Retorno com Maria Eugênia



Já estou em Brasília e de volta ao batente!

Como passa rápido as nossas férias...

Retomando os trabalhos, inicio com uma grata surpresa aos leitores. Trata-se da fenomenal cantora Maria Eugênia. Esta goiâninha batalhou formação em música erudita (1990) — piano — iniciando sua carreira de cantora popular em 1986 com premiações em festivais e participando em shows e discos de compositores goianos e também em programas regionais e nacionais, como Empório Brasil, Som Brasil etc.

Cantando na noite goiana chegou ao primeiro disco solo em 92. Com ele conquistou o Prêmio Tiokô de Música da UBE.GO (maior prêmio cultural do Estado de Goiás) e iniciou seus shows em Goiânia, viajando por Brasília, Bahia, Vitória, São Paulo e Rio de Janeiro. Desde 1993, tem a orientação da Mestra Honorina Barra para canto popular.

Respaldada pela popularidade que obteve atuando e cantando no comercial de TV do BEG, lança seu CD "Dois Gumes", em 1994. Em 1996, já residindo e se apresentando no Rio de Janeiro, lança o CD "Pindorama", com apoio da Lei Rouanet, do MinC. Em 1997, juntamente com outras três cantoras brasileiras (Leny Andrade, Rosa Maria e Jane Duboc), foi escolhida para apresentar seu show com Márvio Ciribelli para a gravação da Série Performance, por uma TV canadense, programa exibido em todos os países de língua inglesa. Nesse mesmo ano gravou, juntamente com quatro outros artistas goianos, o primeiro disco ao vivo de Goiás, num projeto especial da Televisão Anhanguera (Rede Globo), intitulado “Noites Goianas”.

Em setembro de 1998, apresenta cinco shows na Expo'98, em Lisboa (Portugal). Apresenta-se, logo em seguida, no Teatro Casal Del Metdge, em Barcelona. Em 1999 continua suas apresentações em Goiânia, Rio de Janeiro, Brasília, Palmas e diversas outras cidades do Brasil. Em dezembro, lança seu quarto disco: “Jeito de Olhar”.

Como cantora no projeto “Solo Brasil”, excursionou pelas Américas Central e do Sul, tendo se apresentado em Caracas (Venezuela), Cidade do México, Tajin, Mérida (México), Havana (Cuba), Kingston (Jamaica), Nassau (Bahamas), Buenos Aires (Argentina), Montevidéu (Uruguai) e Assunção (Paraguai).

Na Europa, apresentou-se na Expo Hannover (Alemanha). Em setembro e outubro de 2000, realiza uma vitoriosa turnê nos Estados do Rio e São Paulo, por teatros do SESC. Em 2001, com seu espetáculo “Jeito de Olhar”, apresenta-se em Teatros: (Teatro Goiânia – maio e Teatro Municipal de Niterói – agosto); casas de shows: (Mika’s Bar – Rio de Janeiro – abril, Mistura Fina – Rio de Janeiro – agosto); convenções e feiras.

Participa de projetos culturais promovidos pelo Governo do Estado de Goiás e no Rio de Janeiro. Em 2002 realizou a gravação ao vivo do espetáculo “Uma Viagem Através da Música do Brasil”, com o Grupo Solo Brasil. Também gravou, ao vivo, um disco em parceria com outros três artistas goianos, no projeto “Canto da Gente”. Em julho apresentou-se no Jazz Fest Wien, em Viena (Áustria) e lançou o CD “Uma Viagem Através da Música do Brasil” no Marrocos, na cidade de Rabat e em seguida Niterói, Rio e São Paulo.

Vejam a interpretação dessa moça e me digam.

Um abuso permanente

Recebi e publico interessante artigo da lavra do José H. Campos de Abreu. Obrigado pela gentileza José.

MINISTÉRIO PÚBLICO – ULTIMA ESPERANÇA CONTRA A SINDROME DO PENSAMENTO ÚNICO NAS ABSURDAS E IMORAIS TAXAS DE JUROS PRATICADAS NO BRASIL

Profetizando a quebradeira geral do sistema financeiro mundial em 2008 a partir dos Estados Unidos, Thomas Jefferson afirmou: "Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que exércitos permanentes. Se o povo americano alguma vez permitir que os bancos privados controlem a emissão de sua moeda, os bancos e as corporações que irão crescer em torno dos bancos irão privar as pessoas de todas as propriedades, até os seus filhos acordarem desabrigados no continente que os seus pais conquistaram”.

