CPI em revista

Se você não anda de avião, não conhece ninguém que anda, nunca voôu, tem mêdo de fazê-lo, só anda a pé, não tem bicicleta e não conhece ninguém que mora no sul do Pará onde o Hospital de Alta Complexidade é uma merda de baixa complexidade e o avião faz a diferença entre ter uma chance de viver ou morrer. Então...vá correndo navegar em outra página pois, essa notícia não irá afetar a sua vida em nada, exceto se um avião cair sob sua cabeça no próximo apagão aéreo.

Com a palavra suas excelências e o embate que não dará em nada!

Assistirei ao vivo o deputado Wlad, Vic e Zenaldo, do Pará, contribuir para o temperão de mais essa pizza ou será que eles vão brigar? Será?!

Eis a composição da CPI
:

GOVERNISTAS


PT

Titulares: Marco Maia (RS) - relator da comissão -, André Vargas (PR), Carlos Zaratini (SP) e Pepe Vargas (RS)
Suplentes: Cândido Vacarezza (SP), Edson Santos (RJ), Eduardo Valverde (RO) e Nelson Pelegrino (BA)

PMDB
Titulares: Marcelo Castro (PI) - presidente da comissão -, Eduardo Cunha (RJ), Leonardo Quintão (MG) e Vladimir Costa (PA) Suplentes: Fátima Pelaes (PMDB-AP) e Rocha Loures (PMDB-PR)

PR
Titular: José Carlos Araújo(BA)
Suplente: Léo Alcântara (CE)

PP
Titulares: Nelson Meurer (PR) e Beto Mansur (SP)
Suplentes: Luiz Fernando (MG) e Sander Júnior (GO)

PTB
Titular: Paes Landim (PI)
Suplente: Pedro Fernandes (MA)

PDT
Titular: Wolney Queiroz (PE)
Suplente: Sérgio Brito (BA)

PV
Titular: Fernando Gabeira (RJ)
Suplente: Fábio Ramalho (MG)

PSB
Titular: Dr. Ubiali (SP)

PCdoB
Titular: Osmar Júnior (PI)

PSC
Suplente: Filipe Pereira (RJ)

PTC
Suplente: Carlos William (MG)

OPOSICIONISTAS

PSDB
Titulares: Gustavo Fruet (PR), Vanderlei Macris (SP) e Zenaldo Coutinho (PA)
Suplentes: Carlos Sampaio (SP), Otávio Leite (RJ) e Rodrigo de Castro (MG)

DEM (ex-PFL)
Titulares: Solange Amaral (RJ), Vic Pires Franco (PA) e Vitor Penido(MG)
Suplentes: Davi Alcolumbre (AP), Efraim Filho (PB) e Silvinho Peccioli (SP)

PPS
Titular: Geraldo Thadeu (MG)
Suplente: Arnaldo Jardim (SP)

PSOL
Titular: Luciana Genro (RS)
Suplente: Ivan Valente (SP)

Vitrine viva e o Lula

O presidente com cara de leão de Chácara, Hugo Chavez e o neo-Czar da Bolívia, Evo Moralez, fazem escola ao viajar pelo mundo. Um garbosamente vestido como ex-Comandante e o outro trajando os elegantérrimos pulôveres dos cocaleiros de seu país.

Agora Lula, o new-socialist latino, aderindo a tchurma. Quer viajar com um grande colar pendurado onde for. Leia post abaixo.

Portanto, caro(a)s amigo(a)s. Lula aceita presentes para compor o colar.

Sugestões do blog:.

Uma pepita de ouro de Serra Pelada ou dos garimpos do Tapajós;
Uma pepita de ferro da Serra dos Carajás ou uma de manganês da Serra do Navio no Amapá (se ele achar uma);
Um grão de soja do Mato Grosso ou de algodão de Balsas do Maranhão;
Uma garrafa de areia em miniatura das dunas do Rio Grande do Norte;
Um chaveiro em miniatura de cuia de chimarrão do Rio Grande do Sul...

...Enfim. Deêm sua sugestão, o colar é grande.

Sem prévia. Rodrigo Maia lança Valéria para a Prefeitura

Notícia reproduzida neste blog do jornal Gazeta Mercantil aqui passou absolutamente desapercebida.

Quem leu a notícia achou, assim como eu e estranhou a, digamos, extemporânea declaração do presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), de que a ex-governadora Valéria Pires Franco já seria a candidata a Prefeitura de Belém em 2008, mesmo sem a realização de Convenção em prazo regulamentado por lei.

