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A ginástica olímpica sem medalhas do ministro tapioca
Enquanto isso o Brasil faz das tripas coração para sediar os jogos em 2014. Tudo sob o beneplático olhar de Lula ao seu ministro tapioca paga com cartão corporativo.
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A crítica construtiva contra postagem do blog
O leitor questiona:
―Vexame por que?
Todo atleta que consegue chegar em uma olimpíada tem uma história de dedicação incomum e superação pessoal. O atleta brasileiro ainda luta contra a falta de apoio e estrutura.
Acredito que a história de cada atleta que representa nosso país deve ser contada e que seus exemplos de dedicação e superação devam ser enaltecidos especialmente para os mais jovens como histórias de sucesso e não de vexame.
Danilo Caser
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Resposta do blog: Caro Danilo, antes de tudo o blog agradece a sua audiência.
Concorda quando você afirma que todo atleta que consegue chegar em uma olimpíada tem uma história de dedicação incomum e superação pessoal. O atleta brasileiro ainda luta contra a falta de apoio e estrutura.
Coconda ainda quando você discorre e afirma que: acredita que a história de cada atleta que representa nosso país deve ser contada e que seus exemplos de dedicação e superação devam ser enaltecidos especialmente para os mais jovens como histórias de sucesso e não de vexame.
Danilo o vexame ao qual o blog se refere não é a dedicação de nossos atletas. Você mesmo bem definiu a situação. O blog é frontalmente contra o investimento de dinheiro público em um país que historicamente, apesar de seu incomensurável potencial, patina num bom planejamento que efetive a sua inserção no grupo de nações que garantam um ambiente de bem-estar social.
Este governo avançou em alguns fatores, porém, é refém da ditadura financista em que os banqueiros bancam a farra da gastança pública.
Este blog não tem restrições contra a atividade capitalista, pelo contrário, mas, o que esse governo benefia é o mercado de capitais em detrimento de uma política de contenção de gastos e rigor tributário.
O que esse blog não aceita é a permissividade do lucro pelo lucro no qual operam os agentes financeiros.
O que esse blog não aceita é o governo aparelhar a máquina com uma cambada de incompetentes a titulo de se perpetuar no poder.
O blog não aceita o vexame do país não está inserido ente os dez maiores medalhistas de Pequim.
O blog jamais aceitará que os dirigentes desse país arvorem-se no direito de gastar ao bel prazer recursos que podem ser destinados para um plebiscito nacional sobre a necessidade de revisão de sua conformação geopolítica.
O blog não compactuará com lideranças que se dispuserem a criar artificialmente um estado que não existe na vida real. Empregar bilhões para sediar uma olimpíada e achar que o país não tem uma das piores saúde, educação e segurança pública entre as nações que buscam um lugar ao sol.
O blog concorda em maciços investimentos na ampliação de investimentos na ampliação de programas sociais como o bolsa família...etc.
O blog aplaudirá quando este governo cobrar os impostos dos sonegadores e das grandes fortunas.
O blog aplaudirá quado um governo, no futuro, aplicar na íntegra o orçamento aprovado pelo Congresso Nacional.
O blog será um tanto mais feliz quando esse país fizer uma reforma política e tributária que seja cumprida pelos poderosos desse país.
Para finalizar, o blog, Danilo, aplaudirá quando o ministro dos Esportes pagar de seu próprio bolso a tapioca que come.
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Obrigado à todos que amam-no e detestam-no.
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Frase da semana
Pelos Corredores do Planalto
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Ministro será responsabilizado pela morte de "bois piratas"
Resumo da ópera bufa
O Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou no dia 25 de junho a primeira apreensão de gado em área embargada, conforme determinado pelo Decreto Presidencial 6.321/2007. A operação, batizada de Boi Pirata, foi comandada pelo Ibama e apreendeu 3,5 mil cabeças de gado na Estação Ecológica Terra do Meio (uma Unidade de Conservação de Proteção Integral), estado do Pará.
O gado está sob a guarda do Ibama e houve quatro tentativas infrutíferas de leiloá-lo. Segundo Minc, os recursos seriam doados ao programa Fome Zero. Mais 14 áreas da região que abrigam cerca de 40 mil cabeças de gado estão na mira dos fiscais do Instituto. O Ministro parabenizou o Ibama pela ação e prometeu dá todo apoio para que os agentes façam valer a Lei. Confira mais detalhes sobre a operação.
