem um Quixote?
* Myrian Luiz Alves é jornalista e pesquisadora. Ajudou nas investigações que levaram à localização de desaparecidos políticos brasileiros que foram enterrados em covas clandestinas (uma vala) no Cemitério de Perús, na Grande São Paulo e finaliza um livro sobre o militante da Guerrilha do Araguaia, cidadão italiano, Giancarlo Castiglia - o Joca.
As conexões da repressão no Brasil: guerrilha e sumiço de militantes
Repercute na grande imprensa os desdobramentos do pedido de um juiz estrangeiro para processar autoridades brasileiras envolvidas na chamada "Operação Condor", quando vários países sulamericanos patrocinados pelos Estados Unidos, empreenderam uma perseguição implacável ao opositores do regime ditatorial então instalado no país.
Jornal do Brasil – 27/12/2007
Uma luz sobre desaparecidos na época da didatura
Vasconcelo Quadros Brasília
A decisão do juiz Giancarlo Capaldo em pedir a extradição de 13 autoridades brasileiras, a maioria delas já falecida, acusados de participar da Operação Condor, trouxe à tona a história do único estrangeiro que participou efetivamente da Guerrilha do Araguaia, o italiano Líbero Giancarlo Castiglia, o Joca, que figura entre os 58 ativistas do PC do B desaparecidos na região entre 1972 e 1975, cuja naturalidade foi escondida pelos órgãos de informação das Forças Armadas em informes e relatórios produzidos à época.
- Há indícios de que Joca era visado pela Operação Condor e que por essa razão tenham escondido sua condição de cidadão italiano. A presença de agentes estrangeiros entre os militares que atuaram no Araguaia são sintomas de que a guerrilha do PC do B também era alvo da Condor - disse a jornalista Myrian Alves, que trabalha numa biografia sobre Castiglia.
Torneiro mecânico, militante do PC do B, morador no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, Castiglia foi o único estrangeiro a se incorporar no grupo que seguiu para o Araguaia. Na guerrilha, foi comandante de um dos destacamentos, o A, e depois integrou o comando militar, ao lado dos dois principais líderes do movimento, o ex-deputado Maurício Grabóis e de Ângelo Arroyo. Era muito amigo do filho de Grabóis, André, que também é desaparecido.
Os relatórios militares não cravam uma data sobre o sumiço do ativista italiano. Ele é citado pela última vez no único documento oficial sobre a guerrilha, o Relatório Ângelo Arroyo, como o militante que estava ao lado de Sueli Yomiko Kanaiama, outra guerrilheira desaparecida, em dezembro de 1973, numa área da Serra das Andorinhas, próxima ao local onde os militares realizaram o mais conhecido ataque contra a guerrilha, no Natal do mesmo ano.
Myrian Alves diz que há referências sobre a presença dele em reuniões posteriores e acha que sua execução teria ocorrido na ofensiva final militar, em outubro de 1974. Castiglia estava entre os militantes que o PC do B enviou para a China. De volta ao Brasil, chegou ao Araguaia em 1970. Foi morar num lugarejo conhecido por Faveira, município de São João do Araguaia, na mesma casa onde estavam Elza Monnerat e João Amazonas, que participaram apenas da fase preparativa da guerrilha. (Obs: Joca chegou ao Araguaia no Natal de 1967)
Amostras do sangue
A família de Castiglia retornou para a Itália depois que este desapareceu e há anos busca informações sobre seu paradeiro. Ativista comunista, sua mãe, Elena, pediu à justiça italiana que investigue o paradeiros dos restos mortais do filho e, no ano passado, entregou ao ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanosn (SEDH), Paulo Vannuchi, que esteve pessoalmente na Calábria, amostras do próprio sangue para tentar identificá-lo através do DNA de ossos que eventualmente sejam encontrados no Brasil. O pai, Luigi, antes de mudar-se para o Rio, havia sido preso na Itália, durante a 2ª Guerra Mundial, por ser militante socialista.
Na lista dos 13 brasileiros com pedido de extradição pela justiça italiana está o militar que liga a Guerrilha do Araguaia a eventuais interesses da Operação Condor. É o general Antônio Bandeira, ex-comandante do 3º Exército e o militar que organizou a repressão aos guerrilheiros do PC do B. Bandeira comandou pessoalmente as operações no Araguaia e produziu fartura de documentos em que se confirmaria que a repressão à Guerrilha do Araguaia fazia parte de uma campanha militar organizada e autorizada pelo Comando Militar do Planalto com o crivo do governo militar. Num dos documentos, Bandeira faz um detalhado relatório sobre a guerrilha e seus integrantes, mas também omite a cidania italiana de Castiglia.
[ 27/12/2007 ] 02:01
Brasileiros não podem ser extraditados
O ministro da Justiça, Tarso Genro, jogou uma ducha de água fria na pretensão da justiça italiana em extraditar os militares que ainda estão vivos e que são acusados de participar da Operação Condor, o esquema de espionagem política montado pelos governos militares, e que resultou na morte de 25 cidadãos de nacionalidade italiana desaparecidos na América do Sul entre 1973 e início dos anos 80. Segundo o ministro, a Constituição determina que nenhum brasileiro pode ser extraditado para cumprir pena em outro país. O tratado de extradição só vale para crimes comuns, mas não alcança os cidadãos nascidos no Brasil.
O pedido para extraditar 13 brasileiros, 61 argentinos, 32 uruguaios, 22 chilenos, sete bolivianos, sete paraguaios e quatro peruanos é baseado em legislação italiana que torna imprescritíveis crimes como tortura e morte por motivos políticos.
- Infelizmente o Brasil não tem (a legislação) - disse o ministro, ao justificar o impedimento legal em atender o pedido. Além da Constituição, há também a Lei de Anistia, de 1979, que retirou das cadeias ativistas políticos e permitiu a volta de exilados que enfrentaram a ditadura, mas zerou também crimes de assassinato e tortura praticados por agentes de Estado.
Genro, que sofreu perseguição política durante a ditadura, explicou que não pode tratar a questão pela opinião que tem sobre o tema. Mas frisou que qualquer decisão caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) que é a instância de poder correta para interpretar e decidir sobre o pedido da Itália. Segundo ele, o juiz Giancarlo Capaldo pode pedir informações também à Procuradoria Geral da República, mas o canal competente para dar encaminhamento à decisão é o Ministério da Justiça. O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, afirmou, no entanto, que a Constituição veda claramente a extradição para julgamento em tribunais internacionais. (V.Q.)
