Caso Dossiê: E a origem do dinheiro?

É o que cobra o tucano José Serra: "Precisa saber a origem do dinheiro?"

PF fará acareação com quatro envolvidos

Transferidos para Cuiabá, Valdebran Padilha e Gedimar Passos serão confrontados com Luiz Antonio Vedoin e Paulo Trevisan

Polícia abre inquérito para investigar origem de R$ 1,7 milhão que seria usado para comprar documentos contra candidato tucano em SP

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)

A prisão do empresário petista Valdebran Carlos Padilha da Silva e do advogado Gedimar Pereira Passos -que estavam com cerca de R$ 1,7 milhão em dinheiro (em dólares e reais)- foi decretada com base em suspeita de "crime de lavagem de dinheiro ou [de] outra origem ilícita", segundo despacho do juiz Cesar Augusto Bearsi, da 3ª Vara Federal de Cuiabá.
A Polícia Federal abriu ontem inquérito para apurar a origem do dinheiro e anunciou que deve fazer hoje em Cuiabá uma acareação com Valdebran e Gedimar, presos em São Paulo com a quantia. Eles foram transferidos ontem à noite de São Paulo para Cuiabá. Presos na mesma capital, o empresário Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, e seu tio Paulo Roberto Trevisan, que levaria o dossiê a São Paulo, vão participar da acareação.
O dinheiro seria usado para comprar um dossiê contra o candidato do PSDB a governador paulista, José Serra, e pagar uma entrevista à imprensa contra o tucano. O material foi oferecido por Vedoin.

Assinante da Folha lê a íntegra aqui.

Alencar põe a mão no fogo

Answers.com
Na contamão da cautela política em declarações polêmicas, uma característica dos mineiros, o presidente da República interino, José Alencar, saiu em defesa de Freud Godoy:

Alencar
O presidente da República interino, José Alencar, afirmou ontem em Brasília ter "absoluta segurança" de que o ex-assessor especial da Presidência Freud Godoy, acusado de envolvimento no dossiê contra candidatas tucanos, "é uma pessoa correta".
Alencar disse considerar "gravíssima" a acusação de uma pessoa tão próxima a Lula, mas não acredita na participação de Freud. "Considero gravíssimo [o caso], só que isso não significa que seja um fato. Significa que é uma informação, por isso temos de examinar. Eu conheço o rapaz, tenho absoluta segurança de que ele é uma pessoa correta, eu não acredito que ele tenha perfil para fazer uma coisa dessas, sinceramente", disse o vice-presidente, que ocupa o cargo de presidente porque Lula está em Nova York, para uma conferência da ONU.

Assinantes da Folha de S.Paulo podem ler a matéria completa aqui.

STF indefere reclamação de Maria do Carmo

Ministro indefere liminar contra reclamação movida por Santarém (PA)

Site do STF

O ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu a liminar na Reclamação (RCL) 4531, ajuizada pelo município de Santarém (PA). Na ação, o município paraense pedia a imediata suspensão de todos os processos que tramitam na 2ª Vara da Justiça do Trabalho nos quais constam como autora Maria Paixão do Nascimento de Sousa.

A prefeitura afirmava que diversas "ações trabalhistas envolvendo o Poder Público do município e seus servidores perante a Justiça do Trabalho de Santarém referem-se a contratações temporárias, a par de suas fragilidades, levadas sob a égide do Regime Jurídico Único". "Inevitavelmente, tal relação administrativa culmina a atrair a competência da Justiça Estadual comum para seu processamento e julgamento", destacava o município na reclamação, ao ressaltar que "o processamento de tal ação neste momento pela Justiça Laboral constitui afronta ao contemplado na ADI 3395".

Em sua decisão, o ministro-relator afirmou que a reclamação "não é o caso de liminar". Cezar Peluso considerou o pedido formulado "deveras genérico, não contando com os requisitos necessários de certeza e determinação (artigo 286 do Código de Processo Civil)". "À luz desse pedido genérico e das alegações do reclamante, não é possível aferir se as situações jurídico-materiais narradas nas demandas, cujos processos o reclamante quer ver suspensos, na 2ª Vara trabalhista de Santarém, correspondem todas e cada uma à hipótese de competência da Justiça Comum, fixada na liminar deferida na ADI 3395", observou o ministro.

O relator Cezar Peluso indeferiu a liminar ao afirmar que o pedido carece de “razoabilidade jurídica”.