Local da apreensão: Fazenda Lourilândia, localizada dentro da Estação Ecológica da Terra do Meio, município de Altamira/PA. Acessos a partir da sede do município de São Félix do Xingu. Por via terrestre: após travessia de balsa do Rio Xingu, cerca de 277 km pela estrada Transiriri. Por via aérea: 230 km da sede do Município de São Félix do Xingu até a fazenda ou 370 km da sede do Município de Altamira até a fazenda.
Responsável: Lourival Medrado Novaes dos Santos. Segundo o Ibama e a jornalista Miriam Leitão, um criminoso que ocupa área de preservação ambiental.
No dia 7 de junho o Ibama com apoio da Polícia Federal desce de helicóptero na sede da fazenda numa espetaculosa operação envolvendo aeronaves, equipes por terra e armamento para ocupar a Ossétia do Sul.
Os leitores irão acompanhar abaixo as imagens registradas pelo próprio Ibama e por um fotógrafo da Radiobrás. Imagens com fé pública.
Gado apreendido na Operação Boi Pirata em Altamira-PA
foto: Cgfis/Ibama
foto: Cgfis/Ibama
Notem a data do registro da câmara do fotógrafo: 14 de junho. O gado havia sido vacinado nesta mesma semana conforme o próprio Ibama constatou. O documento lavrado constatou o seguinte:
No local foram confirmadas as seguintes informações: Segundo funcionários da Fazenda Lourilândia, foram vacinados, por três dias seguidos durante o início da semana (09,10 e 11 de junho), 3.500 cabeças de gado, incluindo-se novilhos, bezerros, vacas e touros.
Foram encontrados no curral de vacinação, próximo à sede da Fazenda, indícios que confirmam o relatado pelos funcionários do autuado, quais sejam:
-60 frascos de vacina contra febre aftosa - eficientes na vacinação de aproximadamente 3.000 animais adultos -10 frascos de vacina contra brucelose.
-06 recipientes (litro) de vermífugos.
Foram também encontrados, além de poucos animais domésticos (algumas galinhas, poucos porcos, cachorros e gatos), 24 eqüinos (cavalos e muares) aptos para trabalho. No dia 16 de Junho, a coordenação da operação é transferida para os representantes locais do Ibama/ICMBIO, para ocupação e controle da área até a destinação final dos animais.
O Ibama obteve judicialmente a guarda do rebanho como fiel depositário. Destaco que a condição de "fiel depositário judicial" obriga o órgão ambiental à condição de único responsável pela saúde dos animais.
De acordo com as leis brasileiras, há três condições de cadeia imediata no país.
1. Crime em flagrante delito;
2. Fiel depositário que comporta-se como infiel, ou seja, desaparece com o bem à ele confiado judicialmente e
3. Não pagamento de pensão alimentícia.
Agora observem a situação do rebanho ao qual o Ibama requereu e a justiça federal assim concedeu a condição de fiel depositário do rebanho de 3.500 reses confiscadas da fazenda Laurilândia.
Situação do gado no dia 1° de agosto. Portanto, dois meses após a apreensão.
Terra do Meio (PA)/Foto: Valter Campanato/ABr
Notem o estado precário de alimentação do rebanho. O gado está magro e castigado pela falta dos nutrientes necessários à engorda.
Na seqüência de fotos abaixo, deu-se um fato no mínimo intrigante: parte do rebanho "tomou doril", literalmente sumiu. Coincide com a data da publicação do primeiro edital de oferta através da modalidade leilão virtual mandada publicar pelo Ministério de Carlos Minc.
O coordenador da Operação Boi Pirata, Weber Rodrigues Alves, afirmou que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) refez os custos de retirada do gado e baixou o valor do lance mínimo a ser ofertado no próximo leilão, marcado para terça-feira (5).
O arremate será das mais de 3 mil cabeças de gado apreendidas na Operação Boi Pirata, realizada na Estação Ecológica da Terra do Meio. O órgão levou em conta às péssimas condições das estradas e o alto custo do deslocamento.
“O custo do gado estava em torno de R$ 3 milhões e em função dessa dificuldade [de locomoção] o Ibama resolveu baixar para R$ 1,4 milhão o preço mínimo”, explicou.
