Crente que o povão, preocupado em colocar o pão na mesa, pelo menos uma vez por dia para alimentar a família. O Dr. Policial Federal e agora Deputado, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ, Grupo Anthony Garotinho), deu um passo em falso na manhã de hoje.
Foi ao Plenário, falar em nome de seu Partido, que a Imprensa extrapola suas prerrogativas. Num típico arroubo contra o trabalho dos olhos da sociedade.
Não conteve-se no festival de bobagens desferidos ao longo da sessão extraordinária de hoje, véspera da Páscoa.
A sessão extraordinária foi instalada para votar uma das MPs que tranca a pauta da Câmara.
Tudo cessou. Que coisa!. Após as defesas ferrenhas de uma foto do neto do "senhor malvadeza" ser pilhado rindo... Rindo muito não se sabe de que, e que a Imprensa estampou como "Está liberada a Gastança".
Em outro jornal, eis a manchete: "Gráfica do Senado...Terceirizada para cinco Famílias"...
Todos os grandes jornais, sem exceção, aplicaram uma sova na esculhambação das práticas do Legislativo Federal.
O legislativo dfederal, por força de lei, é indexador dos demais legislativos.
Um passo errado aqui, no Congresso Nacional, representa gastos que alguem tem que pagar.
Esse alguem somos nós, os tranbalhadores brasileiros.
O tom das manchetes mudou pouco no Rio.
Itajiba não vai mudar.
Os homens de bem que conheço, nem se aproximaram do microfone da Ópera bufa de ataques à Imprensa.
Foi um verdadeiro festival de corporativismo.
Alguns, mais experientes, para ressaltar o caráter de agressão gratuíta da manchetes, apelaram para o emocional, simulando, um choro de lágrimas de crocodilo, sem citar, em nenhum momento, a calamidade da seca no Agreste Nordestino e o desemprego galopante nos municípios mineradores do Brasil.
Vou registrar, uma voz que representa o grupo que acredito como sério nessa legislatura.
Deputado Federal Carlos Fernando Coruja Agustini. Do PPS-SC. Ex-PDT.
Íntegra:Vivemos uma situação de intensa dificuldade na relação entre os Poderes, na relação do nosso Poder com a sociedade e na relação do nosso Poder com a imprensa.
Estamos nos repetindo, porque toda semana acontece um fato novo, e aqui reagimos contra esse fato isoladamente. É evidente que o que aconteceu hoje com o Deputado ACM Neto é de extrema gravidade, porque a imprensa publicou uma foto que não tem nada a ver com a matéria noticiada, dando a entender outra coisa.
Temos que avaliar o que está acontecendo em todo esse conjunto para podermos avançar em direção ao futuro. Alguns já disseram que a democracia é o pior dos regimes, mas sabemos, Churchill disse isso, que éo melhor de todos. Mas essa separação entre os Poderes e o atual funcionamento do Poder Legislativo não tem dado uma satisfação à sociedade. Sabemos que alguma coisa tem que mudar.
Vejo, por exemplo, que nesta Casa ninguém mais sabe qual é o nosso limite ético. Não sabemos, por exemplo, se podemos ou não dar uma passagem para um doente vir se tratar em Brasília. Ninguém sabe se pode ou não contratar um funcionário para ficar no interior de São Paulo. Estamos num caminho muito perigoso.
E a ética muda com os tempos. Isso é normal, pois se trata de valores. No entanto hoje a ética está sendo criada e determinada por algum jornalista ou por jornais ou a favor do interesse de A, Bou C.
Também é candente que na relação entre os Poderes, o Legislativo é sempre o mais frágil. O Executivo tende a acovardar o Legislativo com pequenas coisas, porque ele não reage, mas é ele que pode reagir. Não éa imprensa que vai reagir contra os desmandos do Judiciário. Isso é muito difícil para ela, então só o Legislativo pode reagir. E o Legislativo acovardado não consegue reagir. Estamos nessa situação. Estamos realmente nessa difícil situação.
