Foto: Ag. Senado. 
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SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Concedo a palavra ao Senador José Nery. S.Exa. dispõe de 5 minutos.
Ao final, teremos a apresentação do Marcelino Sertanejo, que cantará em homenagem a todos os aposentados.
O SR. JOSÉ NERY - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Senador Paulo Paim, representantes das diversas organizações de aposentados brasileiros aqui presentes, um abraço especial a todos os aposentados, pensionistas e sindicalistas que vieram do Brasil inteiro para participar desta sessão especial da Câmara dos Deputados, agora transformada em Comissão Geral, para que também nós da Casa co-irmã, por iniciativa do Deputado Arnaldo Faria de Sá, e os convidados desta sessão especial possamos aqui falar.
Quero, em primeiro lugar, em nome do Partido Socialismo e Liberdade, manifestar a nossa solidariedade e o nosso apoio à luta, à causa dos aposentados e pensionistas brasileiros.
Vocês sabem que essa questão é muito polêmica e muito grave, porque foi o debate sobre a reforma da Previdência, em 2003, que levou à expulsão do Partido dos Trabalhadores da ex-Senadora Heloísa Helena, hoje Vereadora em Maceió, porque S.Exa. se manteve fiel à história e ao compromisso inarredável da defesa dos interesses dos trabalhadores, em especial do direito à aposentadoria digna para todos os trabalhadores brasileiros.
(Palmas.)
Por isso, a nossa luta no Partido Socialismo e Liberdade, junto com todos os outros partidos, que estão abarcando, com o coração, com a alma, o compromisso de não permitir que o Parlamento sepulte o sonho, o desejo, a vontade de cada umae de cada um por este Brasil inteiro. São quase 25 milhões de aposentados e pensionistas que não podem ficar esperando os acordos de quem quer que seja para, no Plenário do Congresso Nacional, derrubar o veto do Presidente da República e garantir o reajuste a todos os aposentados do nosso País.
(Palmas.)
Foto: Rodolfo Stuckert
Eu queria ver, se estivesse em discussão aqui um veto relacionado à prorrogação ou negociação de setores que têm peso na economia nacional, como o setor dos ruralistas, se estariam criando a dificuldade que estão criando para que amanhã, dia 26, como foi o compromisso expresso na semana passada, no dia 13, em sessão do Congresso Nacional, seja apreciado pelo Plenário do Congresso o veto do Presidente ao reajuste de 16% para todos os aposentados. Eu queria ver se estariam engendrando as manobras que estão aí para tentar adiar a votação que deve acontecer no dia de amanhã.
Por isso, quero lamentar e dizer que o requerimento aprovado no Plenário do Senado, que pede o adiamento da sessão que apreciará o veto amanhã, respeitando a iniciativa, não pode ser considerado, porque foi do Congresso Nacional a decisão de fazer, amanhã, a votação e, possivelmente, com o apoio dos Srs. Parlamentares, derrubar o veto.
Não foi decisão nem da Câmara nem do Senado, isoladamente. Portanto, só o Plenário do Congresso poderia apreciar um veto sugerindo o adiamento da votação.
Não procede, portanto, a orientação daquele requerimento aprovado no plenário do Senado Federal.
É lamentável que essa votação, que esperamos que seja amanhã, ainda se dê sob a forma do voto secreto. E o Senador Paulo Paim não é apenas o autor das leis para garantir a recomposição do salário mínimo, mas é, entre nós, o mais destacado; é um Parlamentar brasileiro, como costumo dizer a S.Exa., que orgulha não só o Rio Grande do Sul, mas todos os brasileiros, por sua coerência, sua ética, sua vontade. (Palmas.) Em um momento como este, S.Exa. é também autor do projeto de lei para acabar com a votação secreta, a fim de que nenhum de nós possa se esconder atrás do voto secreto, muitas vezes para votar contra o direito dos trabalhadores. (Muito bem! Palmas.)
É preciso não só acabar com o voto secreto. É preciso aprovar a recomposição dos salários dos aposentados e pensionistas; aprovar, como o Senado já fez, o fim do fator previdenciário, essa regra perversa, que retira e confisca pelo menos 40% do salário dos trabalhadores na hora de se aposentarem; aprovar a recomposição dos salários tendo como patamar os salários mínimos no período em que eles foram concedidos.
Por isso, Deputado Arnaldo Faria de Sá, temos essa obrigação, se os aposentados assim decidirem. E, como convocou o Senador Paulo Paim, estamos prontos, como estivemos nas outras vigílias em defesa dos aposentados, no plenário do Senado, a noite inteira, e na semana passada, em defesa da Amazônia. Estaremos aqui com vocês até o dia amanhecer, até as 9 horas da manhã, na sessão do Congresso, para derrubar o veto e aprovar o direito dos aposentados brasileiros.
Viva a luta, a vitória e a organização de todos os brasileiros, das aposentadas e dos aposentados! Um grande abraço a todos. (Palmas.)