Ao romperem as regras e anunciarem corajosamente a sua homossexualidade - que não é doença e não é contagiosa -, os dois militares gays foram rápida e exemplarmente castigados por seu "crime".
Espera-se agora, por um crime infinitamente mais grave, que os militares envolvidos na morte de três rapazes, pobres, negros e favelados, sejam também responsabilizados e punidos.
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Exército – a punição do tenente será na mesma medida?
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Missão 2 ― ataque surpresa
Cinco inimigos estão numa praia, às margens do Rio Oiapoque. O território é estratégico e ideal para instalar, na copa de palmeiras, antenas para captar conversas estratégicas. A ordem é chegar atirando. Enquanto um grupo ataca os inimigos, outro sobe nas árvores para colocar os equipamentos. A missão dura cerca de 10 minutos, tempo suficiente para dois barcos com cerca de oito militares em cada um chegarem à praia e surpreenderem os inimigos, que respodem atirando. Por cinco minutos, o barulho dos fuzis, com balas de festim, é ensurdecedor. Depois, só se ouvem as orientações do tenente Rafael Oliveira. “Recolham os corpos!”, ordena. Na hora do ataque, muitos conseguiram fugir e se embrenhar na selva. Mais tiros. Um militar já está no topo da palmeira. Usando uma corda presa aos pés, subiu com agilidade, carregando uma antena. Basta ajustar a freqüência para monitorar o inimigo. (CB)
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Missão 1 ― Resgate na selva
No entardecer, homens do Exército em Marabá (PA) saem para resgatar um soldado em território inimigo. Antes de subirem em barcos para descer o Rio Tocantins, as orientações são apresentadas. De pronto, o soldado responde qual seria o próprio papel no plano. Precisa silenciar as sentinelas para os companheiros agirem. “Como o senhor vai fazer?”, indaga o comandante. “Vou degolar o inimigo e cravar uma faca no coração dele”, responde o soldado. O grupo percorre um trecho do Rio Amazonas, desembarca num igarapé e caminha dentro da água, no escuro, sem fazer barulho. Rastejando, um soldado surpreende o sentinela com uma faca. Outros aparecem camuflados e atiram sem hesitar. Os tiros alertam os seqüestradores, que acabam mortos por uma rajada de tiros. Bombas que provocam surdez e cegueira provisória são lançadas no cativeiro. Um médico verifica as condições do refém. (CB)
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Tropa de Elite ― jovens prontos para a guerra
Soldados brasileiros recebem treinamento em táticas de guerrilha e sobrevivência na selva para defender o território nacional de um possível ataque. Simulações de combate fazem parte da rotina
Marabá (PA) e Clevelândia do Norte (AP) — Mesmo diante do que classificam de “ameaças não-iminentes” de conflitos armados com os vizinhos sul-americanos, as Forças Armadas brasileiras têm apostado em treinamentos de táticas de guerrilha e na proteção da floresta amazônica para derrotar um inimigo mais forte. A maioria dos soldados que atuam na Amazônia são da região, adaptados ao clima e à selva. “São homens com uma capacidade física peculiar e mestres da arte da selva. Nós (comandantes) colaboramos com os conhecimentos táticos”, observa o comandante do 34º Batalhão de Infantaria e Selva, em Macapá (AP), tenente-coronel Henrique Batista. O efetivo do Exército na Amazônia reúne 25 mil homens, em seis estados, responsáveis por monitorar 42% do território brasileiro.
Antes da operação boina, que condecora a formatura do combatente básico, soldados voluntários para o serviço militar aprendem e ensinam como sobreviver na selva. Recebem aulas de natação e técnicas de ocultação dentro d’água, aprendem a conseguir fogo, água e alimento e a confeccionar abrigos. “Não é nada fácil”, afirma Everton Pessoa, membro do batalhão do Exército em Macapá.