Pessoal precipitado esse do DEM, heim!?

A verdade dói

Quando este poster critica a baixa representatividade política em sua região de origem, o Norte, e luta para ver criado mais dois Estados a partir do Pará, é bombardeado com todo o tipo de críticas.

São centenas de argumentos para a criação das novas unidades federativas multiplicando por três o atual "poder de fogo" da região.

O Plano de Aceleração do Crescimento é um bom exemplo disso. Enquanto a governadora do Pará percorre o Pará para viabilizar o seu PAC, que lá é chamado de PTP - Planejamento Territorial Participativo. São Paulo garante, só do Ministério das Cidades, em bloco com as Prefeituras, R$ 5 bi.

Dá prá comparar?

Dá sim: lá o planejamento já estava feito porque o governo tem técnicos experientes e tem comando de articulação com as Prefeituras. E olhem que o governo do Pará é assim, assim com o presidente. Leiam.

SP eleva valor de obras do PAC para R$ 5 bilhões
Márcio Fortes, ministro das Cidades: projetos serão anunciados em junho
Valor - 27.04.2007
Samantha Maia

O Ministério das Cidades já tem em mãos um conjunto consolidado de projetos prioritários para habitação e saneamento do Estado de São Paulo que poderão receber recursos do orçamento da União previstos no Plano de Aceleração de Crescimento (PAC). Em reunião na cidade de São Paulo com as secretarias estaduais de Saneamento e Energia e de Habitação, e com prefeituras das regiões metropolitanas (RMs) da Baixada Santista e de Campinas, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, disse que os projetos apresentados são consistentes e estão em fase de elaboração adiantada.

Segundo o secretário de Habitação de São Paulo, Lair Krähenbühl, ao todo os projetos das duas RMs mais os da região metropolitana de São Paulo somam R$ 5 bilhões, acima do previsto inicialmente - entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões - quando a ministra Dilma Rousseff recebeu a equipe do governador paulista José Serra, em Brasília, há pouco mais de dez dias. Em muitos dos projetos, o Estado propõe contrapartida de até 50%, como no caso da recuperação das represas de Guarapiranga e Billings.

Além de São Paulo, já foi fechada a carteira de projetos de Minas Gerais, e a próxima etapa será finalizar com o Rio de Janeiro, em reunião a ser realizada quinta-feira da semana que vem. "O objetivo dessas reuniões é ver quais são as prioridades de cada área e evitar que haja duplicação de pedidos, para que os recursos sejam divididos de maneira racional, com uma ação ordenada entre Estados e municípios. Mas estamos fazendo um mosaico em termo nacional", diz o ministro.

A expectativa, segundo Fortes, é que até meados do mês de junho todos os Estados tenham sido ouvidos para que então o governo federal possa anunciar quais serão os projetos atendidos. "Os grandes valores já poderão ser definidos." Regiões com menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), maior número de pessoas atendidas, e que tenham grandes déficits habitacionais devem ser as primeiras a ser contempladas. Os próximos Estados a receberem a visita do ministro são Bahia, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul, sem cronograma definido até o momento. Em Pernambuco, por exemplo, o Fortes informou que uma das área a serem priorizadas com algum projeto é a de Suape, onde há expansão de investimento industrial. "É preciso ter uma ação preventiva para evitar que os grandes investimentos da indústria no local tragam problemas de favelização", diz.

Segundo Fortes, o trabalho conjunto das três esferas de governo tem que se manter mesmo depois da definição dos projetos. "Será preciso pensar em licença ambiental, questões fundiárias, licitação e toda a papelada que tem que ser apresentada à Caixa para obtenção da verba, e todos têm que atuar juntos." A preocupação do ministro é que essas obras não corram o risco de mesmo com a verba disponibilizada não serem iniciadas.

A recuperação da favela de Heliópolis, na capital de São Paulo, faz parte do pacote de prioridades, além de um conjunto de ações na Baixada Santista. "A prefeitura vai urbanizar áreas de favela e palafitas com recursos do PAC e a Sabesp vai fazer o saneamento", diz Krähenbühl, da Habitação.

João Paulo Tavares Papa, prefeito de Santos e presidente do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista, saiu da reunião com grandes expectativas. "Não houve divergências neste encontro, e a prefeitura tem feito um mutirão a fim de se preparar para receber esses recursos, investindo em regularização fundiária e na conclusão dos projetos executivos", diz ele.