[ 27/12/2007 ] 02:01
OAB-Rio: ignorar crimes da ditadura é covardia
Portal Terra
SÃO PAULO - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, afirmou nesta quinta-feira que o país foi "covarde" ao não apurar os crimes da ditadura militar, cuja investigação acabou ficando para os países estrangeiros. A crítica ocorre depois de a Justiça italiana decretar a prisão de 13 brasileiros suspeitos de envolvimento em desaparecimentos e mortes ocorridas na Operação Condor, no período de ditadura.
- O Brasil, infelizmente, renunciou a averiguar o próprio passado. Como é praxe na política nacional, fez-se o acordo por cima - pacto das elites - e deixou-se de apurar os crimes da ditadura militar. A tarefa, no caso da chamada Operação Condor, ficou, ante a covardia dos nossos sucessivos governos pós período autoritário, para os países estrangeiros - disse Damous.
À Operação Condor é atribuída a responsabilidade pela formação de um sistema de inteligência para troca de informações entre as ditaduras latino-americanas sobre os oposicionistas ao regime militar. No período eram comuns as denúncias de tortura e de desaparecimento e morte de milhares de militantes dos partidos de esquerda na América do Sul.
- É de se esperar, agora, que o governo brasileiro conduza a sua própria investigação e puna os culpados. Torturas e assassinatos políticos são crimes imprescritíveis e não devem dar causa a surtos de nacionalismo extemporâneos - afirmou Damous.
Outras 146 pessoas que teriam participado do comando dos regimes militares da América do Sul entre as décadas de 70 e 80 e que teriam integrado a Operação Condor tiveram o pedido de prisão expedido pela Justiça Italiana. Dos 13 brasileiros citados, seis já estão mortos.
O Estado de S.Paulo – 27/12/2007
'Objetivo era detectar presença no Brasil de líderes estrangeiros'
Marival Chaves: ex-sargento do DOI-Codi
Segundo militar que analisou documentação, Operação Condor começou nos anos 60 e durou até década de 80
Expedito Filho, BRASÍLIA
Responsável pela leitura da documentação sobre a Operação Condor no Brasil, o ex-sargento do DOI-Codi Marival Chaves contou ao Estado que militares argentinos, chilenos, uruguaios e paraguaios viajaram ao Brasil para efetuar treinamento no início da operação. Depois dessa primeira fase, os militares brasileiros atuaram de forma conjunta com os militares das ditaduras vizinhas em ações de inteligência para monitorar, prender e até eliminar os militantes de outros países que buscavam apoio de organizações de esquerda que combatiam a ditadura.
Ele informou que a ditadura argentina chegou a pagar US$ 20 mil por mês para que o Exército brasileiro vigiasse os ativistas daquele país. Segundo Marival, a ligação estreita entre os serviços secretos do País e das nações vizinhas começou na década de 60, quando chefes e agentes chegaram a São Paulo para iniciar uma preparação.
Como é que se deu no Brasil a Operação Condor?
O CIEx (Centro de Informação do Exército), por intermédio de suas agências avançadas no Rio e em São Paulo, em conjunto com o serviço secreto do Exército e Marinha argentina, estabeleceu uma série de operações de informação, usando infiltrados desses países, para controlar ativistas que transitavam pelo território nacional.
Quem era monitorado ou vigiado de perto?
O CIEx monitorava as atividades de chilenos do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), argentinos do Movimento Peronista Montonero (MPM) e Exército Revolucionário do Povo (ERP) e uruguaios, particularmente refugiados políticos. O objetivo principal era detectar a presença no Brasil de líderes estrangeiros de organizações de esquerda, como Fernando V. Navaja, Mário Henrique. Eram expoentes, um do MPM, braço armado do peronismo.
A Operação Condor durou até que ano?
Em outubro de 1985, a estrutura foi desarticulada em virtude da ação do general Leônidas Pires Gonçalves, ministro do Exército do governo Sarney (1985/1990). Duas operações desenvolvidas pelo CIEx em conjunto com o serviço secreto da Marinha e Exército argentinos merecem destaque. Na primeira, o líder do MPM - acho que ele é desaparecido - foi preso, morto, colocado em embalagem e o corpo despachado pelas Aerolineas Argentinas, que era estatal. Na segunda, é criada uma organização política fictícia com atuação clandestina no Rio, essa é a Operação Gringo, um das financiadas pelo governo argentino. Era dirigida por um infiltrado de origem argentina, ex-ativista do MPM, que mantinha relações com refugiados estrangeiros, organizações da esquerda brasileira. Em 1982, em uma das viagens a Cuba desse agente infiltrado pela Operação Condor, os cubanos, duvidando de sua idoneidade, submeteram-no a interrogatórios, aplicando-lhe tortura. Pegaram ele e desmontaram a farsa.
Quem coordenava no Brasil a Operação Condor?
Era o escritório do Rio de Janeiro. Eram duas pessoas do CIEx, sendo uma delas o chefe, que era quem delegava as funções de ligação.
A operação abrangeu diversos governos, já que foi da década de 60 a 80. Então foram vários chefes?
Durante o tempo em que perdurou a aliança com a Argentina, o chefe do CIEx e seus similares argentinos, do Exército e da Marinha, promoveram uma série de conferências bilaterais no Brasil e nos respectivos países, deliberando estabelecimento de táticas e técnicas estratégicas unificadas para fazer face às ações que poderiam constituir risco iminente em razão da escalada do movimento comunista.
Isso é um documento?
Sim. Tudo isso são anotações e informações que eu retirei de documentos do CIEx. Eu li a operação. No CIEx eu era encarregado de ler essa operação.
E o Chile? Lá a Operação Condor foi mais violenta. Qual a relação do Brasil com o Chile?
Eu tenho notícia de que o Chile, através de seu serviço secreto, não sei se do Exército ou Marinha, plantou infiltrados em São Paulo. Desenvolveu operação com a agência do CIEx em São Paulo onde os infiltrados chilenos tinham objetivo de exercer controle sobre os chilenos que aqui estavam.
E o casal uruguaio Lílian Celibert e Universindo Diaz também foi preso a partir de informações coletadas pela Operação Condor?
