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Caso Dorothy Stang: Vitalmiro se entrega

Da Agência EFE

Rio de Janeiro, 9 abr (EFE).- O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, acusado de ter encomendado o assassinato da freira americana Dorothy Stang há quatro anos na Amazônia, entregou-se hoje à Polícia, depois que foi cancelado o julgamento em que foi absolvido e fosse ordenada novamente sua detenção.

Moura, que estava em liberdade desde maio do ano passado, não ofereceu resistência aos agentes que foram buscá-lo na madrugada de hoje em uma de suas fazendas em Anapu (PA), após ter negociado a entrega, informaram fontes oficiais.

Na terça-feira, o Tribunal de Justiça do Pará tinha expedido uma ordem de prisão contra ele.

Os policiais que realizaram a detenção foram convocados por parentes do fazendeiro que intermediaram na entrega, e tiveram que caminhar cerca de oito quilômetros para chegar até a sede da fazenda onde o fazendeiro estava.

Moura foi inicialmente condenado, em maio de 2007, a 30 anos de prisão por ter encomendado e financiado o assassinato da missionária americana, que tinha se transformado em uma defensora dos trabalhadores rurais sem-terra no Pará. (EFE)

Conflitos Agrários: A Carta de Marabá

A Carta de Marabá é o documento em que 23 Sindicatos de Produtores Rurais do Sul Pará, reunidos no Tatersal do Parque de Exposição de Marabá levaram ao conhecimento dos membros da a subcomissão especial sobre Intermediação dos Conflitos Agrários do Brasil, da Câmara dos Deputados, as ações criminosas da atuam de bandos armados, que invadem, destróem, matam gados e depredam máquinas e equipamentos, promovendo invasões de propriedades e casos de tráficos de drogas e armas em inúmeros Projetos de Assentamentos da região sul/sudeste do Pará. Leia a íntegra do documento.
Carta de Marabá
Aos seis dias do mês de abril de 2009, a Subcomissão Parlamentar de Mediação de Conflitos Agrários reuniu-se na sede do Sindicato Rural de Marabá-PA, com a presença dos Senhores Senadores Kátia Abreu e Fernando Flexa Ribeiro, Senhores Deputados Federais Wandenkolk Gonçalves, Moreira Mendes, Giovanni Queiroz, Ronaldo Caiado, Asdrúbal Bentes e Zequinha Marinho, dos Senhores Deputados Estaduais Suleima Pegado e João Salame, dos Senhores Prefeitos Municipais, Maurino Magalhães de Marabá, Sidnei de Bom Jesus do Tocantins, Jorge Barros de São Geraldo do Araguaia e Antonio Levindo de São Felix do Xingu e vereadores do Município de Marabá Miguel Gomes Filho e Nagib Mutran Neto, Autoridades da Sociedade Civil Organizada, Carlos Xavier, da FAEPA, bem como pelos representantes legais de 20 (vinte) sindicatos de vinte municípios da região sul e sudeste do Pará e dos membros do setor produtivo rural que abaixo subscrevem a presente Carta, que aponta diagnóstico de problemas e soluções para o aludido setor, em face da realidade agrária no Estado do Pará, frente às frequentes invasões de terras e sua institucionalização, ante à dificuldade vista no Poder Judiciário na consecução de decisões liminares possessórias e inércia do estado no seu cumprimento.

Restou exposta pelas lideranças de representação e pelos membros do setor produtivo rural do Estado do Pará, a questão afeta às frequentes invasões coletivas de terras pelos chamados movimentos sociais e seus membros, chamados trabalhadores rurais, o que vem sendo disseminado, ganhando força e frequência, com nuances de institucionalização em face da postura estatal frente ao problema, postura que é uma ameaça ao Estado Democrático de Direito.

Colheram-se elementos, documentos e testemunhos, que apontam para a existência de aproximadamente 140 (cento e quarenta) mandados de reintegração de posse no Estado do Pará, pendentes de cumprimento, aos quais são negados, pelo Executivo Estadual, os meios cabais para a sua efetivação e, portanto, das decisões judiciais já exaradas pelo Poder competente.

O setor produtivo rural do Estado do Pará, a partir da fala de seus membros, deixa claro a sua impotência e desigualdade de forças para a retomada do exercício regular do direito de propriedade ou de ocupação legítima, da recuperação de áreas invadidas e de frenagem da cultura de invasões de terras que se estabeleceu no Estado do Pará.