E vemos o Senador Cristovam Buarque fazendo um discurso... Vejam a situação a que nós chegamos: um Senador diz que o Legislativo é dispensável... O pior é que tem eco na sociedade. O pior é que tem eco.
Nós temos que nos preocupar com fatos, como o que aconteceu hoje, mas temos que nos preocupar com o conjunto da situação. Nós precisamos, aqui nesta Casa — eu entendo e estamos discutindo isso — , fazer o dever de casa e criar regras sobre o que podemos fazer aqui, mesmo que tenhamos de sacrificar algumas coisas. Mas temos de avançar, mesmo com o sacrifício de alguma coisa aqui dentro, temos de lutar por muita coisa que deveríamos ter, mas não temos, para poder fiscalizar melhor o Executivo e o Judiciário. Dessa forma esta Casa poderá ser mais popular, poderemos receber os cidadãos, poderemos ter voz. Mas estamos meio acovardados, estamos meio desmotivados. Eu sinto isso. Eu, particularmente, estou analisando há bastante tempo a possibilidade de não voltar, de ir embora, porque não temos mais muito o que fazer aqui. Não há muito o que fazer. Nós votamos as medidas provisórias, m as elas são mandadas pelo governo, por isso temos que achar um novo papel para o Legislativo.
Vivemos o momento da hipertransparência. A Internet está produzindo esse momento. Daqui a 3 ou 4 anos, todo mundo vai saber tudo sobre todos, porque há câmeras espalhadas em todos os lugares. Tudo é público, não hámais como esconder as coisas.
Dessa forma, temos que, realmente, partir para a hipertransparência, mas não apenas no Parlamento, não apenas para mostrar nota, é hipertransparência em todos os Poderes, nos municípios, nos Estados. Tem que haver uma lógica nisso, temos que avançar nessa direção. Isso nós podemos fazer aqui, isso éobjeto de lei. Temos, realmente, que enfrentar essa crise. É importante que o Presidente da Casa reaja. Temos de mostrar à sociedade a importância do Poder Legislativo e de fazer as mudanças necessárias.
Nós, do PPS, queremos também propor trabalharmos no sentido de encontrar saídas que passem, talvez, por novas regras para nossa relações com os Poderes e com a sociedade; regras que nos permitam ter força para reagir; porque não basta virmos a esta Casa toda semana, a cada terça, quarta e quinta-feira, reagir contra uma nota no jornal. Nós vamos ficar aqui reagindo toda semana, e as coisas vão piorar. Há espaço para piorar se não houver uma mudança real nas nossas regras de conduta, na nossa relação com os outros Poderes, se não houver mudança nas resoluções e leis e hipertransparência em todos os Poderes, para todos. Temos de fazer leis nesse sentido no Congresso Nacional. Por que não haver transparência da diária do promotor, do juiz, no Judiciário e também no Executivo? Em todos. Tudo deve estar na Internet. Éa hipertransparência. Licitação, esse negócio aí... é cheio de rolo; mas, infelizmente, a imprensa só consegue pegar algum detalhe. Também nota do combustível e tal... Roubo de bilhões de reais ocorrem em uma ou outra estatal que ninguém pega. E nós não conseguimos fiscalizar, mas é o nosso papel.
Quero parabenizar os Deputados e V.Exa. pela reação da Casa, mas acho que temos que nos reunir para dar consequência a isso e tomar medidas drásticas para mudar muita coisa aqui dentro e a nossa relação com as diversas instituições.
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O blog destaca que outros deputados, faladores contumazes da Tribuna, desapareceram após esse momento histórico da fala de Coruja.
Outros, porque, simplesmente não estavam na Casa, mas, se manifestarão após o feriado Santo. O qual, defendo a extinção.
O Brasil está em guerra, não em folga.
Uma Boa Páscoa aos leitores.