O prefeito de Guarujá acredita que as chances de receber recursos são grandes por haver projetos que também são do interesse do governo federal. "Temos um projeto chamado Favela Porto Cidades, de urbanização e desocupação de áreas de habitação precária próximas à região portuária que é essencial para permitir a expansão do porto de Santos."

As semelhanças de Ana Júlia e Yeda Crusius

Aparentemente só o fato de ambas serem governadoras. Mas, não é só isso. De partidos antagônicos, as duas sentem na pele o que é ter que conviver com o aparelhamento políticos de governos anteriores que queriam se perpetuar no poder. Até o relacionamento da gaúcha com o seu vice é idêntico ao da paraense com o seu natural sucessor. O resultado disto não poderia ser diferente. É crise prá todo lado, mas, com uma exceção: Yeda com pouco mais de cento e poucos dias de governo tem o que mostrar, enquanto sua colega, se arrasta no terreno do imobilismo administrativo e só consegue mostrar a face mais exuberante do Pê Tê: planejar, planejar, planejar...plenária prá cá, plenária prá lá...e nada de mudanças!

Crises atormentam governo da tucana Yeda Crusius

Caio Cigana
Gazeta Mercantil
4/5/2007

Além de problemas financeiros, o governo gaúcho enfrenta disputas políticas internas. Não bastasse a dificuldade financeira atravessada pelo estado, o governo Yeda Crusius (PSDB) enfrenta duas crises que envolvem o vice-governador Paulo Feijó (Democratas), o Banrisul e a área ambiental. No caso do vice, Feijó levantou uma série de suspeitas contra a gestão do presidente do Banrisul, Fernando Lemos. No episódio envolvendo o setor de meio ambiente, as pressões vêm de empresas de celulose que têm programados investimentos de R$ 8 bilhões e criticam as restrições impostas ao plantio de eucaliptos. Como conseqüência, pediu demissão ontem o presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Irineu Schneider, e a secretária estadual do Meio Ambiente, Vera Callegaro, balançou no cargo.
Em rota de colisão com Yeda e com o presidente do Banrisul desde a época da campanha, Feijó tem dito que a gestão de Lemos "não resiste a uma auditoria". Semana passada, na Assembléia Legislativa, Feijó citou uma série de casos que segundo ele teriam indícios de irregularidades. Entre eles, a contratação sem licitação de uma consultoria por R$ 40 milhões, a liberação para uma empresa de uma sucessão de empréstimos sem que os primeiros fossem pagos, relações suspeitas com outros bancos e possíveis irregularidades na área de publicidade.
Em resposta, o Palácio Piratini divulgou uma nota afirmando que Feijó levantou suspeitas sem comprovações, atitude que foi taxada de "irresponsável, leviana e inaceitável". Para o governo, o comportamento de Feijó foi "desequilibrado". Ontem, no novo capítulo da crise, Lemos convocou uma coletiva para rebater as acusações. Sobre a questão da consultoria, Lemos assegurou que no caso foi possível dispensar a licitação. "O Tribunal de Contas (do Estado) já examinou esta questão. Os contratos são lícitos e legais", defendeu-se Lemos. Sobre os empréstimos, disse que foram feitos antes de sua gestão. "O que fiz foi executar as garantias para receber o que era devido", assegurou. Na questão publicitária, a insinuação era de que o desenvolvimento do logotipo do banco teria custado R$ 20 milhões. Conforme Lemos, o custo foi de R$ 7,1 mil.Além da crise em si, o momento também é considerado delicado já que o Banrisul prepara uma emissão de ações para aumentar o capital da instituição e o caso poderia afetar o valor dos papéis.
O governo gaúcho pretende captar até R$ 2 bilhões no mercado, sendo que a maior parte poderia entrar no caixa para ajudar a amenizar a crise financeira do estado, que há dois meses paga os salários com atraso.
Na questão ambiental, Aracruz, Votorantim Celulose e Papel (VCP) e Stora Enso fazem pressão contra o estudo de zoneamento do estado que define as áreas onde podem ser plantados eucaliptos no estado. O zoneamento é considerado muito restritivo pelos grupos. Cada empresa tem planos de construir fábricas de celulose no estado, com investimentos que somam R$ 8 bilhões. As empresas ameaçam desistir das fábricas caso o zoneamento não seja revisto. VCP e Stora Enso, principalmente, adquiriram grandes extensões de terra em regiões apontadas pelo zoneamento como sensíveis ao plantio de eucaliptos. Além disso, os técnicos da Fepam são acusados de morosidade na concessão de licenças ambientais para o plantio. No outro lado da trincheira, a oposição entende que o problema foi criado porque o governo atual e o anterior anunciaram facilidades que não existiam.