Não tenho dúvidas. Eles foram presos no Rio Grande do Sul. A Operação Condor teve início na década de 60, quando os militares chilenos e argentinos vieram para o Brasil participar de treinamentos no DOI de São Paulo. O DOI de São Paulo foi que treinou. Foi o coronel Valdir Coelho. Tem início aí a ligação dos serviços secretos de Brasil, Chile e Argentina. Os uruguaios estiveram aqui no Brasil também treinando. Era treinamento de rua, de vigilância, interceptação de correspondência, de entrada - penetrar na edificação sem deixar vestígio. Aí, de fato se deu a cooperação bilateral. O Paraguai também recebeu treinamento no Brasil. Os agentes participavam de operações de rua reais e os chefes de conferências no quartel-general do então 2º Exército.
Quem é: Marival Chaves - Baiano da cidade de Castro Alves, tem 61 anos e foi sargento do DOI-Codi e do Centro de Informação do Exército (CIEx).
Marival Chaves ficou conhecido na década de 90, quando fez uma série de revelações sobre tortura e morte de presos políticos para o projeto Brasil: Nunca Mais.
O Estado de S.Paulo – 27/12/2007
Nenhum brasileiro será extraditado, avisa Tarso sobre Operação Condor
Presidente da OAB comemora decisão de juíza italiana que determinou a prisão de 13 brasileiros
Expedito Filho e Marcelo de Moraes
BRASÍLIA - Com a ressalva de que ainda não recebeu nenhuma comunicação oficial da Justiça italiana, o ministro Tarso Genro disse ontem que os 13 brasileiros acusados de participação em ações da Operação Condor não podem ser extraditados, porque há impedimento constitucional. “Nenhum brasileiro será extraditado, salvo naturalizado e em caso de crime comum. Essa é a leitura literal da norma. Que tem interpretações diferentes, tem. Aí o Supremo Tribunal Federal (STF) vai tratar. Em tese, está respondido que o Estado brasileiro tem na norma constitucional não extraditar brasileiros”, disse o ministro.
Os 13 brasileiros foram citados como supostos responsáveis pelo seqüestro de dois ítalo-argentinos em território brasileiro: Horácio Domingo Campiglia, desaparecido no Aeroporto do Galeão, no Rio, em março de 1980; e Lorenzo Ismael Viñas, desaparecido em junho do mesmo ano num ônibus, no trajeto Buenos Aires-Porto Alegre. Ambos eram montoneros.
Demonstrando certo desconforto político por causa das restrições de ordem jurídica, o ministro admitiu que há apenas uma possibilidade de os envolvidos serem processados e julgados no Brasil, já que os crimes foram cometidos um ano depois da promulgação da Lei de Anistia, que é de 1979. “É preciso verificar se os crimes foram cometidos depois da anistia”, lembrou. Ainda assim, a decisão final teria de ser do STF.
Tarso disse que ainda não recebeu a lista com os nomes dos 13 brasileiros envolvidos. Uma lista oficiosa indica que entre eles estariam oito mortos e quatro, que moravam no Rio Grande do Sul, vivos: João Oswaldo Leivas Job, ex-secretário de Segurança; Átila Rohrsetzer, ex-diretor da Divisão Central de Informações; Carlos Alberto Ponzi, coronel da reserva; e Marco Aurélio da Silva Reis, ex-chefe do Dops gaúcho. Há ainda o general Luiz Henrique, ex-chefe do Estado-Maior do 3º Exército, que não se sabe se está vivo.
O procurador da República italiano, Giancarlo Capaldo, solicitou ontem a colaboração do governo brasileiro para interrogar e facilitar a extradição dos acusados, que fazem parte da lista de 146 militares e civis sul-americanos, citados como responsáveis pela morte dos italianos detidos pela Operação Condor.
“Assim como os parentes têm o direito de saber por que as vítimas da ditadura desapareceram, é importante que os culpados paguem por seus erros, mesmo que seja 20 ou 30 anos depois”, disse Capaldo à BBC. “Esse processo nasceu na Itália porque os países unidos em torno da Operação Condor decidiram não abrir investigações sobre o assunto. A Itália está fazendo o possível para evitar a impunidade e para que operações como essa não voltem a acontecer.”
A operação, uma espécie de aliança entre Chile, Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e mais tarde a Bolívia, serviu para dizimar os ativistas e movimentos de esquerda que lutavam contra as ditaduras do Cone Sul da década de 60 até 1985.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, elogiou a decisão da Justiça italiana. “Ela fez o que há muito nos cabia fazer: mostrou a presença de feridas não cicatrizadas em nossa memória. Para que cicatrizem, é preciso que se saiba como foram abertas. E só a verdade é capaz de fazê-lo”, afirmou Britto em nota oficial.
COLABOROU ELDER OGLIARI
27/12/2007 - 10h12
Se Itália pedir, Operação Condor pode ser investigada, diz ministro
LEONARDO SOUZA
SIMONE IGLESIAS
RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo
O governo federal analisará um pedido de abertura de inquérito sobre os militares e os policiais brasileiros acusados de participar da Operação Condor, que uniu ditaduras do Cone Sul em ações de repressão caso, a Justiça italiana faça a solicitação. A chance de a iniciativa prosperar, contudo, esbarra em diversos pontos legais.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que, em tese, poderia haver o pedido da Itália, país no qual corre um processo movido por vítimas de cidadania italiana da operação. Na segunda-feira, a Justiça expediu um mandado de prisão contra 140 pessoas --inclusive 11 brasileiros, segundo disse à BBC Brasil o procurador italiano Giancarlo Capaldo. O número diverge dos 13 divulgados dia 24 por agências internacionais.
Tarso afirmou que não havia recebido pedido formal da Itália até ontem. Lembrou que a Constituição impede a extradição de brasileiros, mas citou o tratado firmado entre Brasil e Itália que permite a ambos solicitar abertura de inquérito na nação alheia.
Se houver o pedido, o ministro da Justiça analisará o caso e encaminhará despacho ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Tarso lembrou, contudo, que é preciso analisar se os crimes imputados aos brasileiros já não teriam prescrito e se a Lei de Anistia também não os livraria dos crimes atribuídos. O ministro deu a entender que dificilmente haveria algum tipo de punição aos brasileiros.