O coordenador, porém, não soube precisar qual o custo da operação do Ibama, mas informou que a equipe é formada por oito agentes do Batalhão Ambiental do Pará e por agentes do instituto, com o suporte de duas caminhonetes e de um helicóptero, além de um vaqueiro contratado para cuidar das 3.146 cabeças apreendidas.
Nota do blog: Não eram 3.500 rezes?
Devido ao alto custo do deslocamento e às más condições da estrada, a alternativa dos pecuaristas é guiar o gado às margens das vias. O preço cobrado por um grupo de boiadeiros é de R$ 350 por dia. Seis boiadeiros conseguem levar até mil cabeças de gado estrada afora.
Com a retirada do gado da Estação Ecológica da Terra do Meio, a paisagem lembra a década de 50 e início da de 60, no Centro Sul do Brasil, quando as boiadas passavam pelas estradas rumo às fazendas de cria e engorda ou aos frigoríficos.
O boiadeiro Marco Antônio de Almeida Lima, lidera uma comitiva de seis vaqueiros, levando 935 cabeças de gado entre vacas, bezerros e novilhas, da Terra do Meio (PA) a uma fazenda na Vila Taboca. O gado já está na estrada há 18 dias. A previsão é de mais 10 dias de caminhada. “O gado saiu gordo e no primeiro dia andamos 22 quilômetros. Depois a marcha vai ficando mais lenta, porque o gado vai cansando e emagrecendo. Com isso a caminhada cai para dez, oito e, às vezes, até cinco quilômetros por dia”, explica Marco Antônio.
Custo do contribuinte nessa lambança – "Bois piratas" já custaram R$ 1 mi ao governo desde a apreensão. Gado morrre por falta de pasto.
Até o dia 2 de agosto o governo já havia gasto quase R$ 1 milhão para manter os "bois piratas" sob a guarda do Ibama desde a apreensão no dia 7 de junho, 65% do valor que pretende arrecadar com a venda dos animais.
Além disso, desde a primeira contagem feita, o rebanho diminuiu. O primeiro edital para a venda do gado listava 3.500 bovinos, agora são 3.046.
Três leilões foram realizados para a comercialização do gado, mas em dois não houve interessados em comprar os animais e um acabou suspenso devido à decisão da Justiça Federal.
Em relação à redução do número de animais, há a suspeita de que estejam morrendo ou sendo roubados, segundo pecuaristas ouvidos pela Folha, mas o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) argumenta que houve apenas uma recontagem. O órgão diz que cem animais, que constavam da lista anterior, estão fora de alcance de seus servidores.
O projeto de Minc é vender gado e destinar o dinheiro ao programa Fome Zero. Porém, decisão judicial e falta de compradores levaram ao fracasso três leilões.
Documento do Ibama anexado a processo judicial aponta que, até o dia 18 de julho, os gastos com a guarda dos bois era de R$ 721.733,92, entre despesas com diárias de policiais e servidores, combustível e vôos de helicóptero. A estação ecológica está a um dia e meio de barco e a duas horas de helicóptero de Altamira (PA).
As despesas são diárias e, como se passaram mais 14 dias desde o último relatório sobre gastos, o custo já está em R$ 928 mil até hoje. O Ibama estima ainda que, para retirar os bois da estação ecológica, gastaria mais R$ 400 mil, só com o transporte do gado.
Além dos mais de 3.000 bois apreendidos existem mais 30 mil animais na Estação Ecológica da Terra do Meio que também podem ser confiscados, se os fazendeiros não os retirarem da área. Se houver mais apreensões, a despesa do Ibama com essa quantidade de gado seria dez vezes maior.
Na tentativa de vender 3.046 animais, o governo abaixou o preço do gado de R$ 3,9 milhões para R$ 1,4 milhão, mas a Justiça mandou manter os lotes em R$ 3,1 milhões.
A Justiça ainda decidiu que o valor, se arrecadado, deverá ficar depositado até o fim da briga judicial. Ou seja, não há garantia de que o dinheiro do leilão fique com o Fome Zero.
Fonte: Folha Online
Após dois meses de frustadas tentativas, e quatro editais depois, vejam o que o rebanho sob a guarda do Ibama está sendo resumido.
