O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Concedo a palavra a Clodomil Antonio Orsi, representando os serventuários da Justiça do Brasil.
O SR. CLODOMIL ANTONIO ORSI - Sr. Presidente Arnaldo Faria de Sá, Senador Paim, companheiras e companheiros aposentados, como eu, que desde 1988 busco, como vocês, dentro do serviço público, a dignidade para nós, aposentados.
Tenho vergonha de dizer que, já há 21 anos aposentado, continuo contribuindo com 11% do meu salário para o Governo do Estado. O nosso lema dentro da nossa entidade é um só: acreditar sempre e nunca, nunca desistir.
Graças a Arnaldo Faria de Sá, que nos tem atendido, que nos tem compreendido, temos batido de frente com o Presidente da Casa da Justiça de São Paulo, um Poder que deveria ser independente, mas não o é, quando é para atender a eles, que têm os cargos de Estado. Nós, funcionários, somos exatamente como vocês, operários do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Vim de São Paulo, estou aqui com vocês, aceitando o convite de Arnaldo, para batalhar e continuar batalhando por todos os aposentados. Tenho meus filhos que trabalham; uma que não se aposenta, a mais velha, por causa da insalubridade, e outros 2 que estão a caminho da aposentadoria também. É por isso que luto por todos vocês, por mim e por minha categoria.
Parabéns a vocês pela luta, por essa união que estou vendo neste plenário.
Muito obrigado, Arnaldo. Muito obrigado a todos. (Palmas.)
Serventuários criticam política do governo em desfavor dos aposentados
Senador José Nery defende reajuste de 16% para todos os aposentados
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Concedo a palavra ao Senador José Nery. S.Exa. dispõe de 5 minutos.
Ao final, teremos a apresentação do Marcelino Sertanejo, que cantará em homenagem a todos os aposentados.
O SR. JOSÉ NERY - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Senador Paulo Paim, representantes das diversas organizações de aposentados brasileiros aqui presentes, um abraço especial a todos os aposentados, pensionistas e sindicalistas que vieram do Brasil inteiro para participar desta sessão especial da Câmara dos Deputados, agora transformada em Comissão Geral, para que também nós da Casa co-irmã, por iniciativa do Deputado Arnaldo Faria de Sá, e os convidados desta sessão especial possamos aqui falar.
Quero, em primeiro lugar, em nome do Partido Socialismo e Liberdade, manifestar a nossa solidariedade e o nosso apoio à luta, à causa dos aposentados e pensionistas brasileiros.
Vocês sabem que essa questão é muito polêmica e muito grave, porque foi o debate sobre a reforma da Previdência, em 2003, que levou à expulsão do Partido dos Trabalhadores da ex-Senadora Heloísa Helena, hoje Vereadora em Maceió, porque S.Exa. se manteve fiel à história e ao compromisso inarredável da defesa dos interesses dos trabalhadores, em especial do direito à aposentadoria digna para todos os trabalhadores brasileiros. (Palmas.)
Por isso, a nossa luta no Partido Socialismo e Liberdade, junto com todos os outros partidos, que estão abarcando, com o coração, com a alma, o compromisso de não permitir que o Parlamento sepulte o sonho, o desejo, a vontade de cada umae de cada um por este Brasil inteiro. São quase 25 milhões de aposentados e pensionistas que não podem ficar esperando os acordos de quem quer que seja para, no Plenário do Congresso Nacional, derrubar o veto do Presidente da República e garantir o reajuste a todos os aposentados do nosso País. (Palmas.)
Foto: Rodolfo Stuckert
Eu queria ver, se estivesse em discussão aqui um veto relacionado à prorrogação ou negociação de setores que têm peso na economia nacional, como o setor dos ruralistas, se estariam criando a dificuldade que estão criando para que amanhã, dia 26, como foi o compromisso expresso na semana passada, no dia 13, em sessão do Congresso Nacional, seja apreciado pelo Plenário do Congresso o veto do Presidente ao reajuste de 16% para todos os aposentados. Eu queria ver se estariam engendrando as manobras que estão aí para tentar adiar a votação que deve acontecer no dia de amanhã.
Por isso, quero lamentar e dizer que o requerimento aprovado no Plenário do Senado, que pede o adiamento da sessão que apreciará o veto amanhã, respeitando a iniciativa, não pode ser considerado, porque foi do Congresso Nacional a decisão de fazer, amanhã, a votação e, possivelmente, com o apoio dos Srs. Parlamentares, derrubar o veto.
