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Crise no Brasil não é marola!

O presidente do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, declarou que o Brasil seria afetado de forma diferenciada diante do que se desenhava: uma iminente crise financeira de proporções avassaladoras.

"Uma marola (termo que designa uma fenômeno natural específico do comportamento dos mares)", comparou o presidente que detem os mais altos níveis de aprovação pública, nunca vista então, na história desse país.

Ministros de férias, equipes de monitoramento em estado de "graça", afinal, ninguém é de ferro.

Era esse o cenário há exatos um ano.

O blog alertou que a crise tratava-se de um efeito dominó, o qual o Brasil teria uma oportunidade única se adotasse medidas imediatas de proteção interna. A saber:

1- Incremento das ações previstas no PAC.
2- Redução das taxas de juros.

Nem uma coisa, nem outra foram feitas. Afinal, era carnaval, e no país do carnaval, tudo tem que ser adiado.

Brasil precisa ajustar o déficit em conta corrente

Essa é a receita defendida por uma dos mais respeitados economistas do Brasil, Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central sobre a crise que força ajuste maior nas contas externas.

Aqui em reportagem de Sergio Lamucci, de São Paulo para o Valor Econômico.

Profound throat

A manchete da Gazeta do Povo prova que a "Crise ameaça viabilidade de projetos de US$ 63 bi no País", na contra mão do que o presidente até então afirmava.
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A crise financeira global ameaça a viabilidade dos principais projetos de investimento previstos para os próximos anos no Brasil. De dez grandes empreendimentos programados e identificados por um levantamento realizado pela Agência Estado, no valor de US$ 80 bilhões, pelo menos oito, que demandam US$ 63 bilhões, ainda não possuem empréstimo contratado suficiente para o cumprimento dos planos.

Por serem estratégicos, parte deles tem garantia de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que ganha o papel de "salvador" no meio da crise. Outros contam com uma forte geração de caixa dos empreendedores, como Vale e Petrobras, o que poderia dar uma certa folga financeira em momentos de dificuldade. Porém, mesmo nessas circunstâncias, a avaliação de especialistas é de que, no mínimo, o cronograma desses projetos deve ser afetado.

Mais aqui.

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A ficha caiu

Finalmente o presidente Lula deixou momentâneamente as bravatas após conversar com seus auxiliares sobre o tamanho, profundidade e longitudidade da crise que se estabeleceu no mundo em razão do descontrole das operações sem a devida fiscalização de agentes do mercado financeiro -- notadamente o imobiliário -- americano.

A resultante é "Um freio no PAC", em matéria de Daniel Pereira, da equipe do Correio Braziliense.

Dinheiro Público

Uma das apostas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para eleger o sucessor em 2010, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está em “ritmo de cruzeiro” só no discurso da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Em outubro, período em que a crise financeira mundial chegou ao ápice, o quadro é de redução na liberação de recursos. Entre os dias 1º e 22 deste mês, foram pagos R$ 250,9 milhões no âmbito do PAC. O valor é 4,7 vezes menor do que o registrado em todo o mês de setembro — R$ 1,17 bilhão. Além disso, é inferior 6,6 vezes à quantia desembolsada em agosto (veja quadro).

Os números foram colhidos pela Associação Contas Abertas, entidade que monitora o gasto público, no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). Revelam outro dado que sugere uma espécie de freio de arrumação no PAC. Trata-se da média diária de pagamento de verbas. Entre 1º e 22 de outubro, foram liberados R$ 11,04 milhões por dia. O desempenho só é maior, em 2008, do que o verificado em janeiro — R$ 8,83 milhões. O Correio procurou a Casa Civil e os ministérios do Planejamento e da Fazenda para que apresentassem as razões da desaceleração na execução.

As três pastas integram o comitê gestor do programa. Até o fechamento desta edição, só o Planejamento se manifestou. Disse que, por orientação da Casa Civil, comentários só serão feitos no balanço oficial sobre os investimentos.

Confiança
O governo apresentará o quinto balanço quadrimestral do PAC na próxima quinta-feira. Esbanjará otimismo em cerimônia a ser realizada no Palácio do Planalto. Alegará que o ritmo de execução neste ano é superior ao de 2007. Apesar da perda de ritmo em outubro, o programa já pagou em 2008, até o último dia 22, R$ 8,2 bilhões, R$ 200 milhões a mais do que em todo o ano passado, segundo a Associação Contas Abertas. Dilma e os colegas Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) também tendem a reforçar a promessa de preservar o PAC e os programas sociais, além do aumento do salário mínimo, mesmo que a economia e a arrecadação federal percam fôlego.

Essa é uma orientação do presidente. Destina-se a convencer o setor produtivo a realizar os investimentos previstos e, assim, evitar uma desaceleração acentuada do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009 e 2010, o que pode dificultar o sonho de Lula de ganhar a sucessão presidencial. Em agosto, o presidente organizou uma cerimônia no Planalto na qual anunciou a expectativa de R$ 2,3 trilhões em investimentos no país entre 2008 e 2011.