"Se o Brasil for demandado [pela Justiça italiana], o tratado nos permite instaurar ou não um inquérito. Mas existe a prescrição em concreto e a Lei de Anistia, que têm de ser consideradas", disse o ministro.
Para o ativista Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, os brasileiros deverão responder a processo no Brasil.
Ele atua desde 2005 como consultor informal da Justiça italiana no caso. Também foi testemunha das famílias dos ítalo-argentinos Horacio Campiglia e Lorenzo Viñas, que desapareceram no Brasil em 1980, o que motivou a abertura do processo na Itália.
Krischke disse acreditar que o procedimento natural é que o STF encaminhe a questão à Procuradoria Geral da República que, então, deverá pedir abertura de processo para julgá-los no Brasil.
Para ele, a Lei de Anistia brasileira não se aplica no episódio, pois são crimes internacionais. "No direito internacional não existe anistia. Dos três crimes pelos quais são acusados, homicídio, tortura e desaparecimento, apenas homicídio já prescreveu. Pelos demais, eles têm que ser julgados."
Falando em Roma à BBC Brasil, Capaldo afirmou que quer a colaboração do governo brasileiro, mas não disse se já elaborou algum pedido formal.
"Esse processo nasceu na Itália porque os países unidos em torno da Operação Condor decidiram não abrir investigações sobre o assunto. A Itália está fazendo o possível para evitar a impunidade e para que operações como essa não voltem a acontecer." Ele disse que a lista tem 11 brasileiros, dois a menos do que havia sido divulgado inicialmente.
Desaparecimentos
Os brasileiros contra os quais foram emitidas ordens de captura internacional correspondem à cadeia de comando dos órgãos de segurança do Brasil e dos Estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul à época do desaparecimento dos ítalo-argentinos Lorenzo Ismael Viñas (26 de junho de 1980) e Horacio Campiglia (12 de março de 1980).
Outros estrangeiros desapareceram no Brasil no contexto da Operação Condor, mas o processo da Itália alcança apenas os que detinham também a cidadania italiana.
Viñas, 25, que integrava o maior grupo guerrilheiro argentino, os Montoneros, foi detido num ônibus quando cruzava a fronteira da Argentina, em Paso de Los Libres, com o Brasil, em Uruguaiana (RS), e foi visto pela última vez, segundo testemunhas, numa prisão argentina, três meses depois.
Também guerrilheiro montonero, Campiglia, 31, sumiu no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, junto com a guerrilheira Monica Pinus de Binstock. Para chegar aos nomes dos brasileiros, a Justiça italiana baseou-se no depoimento dado em 1999 e na descrição feita em 2005 por escrito por Jair Krischke. Alguns dos citados já morreram, como o ex-presidente João Figueiredo (1918-1999).
27/12/2007 - 10h35
Documento dos EUA prova ação brasileira na Operação Condor
O historiador Peter Kornbluth, do Arquivo de Segurança Nacional, de Washington, afirma que o Brasil teve participação ativa na Operação Condor, uma iniciativa conjunta das ditaduras do Cone Sul na década de 70 para perseguir opositores políticos além de suas fronteiras nacionais. A declaração consta de reportagem publicada na edição desta quinta-feira da Folha de S.Paulo (íntegra exclusiva para assinantes da Folha e Uol).
O historiador Kornbluth afirma haver documentos que apontam para uma participação do Brasil mais ampla foi que "apoio logístico" e "troca de informações", como na versão corrente. Segundo ele, há relatórios do Pentágono e da Cia que descrevem o Brasil como "membro integral" da Operação Condor.
A discussão sobre a participação brasileira foi revivida por ocasião de um pedido da Justiça italiana, que expediu na segunda-feira 140 mandados de prisão contra os responsáveis pelas juntas militares e serviços de inteligência do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Peru na década de 70. Pesa contra eles a acusação de algum tipo de envolvimento com a operação conjunta das ditaduras militares da época.
No caso do Brasil, há pelo menos 11 nomes na lista italiana, de responsáveis pela cadeia de comando dos órgãos de segurança do Brasil e dos Estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul à época do desaparecimento dos ítalo-argentinos Lorenzo Ismael Viñas (26 de junho de 1980) e Horacio Campiglia (12 de março de 1980).
Não ficou um...mano!
Blog do Pagão
Assombração
Morreu a matriarca de tradicional família de São Domingos das Latas e seus herdeiros decidiram dar-lhe uma despedida digna. Um dos filhos, fazendeiro, partiu cedo para Marabá em busca da melhor urna funerária que encontrasse. Encontrou-a na Cidade Nova, caríssima, mas ele não reclamou. Aproveitou e comprou logo todos os adereços: cruz de madeira, coroas de flores, velas, e alugou os apetrechos metálicos para o velório. Tudo em ordem, os homens da funerária colocaram a urna brilhante e pesada na carroceria de camionete e as peças no banco do carona.
Descendo na direção da Nova Marabá, pouco antes da cabeceira da ponte do Itacaiúnas o fazendeiro freou para atender o cidadão que lhe acenava. Era um vizinho e amigo que há mais de semana tinha vindo à cidade divertir-se. E não perdera tempo, pelo visto: ainda estava bêbado; Queixou-se de estar liso e pediu carona para voltar.
Ora, assim que o bêbado aboletou-se na carroceria, começou a chover e meteu-se ele dentro do caixão confortável, fechou a tampa e dormiu. O motorista ainda zanzou algum tempo pela Velha Marabá, debaixo da chuva, depois seguiu para o Km-06, onde o aguardavam seis ou oito trabalhadores que ficaram em compras de material para a fazenda.
Embarcados, seguiram viagem para São Domingos na maior embalada. Mais ou menos à altura do km-12 da Transamazônica, a peãozada entreolhou-se desconfiada, alguns já com metade do corpo fora da carroceria, quando a tampa do caixão começou a mover-se. Então, quando o bêbado sentou-se de repente dentro da urna e perguntou “A chuva já passou?”, ninguém lhe respondeu.
Dizem que até hoje tem gente perdida nas matas do Taurizin. (Histórias marabanesas, inédito)
Investigações comprometidas
Em matéria assinada pelo repórter Edson Luiz publicada no Estado de Minas e no Correio Brasiliense atesta o que todos desconfiavam e sabiam: com o fim da CPMF, a PF perdeu um importante instrumento de combate ao crime financeiro.