Não foi decisão nem da Câmara nem do Senado, isoladamente. Portanto, só o Plenário do Congresso poderia apreciar um veto sugerindo o adiamento da votação.
Não procede, portanto, a orientação daquele requerimento aprovado no plenário do Senado Federal.
É lamentável que essa votação, que esperamos que seja amanhã, ainda se dê sob a forma do voto secreto. E o Senador Paulo Paim não é apenas o autor das leis para garantir a recomposição do salário mínimo, mas é, entre nós, o mais destacado; é um Parlamentar brasileiro, como costumo dizer a S.Exa., que orgulha não só o Rio Grande do Sul, mas todos os brasileiros, por sua coerência, sua ética, sua vontade. (Palmas.) Em um momento como este, S.Exa. é também autor do projeto de lei para acabar com a votação secreta, a fim de que nenhum de nós possa se esconder atrás do voto secreto, muitas vezes para votar contra o direito dos trabalhadores. (Muito bem! Palmas.)
É preciso não só acabar com o voto secreto. É preciso aprovar a recomposição dos salários dos aposentados e pensionistas; aprovar, como o Senado já fez, o fim do fator previdenciário, essa regra perversa, que retira e confisca pelo menos 40% do salário dos trabalhadores na hora de se aposentarem; aprovar a recomposição dos salários tendo como patamar os salários mínimos no período em que eles foram concedidos.
Por isso, Deputado Arnaldo Faria de Sá, temos essa obrigação, se os aposentados assim decidirem. E, como convocou o Senador Paulo Paim, estamos prontos, como estivemos nas outras vigílias em defesa dos aposentados, no plenário do Senado, a noite inteira, e na semana passada, em defesa da Amazônia. Estaremos aqui com vocês até o dia amanhecer, até as 9 horas da manhã, na sessão do Congresso, para derrubar o veto e aprovar o direito dos aposentados brasileiros.
Viva a luta, a vitória e a organização de todos os brasileiros, das aposentadas e dos aposentados! Um grande abraço a todos. (Palmas.)
CUT apóia mobilização em defesa dos aposentados e pensionistas
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Concedo a palavra ao Sr. Jacy Afonso, representante da CUT, por 2 minutos. (Palmas.)
O SR. JACY AFONSO DE MELO - Presidente, Deputado Arnaldo Faria de Sá, companheiro e amigo; Varlei Martins, Presidente da Confederação dos Aposentados e Pensionistas de Catanduva, em nome de quem cumprimento todos os aposentados, pensionistas, militantes, trabalhadores da ativa, sindicalistas, Senador Paulo Paim, fundador da Central Única dos Trabalhadores, que, quando eleito Deputado Constituinte pelo Rio Grande do Sul, exercia o cargo de Secretário Geral da CUT.
O Senador Paulo Paim foi sempre um grande batalhador na luta pelo salário mínimo que hoje é uma conquista para os trabalhadores. Todas as centrais sindicais, a partir de 2004, promovem uma marcha no mês de dezembro. Estamos negociando com o Governo e esperamos que....
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Há orador na tribuna.
O SR. JACY AFONSO DE MELO - ...o Congresso aprove, além da PEC do Senador Paulo Paim, uma política permanente para o salário mínimo, neste País, de modo que a situação não mude a cada ano.
Isso é importante, porque, neste ano, o PIB vai serábem menor e, se essa lei não for aprovada, em 1º de janeiro, quando será feito o reajuste do salário mínimo, como consequência da crise financeira e do PIB menor, o valor do salário mínimo será prejudicado, pois, de acordo com a lei, a base é o PIB de 2008 e não o PIB de 2009. É importante que esse projeto seja aprovado.
A Central Única dos Trabalhadores, por meio de seus dirigentes, — estão aqui presentes Luiz Epaminondas, Presidente do SINTAP, e representantes de outras centrais sindicais, Luiz Cláudio Marcolino, Presidente do Sindicato dos Bancários, solidários ao movimento dos aposentados, estaremos aqui em vigília, se assim os companheiros decidirem.
A Central Única dos Trabalhadores, aqui no Distrito Federal, nasceu junto com o companheiro Adelino Cassis, que foi o fundador da CUT e um dos baluartes da Luta dos 147%, que o Fernando Collor tentou confiscar dos aposentados.
Sr. Presidente, eu não podia deixar de registrar a brava e heróica luta do companheiro Adelino Cassis, a favor dos demais aposentados do País.
Muito obrigado. (Palmas.)