Mais recentemente, vale a pena destacar o parecer de um competente Ministro do Tribunal Superior Federal Brasileiro: "As taxas de juros que estão sendo praticadas, hoje, no Brasil, são taxas que nenhum empresário é capaz de suportar. Nós sabemos que o fenômeno que se denomina de ciranda financeira, é que é a tônica hoje do mercado financeiro, engordando os lucros dos que emprestam dinheiro e empobrecendo a força do trabalho e do capital produtivo”.

Esta declaração do Ministro Marco Aurélio de Melo que por um descuido não citou a pessoa física, refere-se ao Artigo 192, § 3º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que limitou em 12% ao ano ‘‘as taxas de juros reais - nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito” - e deu margem a ações revisionais de contratos bancários de alguns poucos que se sentiram no direito de pagar somente aquele percentual, já que a cobrança acima deste limite foi conceituada como “crime de usura, a ser punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar’’.

Muito se discutiu se seria legal ou não tal artigo auto-aplicável ou dependente de norma regulamentar, tendo prevalecido a força dos banqueiros que classificou a limitação da taxa de juros como uma afronta aos princípios da livre iniciativa e da livre empresa, bem como uma ofensa à auto-regulamentação do mercado e à lei da oferta e da procura, posição endossada pelo Consultor Geral da República que opinou pela não auto-aplicabilidade do referido artigo, dado a inexistência de conceito de juros reais, argumentando ainda que sua aplicação teria conseqüências desastrosas para a nação, como, por exemplo, o desvio de capitais para operações com ouro, dólar paralelo e ativos reais.

De nada adiantou o argumento de que a limitação dos juros é a valorização da justiça contratual e da liberdade, na medida em que garante isonomia real entre partes contratantes desiguais e que a inexistência de limites levam instituições financeiras a se apropriar de parcela bastante significativa do Produto Interno Bruto, aumentando os impasses sociais e econômicos.

Em 2003, já no Governo Lula da Silva, através da Emenda Constitucional nº 40, o Congresso Nacional revogou o tão discutido artigo, deixando a cargo de leis complementares a regulamentação do sistema financeiro, como bem exigiram os poderosos banqueiros que durante os últimos sete anos ganharam rios de dinheiro atraindo, assediando, estimulados, induzindo e espoliando o cidadão brasileiro através do crédito fácil com taxas de juros de 200% ao ano nas operações mais simples e até 537% no crédito rotativo do cheque especial e cartões de crédito, taxas essas, fictícias, irreais e alavancadas através de cálculos e projeções mirabolantes, considerando uma taxa de inadimplência elevada – se um pagar regularmente, três podem deixar de pagar, sem acarretar prejuízo para a instituição financeira – tudo isso favorecendo e locupletando o Governo, Banqueiros, Políticos e Grandes Empresários.

O que temos de concreto neste inicio de 2009 é que as vísceras dos intermediários financeiros estão escancaradas e que o tomador de crédito está consciente de que se já pagou um terço das prestações contratadas, rolou os saldos dos cheques especiais e pagou o mínimo exigido pelos cartões de crédito por cinco vezes, já quitou a divida muito além do que deveria, considerando os 12% anuais previstos no Artigo 192, § 3º da Nossa Carta Magna, taxa altíssima se considerarmos que o resto do mundo está trabalhando com números próximos a zero.

Tivéssemos a oposição de anos atrás, certamente a classe trabalhadora já estaria mobilizada com lideres sindicais pregando o calote geral, o não pagamento das extorsivas prestações e até movendo ações de danos morais contra governantes e banqueiros inescrupulosos, pela forma que foram atraídos, assediados, estimulados e induzidos a comprometer à taxas estratoféricas, renda futura de até 72 meses para adquirir bens de vida útil limitada, alimentando a “monstra” da inadimplência prestes a parir.

Reportagem do Jornal britânico Financial Times afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco Central foram complacentes ao lidar com os primeiros estágios da crise econômica global que já chegou ao Brasil, “liberando bilhões de reais em reservas compulsórias para aliviar os problemas de liquidez dos Bancos”, sem uma contrapartida social ou seja efeito prático na forma de repasse para aliviar os tomadores de empréstimos.