Livia Gomes: "Cansei de ver Caixa 2"

J.R. Duran

Viva a integração!
A filha do ex-ministro Ciro Gomes e da senadora cerarense Patricia Saboya tira a roupa e conta a verdade:
Revista Trip - Na eleição passada, votou em Lula. Decepcionou-se?
Livia Gomes: “Sim, não foi limpa toda a sujeira. Acho que Lula não fez tudo o que devia, fez o que pôde. Mas... para falar a verdade, essas histórias de caixa 2 eu cansei de ver... Sempre foi assim!”, resigna-se.

Leia na íntegra aqui.

Freud e Waldomiro Diniz

A temperatura só aumenta em Brasília

Para oposição, Freud é o "Waldomiro" do chefe de gabinete de Lula
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

A denúncia de que um assessor especial da Presidência da República seria o suposto operador da compra de um dossiê contra tucanos, mudou os ânimos na campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República. A avaliação é que o escândalo, pela proximidade com o gabinete de Lula, deve afetar a campanha do petista e pode garantir o segundo turno.

O líder do PSDB no Senado, José Agripino Maia (RN), disse que é um novo "Waldomiro" que surge, em referência a Freud Godoy. "Trata-se de um assessor direto do presidente. Essa bomba cai dentro do Palácio do Planalto. Freud é uma pessoa do Gilberto Carvalho [chefe de gabinete do presidente Lula]. Nós estamos com a reedição do caso Waldomiro, mas de forma mais explosiva", disse Agripino.

Waldomiro Diniz foi flagrado cobrando propina de empresários de casas de jogos. A denúncia veio à tona quando ele era assessor do então ministro José Dirceu.

Assessor da Presidência e ex-coordenador de segurança das últimas quatro campanhas de Lula ao Planalto, Freud foi apontado pelo advogado Gedimar Passos como o responsável pela operação que resultaria no pagamento de R$ 1,7 milhão pela compra de material contra José Serra, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, e Geraldo Alckmin. O material teria sido encomendado pelo PT de São Paulo, que nega a denúncia. A divulgação do seu nome, o fez pedir demissão hoje.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), disse que se o escândalo for "bem administrado" pela oposição pode trazer ganhos para a campanha de Alckmin. "Nós precisamos mostrar para o eleitorado que o modelo de corrupção do PT não se esgotou com as CPIs. É o modelo de corrupção implantado pelo PT, onde os fins justificam os meios", disse.

O menos entusiasmado é o vice na chapa de Alckmin, senador José Jorge (PFL-PE). "Não sei [se terá repercussão na campanha]. Acho que enquanto não aparecer a foto do dinheiro não pega", disse. Em discurso no plenário do Senado, José Jorge levantou suspeitas de que Freud também teve seu nome envolvido no escândalo do morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.

A Folha Online entrou em contato com o deputado Romeu Tuma, na época delegado do caso, e o promotor de São Paulo Roberto Wider. Ambos negaram terem ouvido citação a Freud Godoy.

Senador Heráclito Fortes compara crise ao episódio que levou Getúlio ao suicídio em 1954

O senador Heráclito Fortes (PFL-PI), comparou a crise política gerada com apreensão pela Polícia Federal de R$ 1,7 milhão para a compra de um dossiê contra os tucanos José Serra, candidato ao governo de São Paulo e Geraldo Alckmin, candidato a presidência da República, como o caso mais grave do governo Lula.
-Como o presidente gosta de citar Getúlio Vargas, esse caso já tem a mesma dimensão dos episódios que levaram ao suicídio de Getúlio, comparou.

No blog de Reinaldo Azevedo, a mesma tese é citada:

Há 52 anos...

Caros,
O passarinho de sempre já me havia contado que o petista preso havia acusado um tal “Freud” ou “Froud”. Sabia também que esse era o nome do chefe de segurança de Lula. Claro, coincidências existem, não é? Pode muito bem haver dois petistas chamados “Freud”, donos de empresas de segurança e com intimidade o bastante com a corte para fazer essas pilantragens. Tudo é possível. A questão, agora, é saber se o sistema político acredita ou não.

Lula gosta de se comparar a Getúlio Vargas; Tarso Genro vive acusando golpismo; os intelectuais áulicos adoram falar em lacerdismo. Faltava quem nesta celebração de clichês? Gregório Fortunato — por isso postei ontem uma foto dele aqui —, o chefe da segurança pessoal de Getúlio, em cujas costas caiu a culpa de ter dado a ordem para matar Carlos Lacerda.