Urubús rondam as rezes mortas por falta de comida na operação boi pirata/Terra do Meio (PA)/Foto: Valter Campanato/ABr
Terra do Meio (PA) - Bois mortos no pasto da Fazenda Lourilândia, onde 3.146 cabeças foram apreendidas durante a Operação Boi Pirata, do Ibama. O rebanho vai à leilão pela quarta vez na próxima terça-feira (5) Foto: Valter Campanato/ABr
O ministro Carlos Minc será responsabilizado criminalmente por esses acontecimentos.
O Ibama de Minc preserva a fauna brasileira como nunca antes na história desse país.
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Minc diz que há conluio de pecuaristas para vetar leilão de boi pirata
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Personalidades brasileiras: Raquel de Queiroz
as grandes personalidades da política brasileira é o foco desse esforço jornalístico.
O segundo filmete mostra a trajetória da escritora, jornalista e primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras, a magistral Raquel de Queiroz.
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Águia-PA goleia e põe a mão na vaga
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Vencedor da Licitação em Jamari sai dia 18 de agosto
As empresas Amata, Porto Júnior Construções, Sakura Indústria e Comércio de Madeiras e o consórcio liderado pela empresa Alex Madeiras são as licitantes que tiveram suas propostas classificadas na fase técnica e agora terão a proposta de preço avaliada. Para esse critério, o participante que ofertar o melhor preço poderá acumular até 400 pontos, de um total de mil.
Durantes a fase técnica, onde os licitantes podem acumular até 600 pontos, as propostas foram avaliadas da seguinte forma:
Unidade de Manejo Florestal I - 17 mil ha
Licitante Pontuação técnica
Alex Madeiras 508,95
Porto Junior 503,24
Unidade de Manejo Florestal II - 33 mil ha
Licitante Pontuação técnica
Sakura 555,92
Alex Madeiras 526,4
Porto Junior 492,13
Unidade de Manejo Florestal III - 46 mil ha
Licitante Pontuação técnica
Amata 475,58
Após o anuncio do ganhador, começa a contar o prazo de 5 dias úteis para recurso, período onde as empresas podem se manifestar caso não concordem com a decisão da Comissão Especial de Licitação. Trata-se de um direito, previsto em Lei, que garante aos participantes de processos licitatórios contestarem a decisão apresentada pelo Serviço Florestal Brasileiro.
Histórico -- O processo em questão trata da licitação para manejo sustentável na Floresta Nacional do Jamari em Rondônia, que possui 220 mil hectares, dos quais serão licitados apenas 96 mil. Essa área está divida em três unidades de manejo, com 17 mil, 33 mil e 46 mil hectares respectivamente
A abertura da licitação foi possível graças à aprovação, depois de um longo processo de audiências pública, da Lei de Gestão de Florestas Públicas (11.284/06), que definiu, entre outras regras, que áreas florestais pertencentes à União, estados e municípios não poderiam mais ser privatizadas.
Mas que deveriam ser geridas de três formas: criação de unidades de conservação, destinação para uso comunitário ou por meio de concessões de uso sustentável por até 40 anos, ficando o concessionário responsável pela integridade da área.
Concessões -- O Serviço Florestal Brasileiro abriu no dia 14 de dezembro o primeiro edital de licitação para concessões florestais para manejo sustentável do Brasil. A área beneficiada foi a Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia.
Durante os 45 dias que o edital ficou aberto, o Serviço Florestal recebeu dezenove propostas de catorze empresas dos estados de Rondônia, São Paulo, Bahia e Pará. As propostas foram abertas, em sessão pública, no dia 09 de janeiro, da qual participaram representantes das empresas, do setor público, imprensa e observadores.
Os vencedores da licitação serão apontados segundo critérios de preço e critérios socioambientais, o que é uma peculiaridade dos editais para concessão florestal. Os critérios socioambientais terão maior pontuação que o preço. Tais critérios técnicos são divididos em quatro temas: maior benefício social, menor impacto ambiental, maior eficiência e maior agregação de valor local. Eles servirão para eliminar, classificar ou bonificar as propostas.
Cada unidade de manejo florestal terá um vencedor, que assinará um contrato de 40 anos. O concessionário deverá conservar a área e poderá explorar com técnicas de manejo sustentável produtos florestais como madeira, óleos, sementes, resinas, etc, além de oferecer serviços como ecoturismo e esporte de aventura.
