Tropa de Choque de Arruda escalada para a pizza

Câmara aceita pedidos, mas só vota em 2010

A desocupação da Câmara Legislativa realizada ontem pela Polícia Militar permitiu o prosseguimento dos pedidos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (DEM). Ontem, foi criada uma comissão especial para analisar os três requerimentos já aprovados pela Procuradoria da Câmara.

Hoje à tarde, os parlamentares se reunirão para a eleição do novo corregedor da Casa e para a escolha dos integrantes da comissão.

Os 10 deputados que participaram ontem de manhã de sessão extraordinária fizeram a leitura dos três processos. Dos 11 pedidos de impeachment apresentados, apenas três foram aceitos: os apresentados pelo presidente regional do PT, Chico Vigilante; pela presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no DF, Estefânia Viveiros; e pelo advogado Evilázio Viana Santos.

Agora, eles seguem para apreciação pela comissão especial, o que deve ocorrer a partir da semana que vem. Mas, devido a todos os prazos regimentais (veja arte ao lado), o processo só deve ter uma definição em 2010.

Ontem à tarde, depois da desocupação do prédio (leia abaixo), o presidente interino da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), disse que a retirada dos manifestantes vai garantir a continuidade das investigações e também a tramitação de projetos de lei. “É importante que agora possamos retomar a apreciação de processos de interesse de toda a sociedade, como a votação do orçamento e a aprovação da pauta do IPTU e do IPVA”, destacou Patrício.

A eleição do corregedor será feita hoje a partir das 15h, já que o deputado Júnior Brunelli (PSC), que estava no cargo, é um dos envolvidos no escândalo e por isso está impedido de conduzir os processos de quebra de decoro parlamentar contra os sete colegas citados no inquérito. Já a comissão especial para analisar os pedidos de impeachment terá nove integrantes e três suplentes. A distribuição dos distritais levará em consideração o coeficiente partidário. Assim, serão escolhidos dois integrantes do PT, dois do Bloco Democrático Trabalhista (formado por PSDB e PTB), dois do Bloco Democrático Popular (PPS e PMDB), um do DEM, um do PR e um do Bloco Progressista Republicano (PP/PSB/PRP).

A deputada Eliana Pedrosa (DEM) voltou para a Câmara Legislativa já assumindo papel de grande articuladora entre os distritais. Todos os deputados, inclusive os de oposição, foram convidados para um café da manhã hoje na casa de Eliana. Os convites, no entanto, estariam partindo do vice-governador Paulo Octávio (DEM), num apelo de união para avaliar a crise que atinge o Executivo e o Legislativo. Nesta reunião, a pressão para que Leonardo Prudente (DEM) renuncie à presidência da Câmara vai aumentar. Prudente resiste a sair do cargo, do qual oficialmente está apenas licenciado. Mas, com o aumento das denúncias que recaem sobre ele, a situação fica cada vez mais insustentável.

As reuniões na casa de Eliana começaram ontem e foram intensas. À tarde, a deputada se reuniu com Alírio Neto (PPS) e Paulo Roriz (DEM). Eliana e Paulo Roriz saíram dos cargos de secretários de governo para reforçar o bloco governista na Câmara. Na estratégia de recuperar o controle da Casa, que está nas mãos agora da oposição, tentam costurar estratégia para que um deles assuma a presidência. O nome de Paulo Roriz estaria sendo trabalhado para ser corregedor. 

Câmara desocupada

Carlos Silva/Esp. CB/D.A Press

Policiais militares carregaram os estudantes que se negaram a deixar o prédio da Câmara Legislativa

Iano Andrade/CB/D.A Press

Apesar da desocupação pacífica, os dois grupos bateram boca do lado de fora: clima bem tenso

A missão dos policiais militares que chegaram na manhã de ontem à Câmara Legislativa era retirar os estudantes e sindicalistas da galeria e cumprir a decisão judicial de reintegração do prédio. Mas, ao descerem dos ônibus, os PMs perceberam que a tarefa seria outra, ainda mais difícil: evitar uma guerra entre os manifestantes que ocupavam o local e apoiadores do governador José Roberto Arruda, que ontem apareceram de surpresa para acompanhar a leitura dos pedidos de impeachment. Foram necessárias quatro horas de diálogo, com a presença até de negociadores do Batalhão de Operações Especiais (Bope), para que os manifestantes contra e a favor de Arruda saíssem. Apesar do clima tenso, a desocupação foi pacífica e ninguém ficou ferido.

Ao todo, 700 PMs participaram da operação montada para conter cerca de 500 representantes de ambos os grupos. Por volta das 13h, todas as portas da Câmara Legislativa foram bloqueadas pelas forças policiais. Ninguém mais pôde entrar. Do lado de fora, líderes comunitários e, principalmente, servidores públicos pró-Arruda esperavam o desfecho.

Um negociador do Bope procurou separadamente os arrudistas e o grupo favorável ao impeachment para negociar os termos de uma saída pacífica. Os manifestantes que protestavam contra o governo foram os primeiros a deixar a casa. Pelo menos 15 estudantes resistiram à retirada e saíram carregados pelos policiais. Uma das principais divergências entre os negociadores da PM e os manifestantes era quem sairia primeiro. Mas, com a mediação dos policiais, eles ficaram separados e aceitaram as condições de retirada.
Às 15h50, os estudantes e sindicalistas começaram a deixar o prédio escoltados por policiais militares. Foram levados para dois ônibus fretados pelo grupo e pagos por entidades apoiadoras do movimento. De lá, seguiram para a Universidade de Brasília e fizeram uma caminhada até o Eixão. Logo depois, saíram os apoiadores de Arruda.

Bate-boca
O Correio apurou que vários dos manifestantes arrudistas presentes no local eram funcionários de órgãos públicos, principalmente de administrações regionais. Vários dos ônibus que transportaram pessoas para a Câmara eram do GDF.