Por enquanto, o inimigo é fictício. Mas as simulações de combates reproduzem situações reais e típicas de uma guerra na selva. Os militares precisam colocar em prática todas as lições aprendidas. O Correio acompanhou duas missões do Exército na Amazônia Oriental, em 7 e 10 de abril, e reproduz como foram as operações de treinamento militar em Marabá (PA) e Clevelândia do Norte (AP). (CB)
Marabá (PA) e Clevelândia do Norte (AP) — Mesmo diante do que classificam de “ameaças não-iminentes” de conflitos armados com os vizinhos sul-americanos, as Forças Armadas brasileiras têm apostado em treinamentos de táticas de guerrilha e na proteção da floresta amazônica para derrotar um inimigo mais forte. A maioria dos soldados que atuam na Amazônia são da região, adaptados ao clima e à selva. “São homens com uma capacidade física peculiar e mestres da arte da selva. Nós (comandantes) colaboramos com os conhecimentos táticos”, observa o comandante do 34º Batalhão de Infantaria e Selva, em Macapá (AP), tenente-coronel Henrique Batista. O efetivo do Exército na Amazônia reúne 25 mil homens, em seis estados, responsáveis por monitorar 42% do território brasileiro.
Antes da operação boina, que condecora a formatura do combatente básico, soldados voluntários para o serviço militar aprendem e ensinam como sobreviver na selva. Recebem aulas de natação e técnicas de ocultação dentro d’água, aprendem a conseguir fogo, água e alimento e a confeccionar abrigos. “Não é nada fácil”, afirma Everton Pessoa, membro do batalhão do Exército em Macapá.
Por enquanto, o inimigo é fictício. Mas as simulações de combates reproduzem situações reais e típicas de uma guerra na selva. Os militares precisam colocar em prática todas as lições aprendidas. O Correio acompanhou duas missões do Exército na Amazônia Oriental, em 7 e 10 de abril, e reproduz como foram as operações de treinamento militar em Marabá (PA) e Clevelândia do Norte (AP). (CB)
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Oiapoque ― Onde começa o país
Oiapoque, no Amapá, é uma cidade brasileira de olho nos euros e oportunidades que existem na Guiana Francesa. Com poder de polícia, Exército tenta combater crimes como garimpos ilegais e tráfico de drogas
Oiapoque (AP)— A cidade onde começa o Brasil fica no Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa. Oiapoque é terra de garimpeiro e de brasileiro de olho no outro lado da margem do rio, repleta de ouro e euro. É também lugar de garimpos ilegais, transporte irregular de mantimentos e combustível, prostituição, denúncias de tráfico de crianças e de drogas, índios com pouca assistência e intolerância crescente a brasileiros. No extremo norte do país, sobram problemas. “Parece terra de bangue-bangue”, observa o general Jeannot Jansen da Silva Filho, comandante da 8ª Região Militar da Amazônia.
O Exército mantém cerca de 250 homens na região sob o comando de um capitão de 28 anos, Marcelo Flávio Sartori Aguiar, que divide o tempo administrando a vila militar — onde também vivem civis — e treinando a tropa para proteger a fronteira e combater inimigos na selva amazônica. Apesar de a legislação dar aos militares poder de polícia na faixa de 150 quilômetros até a fronteira, Oiapoque tem problemas demais para o Exército resolver sozinho. “A gente faz o possível. Sempre fazemos operações em conjunto com o Ibama e com a Polícia Federal. Mas, muitas vezes, falta domínio sobre legislação de temas como meio ambiente e tráfico para atuarmos sozinhos”, afirma o capitão.
Enquanto o poder público tenta se organizar, os criminosos aproveitam as águas dos rios da região — território internacional, que não está submetido à legislação brasileira nem à francesa — para tocar os negócios. Às vezes é a polícia francesa, responsável pela patrulha da Guiana Francesa, quem atrapalha os esquemas dos responsáveis por abastecer os garimpos ilegais. O alvo predileto são os barcos que levam mantimentos e combustível até os garimpos ilegais. Sem nota fiscal e muitas vezes carregando mercadorias proibidas, os barqueiros são surpreendidos na ilha chamada La Gran Rochelle, que serve de entreposto para os transportadores. “Já quebraram os barcos, já apreenderam as mercadorias, já nos mandaram embora. Mas temos que comer, não podemos ficar sem trabalhar”, diz Pedro Santana Silva, enquanto auxilia o carregamento de barcos.