Com a “monstra” já sentindo as dores do parto, os bancos dão sinais que se preparam para um monumental aumento da inadimplência, o que já começou entre pessoas físicas. Ainda bem comportados, empresários estão pedindo ao Banco Central para pagar apenas os juros dos empréstimos, deixando o principal para 2010, ano de eleição muito bom para negociações e negociatas.

Numa autêntica reedição do samba do crioulo doido, o Presidente da República afirma publicamente que nossas taxas de juros são abusivas, o Presidente do Bradesco e porta-voz dos bancos na reunião de lideranças de setores empresariais com o ministro Guido Mantega pede que o Banco Central faça uma reunião de emergência para cortar os juros, recebendo do Presidente do Banco Central em tom de gozação um sonoro - “Fala sério!” - e a afirmação de que o problema está na diferença entre o custo médio que os bancos têm para captar dinheiro e o dos seus empréstimos.

Com todos parâmetros furados, o mundo inteiro reconhecendo que estava tudo errado e que é vital um novo reordenamento mundial, por que não renegociar antes que seja tarde, os contratos das pessoas físicas em bases atuais – a taxa de 12% ao ano previsto na Constituição já seria um grande negócio para banqueiros que remuneram o capital com taxas de no máximo 8% ao ano - ou até que tudo se acalme, anistiar algumas prestações dos endividados, deixando o saldo para eles – banqueiros - principais responsáveis por tudo isto? E mais, porque não premiar com descontos significativos aqueles que ainda estão conseguindo pagar suas prestações e cartões de crédito em dia?

Instrumento legal (Medida Provisória, Carta Magna) e argumentos fortes (pesados recursos públicos já disponibilizados para os Bancos, segmento único até agora imune à crise e em posição confortável) o Governo e Banco Central têm de sobra.

Será que o nível de comprometimento do Governo e Banco Central com os Banqueiros é tão alto assim que nada se possa fazer em benefício da espoliada classe trabalhadora pagadora de impostos? Se realmente é assim só apelando para uma Ação de Cidadania do Ministério Publico.

Circula na Internet a informação de que a falência da AIG (maior seguradora dos Estados Unidos) e sua estatização pelo Governo Americano, obrigou Henrique Meireles, Presidente do Banco Central do Brasil, ir às pressas aos Estados Unidos salvar o Unibanco. Acontece que a AIG era controladora do UNIBANCO que automaticamente passou a pertencer ao GOVERNO AMERICANO. Assim para desatar o nó, o Banco Central do Brasil (Meireles) e BNDES, emprestaram a fundo perdido e a taxas simbólicas, dinheiro ao ITAÚ que comprou um UNIBANCO enxuto, já que os títulos podres em carteira ficaram com o Banco Central do Brasil. A historia pode não ser exatamente esta mas as noticias da época dão conta de que realmente existe algo nebuloso nesta história, o que somente saberemos quando for conveniente e interesse do governo divulgar.

Por favor, senhores governantes, ministros, doutores, economistas, analistas, videntes e palpiteiros, não me venham com argumentos técnicos de controle de inflação, desaquecimento da economia, manutenção de empregos, restrição do crédito - se eles não emprestarem a 12% ao ano aqui internamente, vão emprestar a uma taxa maravilhosa dessa, a quem lá fora? – Depois da unanimidade (síndrome do pensamento único) em todas previsões furadas que vocês fizeram até agosto do ano passado, para o ano de 2009, qual a margem de segurança e confiabilidade que existe para o que dizem agora?

Ah! os senhores não sabem o que significa síndrome do pensamento único? O Professor José Pacheco explica:

…”a síndrome do pensamento único” consiste em um conjunto de afecções patológicas muito comuns em formadores de opinião. Para esses doentes, existe um só modo de pensar, um só modo de agir, um só modelo de escola. Todo o pensamento divergente, toda a prática dissonante os impele a reações violentas. Quem ousar interpelar o modelo único, sugerir alternativas, ou instituir outras práticas, sofrerá perseguições, porque os cultores do pensamento único não permitem veleidades….”

José H. Campos de Abreu – Adm. de Empresas – Tel. (92) 9985-0908

Sancler em apuros

Prefeito de Tucuruí é indiciado por crime eleitoral

O prefeito de Tucuruí Sancler Ferreira Wanderley Ferreira foi indiciado por crime eleitoral em inquérito policial da 15ª Seccional Urbana da Polícia Civil de Tucuruí.