Durante bate-boca com o grupo rival, os arrudistas destacavam o trabalho do governador em áreas mais pobres. “Depois de muito tempo na lama, finalmente o governo levou asfalto para a Estrutural”, justificou a dona de casa Mariângela Carvalho, 61 anos. “A gente veio porque gosta do governo Arruda. No mensalão do PT, ninguém teve que deixar o poder”, argumentou o servidor público Alcione Pimentel, 34 anos, da Secretaria de Saúde.

O ânimo exaltado dos arrudistas quase terminou em briga. “Eles chegaram dispostos a partir para a violência. Deram tapa em alguns colegas e queriam a todo custo provocar confusão”, reclamou o estudante de direito da UnB Diogo Ramalho. (Helena Mader, Luísa Medeiros e Luiz Calcagno, para o Correio Braziliense)

Carajás pode entrar na pauta amanhã

Foto: Val-André Mutran
















Projeto de Decreto Legislativo que autoriza a criação do Estado do Carajás pode entrar na pauta amanhã.

A matéria é consenso em todos os partidos por tratar-se de constitucional para consultar a população paraense se quer ou não a emancipação de 39 municípios no sul/sudeste do Pará, criando, desta forma, caso o resultado do plebiscito seja favorável o 27º Estado da Federação Brasileira.

Jader apóia plebiscito do Carajás

Fotos: Val-André Mutran













O deputado federal e ex-governador do Pará por duas vezes, Jader Barbalho testou sua popularidade com a multidão política do sul do Pará que lotou um dos Plenário das Comissões Técnicas da Casa, ainda há pouco.














Barbalho disse que considera-se uma pessoa vinculada ao Sul do Pará.

Lembrou que foi o governador que mais investiu na região com a construção da PA-150 e do Linhão de Transmissão que energizou os municípios que comporão o futuro Estado do Carajás.

O deputado defende um amplo debate dos prós e contras para a criação do Estado.

"Não tenho medo em absoluto do resultado desse plebiscito. Quem tem medo do plebiscito, tem medo da democracia", manifestou-se arrancando aplausos e gritos da audiência, nessa altura com a adrenalina à mil, ao ponto de convidá-lo à trocar seu domicílio eleitoral para o futuro Estado, caso o mesmo seja criado.

Demonstrando um elegante senso de humor, Barbalho disse que é o convite "é uma tentação!".

A fila de fotos de políticos presentes ao encontro foi impressionante.

Era mais que gostaria de tirar uma foto com o provável candidato à sucessão da governadora Ana Júlia Carepa (PT).

Aprovação do plebiscito de Carajás movimenta Câmara dos Deputados

Fotos: Val-André Mutran













Vereadoras e Prefeitas do Carajás reunidas em torno do assunto do dia: a possibilidade da incusão na pauta do dia para votação do plebiscito do Carajás.













Mais de 400 lideranças políticas e empresariais do sul e sudeste do Pará estão mobilizadas neste momento no Plenário 3 na Ala das Comissões Técnicas da Câmara dos Deputados. A expectativa é de que entre na pauta do Plenário, ainda hoje, o Projeto de Decreto Legislativo n° 52/2007, aprovado semana passada no Senado federal.

O projeto será apensado ao PDC n° 159-B, 1992, de autoria do deputado federal Giovanni Queiroz (PDT-PA) que trata do mesmo assunto: a realização consulta popular nas urnas nos moldes de um plebiscito, oportunidade em que a população dirá se quer ou não a emancipação de 39 Municípios do Estado do Pará.

O estado do Carajás é viável? O debate volta a ter destaque no Congresso


A proposta de criação do estado do Carajás voltou a ter destaque aqui no Congresso. É que o Senado aprovou projeto que autoriza a realização de plebiscito para saber se a população paraense quer ou não um novo estado. A proposta agora vai ser analisada junto a um projeto similar da Câmara, que já está pronto para ser votado.

Créditos:
- Dep. Giovanni Queiroz (PDT-PA) - autor do projeto
- Fabrício Rocha - repórter
- Dep. Bel Mesquita (PMDB-PA)
- Dep. Zé Geraldo (PT-PA)
- Dep. Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) - Pres. da Frente Parlamentar Contra Novos Estados
- Fabricio Costa - vereador de Piçarra - PA
- Rogério Boueri - prof. de economia da UCB

Reprodução autorizada mediante citação da TV Câmara

Mutirão do CNJ propõe saída pacífica para desocupação de fazendas no Pará

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, abriu na última sexta-feira, 4, em Marabá, no sul do Pará, o primeiro mutirão fundiário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A força-tarefa pretende acelerar a tramitação dos processos de reintegração de posse e de desapropriação, além de fiscalizar cartórios.

O mutirão será a última chance de acordo para a desocupação de 16 fazendas na região, antes que a polícia use a força para cumprir as ordens de reintegração de posse. Em uma semana, os juízes vão realizar audiências de conciliação para tentar acabar com as ocupações de terra.

De acordo com o juiz auxiliar da presidência do CNJ, Marcelo Berthe, a ideia é tentar negociar a saída pacífica dos trabalhadores rurais que ocupam as propriedades.

“Pode ser que a gente não consiga acordo em todas e precise resolver com força policial. As ordens judiciais terão que ser cumpridas”, afirmou.

A região de Marabá é um dos pontos críticos da disputa por terra no Pará. “Está no olho do furacão”, avalia Berthe. Parte do Maranhão e o norte do Tocantins completam a região de maior tensão fundiária do país.

Além de concentrar terras produtivas, a área abriga representações fortes de organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outras associações de trabalhadores do campo.

Com a possível desocupação das fazendas durante o mutirão, os ocupantes serão transferidos provisoriamente para lotes cedidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). “Ninguém quer conflito, violência. Nosso objetivo é a segurança jurídica, no uso e na posse da terra”, afirmou o presidente do instituto, Rolf Hackbart.

O ministro Gilmar Mendes também prefere apostar na solução pacífica. “O trabalho está sendo feito para evitar ao máximo a necessidade de presença da força policial”, disse, ao lembrar o episódio de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores rurais foram mortos em conflito com a polícia durante protesto contra a demora na desapropriação de terras para reforma agrária.