De Oiapoque ao garimpo clandestino mais perto é preciso encarar uma viagem de seis horas no nervoso rio que nomeou a cidade, cheio de pedras. Depois, são mais duas horas de caminhada. Diante da dificuldade de acesso, a polícia francesa opta por impedir que mantimentos cheguem até as áreas de extração de ouro, onde trabalham cerca de 10 mil pessoas, explica um garimpeiro que pede o anonimato.
Esse garimpeiro diz que a exploração do ouro nas terras do norte brasileiro acabou. Mas a febre continua na Guiana Francesa, onde brasileiros procuram recuperar o que os franceses tiraram do Brasil. Desde que o presidente Nicolas Sarkozi assumiu o comando da França, a fiscalização foi reforçada nas áreas de garimpo na Guiana, revela a prefeita de Saint Georges de R’Oiapoque, Fabienne Mathurin-Brouard. “O garimpo está incomodando muito, por isso a fiscalização endureceu com os ilegais. Os clandestinos ficam nos arredores dos legalizados e a maioria é brasileiro cometendo crime na Guiana”, diz a prefeita da cidade que fica a 15 minutos de barco de Oiapoque. (CB)
A reportagem viajou a convite do Exército Brasileiro
Oiapoque (AP)— A cidade onde começa o Brasil fica no Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa. Oiapoque é terra de garimpeiro e de brasileiro de olho no outro lado da margem do rio, repleta de ouro e euro. É também lugar de garimpos ilegais, transporte irregular de mantimentos e combustível, prostituição, denúncias de tráfico de crianças e de drogas, índios com pouca assistência e intolerância crescente a brasileiros. No extremo norte do país, sobram problemas. “Parece terra de bangue-bangue”, observa o general Jeannot Jansen da Silva Filho, comandante da 8ª Região Militar da Amazônia.
O Exército mantém cerca de 250 homens na região sob o comando de um capitão de 28 anos, Marcelo Flávio Sartori Aguiar, que divide o tempo administrando a vila militar — onde também vivem civis — e treinando a tropa para proteger a fronteira e combater inimigos na selva amazônica. Apesar de a legislação dar aos militares poder de polícia na faixa de 150 quilômetros até a fronteira, Oiapoque tem problemas demais para o Exército resolver sozinho. “A gente faz o possível. Sempre fazemos operações em conjunto com o Ibama e com a Polícia Federal. Mas, muitas vezes, falta domínio sobre legislação de temas como meio ambiente e tráfico para atuarmos sozinhos”, afirma o capitão.
Enquanto o poder público tenta se organizar, os criminosos aproveitam as águas dos rios da região — território internacional, que não está submetido à legislação brasileira nem à francesa — para tocar os negócios. Às vezes é a polícia francesa, responsável pela patrulha da Guiana Francesa, quem atrapalha os esquemas dos responsáveis por abastecer os garimpos ilegais. O alvo predileto são os barcos que levam mantimentos e combustível até os garimpos ilegais. Sem nota fiscal e muitas vezes carregando mercadorias proibidas, os barqueiros são surpreendidos na ilha chamada La Gran Rochelle, que serve de entreposto para os transportadores. “Já quebraram os barcos, já apreenderam as mercadorias, já nos mandaram embora. Mas temos que comer, não podemos ficar sem trabalhar”, diz Pedro Santana Silva, enquanto auxilia o carregamento de barcos.
De Oiapoque ao garimpo clandestino mais perto é preciso encarar uma viagem de seis horas no nervoso rio que nomeou a cidade, cheio de pedras. Depois, são mais duas horas de caminhada. Diante da dificuldade de acesso, a polícia francesa opta por impedir que mantimentos cheguem até as áreas de extração de ouro, onde trabalham cerca de 10 mil pessoas, explica um garimpeiro que pede o anonimato.