Sem querer fazer um trocadilho infeliz, também aquele tiro foi dado no pé. No pé de Lacerda. Mas um outro acertou o major da Aeronáutica Rubem Floretino Vaz, que morreu. Era a madrugada de 5 de agosto de 1954. O episódio ficou conhecido como o “Atentado da Rua Toneleros”. Lacerda era um opositor feroz de Getúlio e promovia uma campanha severa contra ele no jornal Tribuna da Imprensa. No dia 2 de agosto, a manchete da publicação era esta: “Somos um povo honrado governado por ladrões”.

O governo tentou negar o quando pôde o seu envolvimento no caso. Mas um IPM instaurado pela Aeronáutica — a República do Galeão — apontou para a responsabilidade de Gregório Fortunato, que preservou o chefe de qualquer responsabilidade e assumiu sozinho a autoria intelectual do atentado. Se Getúlio tinha ou não culpa no cartório, não deu para saber: ele se matou no dia 24 daquele mês com um tiro no peito e deixou uma carta acusando a existência de... forças golpistas. O ditador que já tinha mando torturar e matar entre 1937 e 1945 se oferecia como cordeiro do povo.

A se confirmar que o tal “Freud” de que fala o petista da mala preta é o mesmo que é assessor especial do presidente da República, estamos diante de uma situação de gravidade, quero crer, inédita desde... Gregório Fortunato! É isso mesmo. Temos eleições dentro de 13 (!) dias. Lula é o franco favorito e investiu fundo numa clivagem que pretende opor o povo sofrido, que ele representaria, às elites insensíveis. Há três dias, não contente em se comparar a Getúlio, evocou o próprio Jesus Cristo como uma referência.

É um momento de assombro e de espanto. Acima do povo e de Lula, estão as instituições democráticas e republicanas. Quem quer que tenha armado essa tramóia praticou um atentado contra a lisura das eleições. A polícia precisa achar esse tal Freud. Vamos ver como Freud se explica.

E lá vou eu para o seminário na terra (o Estado) de Getúlio. Mantenham o debate no blog. Os comentários continuarão a ser postados.

Freud Godoy depõe na PF em SP e nega tudo

O assessor especial particular da Presidência da República, Freud Godoy, depõe desde as 14h30 na sede da Polícia Federal em São Paulo. Freud Godoy participa neste momento, informou a Folha Online, de uma acareação entre os quatro presos --Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do Mato Grosso; Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal; Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam; e seu tio, Paulo Roberto Dalcol Trevisan-- envolvidos com o dossiê contra o tucano José Serra, candidato ao governo de São Paulo.

Valdebran e Gedimar foram presos na sexta-feira, em São Paulo, sob suspeita de intermediar a compra de documentos que mostrariam o suposto envolvimento de Serra e Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, com a máfia dos sanguessugas, que fraudava licitações para a compra de ambulâncias com dinheiro público. Com eles, a polícia apreendeu cerca de R$ 1,7 milhão.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, o presidente do Tribunal Superior eleitoral, ministro Marco Aurélio de Mello, disse que não descarta a impugnação da candidatura do presidente Luis Inácio Lula da Silva, em ação movida na Corte pelo PSDB.

A temperatura ferve no caldeirão político de Brasília.

Lula demite Freud

O presidente-candidato Lula antes de sua partida para Nova Iorque/EUA , onde discursa amanhã na abertura da Assembléia Geral da Onu, telefonou para o seu velho amigo Freud Godoy. Não se sabe o teor da conversa, mas, amanhã, no Diário Oficial da União, será publicada a exoneração do assessor especial do presidente, antigo colaborador desde os tempos da militância sindical no ABC. Godoy era o sombra de Lula, responsável pela segurança pessoal do presidente.
Pergunta: Como um segurança pago com dinheiro do contribuinte, pode repassar uma fortuna apreendida pela Polícia Federal em poder de Gedimar Pereira Passos, que compraria o dossiê contra Serra e Alckmin?