Os recursos arrecadados com a concessão serão empregados na fiscalização, monitoramento e controle das áreas licitadas. Uma parcela de até 30% do montante que for arrecadado com a licitação será, segundo previsto na lei, destinada ao Serviço Florestal e ao Ibama. O restante, pelo menos 70%, será destinado ao Instituto Chico Mendes -- o gestor da unidade --, ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal, ao estado de Rondônia e aos municípios onde se localizam as áreas manejadas. Esses recursos compartilhados deverão, obrigatoriamente, ser aplicados em ações de conservação e uso sustentável das florestas.
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Luiz da Motta
Analista Ambiental
Assessoria de Comunicação
Serviço Florestal Brasileiro/MMA
www.florestal.gov.br
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A outra história da Aracruz Celulose
O blog está aberto para a manifestação da Aracruz Celulose contestar o que Medeiros afirma se assim achar conveniente. Para tal, basta enviar um e-mail para valmutran@gmail.com que publicaremos a posição da empresa.
Ele sabia que aqui não era preciso se preocupar com o ambiente e a vida
| Foto: Divulgação | |
Casado com a princesa Ragnhild, irmã do rei Harald V, tinha passaporte diplomático.
Em "O homem que queria ser rei" (filme produzido em 1975), Daniel Dravot e Peachy Carnahan (Michael Caine) são dois ex-soldados na Índia quando esta estava sob o poder dos ingleses. Vivem fazendo trapaças, viajando e aplicando golpes e fazendo pequenos contrabandos. Aventureiros, resolvem ir para o Kafiristão onde Daniel Dravot realiza seu sonho: vira rei.
Erling Sven Lorentzen escolheu o Brasil. Chegou há 55 anos, quando o País vivia mergulhado em plena ditadura militar. Seu passaporte diplomático e seus aliados lhe abriram todas as portas. No palácio do Planalto se reportava ao ditador de plantão.
O norueguês sempre conheceu estratégia e sabia escolher seus aliados: era ligado a pessoas influentes, muitas das quais se tornaram ministros. Um deles, Antonio Dias Leite, foi ministro das Minas e Energia, entre 1969 e 1973, e teve sucesso no governo do general Costa e Silva. Embora no governo esquerdista de Jango tivesse importante cargo na Vale, então uma gigantesca empresa estatal.
Lorentzen sabia que uma espécie anã na Austrália, onde era nativa, virava uma árvore gigante no Brasil. Sabia que no Espírito Santo a água era abundante, o solo rico. Que aqui o sol brilha o ano inteiro. Estas condições permitiam que o eucalipto, a espécie exótica no Brasil, crescesse como em nenhum outro lugar do planeta.
Sabia da possibilidade de transformar o eucalipto em celulose. Esta, matéria-prima principalmente do papel higiênico, de tão amplo e conhecido consumo no mundo inteiro.
| Foto: Apoena | |
Lorentzen sabia que no Brasil não precisava ter nenhuma preocupação com os impactos ambientais que a produção da celulose causaria, entre estes a liberação de dioxinas, uma substância altamente cancerígena.
Seus aliados em Brasília haviam destacado para o comando do Espírito Santo, no grau de governadores biônicos - nomeados por eles, e não eleitos pelo voto do povo - pessoas como o advogado Cristiano Dias Lopes e o engenheiro Arthur Carlos Gerhardt Santos.
Arthur Carlos Gerhardt Santos foi o principal aliado de Lorentzen no Espírito Santo. Foi ele quem começou a preparar o terreno para o domínio da empresa que viria a ser constituída em abril de 1972, a Aracruz Celulose.
Arthur Carlos Gerhardt Santos à frente do Banco de Desenvolvimento do Estado, atual Bandes, no governo Christiano Dias Lopes Filho (final dos anos 60), foi quem fez toda a trama para entregar grande parte do território capixaba à Aracruz Celulose. A preço praticamente simbólico, as terras foram vendidas a 10 décimos de centavos o metro quadrado (a moeda, da época, era ainda o cruzeiro).
E de quem eram as terras compradas pela Aracruz Celulose com a armação dos governos do Espírito Santo e dinheiro do governo federal?