APAMPESP manifesta apoio aos aposentados e pensionistas
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Concedo a palavra, por 2 minutos, à Sra. Maria Aparecida Romeiro Leal, representante da APAMPESP, que falará em nome de todas as mulheres presentes.
A SRA. MARIA APARECIDA ROMEIRO LEAL - Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, aposentados de todo o Brasil, do INSS e do serviço público.
Na qualidade de professora aposentada do magistério público do Estado de São Paulo, represento a Associação dos Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo, APAMPESP.
Nesta oportunidade dirijo-me a todos vocês para, primeiramente, agradecer em especial ao Deputado Arnaldo Faria de Sá, que requereu a realização desta linda festa, e pelo trabalho ininterrupto e eficaz que realiza em favor dos aposentados.
Quero falar da também difícil situação do professor aposentado no Estado de São Paulo. Nossos governantes, ao longo dos anos, vêm concedendo gratificações e bônus que não são repassados para os professores aposentados e, com isso, os salários vão sendo cada vez mais achatados. Alguns colegas não podem mais pagar plano de saúde, porque o salário não dá. E, não temos nenhum aceno do Governo. Digo sempre aos colegas que os nossos governantes querem que os aposentados morram, para poderem zerar a Previdência.
Conto com vocês. Agradeço a todos a oportunidade, ao Deputado Arnaldo Faria de Sá e trago, da nossa Associação, o nosso agradecimento por tudo o que tem feito por nós, por todos os aposentados do INSS e do serviço público. Muito agradecida. (Palmas.)
MOZAP se pronuncia sobre o Dia Nacional dos Aposentados
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Com a palavra o Sr. Edson Haubert, Presidente do MOZAP, por 2 minutos.
Informo que faltam 12 oradores para concluirmos a sessão. Depois ela será encerrada.
O SR. EDSON GUILHERME HAUBERT - Sr. Presidente desta sessão solene, Deputado Arnaldo Faria de Sá, Sr. Senador Paulo Paim, Sr. Senador José Nery, demais autoridades, senhoras e senhores aposentados e pensionistas, nós, aposentados e pensionistas, do serviço público brasileiro, e também servidores ativos, estamos aqui para declarar nossa inteira solidariedade e concordância com essa luta de vocês, que também é nossa.
Quero declarar que participaremos da vigília, lembrando que nós servidores aposentados e pensionistas do serviço público brasileiro temos também as nossas questões na Casa. Há a PEC nº 555, que revoga a famigerada contribuição para aposentados e pensionistas, impingida pela Reforma da Previdência; há uma denúncia na OEA, também fazendo a mesma reclamação e solicitando reparação.
Solicito a todos os servidores públicos aposentados e pensionistas que estejamos irmanados nessa luta, que também é nossa, porque temos pais, mães e irmãos que dependem do salário pago pela Previdência Social.
Portanto a nossa solidariedade a todos vocês.
Nossos agradecimentos à Mesa Diretora e à Presidência da Câmara.
Estejamos irmanados porque unidos jamais seremos vencidos.
Muito obrigado. (Palmas.)
Sessão vira Comissão Geral
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - A partir de agora, transformo esta sessão em Comissão Geral.
O deputado transformou a sessão solene em homenagem aos Dias Nacional dos Aposentados e Pensionistas em Comissão Geral com o objetivo de poder franquear a palabvra aos senadores presentes à sessão, de acordo com o que determina o Regimento Interno da Câmara dos Deputados
Deputado Paes de Lira defende aposentadorias dos PM´s
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Tem a palavra o Deputado Paes de Lira, pelo PTC.
O SR. PAES DE LIRA (Bloco/PTC-SP. Sem revisão do orador.) - Exmo. Sr. Deputado Arnaldo Faria de Sá, Presidente desta sessão solene, Exmo. Sr. Senador Paulo Paim, paladino dos aposentados, Exmo. Sr. Warley Martins Gonçalles, Presidente da COBAP, em cuja pessoa eu cumprimento todos os lutadores aposentados, homens e mulheres, dignos trabalhadores do Brasil, aqui presentes para lutar pelos seus direitos e pressionar legitimamente esta Câmara dos Deputados e o Senado da República.
Amigos, o que nós vemos acontecer com os aposentados e pensionistas do Brasil é muito parecido com o que eu testemunhei na Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Lá pelos idos de 1988, após várias conquistas salariais, especialmente devidas à compreensão do Governador Franco Montoro, os patamares salariais da Polícia Militar atingiram uma certa dignidade, a tal ponto que era possível aos sargentos aspirar chegar ao tempo de passarem para a inatividade, ou para a reforma, com vencimentos próximos aos dos oficiais, dos tenentes; e aos cabos e soldados, com vencimentos próximos aos dos sargentos antigos. Os oficiais tinham um patamar razoável.