Mendes reconheceu as dificuldades logísticas de deslocar policiais para retomar a posse de propriedades ocupadas, mas criticou a demora no cumprimento de ordens judiciais de reintegração. Só no Pará, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) argumenta que há cerca de 100 processos julgados, aguardando execução.

“É um problema de falta de institucionalidade, de ausência do Estado. Não se pode permitir que as ordens judiciais sejam desmoralizadas”

O presidente do STF espera que o mutirão resolva a disputa por terras no Pará, dispensando a necessidade de intervenção federal no estado, aprovada pelo Tribunal de Justiça estadual e já encaminhado à Procuradoria Geral da República.

O mutirão do CNJ deve seguir para outras regiões do país. Entre elas, o Pontal do Paranapanema (interior de São Paulo), tradicional reduto de atuação do MST, e Mato Grosso do Sul, onde a demarcação de terras indígenas tem gerado conflitos entre índios e fazendeiros.

Com informações da Agência Brasil.

A versão da ex de Arruda

Mariane Vicentini diz que o governador usa o dinheiro da corrupção para construir patrimônio não declarado à Receita

Mino Pedrosa, Isto É

Exclusivo

Separação milionária No acordo extrajudicial, ela ficou com R$ 15 milhões. Depois se aliou a Roriz e agora diz que há mais a ser investigado

A atriz Mariane Vicentini, ex-mulher do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, não se surpreendeu com as denúncias e as imagens de corrupção que colocam seu ex-marido como o chefe da quadrilha do Mensalão do Demo. “Ele se aliou a pessoas que são sujas e perigosas, e há muito mais para ser investigado” disse Mariane à ISTOÉ, referindo-se a Durval Barbosa (ex-secretário de Relações Institucionais), Marcelo Toledo (braço direito de Durval) e Fábio Simão (ex-chefe de gabinete). Segundo a ex-mulher de Arruda, além do dinheiro entregue em espécie, o governador teria gastos pessoais pagos com dinheiro ilegal através de cartões de crédito usados por seus principais auxiliares. Ela se recorda, por exemplo, de uma viagem para Aruba e depois Paris, no final de 2006. “A viagem foi feita pouco antes da posse dele como governador. Em Paris, nos hospedamos no hotel Plaza Athénée e todas as despesas foram pagas no cartão de Simão”, afirma. “O dinheiro tinha sido arrecadado junto a empresários que têm interesses no governo do DF.” A ex-mulher acusa Arruda e seu grupo de estarem usando o dinheiro arrecadado na compra de propriedades e citou um haras nos arredores de Brasília. “Não sabia que Arruda gostava tanto de cavalos, mas soube que ele comprou um haras e recentemente deu de presente para nosso filho de quatro anos um cavalo puro-sangue”, lembra. De acordo com ela, nem todas as propriedades do governador estão em seu nome.

O casal se conheceu em 1990. Três anos depois, Arruda deu para Mariane um apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro, e em 2000 os dois passaram a viver juntos em Brasília. No mesmo ano, ISTOÉ revelou que Arruda e ACM fraudaram o painel do Senado e ambos renunciaram. Na ocasião, Mariane foi uma das poucas pessoas que ficaram ao lado de Arruda. A separação veio no início de 2007, meses depois da posse de Arruda como governador. No acordo da separação extrajudicial, Mariane recebeu cerca de R$ 15 milhões. Faz parte da pequena fortuna uma casa avaliada em R$ 2,8 milhões. “A casa estava no nome de um construtor que tem contratos com o governo do Distrito Federal, foi transferida para os filhos mais velhos de Arruda e depois para mim”, conta Mariane. Em 2006, quando se candidatou ao governo, Arruda declarou à Justiça Eleitoral possuir um patrimônio de R$ 598 mil, composto de um apartamento em Brasília, um apartamento, uma casa e dois terrenos em Itajubá (MG), um OMEGA 2009, uma Ranger 2001 e um Gol 2001. “Muitas propriedades dele ficam em nome de laranjas e até de pequenos construtores”, diz a ex-mulher. “É só investigar que muita coisa pode vir à tona.”

Segundo Mariane, o esquema do governo de Arruda não difere do que funcionou em governos anteriores. Ela diz que, já durante a campanha, Durval, Simão e outros começaram a gravar Arruda e empresários para que depois de eleito o governador fosse obrigado a abrigar a quadrilha. “Lembro que deixava os comícios para correr para casa e amamentar o nosso filho; enquanto isso, esse grupo alimentava a discórdia para provocar a minha separação, pois nunca o recebi em minha casa. Fui saber depois que, enquanto eu amamentava nosso filho, Arruda se encontrava com mulheres apresentadas por esses assessores que o gravavam e filmavam para chantageá-lo depois”, afirma. “Até o carro usado por Arruda na campanha foi todo grampeado pelo Simão.”

Mariane quer ser candidata a deputada federal e hoje está aliada ao ex-governador Joaquim Roriz, adversário de Arruda. Ela assegura, no entanto, que não tem nenhuma relação com o grupo de Durval e teme pelo futuro do ex-marido. “Ele pode até se suicidar. Não duvido disso. Na crise do painel do Senado, esteve próximo do suicídio. Seu comportamento é variável: ora eufórico, ora depressivo. Toma remédios controlados e pode acontecer uma tragédia”, conclui. Na tarde da quinta-feira 3, Arruda lamentou as declarações feitas pela ex. Disse que não tem contato com ela há mais de três anos e entende que as afirmações feitas por ela são uma tentativa de politizar questões pessoais.