Imposto era usado pela polícia para identificar movimentações financeiras incompatíveis com a renda de servidores. PF e Receita calculam prejuízos nas operações envolvendo a União
A cobrança da CPMF, um imposto obrigatório, permitia aos investigadores observar movimentações incompatíveis de servidores e agentes públicos. “A CPMF era um recurso considerável”, observou o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, ao anunciar ontem os números de prisões feitas pela corporação, antecipadas pelo Estado de Minas na edição de ontem. Pelos dados da PF, em 2007 foram realizadas 23 operações que tinham como alvo fraudes em licitações e corrupção de servidores, e outras 17 envolvendo lavagem de dinheiro, que tinham relação com a administração pública.
Mínimo será de R$ 408,90
Uma luz sobre desaparecidos na época da didatura
Vasconcelo Quadros
A decisão do juiz Giancarlo Capaldo em pedir a extradição de 13 autoridades brasileiras, a maioria delas já falecida, acusados de participar da Operação Condor, trouxe à tona a história do único estrangeiro que participou efetivamente da Guerrilha do Araguaia, o italiano Líbero Giancarlo Castiglia, o Joca, que figura entre os 58 ativistas do PC do B desaparecidos na região entre 1972 e 1975, cuja naturalidade foi escondida pelos órgãos de informação das Forças Armadas em informes e relatórios produzidos à época.
- Há indícios de que Joca era visado pela Operação Condor e que por essa razão tenham escondido sua condição de cidadão italiano. A presença de agentes estrangeiros entre os militares que atuaram no Araguaia são sintomas de que a guerrilha do PC do B também era alvo da Condor - disse a jornalista Myrian Alves, que trabalha numa biografia sobre Castiglia.
Torneiro mecânico, militante do PC do B, morador no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, Castiglia foi o único estrangeiro a se incorporar no grupo que seguiu para o Araguaia. Na guerrilha, foi comandante de um dos destacamentos, o A, e depois integrou o comando militar, ao lado dos dois principais líderes do movimento, o ex-deputado Maurício Grabóis e de Ângelo Arroyo. Era muito amigo do filho de Grabóis, André, que também é desaparecido.
Os relatórios militares não cravam uma data sobre o sumiço do ativista italiano. Ele é citado pela última vez no único documento oficial sobre a guerrilha, o Relatório Ângelo Arroyo, como o militante que estava ao lado de Sueli Yomiko Kanaiama, outra guerrilheira desaparecida, em dezembro de 1973, numa área da Serra das Andorinhas, próxima ao local onde os militares realizaram o mais conhecido ataque contra a guerrilha, no Natal do mesmo ano.
Myrian Alves diz que há referências sobre a presença dele em reuniões posteriores e acha que sua execução teria ocorrido na ofensiva final militar, em outubro de 1974. Castiglia estava entre os militantes que o PC do B enviou para a China. De volta ao Brasil, chegou ao Araguaia em 1970. Foi morar num lugarejo conhecido por Faveira, município de São João do Araguaia, na mesma casa onde estavam Elza Monnerat e João Amazonas, que participaram apenas da fase preparativa da guerrilha.
Amostras do sangue
A família de Castiglia retornou para a Itália depois que este desapareceu e há anos busca informações sobre seu paradeiro. Ativista comunista, sua mãe, Elena, pediu à justiça italiana que investigue o paradeiros dos restos mortais do filho e, no ano passado, entregou ao ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanosn (SEDH), Paulo Vannuchi, que esteve pessoalmente na Calábria, amostras do próprio sangue para tentar identificá-lo através do DNA de ossos que eventualmente sejam encontrados no Brasil. O pai, Luigi, antes de mudar-se para o Rio, havia sido preso na Itália, durante a 2ª Guerra Mundial, por ser militante socialista.
Na lista dos 13 brasileiros com pedido de extradição pela justiça italiana está o militar que liga a Guerrilha do Araguaia a eventuais interesses da Operação Condor. É o general Antônio Bandeira, ex-comandante do 3º Exército e o militar que organizou a repressão aos guerrilheiros do PC do B. Bandeira comandou pessoalmente as operações no Araguaia e produziu fartura de documentos em que se confirmaria que a repressão à Guerrilha do Araguaia fazia parte de uma campanha militar organizada e autorizada pelo Comando Militar do Planalto com o crivo do governo militar. Num dos documentos, Bandeira faz um detalhado relatório sobre a guerrilha e seus integrantes, mas também omite a cidania italiana de Castiglia.
O começo do fim do privilégio dos juízes
Notem que quando se quer modificar o privilégio dos acima do bem e do mal, a jeripoca pica.
Tem nada não doutos. Se esse projeto não passar, vamos apresentar outro constitucional. Chega!
Ninguém suporta mais o comportamento de todos vocês. O Festival de impunidade imoral patrocinado pelo indecente corporativismo operado pela Justiça nesse país. Jamais nesse país...
Juiz condenado pode perder aposentadoria
Fausto Macedo
Projeto de deputado extingue direito a remuneração a magistrados afastados compulsoriamente por crime
Um dos privilégios mais antigos da toga - a aposentadoria remunerada como punição disciplinar a juízes processados criminalmente - pode estar com os dias contados. Proposta de emenda constitucional em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara prevê o fim do benefício, que é exclusivo da magistratura.
“Esse é caso flagrante de privilégio porque é uma trincheira de defesa corporativa no mau sentido”, diz o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), autor do projeto. “Provoca escândalo e perplexidade o fato de que aquele que usurpou de suas competências, desonrou o Poder Judiciário e promoveu o descrédito da Justiça seja agraciado com a concessão, à guisa de punição, de um benefício pecuniário, suportado por toda a sociedade.”
A punição remunerada tem amparo na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), editada no regime militar, em 1979, mas contemplada pela Constituição de 1988. A Loman estabelece seis penas disciplinares, graduadas segundo a gravidade da “ofensa à ordem jurídica e à dignidade do cargo”: advertência, censura, remoção compulsória, disponibilidade com vencimentos proporcionais por tempo de serviço, aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais por tempo de serviço e demissão.
A aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço é aplicável ao magistrado eventualmente enquadrado em quatro situações: negligência manifesta no cumprimento dos deveres do cargo; conduta incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções; escassa ou insuficiente capacidade de trabalho, e procedimento funcional incompatível com o bom desempenho das atividades.