Mas o que fez o Governo do Estado de São Paulo a partir da sucessão de Franco Montoro? Não queria mais manter essa folha salarial. Outros projetos pareciam ao Governo politicamente muito mais importantes, e eles demandavam o dinheiro dos vencimentos dos policiais militares, ativos e inativos, bem como dos servidores públicos em geral.
Começaram então a aprovar leis complementares que obrigavam o pessoal ativo e inativo a optar pela nova norma, caso não quisesse ficar a pão e água, no molde antigo. Todos, para evitar esse perigo, cederam à pressão.
Perderam muito, ano após ano. E esse processo foi se repetindo.
Quando as leis complementares não foram mais suficientes, o Governo idealizou emendas constitucionais, que fez aprovar na Assembléia Legislativa de São Paulo, prejudicando ainda mais aqueles que estavam um pouquinho mais bem aquinhoados salarialmente. Achataram a escala salarial. Reduziram-na a tal ponto, que, em 8 anos aproximadamente, o patamar salarial dos policiais militares caiu aos níveis de antes do Governo Franco Montoro. Isso foi conseguido metódica e maquiavelicamente, num processo que idealizou um verdadeiro furor legislativo contra os trabalhadores, no caso específico os da Polícia Militar.
Com os aposentados o que foi que aconteceu? Primeiro, a extinção da aposentadoria integral, com adoção da média do último período de trabalho. Depois, o aumento do tempo de contribuição, que continua mudando, porque cada vez mais se idealizam modos diferentes de aumentá-lo. Em seguida, a elevação da idade mínima, primeiro neste patamar, depois naquele, subindo sabe-se lá até quando. Depois o famoso fator previdenciário e aquelas fórmulas maravilhosas que nunca ajudam, só prejudicam o interesse dos aposentados. E, finalmente, o reajuste dos vencimentos sistematicamente em percentuais inferiores aos do salário mínimo.
Qual é o propósito disso? Ora, como disse o Deputado Arnaldo Faria de Sá, o propósito é que todos os benefícios sejam achatados, até chegarem ao patamar do salário mínimo. O propósito do Governo e nessa questão não há diferença entre este Governo e o Governo passado é reduzir os vencimentos dos aposentados até o nível do salário mínimo.
Vale a pena lutar contra isso. Vale a pena lutar contra essa injustiça. Onde vão parar? Qual será o próximo passo do Governo? O Governo fala na saúde financeira da previdência, fala na saúde atuarial da previdência belo termo!, mas ninguém se lembra da saúde do aposentado, que precisa de remédios nessa fase da vida. (Palmas.)
Alegam que os trabalhadores ativos não aguentam mais o ônus de sustentar o aposentado. Como assim, se o aposentado foi quem até agora produziu a riqueza nacional, se é graças ao aposentado que hoje há empregos para os que estão na ativa? O aposentado chegou a este momento da vida por mérito, por ter trabalhado mais de 35 anos.
Recentemente, emenda apresentada a uma medida provisória foi votada e rejeitada nesta Casa em votação simbólica das Lideranças. Às vezes o discurso que se faz na tribuna não se traduz no momento da votação.
Especialmente quando a votação é simbólica, os partidos acabam votando contra o interesse dos aposentados.
Declarei meu voto naquela ocasião, um voto contra a orientação do meu bloco e em favor dos aposentados. Espero que quando votarmos a derrubada do veto à Medida Provisória nº 288, de 2006, embora a votação seja secreta, todos os Deputados se sintam na obrigação de mostrar o seu voto para a câmera (palmas), todos se sintam na obrigação de pegar a cédula eleitoral e exibir seu voto para as câmeras da TV Câmara, porque, ampliando-se a imagem, é perfeitamente possível verificar como foi o voto dele. Esse é o desafio. Eu o farei. Assim como declarei o meu voto, eu o farei, e espero que todos os Parlamentares desta Casa façam o mesmo.
Em essência, essa é uma luta do País, não só das senhoras e dos senhores, mas dos seus filhos e pelo respeito e pela dignidade dos futuros aposentados, porque os que trabalham hoje são os aposentados de amanhã.
Deus proteja a todos. (Palmas.)
Deputado Acélio Casagranse adere em defesa dos aposentados
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - O último orador inscrito é o Coronel Deputado Paes de Lira.