A lista negra do PMDB

Helena Chagas

JB

As negociações do segundo escalão continuam, mas o Palácio do Planalto já avisou ao PMDB que alguns dos nomes indicados na lista do partido não vão emplacar. Por exemplo: o ex-prefeito Luiz Paulo Conde, uma indicação da bancada do Rio, dificilmente será nomeado para a presidência de Furnas, assim como o ex-governador Moreira Franco também não deverá comandar a BR Distribuidora. O ex-senador Luiz Otávio, ligado à bancada do Senado, e o ex-deputado José Priante, sobrinho do deputado Jader Barbalho e indicado para o Ibama, também não deverão ser nomeados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conversou diretamente com os peemedebistas sobre os nomes vetados, mas fez chegar à cúpula do partido o recado de que o governo aceita negociar outros nomes, de preferência de perfil mais técnico, para esses cargos.

O PMDB, por sua vez, resolveu endurecer o jogo nos bastidores. Ontem o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves, recusou-se mais uma vez a abrir mão da presidência da CPI do Apagão Aéreo na Casa para seu partido. E não aceitou também ficar com a relatoria. A bancada peemedebista sabe que a presidência é o posto mais importante de uma CPI no começo dos trabalhos, já que cabe a seu titular submeter os requerimentos a votos, marcar sessões, marcar depoimentos, etc. Com esse poder nas mãos, o partido terá mais condições de pressionar o Planalto por suas nomeações. A indicação do próprio Henrique Alves para a direção do DNOCS, por exemplo, já foi aceita.

O nome de Conde esbarrou em três obstáculos. Primeiro, a resistência do Planalto em aceitar uma indicação da bancada que até ontem era comandada pelo ex-governador Anthony Garotinho para um cargo estratégico como a presidência de Furnas. Segundo, a desaprovação da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que trabalha para indicar um técnico. Por último, o velho desentendimento interno do PMDB. A bancada do partido no Senado - leia-se José Sarney e Renan Calheiros -, que apadrinhou a permanência de Silas Rondeau nas Minas e Energia, acha que deve indicar também todos os cargos de segundo escalão subordinados à pasta, como é o caso de Furnas. Os senadores estariam com um outro nome no bolso do colete - e ninguém se surpreenderá se esse nome for do agrado de Dilma.

Além dos nomes que constam da lista "oficial" de indicações, entregue pela cúpula do PMDB ao ministro Walfrido dos Mares Guia semana passada, os peemedebistas estão atirando em todas as direções. Ex-senadores como Amir Lando e Ney Suassuna, agora sem mandato, têm sido vistos com frequência no Senado e em reuniões do partido defendendo suas indicações. O ex-embaixador do Brasil em Portugal, Paes de Andrade, por sua vez, está sendo indicado para uma das vice-presidências do Banco do Brasil. Mas não está sendo fácil. Quase todos esses cargos já estão ocupados, sobretudo por petistas. E o Planalto está apostando na "lei da inércia política", segundo a qual é muito mais complicado desalojar alguém para fazer nova nomeação do que preencher um cargo vago em início de governo.

Inadimplência cria problemas para Pê Tê

Notícia do Estadão dá conta que "Para cortar gastos, PT demite 13 em São Paulo".
É a ponta do iceberg - digo, caixa-preta do diretório paulista que tem dívida de R$ 1,1 milhão e não consegue pagar salários em dia de seus funcionários.

A dívida declarada de R$ 1,1 milhão do Diretório do PT de São Paulo vai seguir os passos do que foi adotado pela cúpula nacional do partido e pôr em prática programa de ajuste fiscal para cortar gastos e aumentar arrecadação. Sem conseguir pagar salários em dia, a seção paulista do PT já demitiu 13 funcionários desde o final de 2006. A última leva foi na semana passada.

Em abril, o tesoureiro nacional do PT, Paulo Ferreira, fez diagnóstico assustador: 4,2 mil filiados com cargos no governo federal não pagam o dízimo ao partido. Dos R$ 50 milhões devidos pelo Diretório Nacional na praça, cerca de R$ 30 milhões correspondem à falta de pagamento das mensalidades." (Estado)

A tampa e a panela


Foto: Laycer Tomaz


Com 16 votos entre os 24 titulares da CPI do Apagão Aéreo, o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) foi eleito presidente da comissão. Para a relatoria, ele designou o deputado Marco Maia (PT-RS). Castro (D) e Maia (E) defendem que o primeiro item das investigações seja o acidente da Gol, que iniciou a crise aérea.