Sobre os casos concretos trazidos à baila, na presente reunião os representantes do setor produtivo rural no Pará exararam as seguintes manifestações:

1 – Repúdio à postura inerte do Executivo Estadual, sobretudo no que diz respeito à garantia do aparato de segurança pública para o cumprimento dos mandados judiciais, criando comando regional da Polícia Militar com a finalidade de cumprir e manter as reintegrações de posse;

2 – Ação mais contundente do Poder Judiciário Estadual no sentido de cobrar e “punir” o descumprimento da Ordem Judicial;

3 – Ação contundente por parte do aparelho de segurança pública, na parte criminal do esbulho possessório, em que a especializada (DECA) tem a obrigação de tombar os inquéritos policiais para com posterior encaminhamento à Justiça, com o objetivo de transformá-los em processo criminal;

4 – Aprovação de Projeto de Lei em trâmite na ALEPA e posterior sanção do executivo Estadual, que determina cobrança de multa diária a quem der causa ao não cumprimento de decisões judiciais;

5 – Ação contundente do Ministério Público Estadual no sentido do cumprimento do seu papel de guardião do Direito Constitucional de Propriedade;

6 – Ação Contundente do Ministério Público Federal no sentido do cumprimento do seu papel fiscalizador junto ao INCRA, quer no que diz respeito ao cumprimento dos critérios previstos na Lei da Reforma Agrária, bem como na fiscalização da fixação dos assentados nos PAs, agindo inclusive na Retomada dos Lotes distribuídos àqueles que por ventura comercializem os seus lotes, o que poderá ser feito por meio do Cadastro Único, solução para extinguir definitivamente a indústria da invasão. Que os prejuízos causados pelas invasões irresponsáveis tanto aos bens patrimoniais da propriedade, bem como ao patrimônio público expresso nas reservas da fauna e da flora, possam ser reparados por meio de indenização. Respeito ao meio ambiente e às reservas legais.

7 – Que o INCRA, após o cumprimento das desocupações, possa efetivamente oferecer assentamento nas áreas já destinadas para este fim, retomando os lotes comercializados à revelia da Lei e que retome, imediatamente, a titulação das áreas de posse, mansa e pacífica;

8 – Cobrança de uma postura Pró-Ativa e responsável do INCRA frente aos desmandos das Organizações ditas sociais, que atuam de forma clandestina não se caracterizando como representantes legais de grupos ligados à invasões de terras. Que sejam estabelecidas metas claras e que as três superintendências que atum no Estado do Pará possam ter claro o seu relevante papel na Garantia do Direito Constitucional da Propriedade e conseqüentemente e da Ordem e da Manutenção do Estado Democrático de Direito;

9 – Que a Subcomissão de Intermediação de Conflitos Agrários da Câmara dos Deputados Federais envide esforços junto ao Congresso Nacional no sentido de que a Ouvidoria Agrária Nacional cumpra o preceito constitucional da igualdade dos Direitos da Cidadania e que, caso contrário, venha a ser extinta;

10 – Que a Subcomissão de Intermediação de Conflitos Agrários da Câmara dos Deputados Federais trabalhe junto ao Congresso Nacional no sentido de Liberar a Criação de Novas Unidades Federadas para que com a Criação do Estado do Carajás possamos ter um Novo Começo.

Por fim, concluindo foi deliberado a solicitação para esta Comissão que hoje nos visita que tome as seguintes providências:


1) Expedição de Ofício à Sra. Governadora do Estado do Pará no sentido de que sejam disponibilizados, imediatamente, os meios para cumprimento das decisões liminares possessórias que pendem de efetivação;
2) Expedição de Ofício ao Sr. Presidente do Tribunal de Justiça do Estado Pará, no sentido de que seja fulminado o Ofício Circular nº 084/2008, retornando o poder decisório natural ao Juízo Monocrático, nas decisões liminares possessórias;
3) Expedição de Ofício ao MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário, no sentido de que seja apontado prazo para o início da regularização fundiária;
4) Expedição de Ofício a Procuradoria Geral da República, denunciando a omissão do Ministério Público Federal.

Sem terra x Sem Terra

Reportagem do jornal Correio Braziliense informa que além da "luta contra o agonegócio" o MST tem que combater os seus iguais.