Enquanto S.Exa. se dirige à tribuna, concedo a palavra ao Deputado Acélio Casagrande, por 1 minuto.
O SR. ACÉLIO CASAGRANDE (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srs. Deputados, todos os Deputados Federais e Senadores deveriam levar para casa a foto daquela senhora que entrou hoje na igreja no horário da missa a que assistimos, às 9h da manhã, aquela senhora de 92 anos que entregou a Constituição Federal no ofertório.
Quero que o rosto dessa senhora entre nos lares dos nossos colegas Parlamentares, Deputados Federais e Senadores. Temos de ter compromisso com a Nação quando nos elegemos para ser representantes desse povo que precisa do nosso apoio, da nossa dedicação. Nós nos elegemos para representá-los. (Palmas.)
Acho importante a vigília, mas a maior vigília que temos de fazer deve atingir os Deputados e Senadores que, depois de eleitos, agora podem trancar a pauta, ou mesmo não querer votar amanhã o veto, como está previsto.
Venho lá de Santa Catarina, da cidade de Criciúma, dizer nesta segunda-feira que nós temos de ter compromisso com os que tanto suaram a camisa, e que hoje precisam comprar seus medicamentos, para sobreviver com um pouquinho de dignidade.
Meus amigos aposentados e pensionistas, contem conosco nessa luta. Vamos nos aliar ao nosso Deputado Arnaldo Faria de Sá e ao Senador Paulo Paim nessa causa justa que é de todos.
Obrigado. (Palmas.)
Deputado Cleber Verde em defesa dos aposentados e pensionistas
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Como penúltimo orador inscrito, concedo a palavra ao Deputado Cleber Verde, pelo PRB, que tem feito um trabalho muito grande em parceria conosco no sentido de valorizar a situação de aposentados e pensionistas. A Frente Parlamentar tem feito um trabalho muito bom coordenado por S.Exa.
O SR. CLEBER VERDE (Bloco/PRB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Arnaldo Faria de Sá, Sr. Senador Paulo Paim, Presidente Warley, na pessoa de quem cumprimento os demais membros da Mesa e todos os representantes de Federação, Associação em defesa dos aposentados em nosso País, meus cumprimentos.
Sr. Presidente, inicialmente, parabenizo V.Exa. pela iniciativa desta sessão solene. Venho do Estado do Maranhão com a consciência voltada para o entendimento do que dizia Rui Barbosa de que não hánada mais relevante para a vida social do que a formação do sentimento de justiça. E, nesse sentido, ao chegar a esta Casa, no exercício do meu primeiro mandato, fiz questão de, primeiro, junto com V.Exa., com o Senador Paulo Paim, com o Deputado Júlio Delgado, e centenas de outros Deputados, organizar a Frente Parlamentar em Defesa dos Aposentados e Pensionistas do nosso País.
Imbuído da minha missão aqui nesta Casa, representante do Parlamento brasileiro, aproveitei para apresentar centenas de projetos de lei complementares para corrigir distorções e, obviamente, suprir a lacuna de leis que, por ventura, não venham a atender os interesses da sociedade brasileira.
Nesse sentido, dos mais de 300 projetos que protocolei, quero aqui, citar, por exemplo, um requerimento de indicação com um anteprojeto que foi encaminhado ao Presidente da República e que jáse encontra, inclusive, no gabinete da Ministra Dilma Rousseff. Este anteprojeto propõe a aposentadoria especial para servidores públicos que trabalham expostos a fatores de risco.
Não apresentei projeto, encaminhei requerimento de indicação com o anteprojeto porque é matéria exclusiva da Presidência da República.
Os servidores públicos, para obterem esse direito, buscam o mandado de injunção, que é exatamente um instrumento legal, o remédio jurídico para, na ausência de lei, ingressarem na Justiça para buscar a garantia desse direito.
Portanto, os servidores públicos, mais do que nunca, merecem que a Presidência da República encaminhe para apreciação desta Casa o projeto que vai garantir aposentadoria especial aos servidores públicos do nosso País.
Com autorização da Presidência, concedo um aparte ao eminente Deputado Rodrigo Rollemberg, do Distrito Federal. (Palmas.)