Esse garimpeiro diz que a exploração do ouro nas terras do norte brasileiro acabou. Mas a febre continua na Guiana Francesa, onde brasileiros procuram recuperar o que os franceses tiraram do Brasil. Desde que o presidente Nicolas Sarkozi assumiu o comando da França, a fiscalização foi reforçada nas áreas de garimpo na Guiana, revela a prefeita de Saint Georges de R’Oiapoque, Fabienne Mathurin-Brouard. “O garimpo está incomodando muito, por isso a fiscalização endureceu com os ilegais. Os clandestinos ficam nos arredores dos legalizados e a maioria é brasileiro cometendo crime na Guiana”, diz a prefeita da cidade que fica a 15 minutos de barco de Oiapoque. (CB)
A reportagem viajou a convite do Exército Brasileiro
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O Exército, seus antagonismos e o estado de bem-estar social
Texto enviado pelo jornalista Davis Sena Filho, jornalista dos melhores e um dos bons amigos deste blogguer em Brasília.
O Exército, seus antagonismos e o estado de bem-estar social
Davis Sena Filho, é jornalista em Brasília
O Exército Brasileiro serve como referência para exemplificar o estado de bem-estar social. Sou filho de um oficial de Cavalaria do Exército. Até os 21 anos tive contato rotineiro com a vida militar, pois morei em prédios e casas pertencentes ao Exército Brasileiro, fui sócio de clubes do Exército, muito bons por sinal, fui atendido por clínicas e hospitais militares, fui às compras em mercados militares, no interior do Rio Grande do Sul e freqüentei festas, reuniões, confraternizações em âmbito militar. A minha primeira namorada era filha também de um oficial, este de Engenharia.
O único benefício do Exército que não usufruí foram os bancos escolares. Estudei em escolas públicas e particulares, mas o fato é que a instituição militar tem escolas de alto nível, sejam elas de ensino fundamental, secundário e acadêmico. Além disso, o Exército paga salários, religiosamente em dia, e permite que seus oficiais e praças se transfiram de cidade para cidade, de estado para estado, a favorecer, desse modo, seus integrantes no sentido de terem a oportunidade de conhecer o Brasil e as diversas culturas de seu povo, o que é conveniente para instruir os militares.
Lembro que existiam oficiais que eram arredios a mudanças, mas meu pai e minha mãe gostavam e eu achava que o fato de mudar era muito interessante e útil para o meu conhecimento sobre o País. A vida dos militares é igual a de qualquer cidadão civil. Eles têm as mesmas necessidades, sonhos e desejos de qualquer um, que não seja militar. Mas há uma questão fundamental. Os militares, geralmente, têm uma vida profissional regida por um regulamento severo. Não poderia ser de outra forma, pois o Exército é o braço armado da sociedade. Onde há armas, tem de haver controle e por isso, muitas vezes, os civis confundem a disciplina rígida dos militares com autoritarismo.
Conheci muitos militares democráticos e muitos civis autoritários e até mesmo tirânicos, inclusive no jornalismo. Conheci familias de militares abertas a conceitos e novidades e famílias de civis fechadas a qualquer coisa que não entendessem ou viessem trazer mudanças em suas vidas, mesmo se fossem para melhor. Agora, a questão fundamental são os paradoxos, os antagonismos do Exército em relação ao jeito de viver de seus integrantes e como os militares que chegaram ao poder em 1964 enxergavam a sociedade civil.
Os militares que ascenderam ao poder viviam em uma época maniqueísta, onde a luta ideológica, por intermédio da propaganda e até mesmo da luta armada era a tônica. O mundo era dividido em dois mundos econômicos e políticos, que eram capitaneados pelos Estados Unidos (capitalista) e a União Soviética (comunista), atual Rússia. Os militares brasileiros e, conseqüentemente, sul-americanos, pertenciam, digamos, ao "time" do mundo capitalista e, portanto, ser comunista, principalmente no cone sul era uma questão de muita coragem, pois os militares, como áulicos de um regime de força, perseguiam incessantemente a oposição, de todas as formas e maneiras, a fim de que o regime socialista inaugurado pela União Soviética em 1917 não se tornasse vitorioso no chamado mundo ocidental capitalista "democrático", liderado pelos estadunidenses, que, após a II Guerra Mundial, passaram a dominar, com mão de ferro, a economia mundial e a determinar como os países ocidentais deveriam agir para que idéias e conceitos socialistas fossem melhor combatidos. A história conta como isto foi feito: por meio de regimes de força, regimes ditatoriais.