Assessor de Lula pede demissão após caso do dossiê anti-Serra
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

Freud Godoy, que teve seu nome envolvido no episódio da suposta compra de um dossiê contra o ex-ministro José Serra, disse por telefone para a Folha Online que já enviou seu pedido de demissão do cargo de assessor especial da Secretaria Particular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seu nome teria sido citado por Gedimar Pereira Passos como o suposto responsável por repassar recursos para a compra do dossiê anti-Serra. "Eu não tenho nada a ver com isso, absolutamente nada", afirmou.

"Faz uns 40 minutos que eu enviei um e-mail para o gabinete do Gilberto Carvalho [chefe do gabinete de Lula] com meu pedido de demissão", afirmou.

Godoy afirmou que vai se apresentar hoje à Polícia Federal em São Paulo, por volta das 17h, para dar seu depoimento sobre o caso e pedir uma acareação com Gedimar. "Eu não sei por que ele colocou o meu nome nisso. Eu somente encontrei com ele umas quatro vezes", disse ele.

Segundo o assessor da Presidência, esses encontros aconteceram há cerca de 30 dias, para tratar de questões de segurança do comitê do PT em Brasília. "Se eu abrir o meu sigilo telefônico, vai ver que tem umas quatro ou cinco ligações, no máximo", afirmou.

"Na primeira vez, eu fui somente apresentado a ele pelo pessoal do PT. Depois, nós tratamos de questões da segurança do comitê. Na última vez, eu somente cumprimentei", afirmou, acrescentando que foram contatos "profissionais e esporádicos".

Ele afirmou que está disposto a abrir seu sigilo telefônico e bancário para facilitar as investigações.

O caso - A PF prendeu em São Paulo na sexta-feira passada Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do Mato Grosso, e Gedimar Pereira Passos. Junto com eles, a PF apreendeu cerca de R$ 1,7 milhão.

Em Cuiabá, a PF prendeu Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam (acusada de chefiar o esquema sanguessuga) e seu tio, Paulo Roberto Dalcol Trevisan. A pedido de Vedoin, Trevisan entregaria em São Paulo um dossiê --fitas de vídeo, fotografias, agenda e documentos-- contra Serra.

Em depoimento à PF, Gedimar disse que o dinheiro veio do PT. Mais tarde, informou que seu contato no PT era alguém chamado "Freud".

Nota do blog: Alguém está mentindo

Entrevista de Lula à Folha

ENTREVISTA LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Lula se diz frustrado por falta de apoio entre os mais ricos


Presidente afirma que classe média não forma opinião dos pobres e que escândalos não determinam o voto no país

MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA

O presidente Lula diz que a "única" frustração que enfrenta hoje é a falta de votos entre as camadas mais ricas da população. De acordo com ele, os ricos "ganharam dinheiro como ninguém" em seu governo e por isso não deveriam ter uma resistência tão forte a ele, como revelam as pesquisas. Na sexta-feira, o presidente embarcou para uma série de comícios eleitorais no Nordeste e no Norte do país. Ele permitiu que a Folha acompanhasse a viagem com outros três jornalistas, do jornal "Valor Econômico", do "Terra Magazine" e do SBT. Num dos trechos da viagem, ele conversou com os repórteres na área reservada do avião que o levava a Feira de Santana, na Bahia. Mais tarde, rumo a Belém (PA), comentou a frase que teria dito num jantar com empresários, de que gostaria de "fechar o Congresso": "Isso não tem cabimento". Leia trechos da entrevista:

Fechamento do Congresso
"Isso não tem cabimento. Isso eu não disse. Eu tenho falado muitas vezes sobre a China, que lá é mais fácil, não tem Congresso, não tem estudante, não tem greve, não tem sindicato, como na democracia brasileira. Mas o Congresso já está fechado. Ele não funciona, ele se autofecha. Tem cabimento o Congresso não funcionar em época de eleição?"

Apoio dos mais pobres
"Se você não tomar cuidado ao fazer a pergunta, alguém pode interpretar que precisamos mudar de povo. Eu perdi três eleições porque o povo pobre tinha medo de mim. Não acreditava em um igual a ele. E agora eu estou ganhando porque o povo descobriu que um igual pode fazer por ele o que um diferente não conseguiu fazer. Sempre tive muito voto nos setores da sociedade organizada, de mais de cinco salários mínimos. Isso [o patamar histórico de votos nesses setores] está se mantendo."

Ricos
"Agora, a única frustração que eu tenho é que os ricos não estejam votando em mim. Porque eles ganharam dinheiro como ninguém no meu governo. No meu governo, as empresas ganharam mais que os bancos. Teve mais crédito que nunca. Depois de vinte anos a construção civil começou a se recuperar fortemente. Então essa é minha única frustração."