Ficou comprovado no inquérito que Sancler e mais duas pessoas promoveram um cadastro para "garantir" aos eleitores "a casa dos seus sonhos". A comprovação se deu através de testemunhos e um vídeo em que o candidato oferece as casas e mostra o cadastro sendo feito em sua residência.

Já a vice-prefeita Henilda não foi indiciada porque não ficou comprovada a sua participação na compra de votos.

Apesar das tentativas de defesa dos representantes da CNBB e CJP no Pará com o objetivo de inocentar o prefeito e arquivar o processo, o mesmo continua em andamento e espera-se para breve uma decisão judicial.

Abaixo cópia da conclusão do inquérito e um link para o vídeo no youtube.

Link do vídeo >>

Folha de Tucuruí, 10/01/2009

Área perigosa e linda

Foto: Richard du Toit/Minden















O blog vai publicar fotografias de lugares que devem ser conhecidos antes de morrer. Começo com o Vulcão de Navbiotum. O colosso dorme na orla meridional do Lago Turkana no Quênia. Uma vez conhecido como Lago Rudolf, ele é ainda conhecido como o lago no Grande Vale de Fenda, uma região altamente vulcânica que corre 3,700 milhas (6,000 quilômetros) da Moçambique até a Síria.

O afoito Cristiano Ronaldo

Despacho das agências internacionias de notícias, informam que, por um triz, o atacante português Cristiano Ronaldo, do Manchester United, escapou ileso de um acidente com sua Ferrari, na manhã desta quinta-feira, em uma estrada perto do aeroporto de Manchester. O jogador dirigia o veículo em um túnel quando bateu contra uma das paredes.

A colisão destrui a dianteira do automóvel.

Segundo a polícia de Manchester, o holandês Edwin van der Sar, goleiro da equipe, seguia atrás de Cristiano Ronaldo em seu Bentley, mas não se envolveu no acidente.

Brincar de pega-pega em estradas é um hábito nada saudável e, os reparos numa carro desse preço, parece não amendrontar estrelas do business. Até que a sorte não mais lhe sorri e o pior acontecer.

Pelos cotovelos

Vale a pena ler o artigo do deputado Roberto Freire (PPS-PE) sobre o ministro da Justiça, Tarso Genro, publicado hoje na Folha de S. Paulo. Uma aula para agentes públicos falarem menos e agirem mais.

A fala de Tarso
* ROBERTO FREIRE

Se a democracia é a questão central da construção dos novos institutos da globalização, inquieta a todos nós o tom do ministro

QUE OS velhos bolcheviques se intimidassem diante de Stálin é compreensível. Aqueles do círculo stalinista mais próximo e não tão próximo assim corriam risco de morte se dissessem a palavra errada, se dessem um passo em falso ou se incorressem num suposto "desvio". Um risco nada metafórico, como se sabe.

Diferente é o caso do ministro Tarso Genro em relação a Lula. Não corre risco algum, salvo o de perder o emprego. Por isso, é espantoso que atribua ao presidente o monopólio da fala "alternativa" na atual crise do sistema econômico e financeiro global. Disse o ministro que "nós [a esquerda em geral] estamos incrivelmente quietos.

Só Lula fala. Sejamos solidários. Falemos junto com Lula" ("Fala, D'Alema", "Tendências/Debates", 4/1). O ministro da Justiça escreveu isso como se não houvesse uma enorme movimentação política das esquerdas na cena mundial; e como se o próprio D'Alema também não fizesse parte de um esforço de reinvenção da esquerda italiana, corporificado pelo Partido Democrático, o herdeiro mais importante do velho PCI.

Mas, para o ministro, ninguém fala.

Ninguém busca perceber o "novo" ou a ele dar voz. Só Lula. Além da crise, começamos mal 2009.

Apesar de tudo, e sabujice à parte, é bom ver o ministro empenhado na defesa de um "novo republicanismo" e até mesmo na incorporação dos temas do liberalismo político ao novo horizonte utópico que propõe.

E empenhado também na proclamação dos direitos humanos, que devem ter uma aplicação efetivamente universal, sem nenhum tipo de discriminação. Aplicam-se, por exemplo, a casos "menores", como o de atletas que pretendam eventualmente se valer de competições internacionais para escapar dos seus países de origem, nos quais a liberdade de ir e vir é fortemente cerceada.