Enquanto os militares administravam o Brasil, com um crescimento econômico recorde no mundo na década de 1970, o País também deixava de ser, definitivamente, rural, ao passar a ser urbano e industrializado, apesar de seu atraso no que concerne ao seu desenvolvimento social, que deixa muito a desejar até os dias de hoje. No fim da década de 60, no decorrer da década de 70 e no início da década de 80 os militares colocam em prática estratégias elaboradas, inicialmente pela CIA estadunidense, juntamente com o Serviço Nacional de Informação (SNI), para combater os chamados "subversivos", alcunha de época dada àqueles que, como diz o Dicionário Aurélio, "pretendem destruir ou transformar a ordem política, social e econômica estabelecida" pelo establishment mundial.
O establishment impõe as regras de mercado aos países do terceiro mundo e, quando questionado, coloca em prática sua política externa, que não é feita pela diplomacia e sim pelo porrete, como ocorreu em Panamá, Venezuela — há pouco tempo, quando quase derrubaram o presidente Hugo Chávez —, em Granada, Afeganistão, Irã, lraque, Palestina, Vietnã, El Salvador, Nicarágua, Coréia e muitos e muitos outros países, cujos povos, pobres e humildes, têm de aturar todo tipo de humilhação e violência perpetradas pelos que se acham os donos do mundo — os Estados Unidos da América.
Foi neste clima de histerismo político que os militares mandaram no Brasil. Órgãos de informações das Forças Armadas (Codi, Ciex, Cisa e Cenimar), além do SNl e as polícias Militar e Civil (DOI) passaram a determinar a política de combate aos subversivos, ou seja, à esquerda brasileira. Comunistas e socialistas e até mesmo empresários nacionalistas ou simples sindicalistas, aqueles que, por exemplo, defendiam um Brasil onde os brasileiros tivessem seus direitos civis garantidos ou que questionavam o regime de força vigente, ao exigir a abertura do regime e que fosse dada anistia aos presos políticos e aos exilados, eram combatidos severamente, de forma cruel e, quando da tortura, de maneira desumana.
Lembro-me bem daqueles tempos. Apesar de ser novo em idade, percebia como funcionava a política brasileira. No meio militar e também civil não se falava em política, bem como nas escolas onde fui matriculado. Quando se falava em política, falava-se baixo. Quando se lia algum livro considerado "subversivo", lia-se de forma discreta, escondida. Muitos militares legalistas, democráticos foram presos e expulsos de suas corporações e quem não foi preso e nem expulso cometia atos como, por exemplo, queimar livros. Livros como os escritos pelo economista Celso Furtado ou que falassem do presidente João Goulart ou do governador Leonel Brizola.
Uma vez, em 1978, na casa da minha namorada, na 209 Sul, em Brasília, comentei com o pai dela, que tinha a patente de major: "Esquisito, o jornal fala de eleição no Congresso, diz que o general Figueiredo foi eleito mas eu não votei. Que eleição é essa?" O militar mudou de assunto e sua mulher me olhou espantada, ou melhor, surpresa, pois ninguém falava de política e o meu ex-futuro sogro não ficou temeroso e nem irritado, era um homem democrático, apenas riu e olhou para sua mulher, como se dissesse: "Olha o Davis, mesmo sem informação, por causa da censura, questiona o que ainda não compreende".
Naquela época nada era questionado, somente o MDB questionava alguma coisa, pois era o partido de oposição e mesmo assim passava por situações, digamos, perigosas. A maioria dos militares, oficiais inclusive, não sabia o que acontecia nos porões da ditadura militar. Esses profissionais viviam na caserna, ocupados com suas responsabilidades, a pensar na educação de seus filhos e preocupados para que não faltasse o feijão de amanhã na mesa de seus lares. Quem se meteu na chamada "Guerra Suja" foram os militares (políticos) ambiciosos e ideológicos e os boçais, fanáticos e pouco questionadores.