Nesses casos, o juiz com tempo suficiente para aposentar-se é afastado compulsória e definitivamente, recebendo proventos proporcionais ao tempo de serviço. A emenda proposta por Jungmann dá nova redação aos artigos 93, 95 e 103-B, da Constituição, para vedar a concessão de aposentadoria como medida disciplinar e estabelecer a perda de cargo de magistrado nos casos de quebra de decoro. “É do interesse de todos, inclusive dos juízes, tirar esse privilégio da sua lei orgânica porque só denigre a imagem da Justiça. É um incentivo para desvios na magistratura.”
REAÇÃO
“A proposta é inconstitucional e certamente será rejeitada”, reagiu o desembargador Sebastião Luís Amorim, presidente da Associação Paulista de Magistrados. “A aposentadoria do juiz só pode ser cassada por decisão judicial com trânsito definitivo. É dispositivo pétreo da Constituição.” Amorim destacou que a legislação já prevê que um juiz condenado a pena superior a 4 anos pode, como pena acessória, perder de vez o cargo, sem direito a remuneração.
“O pecado aí é que em alguns casos tribunais extinguem processos contra juízes que, no curso da ação, pedem aposentadoria”, anotou Mozart Valladares, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). “Isso realmente não podemos admitir. O processo tem de continuar até o fim.
Leia antes de viajar de avião
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) fez uma cartilha para os usuários do sistema aéreo do país. Intitulada "Verão no Ar 2008", a publicação traz informações sobre os direitos dos passageiros e o que fazer em casos de overbooking, atrasos e cancelamentos de vôos.
O documento entra hoje no site da Anac (www.anac.gov.br) e será distribuído a partir de janeiro nos principais aeroportos do país.
A cartilha enumera o que o passageiro deve fazer em casos como atrasos e overbooking, comuns no final de ano. É direito dele, por exemplo, ser reacomodado em caso de vôo atrasado por mais de quatro horas.
Para corroborar
Processos contra brasileiros não vão prosperar, dizem ex-ministros do STF
Dois ministros aposentados do STF (Supremo Tribunal Federal), Francisco Rezek e Carlos Velloso, dizem que o processo contra os brasileiros investigados na Operação Condor não irá prosperar, ainda que seja transferido da Itália para o Brasil.
"Sob a ótica brasileira, todos os hipotéticos crimes são anistiados. Mesmo que não fossem cobertos pela Lei da Anistia, estariam prescritos", disse Rezek. Ele descartou a possibilidade de extradição de brasileiros.
Rezek disse, porém, que "há uma situação de risco" no exterior com o eventual prosseguimento do processo e a possibilidade de prisão dos brasileiros e dos demais latino-americanos indiciados no processo, caso eles visitem a Itália ou outro país da Europa, que coopere com a repressão a crimes contra direitos humanos.
"Vivemos um momento em que o sistema de repressão internacional a crimes contra os direitos humanos está muito excitado e ao mesmo tempo um tanto confuso", afirmou. Isso favoreceria, por exemplo, a distribuição dos mandados de prisão a vários países e a colaboração de outras nações.
Outra possibilidade, segundo Rezek, é a Justiça italiana pedir que um juiz federal brasileiro tome o depoimento dos indiciados, que seriam ouvidos como testemunhas.
Rezek afirmou que o caso tem semelhança com o processo contra o ex-presidente do Chile Augusto Pinochet, que foi inicialmente conduzido pelo juiz espanhol Baltazar Garzón e depois transferido para a Justiça chilena.
Carlos Velloso também mencionou a Constituição, que proíbe a extradição de brasileiro para outro país, e a Lei de Anistia (1979), que livra de punição os que praticaram crimes políticos entre setembro de 1961 e agosto de 1979.
"Isso forçosamente cairá no vazio, porque pela lei brasileira não há crime. Ainda que houvesse, a Lei de Anistia afastaria qualquer tipificação", afirma.
Página virada
O ministro do STF Marco Aurélio Mello também diz que "o nascido aqui no Brasil responde a ação aqui". "Não podemos ficar apegados ao passado. Ele serve de inspiração, mas não há espaço para retroagir e se fazer o que não se fez. Esse problema dos regimes de exceção é página virada."
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) nacional, Cezar Britto, discorda. Para ele, a Lei da Anistia não significa amnésia e o Brasil deveria aproveitar esse momento para conhecer sua história.
"Aos que invocam a Lei de Anistia como argumento para manter debaixo do tapete o lixo da história, respondemos que anistia não é amnésia. Impede a responsabilização penal de determinados delitos, mas não que os conheçamos -e os censuremos", diz.
O advogado Belisário dos Santos Jr., especialista em direitos humanos, também vê como positiva a iniciativa da Itália. "Os crimes de tortura não prescrevem e têm jurisdição universal. Se o país onde ocorreu o crime não abriu processo, como é o caso do Brasil, a Itália pode tomar essa iniciativa."
Opinião diferente tem o professor de direito penal da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) Filipe Sarmento.
"O tempo máximo de prescrição é de 20 anos. E isso [desaparecimentos] aconteceu antes da Constituição de 1988, que estabeleceu crimes imprescritíveis. Como no Brasil a lei só retroage em benefício do réu, ele não poderia ser punido", afirma.
O presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais), Walter Nunes da Silva Jr., diz ser salutar a iniciativa italiana. Ele defende uma mudança na legislação no sentido de permitir a extradição de brasileiros. "A proibição é um atraso."
A presidente da Ajuris (Associação de Juízes do RS), Denise Oliveira Cezar, diz que os acusados só sofrerão sanções se saírem do Brasil. "Embora as penalidades sejam mais simbólicas do que reais, porque muita gente já morreu, a decisão tem o condão de responder a uma sensação de injustiça pelos casos não investigados."
Antes ou depois da Anistia: não importa
No máximo a abertura de um processo, aqui mesmo, que se arrastará a passos de cágado. Outros países vizinhos, no entanto, como Argentina e Uruguaia, processou, condenou e encarcerou os meliantes, mas, como estamos na República da Banana, com um judiciário que é uma vergonha; que simboliza atos protegidos numa caixa preta; servidores que se julgam acima do bem e do mal; classe que representa da maneira a mais vergonhosa possível o espírito de corpo, gente que só quer trabalhar se for em Castelos e não em prédios públicos com funcionalidade. Ei! Acordem. Não esperem nada de animador sobre esse assunto se depender do poder judiciário brasileiro.