Efeito do mensalão
"Não é isso o que determina o voto no Brasil. Se isso determinasse o voto no Brasil, essa gente escolheria melhor quem ajudar nas campanhas. Porque cada deputado eleito teve alguns patrocinadores. Perguntem aos que financiam campanhas se têm coragem de dizer para quem deram o dinheiro."

Paulo Betti
"Eu não concordo [com a frase "é impossível fazer política sem colocar a mão na merda']. O que eu acho é que a política brasileira tem uma tradição secular, de dependência econômica dos candidatos, de financiamento, de cobrança depois. Sempre foi assim e, se não mudar o sistema, vai continuar sendo assim. Qualquer brasileiro sabe. É só pegar a história da política brasileira, desde a proclamação da República, gente! Ninguém está inventando nada. A política brasileira é isso. Na história política do Brasil recente, muitos corruptos eram tratados como espertos. Fulano de tal é velhaco, malandro. A imprensa tratava o bandido como o esperto da política, profissional competente."

Classe média
"Eu nunca achei que a classe média puxava o povo. Isso é coisa da classe média para se autovalorizar."

Formador de opinião
"De repente inventaram o tal de formador de opinião. O cara escreve artigo de jornal e forma opinião. E o cara da CUT não forma opinião? E o cara da colônia de pescadores não é formador de opinião? Muitas coisas no Brasil vão passar por uma reflexão. A imprensa é uma delas. Muita coisa vai melhorar. O que não vai melhorar é a política. Se acontecer o que está parecendo, vai piorar. O Paulo Maluf se eleger deputado, o Fernando Collor se eleger, o Clodovil se eleger..."

FHC
"Forma negativamente [opinião]. Porque, quem tem a rejeição que ele tem, era melhor não dar opinião. Veja, eu não tenho nada contra o Fernando Henrique Cardoso. Absolutamente nada. A única coisa que eu lamento é que ele não tenha sabido se comportar como ex-presidente da República. Um ex-presidente não dá palpite, um ex-presidente fica quieto. Um ex-presidente, antes de julgar os outros, olha o que fez. Sabe, no Brasil, o único cara que sabe se portar é o presidente Sarney. Ele foi achincalhado pelo Collor e nunca fez julgamento do Collor."

Aécio Neves
"É meu amigo, um companheiro que conheço desde a Constituinte. É uma figura extremamente civilizada, que sabe ser companheiro, que sabe até na divergência política ser cordato. Eu tenho muitos amigos. Muitos. Só não é meu amigo quem não quer. Se quiser, eu estou de braços abertos."

José Serra
"Eu tenho ótima relação com o José Serra. Aquilo que eu disse hoje de manhã para a imprensa [Lula defendeu o tucano da acusação de envolvimento com sanguessugas] é absolutamente verdadeiro. Ah, mas saiu uma manchete contra o Serra. E daí? Sair uma manchete contrária não prova nada. Eu quero saber é se essa manchete pode ser desmentida amanhã. Eu tenho boa relação com o Serra. Em 2002, fizemos uma campanha de nível muito elevado. Não houve agressão, nos tratamos como companheiros."

Geraldo Alckmin
"Eu não tenho nada contra o Alckmin, gente! Eu não tive amizade com o Alckmin. Eu tive amizade com o Mário Covas, com o Serra, com o Fernando Henrique. Mas com o Alckmin eu tive uma relação institucional muito civilizada. Então eu quero preservar isso. Se ele não quer, o problema é dele. Não fica bem para ele [fazer ataques na campanha eleitoral]. Médico não pode ser agressivo. Senão, como fica o paciente?"

Pacto com oposição
"O que eu quero é propor um pacto de responsabilidade com o país. Estabelecer quais são os principais projetos que interessam a todos os brasileiros, como o Fundeb, a lei das micro e pequenas empresas. É um pacto de bom senso. É todo mundo tomar remédio contra azia de manhã e se encontrar no Congresso para discutir."