Os primeiros se preocupavam com política desde 1930, quando Getúlio Vargas ascendeu ao poder ao derrotar a política do café com leite. Os segundos eram paus-mandados, os tais "vibradores", que participavam, entre outras organizações, do DOI-Codi e se envolveram com policiais. Um adendo: Getúlio acabou com a política do café com leite porque ela privilegiava os estados de Minas Gerais e São Paulo que eram contrários à industrialização do País, a fim de que os cafeicultores e os grandes pecuaristas permanecessem no poder por tempo indeterminado. Em 1932, esses fazendeiros tentaram retornar ao poder, mas Getúlio deu fim àquela aventura elitista, que apenas visava impedir que o fundador do trabalhismo brasileiro iniciasse a revolução social que a maioria do povo brasileiro esperava. Esta é a verdade, rotineiramente deformada nos meios de comunicação e nos meios acadêmicos.
Volto aos militares. Para se ter uma idéia, a Operação Bandeirantes (Oban), criada em 1969 pelo comandante do II Exército (São Paulo), general José Canavarro Pereira, foi também uma idéia de civis — notadamente grandes empresários. Esses homens endinheirados faziam fé à direita tanto quanto os generais. Afinal de contas, a classe empresarial é a alma do capitalismo, e o que se sabe empresário visa o lucro. Se repressão e violência aumentassem os lucros e os deixassem "em uma boa" com os militares e os policiais, porque, então, não apoiar o sistema ditatorial, nascido do antagonismo entre o capitalismo estadunidense e o comunismo soviético? Até hoje muitos desses empresários estão atuando na política nacional, ao ocupar altos cargos e mandar, como autênticos coronéis que são, em seus estados de origem.
De formação conservadora, os militares, principalmente os oficiais, têm uma noção de brasilidade desenvolvida. São sérios e profissionais, disciplinados e organizados. São, também, honestos. Tudo funciona dentro de uma instituição militar. Só que, quando os generais alçaram a Presidência da República, ao ter que negociar diariamente com os civis e conviver com os princípios que norteiam os mercados dos diversos segmentos econômicos de uma sociedade, eles não compreenderam e, se compreenderam, não se esforçaram para se adaptar aos novos tempos, pois vivem em um "mundo socialista", mesmo sendo o Exército uma instituição conservadora, pró-capital, que combateu, incansavelmente e cruelmente, a esquerda brasileira.
Por isso, afirmo-lhes: o Exército é socialista em sua forma administrativa e social, mas defensor do regime de mercado liderado pelos países capitalistas desenvolvidos. A instituição verde-oliva é a guardiã do estado e do governo, seja ele democrático ou não, de esquerda ou de direita. Quando o Exército resolveu reprimir a esquerda, quando foi acusado de torturar presos políticos, ele maculou seu nome e deixou muitos militares contrariados com essas ações e com alguns de seus pares que entraram na aventura da repressão.
O militar tem o direito de ser político. Ele é um cidadão como qualquer outro. Só que se quiser ser político que entre em um partido e dispute o pleito de forma democrática. Se eleito, parabéns. Os Estados Unidos e a França já tiveram alguns generais em suas presidências. O marechal Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente em 1945. Tudo bem. Agora, militar liderar e compactuar com um movimento armado para derrubar presidente eleito constitucionalmente, como em 1964, é um absurdo, não é tolerável, é ilegal e por isso não é correto.
Quando era jovem, admirava meu pai e seus colegas de profissão por serem honestos e terem uma carreira digna, apesar da possibilidade de uma guerra, mesmo ao se tratar do Brasil, País que não participa há muito tempo de um conflito armado. Mas ficou esta imagem do Exército Brasileiro em minha retina e memória. A de ser uma instituição voltada ao bem-estar de quem a ela pertence. Os militares têm uma vida segura, trabalham para o estado — que é o grande empregador de qualquer país —, têm acesso ao estudo, à saúde, ao esporte, ao lazer e à moradia. Não recebem altos salários, mas eles também não são baixos. Conhecem o País e, apesar de haver competição entre os oficiais, o que é natural, vivemos em uma sociedade competitiva, há respeito entre os militares.