Idealizada antes da “fase aguda” da crise financeira, a iniciativa serviu como demonstração de confiança na expansão econômica e na capacidade do governo de vencer a próxima eleição presidencial. Segundo auxiliares do presidente, tal confiança persiste. E perdurará até 2010 se Dilma, escolhida por Lula para sucedê-lo, conseguir comprovar a fama de “gerente da máquina”, ou de “capitã do time”, num cenário de menor quantidade de dinheiro circulando pelo mundo. A determinação é clara: fazer mais com menos recurso. “A bola está com ela”, diz um ministro. O presidente concorda com a análise. Mas decidiu sair a campo para desanuviar o ambiente.

Articulação
Lula assumiu pessoalmente a negociação aberta a fim de garantir a aprovação das duas medidas provisórias (MPs) baixadas em resposta à crise financeira. Os textos tentam manter a saúde do sistema financeiro nacional, a capacidade dos bancos de emprestar dinheiro a empresas e consumidores e, em última instância, o aquecimento do mercado interno, âncora do alto nível de aprovação popular do governo.

Na quinta-feira de manhã, o presidente recebeu no Planalto o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). Apesar de insinuar publicamente que a oposição torce pela quebra do país, pediu a Aécio ajuda para convencer tucanos e democratas a aprovarem as MPs. Convidado para o encontro, o governador aceitou a missão, reeditando uma parceria firmada anteriormente quando da tentativa frustrada de aprovação da proposta de renovação do imposto do cheque. “Eu serei sempre uma ponte para ajudar. Sempre estarei à disposição do presidente para conversar sobre essas questões”, declarou Aécio, referindo-se também à reforma tributária.

Impunidade aos banqueiros

Artigo

* Por Val-André Mutran

Na reunião convocada pessoalmente pelo presidente americano Geoge Walker Bush aos presidentes do G-20, presidido no momento pelo Brasil na figura institucional do presidente Luis Inácio da Silva, neste final de semana em Washington para discutir a crise emergida por operação sem lastro de papéis designados pelo mercado como sub-prime, um fato pode e deve ser tratado: há em curso em terras americanas alguma providência determinada por Bush ao FBI para investigar a participação em delinqüência econômica organizada pelos banqueiros de Wall Street e arredores?

Na Cyti londrina alguma providência foi tomada pelo primeiro ministro britânico Gordom Brown à Scotland Yard para a mesma investigação. Na Alemanha, na França, na Itália, no Japão. No G-9 isso foi feito pelos respectivos membros às suas polícias federais e organismos de inteligência?

Aa contrário do que o nosso presidente tem alardeado: "a crise lá fora é um tsunami que aqui não passará de uma marola", é muito otimista sob uma avaliação mais acurada do ponto de vista técnico como aponta o relatório do FMI que estará presente à reunião que tem como missão salvar da bancarrota o sistema financeiro internacional é algo muito preocupante.

Bradesco (o maior banco privado brasileiro, Itaú - o segundo - e Unibanco, suspenderam sem prazo estipulado e de forma unilateral com um anacrônico comunicado em suas páginas de Homebanking, a suspensão das operações de crédito pessoal. Isso é gravíssimo e não vi nenhum comunicado para acalmar os correntistas de parte do presidente do Banco Central brasileiro, o ex-presidente mundial do Bank Boston, Henrique Meirelles, candidato anunciado ao governo de Goiás em disputa com o senador incorrigível Marconi Perillo - o honesto.

De acordo com Charles Collyns, diretor-adjunto do Departamento de Pesquisas do FMI, estes diversos choques são ''as condições financeiras internacionais, que estão piorando, a crescente escassez de liquidez - que explica as pressões sobre a moeda brasileira - e o fato de o Brasil ser um grande exportador de commodities, cujos preços estão caindo''.

Em seu relatório Panorama Econômico Mundial, divulgado na última quarta-feira, o fundo estimou que o Brasil crescerá 3,5% em 2009, taxa inferior à projeção deste ano, de 5,2%.

O fundo estima ainda que a taxa de inflação para este ano ficará em 5,7%, contra 3,6%, em 2007, e deverá ser de 5,1% no ano que vem.

A situação fica muito estranha e começa a ensejar suspeitas ao verificarmos que nenhuma declaração desses líderes mundiais, cujos banqueiros são diretamente responsáveis pela crise, não estejam sendo investigados quanto aoi grau de responsabilidade de cada um no que chamo de delinqüência econômica organizada.

Visto que mesmo com ajuda corrdenada pelo FED (o Banco Central Americano) com os seus congêneres a economia continua ladeira abaixo e com forte tendência de recessão batendo na porta nos próximos meses.

Investigação já sobre a real responsabilidade de banqueiros especulativos. É o mínimo que o poupador exige, visto que o conjunto da sociedade pagará a conta desse golpe de mafiosos financista.

* Sou jornalista e atuo como assessor de imprensa.

Nós, os otários...

... Seremos obrigar a pagar a conta por culpa desse tipo de gente. Leia abaixo.