As terras indígenas que lhes restaram nas últimas décadas totalizavam cerca de 40 mil hectares. Quando a Aracruz Celulose tomou posse da terra dos índios, o seu território não estava mais inteiro. Os índios já dividiam parte dele com posseiros, que chegaram nos anos 40, e que se aproveitaram do sistema deles de rodízio de plantio agrícola para se instalar em pequenas glebas, dedicando-se ao fabrico do carvão vegetal para a Companhia Ferro e Aço (hoje Belgo, da transnacional ArcelorMittal).
O Sindicato do Crime em cena
| Foto: Ricardo Medeiros | |
A tomada das terras indígenas não foi gratuita. Nesta época, Arthur Carlos Gerhardt Santos - cujo grau de cumplicidade com a Aracruz Celulose era de tal monta, que foi ser seu presidente logo após deixar o governo do Estado - já era governador.
Lorentzen sabia que era estratégico, da parte da Aracruz Celulose, tirar primeiro os posseiros do território indígena. Através do seu chefe de segurança, coronel PM Argeu Furtado, trouxe para a área o major Orlando Cavalcante com o seu grupo de militares. Por essa ocasião, o major já era um dos oficiais mais temidos da Polícia Militar e acostumado a lidar com posseiros no interior do Estado em favor dos grandes proprietários. Agia como integrante de uma entidade criminosa conhecida como Sindicato do Crime.
Prendendo, torturando, espancando, ele não só retirou todos os posseiros de suas posses como também extraiu, com a cumplicidade dos cartórios, toda a documentação necessária para legalizar a transferência das terras para a Aracruz sem alusão a terrenos indígenas. Uma artimanha utilizada que transformou esses posseiros em donos das terras Tupinikins. Os índios então se dispersaram. Os que ficaram se concentraram em apenas quatro aldeias (existiam 32 na região).
A Aracruz Celulose de Lorentzen, para preparar o terreno para plantios de imensos eucaliptais, a matéria-prima por excelência da celulose e que fica pronta para produção em sete anos (na Europa são décadas), foram destruídos pelo menos 50 mil hectares de mata atlântica primária ou em avançado estágio de regeneração, com tudo o que estivesse no local, por correntões puxados por dois tratores.
Devastação em fotos
| Foto: Ricardo Medeiros | |
Fotos, entre as quais da Força Aérea Brasileira (FAB) feitas antes e depois da implantação da empresa, provam a devastação da mata nativa. A destruição de toda a biodiversidade na área é de fácil verificação em solo.
Só em 2008 os índios conseguiram recuperar 18.027 hectares do que foi tomado.
Com sua idéia na cabeça, Lorentzen também sabia que precisava de muita terra para abastecer suas futuras fábricas. Havia quilombolas no norte do Estado e todo o seu território para conquistar.
Na sua estratégia para afastar os quilombolas de seus territórios, mais uma vez a empresa de Lorentzen emprega mão-de-obra bandida: usou como seu principal testa-de-ferro o tenente Merçon, do Exército. No máximo, o militar consentia em pagar valores irrisórios aos que resistiam.
Os negros então foram forçados a abandonar cerca de 50 mil hectares, principalmente no norte do Estado, no antigo território de Sapê do Norte, formado pelos municípios de Conceição da Barra e São Mateus.
As pesquisas realizadas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) apontam que os negros foram forçados a abandonar suas terras: em Sapê do Norte existiam centenas de comunidades na década de 70, e hoje restam 37. Ainda na década de 70, pelo menos 12 mil famílias de quilombolas habitavam o norte do Estado: atualmente resistem, entre os eucaliptais, canaviais e pastos, cerca de 1,2 mil famílias.
| Foto: Ricardo Medeiros | |
Nos seus territórios foram plantados eucaliptos, com emprego de gigantescas quantidades de agrotóxicos, que formam um mar de venenos agrícolas na região. Os poucos quilombolas que resistiram em minúsculas áreas em meio aos eucaliptais - que desertificam o solo, acabando com a água - são contaminados pelos agrotóxicos. Muitos morreram!
Quatro décadas depois, os quilombolas ainda lutam para retomar o seu território de Lorentzen.
Mutilados e abandonados
Dos trabalhadores da Aracruz Celulose, centenas, senão milhares, ficaram mutilados e foram abandonados pela empresa.