A patifaria de invasões promofvidaa pelos sem terras do MST, é seguida por todo tipo de bandidos sem bandeira explícita. É o caos estabelecido na região o interesse tante de um grupo como o outro. Eles agora disputam entre si o que sobra da "terra arrasada" que invadem.

Inicialmente a polícia não podia nem entrar nas propriedades invadidas por motivo de "ordem supoerior", e que dá a medida exata do estado de "terra sem lei" a que está sendo relegado o sulparaense.

Após apelos e o ingresso de novas ações de responsabilidade contra o governo estadual, a polícia, finalmente, começa a se inteirar da situação da série de invasões organizadas e em série promovidadas pelo MST no Sul do Pará.

A matéria do repórter Leonel Rocha é reveladora.

Detidos 12 sem-terra
Leonel Rocha - Enviado especial
QUESTÃO FUNDIÁRIA


Polícia encontra fuzis e um revólver com grupo ligado ao MST que ocupa fazenda de propriedade do Banco Opportunity no ParáGilmar Ferreira e os companheiros do acampamento na prisão: armas serviriam para proteçãoMarabá (PA) — Um grupo formado por 12 camponeses armados de espingardas e um revólver foi preso na tarde do último domingo quando caminhava às margens da rodovia que liga Marabá a Redenção, no sudeste do estado. Os trabalhadores vivem no acampamento montado há oito meses pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Fazenda Maria Bonita, da Agropecuária Santa Bárbara, que pertence ao grupo Opportunity. Na Delegacia Especial de Conflitos Agrários (Deca), alegaram que estavam tentando expulsar da mesma propriedade um outro grupo rival de posseiros que tinha invadido e montado acampamento em outra área da mesma fazenda.

A prisão do grupo pela PM ocorreu quando os militantes do MST voltavam de uma empreitada organizada para expulsar os posseiros concorrentes. Quando retornavam, com as camisas enroladas na cabeça para esconder os rostos e não serem reconhecidos pelos rivais, foram surpreendidos pela PM com as armas e munição. Na delegacia, disseram que as armas pertenciam ao acampamento Delcídio Jurandir e que não estavam registradas no nome de nenhum deles. As espingardas, inclusive uma carabina, serão encaminhadas ao Instituto de Criminalística para a perícia tentar verificar a procedência.

Os camponeses também não informaram quem tinha fornecido as espingardas e o revólver, nem contaram como tinham conseguido as armas. O grupo foi indiciado pelo crime de porte ilegal de armas e, se condenado, cada um pode pegar até seis anos de prisão. Ao prender os camponeses, a PM alegou que eles preparavam um assalto. Os sem-terra presos negam. “As armas eram para nos proteger de uma reação dos posseiros e não para assalto”, explicou Gilmar Ferreira da Silva, 40 anos. Viúvo e com quatro filhos entre 3 e 13 anos vivendo no acampamento, o camponês garante que a iniciativa de expulsar os posseiros rivais foi tomada sem o conhecimento da coordenação do movimento.

Segundo Gilmar, os sem-terra queimaram os barracos de palha dos posseiros que não pertencem ao movimento para evitar que eles continuassem na área demarcando lotes. No acampamento montado pelo MST na Fazenda Maria Bonita, existem 420 famílias — mais de 2 mil pessoas, entre adultos e crianças, espalhadas em 3,6 mil hectares.

Pedido de fiança
Os camponeses presos em Marabá estão sendo assistidos pelo advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), José Batista Gonçalves Afonso. Ele vai entrar hoje na Justiça de Marabá com um pedido de liberdade do grupo mediante pagamento de fiança. Afonso alega que é comum na região camponeses andarem armados de espingardas utilizadas para caçar. O advogado afirma que o próprio MST fez duas queixas na delegacia de Marabá informando que os posseiros rivais estavam depredando a fazenda e marcando lotes para serem vendidos depois.

Criada subcomissão especial sobre intermediação dos conflitos agrários

Será em Marabá (PA) no próximo dia 6 de abril a primeira audiência pública da Subcomissão Especial sobre Intermediação dos Conflitos Agrários da Câmara dos Deputados.

A subcomissão foi instalada nesta quinta-feira, 26, na Câmara dos Deputados com o objetivo de no prazo de 45 dias, tratar de invasões de propriedades rurais e atentadas ao Estado de Direito no Pará.

A proposta de criação da subcomissão foi feita pelos deputados Abelardo Lupion (DEM-PR) e Wandenkolk Gonçalves (PSDB-PA).