Documento dos EUA prova ação brasileira
SÉRGIO DÁVILA
Papel inédito obtido no Departamento de Estado norte-americano mostra participação direta do Brasil na Operação Condor
Para o americano Peter Kornbluh, especializado em assuntos da operação, país deveria abrir seus arquivos, mas está no "fim da fila"
Sim, o Brasil participou ativamente da Operação Condor. E, sim, agora, mais do que nunca, o governo precisa abrir ao público os arquivos classificados do período do regime militar (1964-1982). As frases são do maior especialista norte-americano em Operação Condor, o historiador Peter Kornbluh, do Arquivo de Segurança Nacional, em Washington. A primeira ele prova enviando à Folha um documento que a organização não-governamental ligada à Universidade George Washington conseguiu que fosse desclassificado pelo Departamento de Estado norte-americano (veja reprodução nessa página). Autor de "The Pinochet File" (O Arquivo Pinochet, New Press, 2003), Kornbluh coordena o site recém-inaugurado da instituição dedicado à operação. A segunda ele diz em entrevistas ao jornal, ontem e anteontem. Leia abaixo:
FOLHA - O fato de brasileiros estarem na lista dos mandados de prisão expedidos pela Justiça italiana comprova uma participação mais efetiva do país na Operação Condor, algo que o regime militar sempre negou?
PETER KORNBLUH - Em nosso trabalho nos arquivos nós encontramos alguns documentos que detalham a participação do país na operação, alguns inclusive do chamado Arquivo do Terror paraguaio, que acabamos de colocar no ar. Mas, é claro, a maior fonte de informações ainda está nos arquivos do governo brasileiro, nos arquivos de inteligência militar do governo brasileiro.
FOLHA - Quanto à participação efetiva do Brasil, a versão corrente é que se tratava só de apoio logístico, troca de informações. Há documento que sugere algo diferente?
KORNBLUH - Há alguns enviados por funcionários do governo norte-americano, mas o mais importante é o que conseguimos no Departamento de Estado. Datado de 20 de julho de 1976, chega ao mesmo tempo em que relatórios da CIA e do Pentágono começam a dar uma noção mais exata ao governo dos EUA sobre as atividades da operação. [Ele lê o documento, que diz que o Brasil passaria a ser um "membro integral"; veja reprodução nessa página]. Até então, os relatórios diziam que o Brasil colaborava na Operação Condor "com exceção de operações de assassinatos". Ainda assim, pode-se argumentar que uma operação de seqüestro no Brasil acabava em assassinato do mesmo jeito.
FOLHA - Seria a "pistola fumegante", na sua opinião?
KORNBLUH - Seria, sim.
FOLHA - Por que a Argentina e o Paraguai foram mais rápidos e receptivos do que o Brasil em colocar os arquivos à disposição do público?
KORNBLUH - Houve uma retomada recente no movimento pelo direito de saber no Brasil, e esse movimento está trabalhando para pressionar o governo para desclassificar os documentos e permitir de verdade o acesso do público aos arquivos. O movimento renasceu em toda a América Latina. O Brasil está atrás de países como o Paraguai, que descobriu o chamado Arquivo do Terror nos anos 90 e desde sexta-feira o expõe ao mundo pela internet, o Chile tem uma lei de liberdade de informação que ainda não resultou na reabertura de nenhum arquivo significativo. Mas o Brasil deveria ser o líder nesse processo e até agora está no fim da fila. Suspeito que é uma questão que o governo de Lula não vê como importante para não criar uma crise ou um conflito ou um problema com os militares brasileiros. Em outros países, os militares têm sido desacreditados durante o processo. O único que lida com isso diferentemente é o Brasil, que insiste em salvaguardar os arquivos. É um direito dizer que esse é um governo civil, os arquivos do passado pertencem ao povo brasileiro.
FOLHA - Na lista de nacionalidades dos mandados de prisão não há nenhum norte-americano. Como?
KORNBLUH - Os EUA, especialmente no meio dos anos 70, certamente tinham laços com os governos da Operação Condor. Abro o meu livro com uma frase tirada do primeiro resumo secreto feito a Henry Kissinger sobre a Operação Condor, em agosto de 1976, por seu secretário assistente, Harry Shlaudeman. "Internacionalmente, os generais latinos parecem "gente nossa" ["our guys", no original em inglês]. Somos particularmente identificados com o Chile. Isso não nos vai fazer bem." Então, os EUA sabiam que tinham ligações com esses países. Mas, por toda a pesquisa que fizemos, nunca houve indicação de que funcionários do governo norte-americano estivessem diretamente envolvidos nessas atividades de seqüestros e assassinatos.
Com uma exceção. Foi a de um agente FBI, num caso muito conhecido no Chile, de Jorge Isaac Fuentes de Alarcon, que foi preso e interrogado no Paraguai por agentes da polícia secreta argentina, paraguaia e chilena e então desapareceu depois de entregue ao Chile. Aqui, um agente do FBI teve conhecimento do interrogatório e forneceu ao Chile informações sobre Alarcon.
Há ainda a questão de Kissinger, cujo papel foi questionado por juízes, inclusive no Brasil. Há alguns anos, iria receber uma medalha do governo brasileiro. A informação vazou, começou a se articular um protesto e houve indicação de que um juiz brasileiro poderia interrogá-lo. Ele cancelou a viagem.
----------------------------------------------------Militante gaúcho divulga lista com supostos réus
Carlos Marchi
Jair Krischke, militante dos direitos humanos no Rio Grande do Sul, divulgou o nome dos 13 brasileiros que, na versão dele, estão na lista dos que tiveram a prisão decretada pela Justiça italiana. Em 1999, Krischke esteve no consulado italiano em Buenos Aires depondo para autoridades italianas.