A Aracruz Celulose de Lorentzen, ainda com favores da ditadura militar e de seus agentes no Espírito Santo, também ocupou e explora terras devolutas, cuja destinação por lei tem de ser para a reforma agrária, como as da fazenda Agril.
Lorentzen tinha como meta construir uma gigantesca fábrica, e sabia onde obter o dinheiro. Durante a ditadura militar, em situação desfavorável para a celulose no mercado internacional, o governo brasileiro assumiu a construção das fábricas no Espírito Santo. Depois, com o mercado internacional reaquecido, praticamente doou a maioria das ações ao setor privado.
Hoje a Aracruz Celulose é do grupo Lorentzen (28%), Safra (28%) e Votorantim (28%) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES (12,5%).
Da mesma maneira que ganhou as fábricas, também recebeu um porto, o Portocel, em Aracruz, para movimentar suas cargas.
| Foto: Apoenao | |
Lorentzen sabe que é vantajoso continuar com a parceria do governo federal. Na composição acionaria da empresa, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem 12,5% das participações. De todos os governos federais o norueguês recebeu e recebe favores. Foi assim também na construção da Veracel.
A produção das usinas da Aracruz Celulose no País já superam 3 milhões de toneladas anuais de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto. Além das unidades de Barra do Riacho, em Aracruz, tem fábricas em Guaíba, no Rio Grande do Sul, e a Veracel, na Bahia. E vai construir três outras em Minas Gerais. A empresa vai aumentar sua produção para sete milhões de toneladas anuais de celulose, pois o mercado continua ávido.
Generosidade com políticos
Lorentzen sabe que é preciso ser generoso com os políticos. Ajuda a praticamente todos, como o governador Paulo Hartung, no Espírito Santo, senadores, deputados federais e estaduais, vereadores, prefeitos. Até as campanha dos presidentes da República recebem recursos da empresa.
Sua idéia na cabeça é fixa. Vai crescendo o seu poder. Seus bajuladores parecem formar um exército incontável. Ainda com o sotaque norueguês, Lorentzen subiu à tribuna da Assembléia Legislativa capixaba para agradecer os elogios: "Tenho muita satisfação de trabalhar ao longo desses 40 anos com brasileiros tão dedicados", afirmou.
Na rasgação de seda haviam se esbaldado muitos dos deputados. Foi lembrado que da época da fundação da empresa, o então presidente Ernesto Beckmann Geisel - quarto presidente do regime militar no Brasil, se referiu a Lorentzen como um "norueguês maluco" por sua idéia de criar um mundo de celulose.
Os bajuladores se superaram. Um deles, emocionado, diz: "Na época todos duvidavam desses novos e inusitados investimentos em eucalipto. Pois bem, senhor Lorentzen, o Espírito Santo e o Brasil agradecem por ter sido maluco a ponto de ajudar a fundar uma empresa mundialmente importante".
| Foto: Divulgação | |
| Haakon: filho e sucessor de Lorentzen |
Lorentzen conseguiu, com sua idéia na cabeça, tornar a Aracruz líder mundial na produção de celulose branqueada de eucalipto: a empresa responde por cerca de 30% da oferta global do produto, 57% da celulose vendida destinada à produção de papéis sanitários. Da demanda de 2005, a Europa comprou 43,3% do total e a América do Norte, 35,1%.
A idéia original de Lorentzen o levou a criar um grupo, a Aracruz como holding: Companhia de Navegação Norsul e Ideiasnet. Seu filho Haakon o representa agora nos negócios desde que se aposentou. Lorentzen tem hoje 85 anos, dos quais 55 no Brasil. Todo ano desfruta suas férias na Noruega velejando no seu barco Saga. Ainda é um norueguês autêntico.
Lorentzem tem tem 50% da Arapar. A outra parte pertence a um pool de investidores financeiros liderado pelas famílias Moreira Salles e Almeida Braga.
No último dia 6, o Grupo Votorantim, integrante do bloco de controle da Aracruz Celulose S.A., ofereceu R$ 2,71 bilhões (1,004 bilhão de euros ou 1,67 bilhão de dólares, cotação em 15 de agosto de 2008), correspondentes a 127.506.457 ações ordinárias do grupo Arapar.
Erling Sven Lorentzen, o homem que virou rei, aceitou.
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