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Flamengo é hexacampeão brasileiro

Em jogo tenso, time rubro-negro vence Grêmio por 2 a 1 e acaba com jejum de 17 anos sem conquistar o Brasileiro

 GLOBOESPORTE.COM

Os jogadores do Flamengo fazem a festa no Maracanã

Ronaldo Angelim costuma dizer que sua maior vaidade é assistir ao Flamengo vencer. Neste domingo, certamente está se sentindo vaidoso como nunca. E graças a uma cabeçada certeira dele. Com sofrimento e dificuldade até o fim, o Rubro-Negro venceu o Grêmio por 2 a 1, no Maracanã, e conquistou o Campeonato Brasileiro pela sexta vez.
Mas para acabar com o jejum de 17 anos sem conquista, o time e a torcida sofreram. Foram 90 minutos de agonia, sem jogar bem, mas que entraram para a história. Pressionado pela própria torcida para entregar e não ajudar o rival Inter, o Tricolor gaúcho entrou em campo com apenas três titulares. E não aliviou. Abriu o placar e tentou o empate até o fim.
Em tarde de Maracanã lotado, com quase 85 mil presentes, Adriano e Petkovic não brilharam. Nem a torcida. A aflição e a carência do título foram preponderantes para o estádio ficar calado, com os nervos à flor da pele, durante a maior parte do tempo. Euforia só nos gols de David e Ronaldo Angelim, que garantiram a conquista marcada pela reação de uma equipe que pulou da 14ª posição para a primeira. E o técnico Andrade, que assumiu como interino após a queda de Cuca na 14ª rodada antes de ser efetivado como comandante, foi o grande maestro deste feito. O Fla fechou o torneio com 67 pontos, dois a mais do que o vice Inter. O Tricolor gaúcho fecha o ano em oitavo, com 55.

Sem essa de entregar
A festa começou, curiosamente, com uma música “copiada” do principal concorrente ao título. No ritmo de “Brasília Amarela”, a torcida do Flamengo saudou a entrada do time em campo. A proximidade do título e o Maracanã superlotado levaram muitos torcedores às lágrimas. Mas, ao contrário do que diz a letra do cântico, a festa não começou.
Quando a bola rolou, o time e a torcida demoraram a acordar. Apesar de dizimado por desfalques e dos gritos de “entrega” vindos das arquibancadas do Fla, o Grêmio começou a partida ligado na tomada.
Aos dois minutos, Túlio, que textualmente afirmou “odiar” o Flamengo quando jogava no Botafogo, arriscou de fora da área e levou perigo ao gol de Bruno.
Estranhamente apático nos dez minutos iniciais, o time mandante só saiu do cerco gremista aos 12. Aírton fez lindo lançamento de trivela. Adriano ajeitou para a perna esquerda, mas foi bloqueado. A bola sobrou novamente no pé bom do atacante após cobrança de escanteio. Desta vez, a finalização saiu por cima do travessão.
Parecia o início da pressão rubro-negra. Mas não passou disso. A torcida continuou muda. E o Grêmio sentiu-se senhor da situação. Após cobrança de escanteio, aos 21, Roberson se antecipou à zaga na primeira trave e abriu o placar. Curiosamente, os poucos tricolores gaúchos presentes no Maracanã não comemoraram.
Aflição e ansiedade se confundiam entre os flamenguistas. Principalmente porque o Inter abriu o placar contra o Santo André. Pet cobrou escanteio da direita e, em uma bola quase perdida na área, Adriano dividiu com a zaga e, na sobra, David bateu de primeira no canto direito, aos 29 minutos. Mais do que o empate, saía o alívio momentâneo. A torcida, enfim, mostrou força.
Mas o time prosseguiu rateando. Zé Roberto, muito mal no jogo, perdeu chance clara aos 35. Já nos acréscimos, Adriano bateu falta lateral com força e Marcelo Grohe espalmou.
Ronaldo Angelim, o Magro de Aço, entra para a história
No intervalo, Andrade criticou a atuação do Flamengo e pediu mais iniciativa e dedicação.
- Parece que o Grêmio é que veio aqui disputar o título. Tem que ter atitude.
Os jogadores armaram uma corrente no meio-campo e a torcida despertou. Só que a primeira chance foi do Grêmio. Douglas Costa, aos dois minutos, quase acertou o ângulo esquerdo em cobrança de falta.
Aos três, Petkovic cobrou escanteio da direita, Adriano subiu sozinho na entrada da pequena área, cabeceou para o chão, mas mandou para fora. Em outra bola cabeceada, desta vez por Aírton, Marcelo Grohe voou e salvou o Grêmio, aos sete.
Léo Moura e Willians, ambos aos 11, estiveram perto de virar o placar. Àquela altura, o Grêmio só se defendia. E o Flamengo errava. Erros bobos, que evidenciaram a tensão permanente.
Andrade pôs Everton. Mas Pet continuou errando. Juan lançou Adriano aos 23. Era a chance de o Imperador fazer o gol do título. Olhou, tentou a cavadinha, mas Marcelo Grohe fez uma defesa espetacular.
Se os astros do time não colaboraram, coube novamente a um zagueiro salvar, aos 24 minutos. Petkovic bateu escanteio da esquerda, Ronaldo Angelim subiu no meio da área e testou no canto esquerdo: 2 a 1.
O gol não pôs fim ao jogo. Aos 32, Lucio cobrou falta de longe, a bola quicou e Bruno espalmou. Livre na pequena área, Maylson chutou para fora. Adriano recebeu ótima bola aos 40, mas se enrolou e Marcelo Grohe salvou.
O apito final seguido pela explosão de alegria no Maracanã só veio após três minutos de acréscimos e pressão gremista, com direito ao goleiro Bruno passeando pela área com a bola nos pés para fazer o tempo passar.

O governador de Brasília estrela um dos mais repugnantes espetáculos de corrupção já vistos na história

Poder, dinheiro, corrupção e...