Foi eleito presidente da subcomissão o deputado Wandenkolk Gonçalves (PSDB-PA). A relatoria será ocupada pelo deputado Moreira Mendes (PPS-RO). Os membros da subcomissão serão:
1- Giovanni Queiroz (PDT-PA)
2- Beto Faro (PT-PA)
3- Lira Maia (DEM-PA)
4- Valdir Colatto (PMDB-SC)
5- Homero Pereira (PR-MT)
6- Waldemir Moka (PMDB-MS)
7- Luis Carlos Heinze (PP-RS)
8- Eduardo Amorim (PSC-SE)
9- Abelardo Lupion (DEM-PR)
10- Duarte Nogueira (PSDB-SP)
11- Francisco Rodrigues (DEM-RR)
12- Edson Duarte (PV-BA).

Tarso diz que conflitos agrários é problema dos estados

Embora atribua aos estados o dever de controlar mobilizações sociais que violem a lei, o ministro da Justiça, Tarso Genro, admite o envio da Força Nacional de Segurança Pública em casos recentes de ocupações, desde que haja uma solicitação formal. “A ocupação de propriedades privadas é uma questão de ordem pública dos estados. São eles que têm de preservar as propriedades de acordo com a legislação e a Constituição. Se houver algum tipo de pedido, o ministério examinará. Nunca faltou a nenhum estado o nosso apoio”, ressaltou. Genro frisou que não recebeu nenhum pedido de auxílio da Força para tratar da questão dos sem-terra.

No mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudiou a morte de seguranças por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Pernambuco (leia na página 11), Genro negou que a violência no campo esteja crescendo. “A questão da terra no Brasil é uma questão pendente. A reforma agrária vem sendo feita de forma ordenada, segundo a Constituição. Não vejo nenhum índice de aumento de violência. O que ocorre é a manifestação dos movimentos sociais, em determinadas circunstâncias, de forma mais arrojada. Quando violam a lei e a Constituição, os estados têm que operar”, destacou.

Meio ambiente
Já na área dos crimes ambientais, a atuação da Força Nacional está confirmada. Uma portaria assinada ontem por Tarso Genro criou um grupo especial, dentro da polícia de elite do governo federal, para coibir o desmatamento e o extrativismo ilegal. Inicialmente, 50 agentes serão treinados para a tarefa.

Presente na cerimônia, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse contar ainda com a contratação de cerca de mil funcionários para fiscalizar os 80 milhões de hectares de parques do país. Outras duas portarias assinadas ontem criaram um grupo interministerial de combate ao desmatamento e deram a órgãos de fiscalização, como o Ibama, respaldo para solicitar a presença da Força Nacional em conflitos prejudiciais ao meio ambiente.


Fonte: CB.

MST amplia invasões

Movimento pretende mobilizar 1.500 famílias para integrar acampamentos em fazendas da Agropecuária Santa Bárbara no Sudeste do Pará. Proprietários dizem que irão à Justiça pedir a reintegração de posse

Ocupação da Fazenda Maria Bonita, em julho do ano passado: objetivo dos sem-terra é invadir 49 propriedades nos próximos três anos

A coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Pará ameaça mobilizar 1.500 famílias para ampliar, até o próximo fim de semana, a invasão das três fazendas do grupo Agropecuária Santa Bárbara, que tem o banqueiro Daniel Dantas como um de seus sócios. O objetivo do movimento é transformar a ocupação das propriedades localizadas em municípios do Sudeste do Pará no maior acampamento de sem-terra do país. Até ontem, mais de 600 famílias tinham chegado ao local, inclusive com dezenas de crianças.

Na noite da última sexta-feira, os sem-terra invadiram as fazendas Espírito Santo, no município de Eldorado dos Carajás, e Cedro, em Marabá. A fazenda Maria Bonita, do mesmo grupo econômico, está ocupada, segundo a direção do movimento no estado, desde julho do ano passado. Ao todo, as três propriedades formam 32,2 mil hectares de pasto para a criação de gado de corte. Se o movimento conseguir mobilizar tanta gente, e a polícia que está no local permitir a entrada das famílias na área, este será um dos maiores acampamentos da história do movimento. Em 1995, o MST conseguiu mobilizar 3,2 mil famílias no acampamento em Eldorado dos Carajás, que terminou em tragédia, quando a PM matou 19 trabalhadores rurais durante uma passeata.