O Sr. Rodrigo Rollemberg - Presidente Arnaldo Faria de Sá, Senador Paulo Paim, na pessoa de quem cumprimento os membros da Mesa, Deputado Cleber Verde, cumprimento também os companheiras e companheiros aposentados, que nos honram com sua presença nesta Casa. Como é bonito ver, em uma segunda-feira pela manhã, este plenário completamente lotado por cidadãos brasileiros que vêm aqui reivindicar os seus direitos. A Liderança do PSB já teve oportunidade de se pronunciar através do Deputado Júlio Delgado. Nós temos muito claro que a aposentadoria digna é uma forma de promover a distribuição de renda e a justiça social. Portanto, nós do Partido Socialista Brasileiro, estamos solidários com essa luta. Queremos também apoiar que se coloque em votação o veto relativo aos aposentados na próxima sessão para que possamos apreciá-lo. O fato é que o Congresso não pode ficar tanto tempo sem apreciar os vetos do Presidente da República. É importante que o Congresso possa se decidir sobre isso. Portanto, Presidente Deputado Arnaldo Faria de Sá, Deputado Cleber Verde, deixo aqui a minha solidariedade, a solidariedade da bancada do Partido Socialista Brasileiro à luta de todas aposentadas e aposentados brasileiros. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. CLEBER VERDE - Muito obrigado, Deputado. Faço questão de incorporar vosso pronunciamento ao nosso discurso.
Da mesma forma, Presidente, encaminhei indicação através de requerimento, considerando que também é matéria exclusiva da Presidência, para a aposentadoria especial aos servidores públicos deficientes físicos.
E foi retirado dos garimpeiros a aposentadoria a que faziam jus. Esses homens e mulheres que trabalharam no garimpo se aposentavam como lavradores e pescadores, sem contribuir, apenas comprovando atividade.
Estamos retornando essa discussão ao emendar o Estatuto do Garimpeiro.
Da mesma maneira, há um projeto de nossa autoria, que tramita e está bem avançado, para atender os interesses de milhões de brasileiros que se aposentaram de forma proporcional ou mesmo integral, mas que, por conta de uma renda reduzida, voltam ao mercado de trabalho.
Eu me refiro, Sr. Presidente, ao instituto da desaposentação, isto é,que seja permitido ao trabalhador aposentado que continua trabalhando e que paga seus tributos — são milhares de casos País afora — , com a aprovação e sanção deste projeto, renunciar a sua aposentadoria proporcional e acrescentar esse benefício, o tempo trabalhado, após a jubilação, após a aposentadoria.
Acho que isso é justiça social, na medida em que se trata de dar garantias a homens e mulheres que continuam trabalhando, que não têm mais o pecúlio ou qualquer outro benefício, que continuam pagando ao INSS, devolvendo ao Governo seus tributos. Esperamos, portanto, que o Governo possa permitir a esses homens e mulheres renunciar a sua aposentadoria, seja ela proporcional, seja ela integral, e complementá-la com o tempo trabalhado após sua aposentadoria.
Sr. Presidente, quero, neste ponto, abordar o que entendo ser hoje a agenda positiva em favor dos aposentados, que já está praticamente pronta para ser votada. Vou me referir a 2 temas, um dos quais é o fator previdenciário.
O fator previdenciário, por nós tão bem conhecido, em seu cálculo pontua o tempo de contribuição e a expectativa de vida. A alíquota chamada de A, de 0,31%, empregada no cálculo do fator, corresponde aos 11% da contribuição do trabalhador somados aos 20% do empregador. Esse percentual de 0,31% é decisivo para a redução do benefício, por exemplo, no ato de aposentadoria por tempo de contribuição. No caso do homem, o benefício, no ato de sua concessão, ao se aplicar o fator previdenciário, sofre uma redução, aproximadamente, de 30% de seu benefício.
Por que não dar um benefício maior a ele? Em vez de 0,31, por que não aplicarmos o fator 0,41? Assim estaremos dando um ganho real a esse trabalhador. Se querem manter o fator previdenciário, é muito simples, basta aumentar alíquota, de 0,31 para 0,41. Vou sugerir isso como proposta ao Deputado Pepe Vargas, em nome da Frente, para que ele a incorpore ao seu relatório.
Sr. Presidente, poderíamos, por exemplo, apreciar o Projeto de Lei nº 1 de 2007, que estápronto para votação e corrige o salário mínimo. Emenda do Senador Paulo Paim garante o mesmo índice de reajuste para aposentadorias e pensões. Só este ano, os aposentados que ganham acima do mínimo sofreram uma defasagem de aproximadamente 7%.
Vou dar como exemplo o caso da mãe do Deputado Pedro Fernandes. Ontem eu conversei com sua irmã, que me pediu que citasse o exemplo. Aquela senhora hoje deveria ganhar 3 mil reais, no entanto seu salário não passa de 1 mil reais. Por quê? Porque a correção não acompanha o índice aplicado sobre o salário mínimo. Essa disparidade vem prejudicando muito o poder de compra dos nossos aposentados.