Sem nenhum pudor, políticos foram filmados recebendo dinheiro de propina em meias, cuecas, bolsas e até
via Correios. Depois, ainda rezam, agradecendo a Deus a graça alcançada


Diego Escosteguy e Alexandre Oltramari

Celsio Junior/AE

DEPARTAMENTO DA PROPINA
José Roberto Arruda tinha um secretário encarregado exclusivamente de subornar aliados e achacar empresários

No dia 4 de setembro de 2006, no auge da eleição para o governo do Distrito Federal, José Roberto Arruda encaminha-se até o escritório do delegado aposentado Durval Barbosa, então secretário do governo e seu coordenador de campanha. Ele aperta a mão de Durval e lhe dá um tapinha nas costas: "Meu presidente!". Arruda acomoda-se gostosamente no sofá, dá um profundo suspiro e pede um chazinho à secretária. Tira do bolso um papelzinho e diz a Durval: "Queria ver quatro coisinhas com você. Só posso pedir para você porque é algo pessoal". Arruda começa pela corrupção miúda, pedindo a Durval que consiga emprego para o filho dele numa das empresas que mantêm contratos com o governo. Depois abusa um pouquinho mais e recomenda que o delegado "ajude" a empresa de um amigo. Finalmente pergunta sobre o financiamento para a campanha. "Estou medroso com esse troço", diz Arruda. Durval tenta tranquilizá-lo: "A gente só não pode internalizar o dinheiro". Ato contínuo, Durval abre o armário, pega um pacote com 50 000 reais e o entrega a Arruda. "Ah, ótimo", agradece o candidato. Num lapso de 23 minutos e 45 segundos, com o equipamento do ladino Durval e a desfaçatez de Arruda, produziu-se o primeiro capítulo da mais devastadora peça de corrupção já registrada na história do país.

Talvez encantado com o espírito do Natal que se aproxima, Arruda veio a público na semana passada para dizer que, sim, ele recebeu o pacotão de dinheiro que aparece no vídeo - mas que, por nobreza de coração, usou os recursos na compra de panetones para os pobres que habitam a periferia de Brasília. Nem Papai Noel acreditou. A burlesca cena protagonizada por Arruda está num dos trinta vídeos entregues por Durval aos promotores do Ministério Público do Distrito Federal, aos quais VEJA teve acesso na íntegra (assista a uma seleção dos vídeos exclusivos). Ele também forneceu documentos e prestou um minucioso depoimento, expondo as vísceras do esquema de corrupção chefiado por Arruda e pelo empresário Paulo Octávio, vice-governador de Brasília. Até o início da crise, o ex-delegado era secretário de Relações Institucionais - uma espécie de embaixador da corrupção do governo de Brasília. Cabia à turma dele coordenar as fraudes nas licitações do governo, achacar os fornecedores e repassar o butim a Arruda e Paulo Octávio, distribuindo o restante da propina aos deputados da base aliada na Câmara Legislativa do DF. Ou seja, uma versão brasiliense e democrata do mensalão petista.

A colaboração de Durval, que espera com isso receber um perdão judicial, resultou na Operação Caixa de Pandora, deflagrada há uma semana pela Procuradoria-Geral da República e pela Polícia Federal, na qual se apreenderam, nos escritórios da quadrilha, documentos e cerca de 700 000 reais em dinheiro vivo. Os promotores calculam que a quadrilha do panetone tenha desviado dos cofres públicos a formidável soma de 500 milhões de reais - de modo que os pobres de Brasília, graças quem sabe às orações da propina divulgadas por Durval, devem desfrutar um gordo Natal neste ano. Inexiste quantia, contudo, que supere a força simbólica de uma imagem como a do governador Arruda recebendo um bem fornido maço de notas de 100 reais. Não é à toa que as produções de Durval se tornaram hits instantâneos na internet e correram as televisões do mundo: nunca se registrou com tamanha precisão, muito menos de maneira tão límpida e pedagógica, a ilimitada capacidade dos políticos de ignorar os mínimos princípios de dignidade pública. O sentimento de repulsa é inevitável.

Dida Sampaio/AE

IRMANDADE
O presidente do Democratas, deputado Rodrigo Maia (à dir.), em reunião com o deputado ACM Neto (à esq.): relação fraternal com Arruda dificulta expulsão do governador

Essa indignação apareceu graças ao talento dramatúrgico do obstinado Durval. Durante anos, ele gravou com esmero as estripulias cometidas pelos maganos dessa máfia. Além da participação especialíssima de Arruda, o Generoso, aparecem nos filmes deputados, empresários, jornalistas, lobistas, burocratas, assessores. São filmes ricos em elenco - e, sobretudo, em conteúdo. Todos foram rodados nos escritórios do diretor Durval. O enredo é sempre o mesmo. Os personagens procuram o delegado em busca de dinheiro e favores. O final é igualmente previsível. Como se descobriu nos últimos dias, os coadjuvantes sempre dão um jeitinho de sair de lá com dinheiro - seja nas meias, na cueca, na bolsa, no paletó (veja os quadros). Antes de embolsarem o cachê, esses bufões da corrupção combinam negociatas e trocam confidências sobre os esquemas de cada um. Enquanto eles riem, só resta à plateia chorar: toda essa deprimente patuscada é paga com nosso dinheiro.

As gravações demonstram que Durval era o gerente da quadrilha, intermediando negociatas entre a cúpula do governo e as empresas que sobrevivem de contratos públicos. Num dos vídeos inéditos, gravado no dia 14 de outubro deste ano, Geraldo Maciel, assessor de Arruda, encaminha a Durval as determinações do governador. Maciel conta que Arruda ordenou a contratação da Brasif, empresa ligada ao DEM. "Esse pessoal vai assumir os compromissos com você", explica o assessor de Arruda. "Compromissos", na linguagem da quadrilha, significa propina. "Ele (Arruda) é quem decide", responde o delegado. Em seguida, os dois acertam como será direcionada a licitação para contratar a Brasif - e como será o rateio. "O que ficaria livre para ele?", pergunta Maciel, numa referência a Arruda. "Um e duzentos", esclarece Durval. Um milhão, claro.

Pobre Durval. Numa das conversas, Maciel, o assessor de Arruda, desabafou: "Não aguento mais o Leonardo Prudente no meu pé. Ele quer entrar em todas". Prudente é aquele deputado que guardou os maços de dinheiro na meia - e que aparece em outro vídeo, mas neste estocando dinheiro num envelope, pelo menos. Deve ter sido a única vez na qual Prudente foi... prudente. Na operação de busca e apreensão, quando os policiais estiveram em sua casa, o deputado tentou esconder sua fortuna de todas as formas. Prometeu até colaborar - mas os agentes flagraram o caseiro dele correndo na rua com uma sacola abarrotada de dinheiro. "Tudo bem, vou mostrar", anuiu Prudente, revelando aos policiais o esconderijo dos 80 000 reais que guardava em casa - a banheira de hidromassagem.