Para essa cultura de direitos, se for possível escolher para ela uma data simbólica, só poderíamos escolher a promulgação da Constituição de 1988, marco no qual alguns poucos anos depois se completaria a nossa democracia política, com a ascensão ao poder do partido ao qual pertence o ministro. Tudo dentro das regras do jogo, que também permitem uma forte intervenção pública nos rumos da sociedade e da economia.

O governo liderado pelo PT fez algumas dessas intervenções, e isso deixa o ministro compreensivelmente feliz, mas deixou de fazer inúmeras outras no controle dos juros obscenos, que sangram a capacidade de investimentos públicos e privados, no disciplinamento forte dos mercados por meio das agências reguladoras, no comportamento nada republicano do governo e do PT, envolvidos em episódios de corrupção que passaram à nossa história política com o nome de mensalão, no controle quase absoluto dos movimentos sociais pelo Estado, e na ocupação e no aparelhamento, por meio de milhares de cargos comissionados, da máquina federal.

Tudo isso não é desvio acidental de rumo, tem raízes mais profundas: um desprezo mal disfarçado pela democracia e um desrespeito pelas instituições. Nesse sentido, seria bom que o ministro explicasse um fato absolutamente decisivo: a atitude dúbia do seu partido quando da aprovação da Constituição de 88. São duas décadas -um tempo histórico razoável em que foi revelada uma cultura política antidemocrática e não republicana.

Nas palavras do Lula de então (que, de resto, nunca veio a público para se explicar cabal e formalmente; nem ele nem seu partido!), o texto constitucional era pouco mais do que imprestável e o PT deveria votar contrariamente a ele. E votou, assinando-o com muita tibieza.

Naquele momento decisivo, "Nosso Guia" só faltou dizer que estávamos diante de uma "democracia burguesa", como nos tempos daquele outro guia genial dos povos. E, por sua vez, a hipótese de que se tratava de alguma das famosas "bravatas" é ainda mais penosa.

Simplesmente não se pode brincar de "radical" quando se trata de refundar um moderno Estado democrático de Direito após um duríssimo período de eclipse das liberdades.


Se a democracia é a questão central da construção dos novos institutos da globalização -e sem dúvida o é-, inquieta a todos nós o tom do artigo do ministro. Ao mesmo tempo, o trágico déficit teórico e político das esquerdas no seu conjunto, tantas vezes envolvidas com projetos autoritários de mudança social, inclusive no presente momento e muito especialmente na América Latina, e para além das bravatas tão ao gosto do chefe, há bons temas que mereceriam desenvolvimento teórico e comportamento político coerente (o socialismo como ideia reguladora em sociedades pluriclassistas, por exemplo).

Seria interessante ver o PT e seus intelectuais como estimuladores de um campo teórico que tivesse como divisa a incorporação, sem ambiguidade, dos valores da democracia política como condição irrenunciável para ir muito além do status quo -e, dessa vez, sem guias geniais, sem ditaduras de partido único e sem caudilhos popularescos.

* ROBERTO JOÃO PEREIRA FREIRE, 66, advogado, é presidente nacional do PPS (Partido Popular Socialista). Foi deputado federal e senador da República pelo PPS-PE.

Uma diplomacia claudicante

As trapalhadas da diplomacia brasileira faz a festa da concorrência.

Mais uma para os anais em análise do jornalista Carlos Brickmann.

O assessor que sabia javanês

Tentar importar para nosso país a luta entre israelenses e palestinos, justo aqui, onde árabes e judeus convivem bem, brasileiros que são?

ENTRE AS tradições da diplomacia brasileira, há duas mais fortes do que todas as outras:

1 - O Itamaraty, nosso Ministério das Relações Exteriores, é extremamente profissional e competente, um celeiro de quadros de excelente qualidade para todas as áreas do governo;

2 - Os curiosos que se arvoram em diplomatas sempre dão errado, mesmo quando assumem com a fama de gênios. São como "O Homem que Sabia Javanês", de Lima Barreto: valem enquanto não aparece ninguém que fale javanês de verdade e fique demonstrado que não entendem nada.

A fauna de curiosos que atrapalharam a diplomacia brasileira é rica. Envolve um ex-presidente que, embaixador em Portugal, teve como principal feito a construção de um galinheiro na residência oficial, para fornecer-lhe a matéria-prima essencial para o frango à mineira; e, transferido para a Itália, morando no magnífico palácio Doria Pamphili, não se sentia bem e passou a maior parte do tempo no Brasil.