Somente há um fato a lamentar. Apesar do Exército ser socialista no que tange à sua rotina, ele é capitalista no que se refere à defesa do sistema colonialista brutal imposto pelos países desenvolvidos. Tanto que combateu os socialistas e fez Luís Carlos Prestes sofrer — um político de grande envergadura e referência moral, fruto da farda do Exército, onde se tornou oficial. Talvez o socialismo seja tão bom que esta instituição bicentenária tenha querido o socialismo somente para ela.
Eu ainda sonho com um estado de bem-estar social. Um estado para o Brasil como os estados dos países escandinavos, dos países baixos e outros como a Austrália, a Nova Zelândia, o Canadá, a França, a Inglaterra e a Espanha. Caro leitor, eu falo do socialismo democrático e não de ditaduras socialistas, que são tão terríveis quanto às ditaduras apoiadas pelos Estados Unidos na América Latina e em outros continentes. Por isso, considero o estado e o governo norte-americanos ditatoriais, principalmente após a derrubada das torres gêmeas, em Nova Iorque.
O tempo passou. Segui minha vida de paisano, palavra esta que define ser civil para os militares. Há 26 anos não convivo com suas comunidades, em se tratando de rotina. Mas há muito tempo eu queria escrever algo sobre as impressões que tive na minha infância, na minha adolescência e no início de minha juventude sobre a forma comunitária de viver dos militares. Como se sabe, comunitário, comunidade significam "estado do que é comum", "comunhão", "direito em comum", "o corpo social", "a sociedade" e "local por elas (pessoas) habitado". Ah, já ia me esquecer: as festas, principalmente as de São João, eram maravilhosas e, portanto, inesquecíveis para mim.
O Exército, seus antagonismos e o estado de bem-estar social
Davis Sena Filho, é jornalista em Brasília
O Exército Brasileiro serve como referência para exemplificar o estado de bem-estar social. Sou filho de um oficial de Cavalaria do Exército. Até os 21 anos tive contato rotineiro com a vida militar, pois morei em prédios e casas pertencentes ao Exército Brasileiro, fui sócio de clubes do Exército, muito bons por sinal, fui atendido por clínicas e hospitais militares, fui às compras em mercados militares, no interior do Rio Grande do Sul e freqüentei festas, reuniões, confraternizações em âmbito militar. A minha primeira namorada era filha também de um oficial, este de Engenharia.
O único benefício do Exército que não usufruí foram os bancos escolares. Estudei em escolas públicas e particulares, mas o fato é que a instituição militar tem escolas de alto nível, sejam elas de ensino fundamental, secundário e acadêmico. Além disso, o Exército paga salários, religiosamente em dia, e permite que seus oficiais e praças se transfiram de cidade para cidade, de estado para estado, a favorecer, desse modo, seus integrantes no sentido de terem a oportunidade de conhecer o Brasil e as diversas culturas de seu povo, o que é conveniente para instruir os militares.
Lembro que existiam oficiais que eram arredios a mudanças, mas meu pai e minha mãe gostavam e eu achava que o fato de mudar era muito interessante e útil para o meu conhecimento sobre o País. A vida dos militares é igual a de qualquer cidadão civil. Eles têm as mesmas necessidades, sonhos e desejos de qualquer um, que não seja militar. Mas há uma questão fundamental. Os militares, geralmente, têm uma vida profissional regida por um regulamento severo. Não poderia ser de outra forma, pois o Exército é o braço armado da sociedade. Onde há armas, tem de haver controle e por isso, muitas vezes, os civis confundem a disciplina rígida dos militares com autoritarismo.
Conheci muitos militares democráticos e muitos civis autoritários e até mesmo tirânicos, inclusive no jornalismo. Conheci familias de militares abertas a conceitos e novidades e famílias de civis fechadas a qualquer coisa que não entendessem ou viessem trazer mudanças em suas vidas, mesmo se fossem para melhor. Agora, a questão fundamental são os paradoxos, os antagonismos do Exército em relação ao jeito de viver de seus integrantes e como os militares que chegaram ao poder em 1964 enxergavam a sociedade civil.