Ag. Câmara

Mais um do Pê Tê quer censurar a imprensa


Era só o que faltava


PT quer normas para a cobertura das eleições

Ilimar Franco
O Globo
3/5/2007

Na Câmara, deputado defende controle da imprensa e espaços semelhantes no noticiário para todos os candidatos

Primeiro foram o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), e o assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia. Agora foi o deputado Carlos Zaratini (PT-SP) quem ocupou a tribuna da Câmara para defender a adoção de regras para reduzir a influência da imprensa nas eleições. O discurso não é novo no partido, onde parcela considerável dos militantes trata a imprensa como inimigo. A novidade é que os petistas falam da elaboração de um conjunto de normas para determinar como deve ser a cobertura das eleições pela mídia.

Os dirigentes do PT afirmam que, depois das recentes eleições presidenciais, não podem mais ficar indiferentes ao papel e à influência da mídia.

- É preciso reduzir o poder de manipulação da mídia. A cobertura das candidaturas deve ser equilibrada, como ocorre hoje na televisão. É bom para o país e para a democracia que o noticiário seja equilibrado na imprensa nacional e, sobretudo, na regional - disse Zaratini.

O petista argumentou que, no caso das coberturas regionais, muitos veículos de comunicação pertencem a grupos políticos, como na Bahia e no Maranhão, e que essa realidade impede que os eleitores tenham informação qualificada dos programas e dos candidatos.

- No Maranhão, por exemplo, há dois jornais, que parecem descrever mundos diferentes. Um deles é pró-Sarney e o outro é contra o Sarney. Ambos ignoram o adversário e só fazem notícia positiva de seu grupo.

A crítica à imprensa faz parte da cultura política petista. Em novembro, o Movimento PT, tendência do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), divulgou uma avaliação das eleições presidenciais que afirma: "Derrotada, a grande mídia, a direita liberal conservadora e as elites econômicas jogam, literalmente, a favor da perspectiva monetarista (...) Nos momentos mais difíceis destas eleições, a população mais humilde é que foi às ruas defender Lula e formar opinião contrária àqueles que se julgavam porta-vozes da opinião pública, especialmente a grande imprensa".

- É a nossa opinião. A linha pitbull da mídia foi derrotada. Não é uma crítica a ser generalizada, mas esperamos que todos tenham uma visão mais equilibrada agora - diz a vice-presidente do PT, deputada Maria do Rosário (RS), da corrente Movimento PT.

Petistas defendem poder de veto da Justiça Eleitoral

Os petistas querem fazer esse debate com a reforma política, mas dizem não ter qualquer proposta objetiva sobre como seria essa regulamentação. Há quem defenda dar mais poderes à Justiça Eleitoral, que poderia passar a ter poder de veto e de pautar as redações da imprensa país afora. Outra idéia é fazer com que a mídia dê o mesmo espaço para todos os candidatos, independentemente de suas votações.

Zaratini nega que a intenção seja censurar os veículos:

- Não queremos impedir que a imprensa se posicione nos editoriais. Queremos equilíbrio na cobertura. Não dá para um candidato ser tratado como diabo e o outro como santo. Os espaços deveriam ser semelhantes, como na TV. Isso deveria valer principalmente para as rádios, que são concessões públicas.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, afirmou que a posição dos petistas não é a do governo Lula.

Priante preterido de novo

Lula ignora Requião e nomeia Forte na Funasa

O presidente Lula ignorou as pressões do governador do Paraná, Roberto Requião, e nomeou Danilo Forte para a presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O ato de nomeação, aguardado há semanas, saiu hoje. Ele foi indicado pelo deputado e ex-ministro Eunício Oliveira (CE) e referendado pelo líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN). Requião tentou vetar Forte porque descobriu suas ligações familiares com dois inimigos no Paraná: Valéria, mulher do novo presidente da Funasa, é sobrinha dos senadores Álvaro e Osmar Dias (PDT-PR). A confirmação de Forte representa também uma derrota para os senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarmey (AP), que apoiavam a indicação do deputado Jader Barbalho (PA): seu sobrinho, o ex-deputado José Priante.

CPI do Apagão Aéreo será instalada amanhã

Foto: Luiz Alves
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, anunciou que a CPI do Apagão Aéreo será instalada às 15 horas desta quinta-feira. Os partidos têm até a meia-noite de hoje para indicar seus representantes. Do total de 24 vagas de titulares (16 para os governistas e 8 para a oposição), nove já foram definidas.

Fonte: Ag. Câmara

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