Sr. Presidente, como muito bem disse o Deputado que me antecedeu, os aposentados precisam ser respeitados, precisam merecer o respeito desta Casa. Mas o que se vê éque os projetos de interesse dos aposentados são sistematicamente retirados de pauta, não sendo apreciados com a mesma importância das demais matérias.
Presidente Warley, Deputado Arnaldo Faria de Sá, Senador Paulo Paim, Deputados e Senadores, conscientes de que somente a pressão que vem de fora faz as coisas acontecerem nesta Casa, vamos ouvir a manifestação do povo brasileiro. (Palmas.) Em nome dessa pressão, eu queria convidá-los a fazer essa vigília, por uma tarde, por 1 dia, por 2 dias. Quem vai decidir isso é a direção desta Casa, em negociação com os dirigentes de entidades representativas dos aposentados. Que a vigília seja feita até que a Mesa decida colocar em votação o fator previdenciário e também o Projeto de Lei nº 1, que está pronto.
É chegada a hora! A hora é esta! Vamos aproveitar que os senhores e as senhoras já estão aqui e vamos permanecer em vigília, buscando uma negociação até que possamos, de uma vez por todas, obter a resposta que o povo brasileiro tanto anseia.
Quero me associar a essa causa e me unir aos senhores.
Deputado Júlio Delgado, V.Exa. é o Presidente da Comissão que aprovou o Projeto de Lei nº 1 de 2007, com emenda do Senador Paulo Paim.
Eu me recordo de que vieram aqui representantes do Governo tentar acabar com a votação que V.Exa. fez cumprir na Comissão. Quiseram acabar com uma votação já realizada, justa e correta. Mas não conseguiram, porque ela foi feita dentro da legalidade.
Convido V.Exa., os Deputados, os Senadores, as entidades representadas nesta solenidade a permanecermos aqui num ato de vigília até que sejam decididos os projetos de interesse dos aposentados brasileiros.
Aqui me despeço, Sr. Presidente, agradecendo a oportunidade e felicitando os aposentados brasileiros. Na manhã de hoje, esta Casa faz justiça ao realizar uma sessão solene em homenagem ahomens e mulheres que deram tudo de si para o nosso País. Este País precisa agora devolver minimamente aos aposentados um pouco de respeito.
Muito obrigado. Que Deus nos abençoe. Um abraço a todos. (Palmas.)
Deputado Laerte Bessa propõe vigília dos aposentados
O SR. LAERTE BESSA - Sr. Presidente, peço permissão ao Deputado Cleber Verde, próximo orador, para usar da palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. LAERTE BESSA (Bloco/PMDB-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, sabemos que aqui se encontram aposentados de todos os Estados brasileiros e, como disse anteriormente, alguns estão propensos a dormir no Distrito Federal em vigília.
Então, Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que determine a segurança da Câmara para que, no momento em que eles saírem para o almoço, possam retornar para cá, porque eles querem permanecer nas galerias. (Palmas.)(Ovação.)
Outra questão seria de honestidade para com o povo brasileiro no sentido de que, antes de encerrar esta sessão, a Senadora Ideli Salvatti pudesse manifestar-se com respeito a essa pretensão de adiar a votação dos vetos, que está marcada para amanhã, dia 26. (Palmas.)
Uldurico Pinto é contra adiamento da votação que derruba o veto presidencial que prejudica aposentados e pensionistas
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Com a palavra o Deputado Uldurico Pinto.
O SR. ULDURICO PINTO (Bloco/PMN-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Arnaldo Faria de Sá, meu colega da Assembleia Nacional Constituinte, que desenvolve um trabalho reconhecidamente profundo em defesa dos aposentados e pensionistas do Brasil; Senador Paulo Paim, que considero um herói brasileiro, defensor aguerrido de todos os aposentados e pensionistas do nosso País; Sr. Warley Martins Gonçalles, Presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados, a COBAP, em nome de quem cumprimento todos os aposentados; senhores e senhoras internautas; telespectadores da TV Câmara; Sras. e Srs. aposentados, venho aqui, em nome do meu partido, o PMN, do qual sou Líder, neste Parlamento, expressar solidariedade a todos os aposentados e pensionistas brasileiros.