A lista, segundo Krischke, é a seguinte: generais João Batista Figueiredo (à época, presidente da República), Walter Pires (ministro do Exército), Octávio Aguiar de Medeiros (chefe do SNI), Euclydes Figueiredo Filho (comandante do 1º Exército), Edmundo Adolfo Murgel (secretário de Segurança do Rio), Antônio Bandeira (comandante do 3º Exército) e Henrique Domingues (chefe do Estado-Maior do 3º Exército); coronéis Agnello Brito (superintendente da Polícia Federal no Rio), Carlos Alberto Ponzi (chefe do SNI em Porto Alegre), Luís Macksen Rodrigues (superintendente da PF no RS), João Oswaldo Leivas Job (secretário de Segurança do RS), Átila Rohrsetzer (diretor da Divisão Central de Informações do Dops/RS), e o delegado Marco Aurélio da Silva Reis (diretor do Dops).
---------------------------------------------
ENTREVISTA - 'Objetivo era detectar presença no Brasil de líderes estrangeiros'
Expedito Filho, BRASÍLIA
Marival Chaves: ex-sargento do DOI-Codi
Segundo militar que analisou documentação, Operação Condor começou nos anos 60 e durou até década de 80
Responsável pela leitura da documentação sobre a Operação Condor no Brasil, o ex-sargento do DOI-Codi Marival Chaves contou ao Estado que militares argentinos, chilenos, uruguaios e paraguaios viajaram ao Brasil para efetuar treinamento no início da operação. Depois dessa primeira fase, os militares brasileiros atuaram de forma conjunta com os militares das ditaduras vizinhas em ações de inteligência para monitorar, prender e até eliminar os militantes de outros países que buscavam apoio de organizações de esquerda que combatiam a ditadura.
Ele informou que a ditadura argentina chegou a pagar US$ 20 mil por mês para que o Exército brasileiro vigiasse os ativistas daquele país. Segundo Marival, a ligação estreita entre os serviços secretos do País e das nações vizinhas começou na década de 60, quando chefes e agentes chegaram a São Paulo para iniciar uma preparação.
Como é que se deu no Brasil a Operação Condor?
O CIEx (Centro de Informação do Exército), por intermédio de suas agências avançadas no Rio e em São Paulo, em conjunto com o serviço secreto do Exército e Marinha argentina, estabeleceu uma série de operações de informação, usando infiltrados desses países, para controlar ativistas que transitavam pelo território nacional.
Quem era monitorado ou vigiado de perto?
O CIEx monitorava as atividades de chilenos do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), argentinos do Movimento Peronista Montonero (MPM) e Exército Revolucionário do Povo (ERP) e uruguaios, particularmente refugiados políticos. O objetivo principal era detectar a presença no Brasil de líderes estrangeiros de organizações de esquerda, como Fernando V. Navaja, Mário Henrique. Eram expoentes, um do MPM, braço armado do peronismo.
A Operação Condor durou até que ano?
Em outubro de 1985, a estrutura foi desarticulada em virtude da ação do general Leônidas Pires Gonçalves, ministro do Exército do governo Sarney (1985/1990). Duas operações desenvolvidas pelo CIEx em conjunto com o serviço secreto da Marinha e Exército argentinos merecem destaque. Na primeira, o líder do MPM - acho que ele é desaparecido - foi preso, morto, colocado em embalagem e o corpo despachado pelas Aerolineas Argentinas, que era estatal. Na segunda, é criada uma organização política fictícia com atuação clandestina no Rio, essa é a Operação Gringo, um das financiadas pelo governo argentino. Era dirigida por um infiltrado de origem argentina, ex-ativista do MPM, que mantinha relações com refugiados estrangeiros, organizações da esquerda brasileira. Em 1982, em uma das viagens a Cuba desse agente infiltrado pela Operação Condor, os cubanos, duvidando de sua idoneidade, submeteram-no a interrogatórios, aplicando-lhe tortura. Pegaram ele e desmontaram a farsa.
Quem coordenava no Brasil a Operação Condor?
Era o escritório do Rio de Janeiro. Eram duas pessoas do CIEx, sendo uma delas o chefe, que era quem delegava as funções de ligação.
A operação abrangeu diversos governos, já que foi da década de 60 a 80. Então foram vários chefes?Durante o tempo em que perdurou a aliança com a Argentina, o chefe do CIEx e seus similares argentinos, do Exército e da Marinha, promoveram uma série de conferências bilaterais no Brasil e nos respectivos países, deliberando estabelecimento de táticas e técnicas estratégicas unificadas para fazer face às ações que poderiam constituir risco iminente em razão da escalada do movimento comunista.
Isso é um documento?
Sim. Tudo isso são anotações e informações que eu retirei de documentos do CIEx. Eu li a operação. No CIEx eu era encarregado de ler essa operação.
E o Chile? Lá a Operação Condor foi mais violenta. Qual a relação do Brasil com o Chile?
Eu tenho notícia de que o Chile, através de seu serviço secreto, não sei se do Exército ou Marinha, plantou infiltrados em São Paulo. Desenvolveu operação com a agência do CIEx em São Paulo onde os infiltrados chilenos tinham objetivo de exercer controle sobre os chilenos que aqui estavam.
E o casal uruguaio Lílian Celibert e Universindo Diaz também foi preso a partir de informações coletadas pela Operação Condor?
Não tenho dúvidas. Eles foram presos no Rio Grande do Sul. A Operação Condor teve início na década de 60, quando os militares chilenos e argentinos vieram para o Brasil participar de treinamentos no DOI de São Paulo. O DOI de São Paulo foi que treinou. Foi o coronel Valdir Coelho. Tem início aí a ligação dos serviços secretos de Brasil, Chile e Argentina. Os uruguaios estiveram aqui no Brasil também treinando. Era treinamento de rua, de vigilância, interceptação de correspondência, de entrada - penetrar na edificação sem deixar vestígio. Aí, de fato se deu a cooperação bilateral. O Paraguai também recebeu treinamento no Brasil. Os agentes participavam de operações de rua reais e os chefes de conferências no quartel-general do então 2º Exército.
Quem é: Marival Chaves
Baiano da cidade de Castro Alves, tem 61 anos e foi sargento do DOI-Codi e do Centro de Informação do Exército (CIEx).
Marival Chaves ficou conhecido na década de 90, quando fez uma série de revelações sobre tortura e morte de presos políticos
para o projeto Brasil: Nunca Mais.
Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados
Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados A imagem peregrina da padroeira dos par...
-
Na próxima terça-feira, 30, a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) e entidades filiadas realizarão mais um ma...
-
Ficou para o início do mês de agosto a votação em plenário do Projeto de Lei nº 001/2007, do senador Paulo Paim (PT-RS), que estabelece a co...