CLÓVIS ROSSI

MADRI - Sabe a AIG, a maior seguradora norte-americana, aquela que o governo teve de socorrer com uma pilha de US$ 85 bilhões (R$ 187 bilhões) para evitar a quebra? Pois é, apenas seis dias depois desse socorro, a empresa gastou US$ 443 mil (suficientes para pagar 2.130 salários mínimos) em uma festa para seus executivos em um dos mais luxuosos "resorts" da sofisticada Califórnia.

"Estavam fazendo as unhas das mãos e dos pés, tratamentos faciais e massagens, enquanto o contribuinte paga a fatura", esbravejou Elijah Cummings, que não é nenhuma demagoga esquerdista, mas uma deputada democrata. Só no campo de golfe do "resort", deixaram US$ 7 mil. Sete dos dez principais executivos da AIG participaram da esbórnia. "É uma prática comum nesta indústria, para compensá-los [aos executivos] por seu trabalho", disse o porta-voz da companhia. Que trabalho, cara-pálida? O de afundar uma empresa?

O instantâneo, que acabou no Congresso dos EUA, é talvez um flagrante mais explicativo da crise do que todo o resto. Não se trata só de ganância, fator a que muitos atribuem a baderna nos mercados. Que há ganância, é óbvio. Mas ganância faz parte da alma do capitalismo e, em alguns casos, é até combustível para o progresso (e não tenho aqui espaço para discutir o conceito de progresso).

O que essa "prática comum" revela é uma cultura torta, feita de hedonismo ao ponto extremo e de uma sensação já não de impunidade, mas de inimputabilidade.

Não há respeito não só pelo dinheiro público mas pela própria empresa que lhes paga salários (os famosos pára-quedas dourados, expressão que ganhou estado público com a crise), bônus, luxos. Claro que ganhar dinheiro não é feio, desde que honestamente. Mas essa cultura tornou feio não ter um pára-quedas de ouro.

Fonte: Folha de S. Paulo.

Comentário do Blog: Noutros tempos uma situação como a atualmente enfrentada dava cadeia nos Estados Unidos. O que será que aconteceu?

Tempos excepcionais

Editorial - Folha de S. Paulo

Com multinacionais gigantescas em apuros, governos passam a atuar no papel de acionista em última instância

A LIQUIDAÇÃO violenta nos mercados de ações prosseguiu ontem, apesar de todo o arsenal de medidas anunciadas e implementadas pelos governos na tentativa de detê-la. O índice Dow Jones, de Nova York, mergulhou 7,6% e voltou ao patamar do início de 2003. É como se todo o notável ciclo de expansão vivido pela economia dos EUA desde então tivesse virado pó aos olhos da principal Bolsa do planeta.

A venda alucinada de ações, que ocorria com mais vigor nas companhias do setor financeiro, agora atinge gigantes do setor produtivo americano, como a Exxon e a General Motors. A rápida desvalorização do petróleo, cuja cotação já se aproxima do índice mais baixo em 12 meses, explica a queda das companhias energéticas -as quais acumularam, até o primeiro semestre deste ano, alguns dos maiores lucros da história.

A debilidade do mercado de automóveis nos EUA, abatido pela escassez de crédito e pelo desalento do consumo, contudo, jamais poderia justificar a queda de 87,5%, em um ano, nas ações da segunda maior montadora do mundo. A cotação da empresa desceu ontem ao valor mais baixo desde a década de 1950.

General Motors e General Electric são multinacionais centenárias, que se confundem com a história do capitalismo nos EUA. O grau de dificuldade que enfrentam agora para sobrenadar é um exemplo cabal dos danos que um setor financeiro deixado à própria sorte pode causar ao coração do sistema produtivo.

Quando for escrita a história desta crise, serão estabelecidas as fronteiras cruzadas pelos governos na tentativa de deter a derrocada. Se o papel do BC como emprestador de recursos em última instância ao sistema bancário foi absorvido, a duras penas, na década de 1930, agora está prestes a descortinar-se a ação do Tesouro como acionista em última instância. No momento em que todos fogem das corporações, até das maiores, o governo entra a fim de evitar o colapso.

A seu modo, os planos e as atitudes dos governos vão convergindo nessa direção. Compras maciças de ações de instituições financeiras com dinheiro público estão a caminho nos EUA, no Reino Unido, na Espanha -e serão copiadas por outros países. É possível, senão provável, que a estratégia venha a ser estendida para abarcar empresas produtivas, fora da alçada financeira.

São tempos excepcionais para a economia mundial. A situação, mais que justificar, obriga os governos a romper tabus em caráter emergencial e transitório. O Brasil reconheceu, parcialmente, essa excepcionalidade. O BC age com desenvoltura para injetar recursos que escasseiam entre os bancos e nos negócios com o câmbio. Uma medida provisória já autorizou a autarquia a comprar carteiras de crédito de instituições em dificuldade.

É uma pena, porém, que ainda subsistam argumentos, da parte do BC, a favor da manutenção de uma política de juros isolada, e restritiva, num momento de grave e progressiva desagregação da confiança nos negócios, fenômeno que não tem poupado o Brasil.
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