Houve um general de pijama, que fez parte da Junta Militar de 1969 (aquela que o deputado Ulysses Guimarães imortalizou com o nome de "Os Três Patetas"), que foi embaixador em Paris.

Outro general, chefe dos subterrâneos das informações, virou embaixador em Lisboa -obrigado, Portugal, pela paciência que teve conosco!

Apoiar a eleição de Evo Morales, que logo depois de tomar posse ocuparia militarmente as instalações da Petrobras?

Apoiar a eleição de Rafael Correa, cujo maior sonho é não pagar o que deve ao Brasil?

Ficar ao lado dos narcoterroristas das Farc, que a Colômbia atacou em território equatoriano?

Tentar importar para nosso país a luta entre israelenses e palestinos -justo aqui, onde árabes e judeus convivem bem entre si, brasileiros que são?

Intervir na política interna de um país vizinho, fornecendo gasolina para que o presidente venezuelano Hugo Chávez pudesse derrotar os grevistas da Petroleos de Venezuela e apoiando sua polêmica decisão de fechar a TV oposicionista?

Vestir-se com roupas de colonizador inglês na Índia para esperar, na selva colombiana, uma libertação de reféns que não ocorreu?

Nada disso é Itamaraty: nossos diplomatas não fazem papel ridículo.

Tudo isso é Marco Aurélio Garcia, o estranho especialista em política latino-americana que jamais escreveu nenhuma obra sobre o assunto, mas conseguiu se transformar em conselheiro do presidente Lula.

Garcia, é bom que se recorde, não se limita às atividades paradiplomáticas: foi também aquele que fez o famoso "top, top", o obsceno "top, top" para comemorar o fato de que não era o governo o responsável pelo acidente da TAM que matou 199 pessoas -isso enquanto o país, de luto, não tinha como aceitar nenhuma comemoração.

E é Marco Aurélio Garcia que, tomando partido numa luta com a qual o Brasil nada tem a ver, dá total razão aos palestinos do Hamas.

A briga é deles, não nossa; mas Garcia conseguiu convencer Lula de que o Brasil pode ter êxito onde Estados Unidos, França, Rússia, Inglaterra e ONU falharam.

O Brasil, como país neutro, como ponto de convergência de árabes e judeus, poderia ter um papel importante na busca da paz. Mas, tomando partido, perdeu quaisquer condições de influir na região.

Há poucos dias, o presidente Lula afastou Marco Aurélio Garcia da função de palpiteiro-mor de política externa, mas o manteve como assessor. Entretanto, sua influência sobre o presidente é tamanha, ou foi tamanha, que as coisas que diz são tomadas internacionalmente como o pensamento de Lula. É ruim para o presidente, é ruim para o Itamaraty, é pior para o Brasil.

Talvez a solução fosse enviá-lo para a França, onde estudou, e onde estão os trotskistas que, há 40 anos, influenciaram sua cabeça stalinista.

O ex-primeiro-ministro alemão Konrad Adenauer tem uma frase clássica, que é impossível não citar aqui: "O bom Deus, que limitou a inteligência humana, bem que poderia ter limitado também a estupidez".
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CARLOS BRICKMANN, jornalista e consultor de comunicação, é diretor da Brickmann & Associados. Foi editor e repórter especial da Folha e editor-chefe da "Folha da Tarde" (1984 a 1991).

Uma "nota" circulante

Anistiados já receberam R$ 2,5 bi

Levantamento da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça mostra que o gasto com o pagamento de indenizações a anistiados políticos já soma R$ 2,5 bilhões desde 2002. Se computadas as pensões mensais vitalícias, o valor chega a R$ 3 bilhões. A análise dos casos mostra casos em que os valores pagos a um único anistiado chegam a R$ 2 milhões. O balanço feito pela comissão mostra também que dos cerca de 25 mil processos deferidos, 10 mil tiveram reparação econômica, enquanto em outros 15 mil os autores tiveram declarada a sua condição de anistiado político. A declaração possibilita a retomada dos empregos ou a correção salarial nas carreiras. (CB)

Haja fígado!

Foto: Antonio Cruz/ABr


«A imprensa brasileira tem um comportamento histórico em relação a mim», respondeu Lula da Silva na entrevista concedida em Dezembro de 2008, ao dizer que os grandes órgãos de comunicação social nunca lhe facilitaram a vida.