Debate
"Veja, eu acho engraçada a inquietação que as pessoas têm. Em 1998, ninguém perguntou para o Fernando Henrique Cardoso [o motivo de ele não ir aos debates]. É um direito democrático alguém convidar [para um debate] e é tão democrático quanto a recusa. A democracia não é uma moeda que só tem uma face. Ela tem duas faces. Não sei [se vai ao debate da TV Globo com outros candidatos]. Eu quero saber o que eu ganho, o que eu perco. Sou presidente da República independentemente de estar candidato. Eu não posso expor a instituição da Presidência. Não é um problema de estar na frente [nas pesquisas]. Em 2002 eu estive sempre na frente e fui a todos os debates. Sou fissurado em debates."

Reeleição
"Eu hoje sou um homem convicto de que a reeleição é um retrocesso político para o Brasil. O mandato de cinco anos sem reeleição seria a melhor coisa. Aliás o meu amigo Fernando Henrique Cardoso vai carregar pelo resto da vida o gesto irresponsável de ter aprovado a reeleição. A única explicação para a reeleição chama-se vaidade pessoal, personalismo. Eu fui obrigado [a disputar a reeleição]. Porque eu era o único candidato que poderia derrotá-los. Agora, a reeleição é perniciosa para o Brasil."

Henrique Meirelles
Olha, a priori, todos ficam.

Renegociação das dívidas
Não podemos esquecer que esses governadores todos fizeram festa quando foi feito o acordo [da dívida]. Porque o acordo foi feito permitindo que eles vendessem patrimônio público. Agora acabou o patrimônio e eles se deram conta de que entraram numa gelada. Então vamos ter que encontrar uma negociação sem burlar a lei de responsabilidade fiscal.

Bolívia
Sabe o que eu fico com pena? É que as pessoas tentam tirar proveito da crise da Bolívia para dizer "o Lula tem que ser macho". Tem dois motivos para você demonstrar força: um é quando você está fraco e precisa fazer barulho, gargantear, fazer bravata. Agora, quando está forte, você não tem que demonstrar. Eu tenho a nítida noção da supremacia brasileira diante da Bolívia. Então por que tenho que fazer bravata? Olha, se a Petrobras deixar de explorar gás, vai faltar gás de cozinha e gasolina na Bolívia. Quando conversei com o Evo Morales [presidente da Bolívia], eu peguei o mapa da América do Sul e mostrei a situação da Bolívia, onde estava a Venezuela. Eu disse "não adianta colocar a espada na minha cabeça, se eu não quiser o gás de vocês, vocês vão sofrer mais que nós". É como relação de marido e mulher. Dá uma olhada [estende a mão]: Eu tô nervoso? Vocês acham que se estivesse nervoso eu estava aqui?"

Heloísa Helena perdeu a linha

W Mulher













Pode ser estresse ou outro motivo qualquer. O fato é que um homem ou mulher públicos, tem que manter a linha quando expostos à avaliação e exposição massiva. Como no caso da senadora Heloisa Helena, candidata do PSOL a presidência da República, que perdeu a linha e muitos votos hoje cedo na série de entrevistas com os presidênciáveis que o Bom Dia Brasil, da TV Globo, apresenta a partir de hoje.
Leia a matéria abaixo:

Quid Novi

Uma candidata à beira de um ataque de nervos: histrionismo de Heloísa Helena tira Globo do sério

A candidata do P-SOL à Presidência da República foi a primeira a ser entrevistada na série do Bom Dia Brasil. Deixando de lado o sorriso, revogando o tom aveludado de voz que seu amigo Cesar Maia, prefeito do Rio, sempre a aconselha conservar, Heloísa Helena despejou um discurso arrogante e permeado de clichês de palanque.

Quando Miriam Leitão perguntou-lhe qual a fórmula para reduzir a taxa de juros por decreto sem gerar inflação, a senadora e candidata a presidente disse que responderia mas precisava de alguém de boa vontade para ouvi-la - e não alguém que tivesse vendido os neurônios ao sistema financeiro internacional. Por fim, não respondeu nem conseguiu concatenar mais de duas idéias em raciocínio lógico por 45 segundos. Alexandre Garcia quis saber se ela governaria com suas idéias próprias ou se havia um programa de governo do P-SOL. Ela desdenhou da necessidade de apresentar programa de governo e deixou claro que seu partido tem programa. O jornalista confrontou-a com a resposta dada ao Jornal Nacional, há um mês, quando afirmou que uma coisa é a Presidência da República e, outra, seu programa partidário. Heloísa Helena se destemperou.