Os quadrilheiros seguiam um rígido código de conduta - quem se desviasse dele, como o voraz deputado das meias, transformava-se num pária. Nos vídeos, Durval deixava claro quais eram as regras do jogo: "Não pode levar para casa. Isso é uma distorção. Não é democrático. Tem que ajudar os outros". Para a turma do panetone, a comunhão da propina era uma obrigação moral. O publicitário Abdon Bucar, que fez a campanha de Arruda, presta serviços para o DEM e detinha contratos com o governo de Brasília, reclama de 1 milhão de reais que caíram na conta dele - caíram para ser lavados e sair de lá limpinhos. "Meu contador disse que vou ter de arranjar outra nota, que a última deu problema", explica o publicitário. Ele reclama do atraso na parte que lhe é devida. E avisa: "Vou arrochar os caras". Logo depois, cobra "os 750 000 do PFL". Durval, como sempre, ouve a reclamação com paciência e promete resolver. Depois de anos gravando e operando a corrupção, e ameaçado por 32 processos na Justiça, Durval negociou a delação premiada com o Ministério Público, por meio do jornalista Edson Sombra, um amigo dele que afirma guardar mais de uma centena de fitas envolvendo dezenas de autoridades em Brasília.

Paulo de Araújo/CB/D.A Press

DURVAL VÍDEOS
O homem que destruiu a cúpula do governo do DF tem 120 fitas com cenas de corrupção

A implosão do esquema de corrupção montado no governo do DF provocou um abalo sísmico no DEM. Diante das cenas chocantes, os democratas concluíram que a única saída para minimizar o prejuízo eleitoral do partido com o escândalo seria a expulsão imediata do governador. A estratégia, porém, precisou ser alterada após uma reunião na qual Arruda ameaçou revelar segredos que aparentemente não podem ser expostos à luz do sol. "Se vocês radicalizarem comigo, eu radicalizo com vocês", avisou o governador. Nem todo mundo entendeu. Não parece ter sido o caso do presidente do DEM, o deputado Rodrigo Maia, amigo de Arruda e padrinho de algumas nomeações em seu governo. Além da suspeita de que Arruda possa ter colocado sua máquina de desvios a serviço do partido, um detalhe ainda desconhecido liga a cúpula do DEM ao epicentro do tremor. Maia é íntimo do publicitário Paulo César Roxo Ramos, arrecadador informal da campanha de Arruda e acusado por Durval de operar a engrenagem de achaques que funcionava no governo do amigo.

A intimidade de Paulo Roxo com o presidente do partido era tal que no sábado dia 28, assim que foi divulgado o primeiro vídeo da corrupção, o publicitário correu à casa em que Maia vive em Brasília, não por coincidência alugada por outro amigo do presidente do DEM, André Felipe de Oliveira, ex-secretário de Esportes no governo Arruda. Roxo estava preocupado com a reação de Arruda caso o DEM decidisse emparedá-lo. "Você precisa segurar o partido. O desgaste pode ser muito maior se Arruda fizer uma besteira", alertou. Essa proximidade alimenta a suspeita de que a arca clandestina de Brasília pode ter contaminado o caixa nacional do partido. Na semana passada, sob a condição de anonimato, um dirigente do DEM revelou a VEJA que pelo menos oito comitês de candidatos apoiados pelo partido nas últimas eleições municipais receberam dinheiro captado por operadores de Arruda. O deputado José Mendonça, do DEM de Pernambuco, era um dos mais aflitos. Ele pediu insistentemente a deputados e senadores do DEM que poupem Arruda da expulsão.

PROPINA NA SACOLINHA

Em 2006, o deputado José Roberto Arruda, então candidato ao governo de Brasília, aparece no vídeo refestelado no sofá do gabinete de Durval Barbosa, um de seus caixas de campanha, recebendo dinheiro vivo. Apanha os maços sem nenhum constrangimento. Mostra alguma preocupação apenas em sair com as notas.

"Tô nervoso com esse troço (…). Eu tô achando que podia passar lá em casa, porque descer com isso aqui..."

Ganha uma sacolinha de papel para esconder o dinheiro - segundo ele, usado para comprar panetones para os pobres.

PROPINA NA MEIA

Uma das cenas mais acachapantes já vistas na vasta cinebiografia da corrupção foi a do presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, colocando dinheiro nos bolsos do paletó, nas calças e, sem ter mais onde enfiá-lo, apelando até para as meias. Diante de imagens irrefutáveis, o parlamentar do DEM explicou que não havia nada de mais na cena. O dinheiro era para ser usado em sua campanha e foi acondicionado nas roupas daquela maneira grotesca apenas por questão de segurança. Na sua casa, a polícia encontrou 80 000 reais escondidos numa banheira.

- É que eu não uso pasta! - justificou.

PROPINA NA CUECA

Dono de um jornal que faz loas seguidas ao governo, o empresário Alcyr Collaço foi filmado guardando maços de notas nas partes íntimas. Para que tudo coubesse sem desconforto, ele tira até o celular do bolso da frente da calça. Em uma conversa com o ex-secretário Durval Barbosa, o empresário mostra que é bem informado sobre a distribuição da propina:

Durval: O Arruda, ele dá 1 milhão por mês ao Filipelli...

Alcyr: Oitocentos paus. 500 é Filipelli (...) Vai 100 para o Michel, 100 para o Eduardo e 100 para o Henrique Alves, e 100 ia para o Fernando Diniz. Morreu. 800 paus.

PROPINA NA BOLSA

A deputada Eurides Brito mostra que no inseparável acessório feminino cabe sempre mais alguma coisa. Na fila do mensalão, em segundos, a parlamentar entra na sala, tranca a porta, nem se senta e coloca cinco maços de dinheiro na bolsa de couro. Parecia apressada. Em conversa com o ex-secretário, Eurides ainda fala mal do patrão Arruda. Logo depois, com a bolsa estufada, a distrital deixa a sala com a mesma rapidez com que entrou.