Eu deveria estar hoje em Salvador, para marcar presença junto ao Presidente Lula. Na realidade, deixei de estar lá com o Presidente da República, que foi ao meu Estado para tratar de assunto importantíssimo e que diz respeito à minha região, para estar aqui ao lado dos aposentados e pensionistas do nosso País neste dia tão importante. (Palmas.)
Estamos escrevendo hoje, nesta sessão, uma página da história. Apesar da presença de poucos Parlamentares, todas as entidades de classe de aposentados e pensionistas estão aqui representadas.
Quero deixar um forte abraço aos senhores e senhoras que aqui estão, que gastaram para vir até aqui, pois alguns são de Brasília, mas a maioria é de outros Estados. Ao se fazerem presentes, ao darem seu testemunho, ao emprestarem sua força, exercem os aposentados o seu legítimo direito de pressionar o Parlamento brasileiro a cumprir sua obrigação.
Devo dizer que a suspensão da votação marcada para amanhã seria um imenso desrespeito aos aposentados e pensionistas de nosso País, principalmente aos senhores que vieram de tão longe, com tanta dificuldade e a tanto custo para estar presentes nessa votação, em razão de acordo já conversado e acertado.
Senador Paulo Paim, eu queria que V.Exa. articulasse para que não fosse adiada a votação de amanhã, em respeito aos aposentados que aqui estão. (Palmas.)
Senhoras e senhores, quero fazer uma homenagem especial aos aposentados brasileiros, aqueles que já completaram seu tempo de serviço, e também aos que estão prestes a encerrar sua jornada de trabalho.
Reconhecer a dívida que temos com os aposentados e pensionistas é imprescindível se quisermos fazer justiça social neste País. O lema do Governo é Brasil, um País de todos. Isso quer dizer que temos como meta criar oportunidades de educação, trabalho e renda para todos os cidadãos. Concordamos com isso, mas se queremos mesmo caminhar na direção da justiça social não podemos jamais deixar de fora os aposentados e pensionistas. (Palmas.)
Não podemos deixá-los de lado porque eles são parte da memória coletiva da Nação. Desrespeitar os aposentados e pensionistas significa ignorar o nosso passado e implica, ao mesmo tempo, enterrar o futuro que queremos construir.
Essa é uma situação antiga no Brasil. Todos os anos debatemos maneiras de impedir que os aposentados tenham seus rendimentos dilapidados por mecanismos e fórmulas cujo resultado final é sempre prejudicial a quem recebe benefícios da Previdência Social.
Mas acredito que agora daremos um passo à frente para restabelecer, de uma vez por todas, os direitos de aposentados e pensionistas. Há um clamor social nesse sentido. Todos os cidadãos que ainda estão na ativa têm pais ou avós que sofrem com o achatamento de suas aposentadorias. Cada um de nós convive com essa injustiça e compartilha a dor daqueles que nem ao menos possuem recursos para comprar os medicamentos necessários para melhorar as condições de vida na velhice.
Essa situação, Sr. Presidente, é inaceitável e é produzida de forma ainda mais intensa no interior do País, pois, em algumas outras cidades, os rendimentos da aposentadoria garantem o sustento de famílias inteiras.
Se a política de recuperação do valor do salário mínimo é um mecanismo de justiça social, então, é fundamental aplicar a todos os benefícios da Previdência. Da mesma forma que o salário mínimo ficou defasado, também as aposentadorias perderam muito de seu valor ao longo dos anos, o que foi consequência de uma série de planos e intervenções monetárias que, assim, procuraram ajustar a economia transferindo aos aposentados boa parte das contas a pagar. Era uma solução fácil, porque os efeitos permaneciam ocultos num primeiro momento, e não havia ainda condições políticas para que os aposentados reagissem.
Agora, a situação é bem outra. Por um lado, a estabilidade da moeda tem a vantagem de tornar as contas mais transparentes, relevando o quanto as aposentadorias perderam. Por outro lado, os aposentados estão mais organizados e a democracia os transformou num contingente significativo e influente de eleitores. Nesse novo contexto, estou certo de que o Congresso Nacional saberá encontrar alternativas viáveis para a recuperação do poder de compra dos aposentados.
Quero dar os parabéns aos aposentados e pensionistas brasileiros! Parabéns ao Senador Paulo Paim, que considero um herói brasileiro! E quero dizer a esta Casa e ao meu País que os tambores dos aposentados estão tocando; precisaremos de medidas mais fortes para poder recuperar o valor do salário dos aposentados e pensionistas e fazer com que todas as gerações futuras recebam o que é justo.
Parabéns aos aposentados brasileiros! Viva os aposentados deste País! (Palmas.)
Muito obrigado.
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