A reportagem intitulada Azia, ou o dia da caça, do jornalista Mario Sergio Conti, destaca que o Presidente não lê blogues ou sites na Internet e que tão pouco faz parte da sua rotina ler jornais ou revistas.

«E não é por falta de tempo», complementa a reportagem, «simplesmente não quer ler». Lula da Silva justifica-se ao dizer que tem um «problema de azia».

No seu quotidiano, segundo a revista, o Presidente brasileiro diz que se informa em conversas com o ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência.

«Quando sai alguma coisa importante, a Clara [Clara Ant, assessora especial do Presidente] ou o Franklin me trazem o artigo, ou mesmo o vídeo de uma reportagem de televisão», disse.

Mesmo sem o contacto com a imprensa, a revista destaca que Lula da Silva se considera bem informado.

«Um homem que conversa com o tanto de pessoas que eu converso por dia deve ter uns trinta jornais na cabeça todo santo dia. Não há hipótese de eu estar desinformado», afirmou.

Apesar de ser alvo de críticas por parte da imprensa, Lula da Silva reconhece que «a sua ascensão à presidência é produto directo da liberdade de imprensa».

No entanto, criticou as notícias equivocadas ou distorcidas que obedecem a critérios de mercado e «não abrem espaço para o debate político».

Segundo a revista, este foi um dos motivos que o levou a criar a TV Pública, em 2008.

«Queremos que ela informe e promova debates sobre temas que a televisão privada não tem interesse. Ela não pode ser chapa branca», disse.

A entrevista à Piauí foi a 176ª concedida pelo Presidente brasileiro no ano passado, segundo a revista, que destaca que em 2008, a imprensa bateu recordes de «horas-Lula».

Enquanto no primeiro mandato, Lula da Silva falou menos de 50 vezes à imprensa por ano, em 2008, concedeu 57 entrevistas apenas para órgãos da imprensa estrangeira. No total, foram mais de três entrevistas por semana.

Vereador de Breu Branco em lista suspeita

Descontrole na fiscalização de contas
Por Lúcio Vaz e Edson Luiz

ELEIÇÕES
Os maiores valores declarados pelos candidatos a vereador ao Tribunal Superior Eleitoral em 2008 são falsos. Levantamento do Correio mostra erros graves de digitação na lista de doações a políticos

Fachada do prédio do TSE: tribunal considera como verdadeiros todos os números declarados pelos candidatos aos cartórios eleitorais nos municípios

Cruzamento de informações feito pelo Correio a partir da base oficial de dados do Tribunal Superior Eleitoral mostra descontrole na prestação de contas de políticos nas eleições de 2008. A maior contribuição para candidatos a vereador, por exemplo, tem o valor de R$ 22.275.150.668. Foi uma doação do deputado estadual mineiro Domingos Sávio (PSDB) ao candidato José Osvaldo Costa (PSDB), da pequena Dores do Indaiá (MG), de apenas 15 mil habitantes. A informação, entretanto, é falsa. O número do Cadastro de Pessoa Física, o CPF, do doador foi digitado na coluna do valor da doação. Esse é apenas um dos casos de falhas na fiscalização dos números declarados pelos candidatos ao TSE. Há casos de digitação da data da contribuição na coluna do valor. Para outras doações, com valores bem acima das demais feitas no mesmo município, não há uma explicação.

Em Breu Branco (PA), município de 50 mil habitantes, Hildeblano Azevedo (PSC) declarou ter recebido uma doação de R$ 777 mil de Egon Kolling.

Nota do blog: Egon Kolling atende pela alcunha de Alemão e é ex-Prefeito do município.

Fonte: Correio Braziliense

Symphony for You Tube

Divulgação

Instrumentistas anônimos de todo o mundo, alegrai-vos: a chance de integrar uma orquestra sinfônica e se apresentar no maior de todos os palcos pode estar ao seu alcance. Pegue o violino – harpa, triângulo, oboé ou qualquer outro dos 22 instrumentos listados no projeto Sinfônica YouTube – e submeta o seu talento musical ao concurso para fazer parte daquela que já é chamada de primeira orquestra on-line do universo.

Assim começa o artigo publicado na revista Piaui desse mês sobre o revolucionário e inovador projeto musical.

Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados

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