PROPINA NO BOLSO

O deputado Junior Brunelli é corregedor da Câmara Legislativa. Caberia a ele fiscalizar a atividade de seus colegas. Em perfeita sintonia com seus pares, ele também aparece sorrateiramente no gabinete de Durval Barbosa, senta-se à sua frente, troca algumas palavras, enquanto recebe um maço de notas. Nem confere - e sequer faz qualquer comentário sobre o dinheiro antes de enfiá-lo no bolso.

PROPINA NA MESA

Representantes de uma empresa que tem contrato com o governo de Brasília entregam a Durval Barbosa uma "encomenda": uma mala preta com 298 000 reais. O dinheiro, segundo eles, era para ser dividido entre os secretários. Eles retiram pacotes de cédulas e os vão empilhando em cima da mesa.

Empresário: Vim trazer aqui uma encomenda.

Durval: Tá certo. (...) Aqui tem quanto?

Empresário: Cem... duzentos... duzentos e cinquenta, duzentos e noventa... e oito.

A ORAÇÃO DA PROPINA

Depois de uma reunião no gabinete de Barbosa, onde embolsavam propina, Leonardo Prudente e Brunelli convocam uma oração para agraceder a "bênção" recebida. Abraçados, os três ouvem a homilia proferida por Brunelli:

"Pai eterno, eu te agradeci por estarmos aqui. Sabemos que somos falhos, somos imperfeitos, mas que o teu sangue nos purifique (...) Somos gratos pela vida do Durval ter sido instrumento de bênção para nossas vidas (...)".

Brunelli é filho do fundador de uma igreja evangélica que vendia lotes no céu.

Como funciona a delação premiada

Everett Collection/Grupo Keystone

SEM SAÍDA
Denzel Washington viveu o traficante Frank Lucas no cinema: delação

A humanidade, como regra, abomina os traidores. No mundo do crime, em que vigoram normas e convenções bem peculiares, a delação quase sempre é sinônimo de pena capital para o envolvido. No mundo civilizado, a delação premiada - instituto jurídico que concede extinção ou diminuição de pena em troca da colaboração com a Justiça - tem sido uma das principais ferramentas para combater o crime organizado. Apesar de prevista na lei brasileira há vinte anos, a delação ainda é pouco aplicada no Brasil. O caso atual, com Durval Barbosa delatando os outros membros de sua quadrilha, pode abrir caminho para o uso mais intensivo desse mecanismo.

Nos Estados Unidos, esse tipo de negociação entre criminoso e Justiça, a plea bargain, foi decisivo para dinamitar as ramificações do narcotráfico na polícia de Nova York, no início da década de 70. A faxina foi possível graças a um acordo de colaboração com o narcotraficante Frank Lucas, um negro de origem pobre que fez fortuna vendendo heroína. A droga chegava à América dentro dos caixões que transportavam os corpos dos soldados mortos na Guerra do Vietnã. Tudo com a cumplicidade de militares americanos. Condenado a setenta anos de prisão, Lucas passou apenas seis anos encarcerado como prêmio por sua ajuda à Justiça. Sua história chegou ao cinema com O Gângster, filme que tem Denzel Washington no papel principal.

A delação premiada também foi decisiva, na década de 80, quando as autoridades italianas travavam um intenso combate contra a máfia. A oferta de perdão ou benefícios a delatores permitiu o desmonte de uma gigantesca estrutura criminosa entranhada no aparelho estatal. Um dos delatores mais conhecidos desse período foi Tommaso Buscetta, o principal colaborador da Operação Mãos Limpas. Além do perdão para seus crimes, Buscetta conseguiu garantia de vida para ele e a família. Suas confissões levaram à prisão perpétua de dezenove mafiosos. Depois disso, Buscetta se escondeu nos Estados Unidos. Ele não foi o único delator que ficou famoso no caso. Em retaliação às investigações, o juiz que comandou o processo, Giovanni Falcone, foi assassinado num atentado a bomba. O mafioso que detonou a dinamite usada para executá-lo também se tornou colaborador da Justiça. Só que ele tentou usar a delação para se vingar de inimigos - e acabou desmascarado. É uma lição que não pode ser esquecida. Se bem usada, a delação é capaz de implodir máfias e punir culpados. Do contrário, pode servir para destruir reputações e perpetuar a injustiça.

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Fonte: Veja.

Comissão Pastoral da Terra deplora visita do presidente do STF em Marabá

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Comissão Pastoral da Terra – Secretaria Nacional

Assessoria de Comunicação


MANIFESTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DE MARABÁ.

No momento em que Marabá recebe a visita do presidente da mais alta corte de justiça desse país para lançar um “mutirão agrário” que tem como objetivo cumprir liminares que beneficiam fazendeiros e grileiros de terras públicas na região, os movimentos sociais vêm a público dizer:

1 – As causas das ocupações e dos conflitos. Nos três últimos anos ocorreram 67 ocupações na área rural da região, envolvendo 10.600 famílias e 22 ocupações urbanas, só em Marabá, envolvendo cerca de 18 mil famílias. O aumento das ocupações se deve à crescente migração de famílias pobres para a região devido a agressiva propaganda dos governos e das grandes empresas sobre a geração de milhares de empregos na implantação de grandes obras do PAC e de imensos projetos de mineração da VALE. Atraídas pela falsa propaganda do emprego que não está ao alcance dos mais pobres, milhares de famílias ao chegarem à região só tem dois destinos: as ocupações urbanas e os acampamentos rurais. A ausência de políticas publica de habitação e Reforma Agrária, empurra essas famílias para a pobreza, a miséria e a violência. Marabá é a 2ª cidade mais violenta do país. É a região com maior número de assassinatos no campo, registros de ameaça de morte e de vítimas de trabalho escravo. Ao invés de responder ao grave problema social com políticas públicas, o Estado e o Judiciário respondem de modo irresponsável com violência policial. São quase 10 mil famílias urbanas e rurais que poderão ser despejadas e que não terão para onde ir!