Em outra pergunta de Miriam Leitão, a jornalista quis saber como HH governaria, caso eleita, com o déficit previdenciário se ela tinha se posicionado contra a Reforma da Previdência e a favor dos privilégios contidos no sistema previdenciário nacional que beneficia os funcionários públicos de mais altos salários. Irritada, a senadora tascou um chavão: disse que "Gôbels" havia feito escola no Brasil. Foi corrigida no ar por Renato Machado, que interrompeu-a e corrigiu a pronúncia: "Guêbels!", interrompeu. (Heirinch Goebels, ideólogo do Partido Nazista alemão, dizia que uma mentira repetida à exaustão termina por se tornar verdade para a sociedade movida pela opinião) Heloísa Helena olhou de lado para Machado com evidente desdém e descontou na pergunta seguinte, quando o âncora do Bom Dia Brasil quis saber se ela pretendia governar sem apoio no Congresso.

A entrevista foi um show de "bufos" da senadora, evidentemente despreparada para uma discussão democrática com quem lhe quer extrair idéias e projetos. Esta nota foi redigida às 8h10min. O Bom Dia Brasil é reapresentado na GloboNews às 9h10 e, às 10h30, o vídeo com a entrevista pode ser visto no site da Globo.com.

Grampo no TSE e STF

Não há limites para a ousadia de grupos criminosos no Brasil. Após o assalto à sede do Banco Central do Ceará, o maior de todos os tempos, o PCC uma facção criminosa pilotada de dentro dos Presídios aterrorizou a maior capital do Brasil, causando pânico, morte e destrição em São Paulo. Agora, numa inspeção de rotina, não se sabe se há ligação com o PCC, descobriu-se grampos telefônicos na linhas fixas e particulares usadas por três ministros do Supremo Tribunal Federal e que também atuam no Tribunal Superior Eleitoral. Um dos grampos monitorava o presidente do TSE.
O crime organizado transita com muita facilidade no Brasil.
Leia mais abaixo:

Ministros do TSE estavam grampeados

Escutas foram encontradas nos telefones de três membros do órgão, entre eles, o presidente, Marco Aurélio Mello

Marta Salomon/Folhapress

Brasília - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio de Mello, e dois colegas do tribunal tiveram os telefones grampeados, detectou empresa contratada para fazer varreduras das linhas telefônicas usadas pelos ministros, inclusive em suas residências.

“Se o grampo partiu de um particular, é condenável, se partiu do Estado, merece a excomunhão maior”, reagiu Mello, que encaminha hoje ofício à presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, e apresenta queixa de crime ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. “Quando um ministro do Supremo é bisbilhotado, é sinal de que estamos vivendo uma época de verdadeiro terror”, completou o presidente do TSE.

Os grampos também tiveram como alvos Cezar Peluso, que, como Mello, é ministro do STF, e Marcelo Ribeiro, um dos três responsáveis, no TSE, pela análise de representações contra a propaganda eleitoral. Ontem à noite, o diretor-geral do TSE, Athayde Fontoura Filho, ainda reunia informações sobre a escuta clandestina, que seriam divulgadas hoje cedo.

Segundo informações preliminares, a empresa contratada para a varredura das linhas telefônicas não teria identificado a origem dos grampos nem seus responsáveis. A varredura das linhas telefônicas é uma rotina no tribunal, mas não há notícia de precedente de detecção de grampos nos telefones dos ministros, segundo o TSE.

Dos sete ministros do TSE, Mello e Peluso representam a cúpula do tribunal. Marcelo Ribeiro é ministro substituto na cota dos juristas, e um dos mais rigorosos na punição a irregularidades na propaganda dos candidatos tanto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como do tucano Geraldo Alckmin.

Rigor - Foi Ribeiro quem começou a condenar o que julga invasão do candidato ao Planalto no tempo de propaganda dos candidatos aos governos estaduais e ao Congresso. Desde o início da campanha, Lula já perdeu mais de 10 minutos nos programas e inserções. O presidente determinou que o conselho político, que reúne seus principais assessores, enviasse ontem comissão ao TSE para discutir o que considera excessivo rigor contra a propaganda eleitoral, sobretudo contra a candidatura petista.

Representações ainda em análise no tribunal ameaçam metade do tempo de propaganda gratuita de que Lula dispõe até o final da campanha. Se as queixas forem acatadas, o presidente poderá perder 12 minutos em inserções e 37 minutos nos programas eleitorais.

Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados

  Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados A imagem peregrina da padroeira dos par...