Os funcionários das fazendas Espírito Santo e Cedro disseram que sofreram ameaças durante as ocupações, o que foi negado pelo MST. Em nota, o grupo Santa Bárbara afirmou que vai pedir na Justiça a reintegração de posse sobre os imóveis e fez um protesto: “Esse ataque medido e deliberado contra a Santa Bárbara revela a fraqueza do Estado de direito no Brasil”. O grupo disse ainda que os invasores estão abatendo cabeças de gado para consumo e impedindo a saída de funcionários da casa-sede das propriedades.

A polícia do Pará investiga a responsabilidade dos coordenadores dos sem-terra e tenta localizar os líderes do movimento. O objetivo, segundo a assessoria da Secretaria de Segurança Pública, é identificar rapidamente os responsáveis pela invasão e avaliar quais os prejuízos causados na ocupação.

Exigências
Segundo Charles Trocate, coordenador nacional do MST, a escolha dos locais para as invasões recentes foi uma decisão estratégica. O movimento sabia das aquisições feitas pela Agropecuária Santa Bárbara e decidiu reapresentar antigas reivindicações — da época em que as propriedades pertenciam ao grupo Benedito Mutran. “Há uma barbárie social na região, com a concentração de terras e o desemprego. A reforma agrária é fundamental para resolver o problema”, disse Trocate.

De acordo com a direção do MST, o grupo Opportunity, de Daniel Dantas, já adquiriu 49 grandes fazendas em 11 municípios paraenses. Trocate revelou que é intenção do movimento invadir todas as fazendas do grupo nos próximos dois ou três anos. Outras organizações, como a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, também preparam ocupações.

Os sem-terra exigem que o governo federal providencie, nos próximos dias, o assentamento das famílias que invadiram as três fazendas e que o governo estadual não use a força policial para desalojar os trabalhadores. O MST também espera que o Judiciário não conceda a reintegração de posse dos imóveis, já que a transferência das fazendas do grupo Mutran para o Santa Bárbara está sendo questionada na Justiça pelo Instituto de Terras do Pará (Iterpa). Em decisão do dia 5 de janeiro, o juiz Libio de Moura, da Vara agrária de Marabá, acatou a ação civil pública do Iterpa e decidiu suspender o negócio entre os dois grupos empresariais.

Esse ataque medido e deliberado contra a Santa Bárbara revela a fraqueza do Estado de direito no Brasil

Grupo Santa Bárbara, em nota oficial

Há uma barbárie social na região, com a concentração de terras e o desemprego

Charles Trocate, coordenador nacional do MST

Você negociaria com o MST?

Contra desocupação, sem-terra fecham estrada e provocam caos no Pará - 13/07/2007

Local: São Paulo - SP
Fonte: O Estado de S.Paulo
Link: http://www.estado.com.br/

Carlos Mendes

Um grupo de 400 sem-terra ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) causou tumulto ontem, por mais de três horas, na região metropolitana da capital paraense. Eles fecharam a rodovia BR-316, à altura do quilômetro 30, no município de Benevides, em protesto contra o cumprimento pela Polícia Militar de 49 mandados judiciais para a desocupação de fazendas.

Os sem-terra provocaram um engarrafamento de mais de 15 quilômetros, nos dois sentidos da rodovia federal. Pneus e galhos de árvore foram queimados pelos manifestantes e a Polícia Militar teve de ser chamada para conter o grupo e permitir a passagem dos motoristas.

“Não tem reforma agrária e tudo o que o Incra faz é para enganar os agricultores”, disse o coordenador estadual da Fetraf, Raimundo Nonato Coelho de Souza. “A governadora do Estado, Ana Júlia Carepa, foi eleita para apoiar e fazer a reforma agrária, não para ceder à pressão dos fazendeiros”, criticou Souza.

Liberação

Depois de muitas discussões, uma comissão reunindo representantes do governo estadual, da Polícia Militar e do Instituto Nacional de Colonização Agrária (Incra) conseguiu negociar a liberação da estrada.

Em troca, a comissão prometeu encontrar uma alternativa para amparar as famílias despejadas a mando da Justiça. A reunião para tratar do assunto será promovida na próxima terça-feira, na Vara Agrária do município de Castanhal.

“Se não cumprirem a promessa, fecharemos novamente a rodovia, agora em pontos diferentes”, ameaçou o coordenador estadual da federação.

Nota do blog: Vá lá! Negocie!!

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