2 – A justiça não pode proteger produto de crime. O Estado do Pará é também campeão dos crimes de grilagem e de apropriação ilegal de terras públicas. São mais de 6 mil títulos falsos registrados ilegalmente pelos cartórios, são milhões de hectares em poder dos criminosos. A Comissão Estadual de Combate à grilagem rastreou e comprovou essa situação no Estado e propôs que o Tribunal de Justiça do Pará (TJ) cancelasse, administrativamente, as matrículas objeto do crime. Para a surpresa e indignação de todos nós, o TJ Pará se negou a fazer isso. Só aceita o cancelamento judicial, o que jamais vai ocorrer devido à morosidade da justiça. A comissão recorreu ao Conselho Nacional de Justiça que precisa dar uma resposta urgente a esse crime. Arrecadando essas terras, milhares de famílias poderão ser assentadas, diminuindo assim os conflitos. Mesmo com a posição firme e corajosa da juíza da Vara Agrária de Marabá em ouvir o INCRA e o ITERPA antes de decidir os pedidos de liminares, o TJ Pará insiste em deferir liminares e exigir o despejo de famílias das fazendas do banqueiro Daniel Dantas. São terras já confiscadas pela Justiça Federal por terem sido compradas para lavar dinheiro sujo, são imóveis multados pelo IBAMA em centenas de milhões de reais por crimes ambientais, grande parte são compostas de terras públicas apropriadas ilegalmente ou griladas já comprovado pelo INCRA e ITERPA. Um verdadeiro flagrante de desrespeito aos requisitos da posse agrária e ao cumprimento da função social da propriedade previstos na Constituição Federal. A Justiça não pode rasgar a Constituição e as leis agrárias para proteger os crimes do latifúndio!

3 – O judiciário não pode promover a impunidade. Apenas nas regiões sul e sudeste do Pará, nos últimos 30 anos, são mais de 600 assassinatos de trabalhadores rurais e suas lideranças. Mais de 70% desses crimes sequer tiveram investigação para apurar a responsabilidade das mortes. Os cerca de 30% que resultaram em um processo, marcham para a vala da impunidade. Não há um único mandante preso, cumprindo pena por ter mandado matar trabalhadores rurais na região. A impunidade é uma espécie de licença para matar.

4 - Frente a essa situação exigimos: a suspensão imediata das liminares de despejo nas áreas urbanas e rurais e o assentamento imediato das famílias acampadas; O cancelamento administrativo das matrículas de imóveis frutos de grilagem; Punição para todos os responsáveis por crimes contra os trabalhadores; O fim da criminalização dos Movimentos Sociais e de suas lideranças; Revogação dos mandados de prisão das lideranças do MST perseguidas pela bancada ruralista, pela imprensa e o governo!

Marabá, 04 de dezembro de 2009.

CPT, MST, MAB, CIMI, SDDH, PASTORAIS SOCIAIS DA DIOCESE DE MARABÁ,

CEPASP, FETAGRI REGIONAL, STR DE MARABÁ. Apoio: FÓRUM REGIONAL DE EDUCAÇÃO DO CAMPO e COORDENAÇÃO DO CAMPUS DA UFPA EM MARABÁ.

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Cristiane Passos

Assessoria de Comunicação
Comissão Pastoral da Terra
Secretaria Nacional - Goiânia, Goiás.

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Comentário do blog: Perde uma grande oportunidade de se fazer presente na mesa de discurssões sobre a inaceitável conduta de seus protegidos a CPT.

Órgão ligado ao lado radical da Igreja Católica Apostólica Romana. A organização, com esta postura, não difere do grileiro ou fazendeiro violento que desrespeita as Leis Trabalhistas.

Para essa organização, fartamente irrigada com dinheiro de ONG´s internacionais, fazendo-se um espelho do MST. Em qualquer oportunidade que tem à sua disposição, redige uma graciosa nota acusando os produtores rurais de toda sorte de crimes.

A Igreja Católica a qual frequento não é essa.

Sob os olhos de Deus. Todos somos iguais.

Esse tipo de nota é típico dos diregentes da CPT.

Acusam, caluniam e não apresentam uma prova sequer que o conjunto dos produtores rurais são bandidos, covardes assassinos e usurpadores do Estado de Direito.

Enquanto que omite-se, tacitamente, de condenar os atos violentos de seus protegidos de algumas das chamadas organizações sociais.

Não aceitam o diálogo. Há antipatia gratuíta por membros da sociedade que não tem culpa alguma de carregarem em seu registro civil um sobrenome que, a seu exame final, não passam de herdeiros do coronelismo, jaguncismo e outros pecados mortais.

Esquecem-se dos seus. Fica-se por isso mesmo. E salve-se quem?

Imprensa cala-se em relação a Paulo Otávio

PO. É a singela sigla que identifica o homem mais rico do Distrito Federal.

O senhor Paulo Otávio (PO) é vice-governador do Distrito Federal, ex-Senador e estava tudo acertado para ser o governador após a então provável reeleição de José Roberto Arruda -- o único governador do DEM em todo o Brasil.

Bilionário, PO nega, mas há fortes indícios de sua participação na farta distribuição de dinheiro não só para aliados do seu governo -- o gajo também é demo, apesar de evangélico, como também para associados ocultos em altas esferas da magistratura e congêneres operadores do Direito.

A imprensa nacional o tem tratado superficialmente.

Dono de quase todos os melhores terrenos do DF. Quer seja no Plano Piloto ou nas Cidades Satélites do entorno de Brasília -- todas apinhadas de eleitores morando em condições deploráveis. A construtora Paulo Otávio é onipresente em todos os quadrantes da Capital Federal.

Sócio de Shopping Center´s e dos mais luxuosos hotéis de Brasília. Proprietário solitário de um Império de Comunicação. PO é o mais bem acabado operador-empresário que faz política para enriquecer ainda mais.

Nas rodinhas bem informadas, há a suspeita que Arruda seja apenas um mero testa de ferro dos interesses de PO.

As investigações dirão.

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