Os militares que ascenderam ao poder viviam em uma época maniqueísta, onde a luta ideológica, por intermédio da propaganda e até mesmo da luta armada era a tônica. O mundo era dividido em dois mundos econômicos e políticos, que eram capitaneados pelos Estados Unidos (capitalista) e a União Soviética (comunista), atual Rússia. Os militares brasileiros e, conseqüentemente, sul-americanos, pertenciam, digamos, ao "time" do mundo capitalista e, portanto, ser comunista, principalmente no cone sul era uma questão de muita coragem, pois os militares, como áulicos de um regime de força, perseguiam incessantemente a oposição, de todas as formas e maneiras, a fim de que o regime socialista inaugurado pela União Soviética em 1917 não se tornasse vitorioso no chamado mundo ocidental capitalista "democrático", liderado pelos estadunidenses, que, após a II Guerra Mundial, passaram a dominar, com mão de ferro, a economia mundial e a determinar como os países ocidentais deveriam agir para que idéias e conceitos socialistas fossem melhor combatidos. A história conta como isto foi feito: por meio de regimes de força, regimes ditatoriais.
Enquanto os militares administravam o Brasil, com um crescimento econômico recorde no mundo na década de 1970, o País também deixava de ser, definitivamente, rural, ao passar a ser urbano e industrializado, apesar de seu atraso no que concerne ao seu desenvolvimento social, que deixa muito a desejar até os dias de hoje. No fim da década de 60, no decorrer da década de 70 e no início da década de 80 os militares colocam em prática estratégias elaboradas, inicialmente pela CIA estadunidense, juntamente com o Serviço Nacional de Informação (SNI), para combater os chamados "subversivos", alcunha de época dada àqueles que, como diz o Dicionário Aurélio, "pretendem destruir ou transformar a ordem política, social e econômica estabelecida" pelo establishment mundial.
O establishment impõe as regras de mercado aos países do terceiro mundo e, quando questionado, coloca em prática sua política externa, que não é feita pela diplomacia e sim pelo porrete, como ocorreu em Panamá, Venezuela — há pouco tempo, quando quase derrubaram o presidente Hugo Chávez —, em Granada, Afeganistão, Irã, lraque, Palestina, Vietnã, El Salvador, Nicarágua, Coréia e muitos e muitos outros países, cujos povos, pobres e humildes, têm de aturar todo tipo de humilhação e violência perpetradas pelos que se acham os donos do mundo — os Estados Unidos da América.
Foi neste clima de histerismo político que os militares mandaram no Brasil. Órgãos de informações das Forças Armadas (Codi, Ciex, Cisa e Cenimar), além do SNl e as polícias Militar e Civil (DOI) passaram a determinar a política de combate aos subversivos, ou seja, à esquerda brasileira. Comunistas e socialistas e até mesmo empresários nacionalistas ou simples sindicalistas, aqueles que, por exemplo, defendiam um Brasil onde os brasileiros tivessem seus direitos civis garantidos ou que questionavam o regime de força vigente, ao exigir a abertura do regime e que fosse dada anistia aos presos políticos e aos exilados, eram combatidos severamente, de forma cruel e, quando da tortura, de maneira desumana.
Lembro-me bem daqueles tempos. Apesar de ser novo em idade, percebia como funcionava a política brasileira. No meio militar e também civil não se falava em política, bem como nas escolas onde fui matriculado. Quando se falava em política, falava-se baixo. Quando se lia algum livro considerado "subversivo", lia-se de forma discreta, escondida. Muitos militares legalistas, democráticos foram presos e expulsos de suas corporações e quem não foi preso e nem expulso cometia atos como, por exemplo, queimar livros. Livros como os escritos pelo economista Celso Furtado ou que falassem do presidente João Goulart ou do governador Leonel Brizola.
Uma vez, em 1978, na casa da minha namorada, na 209 Sul, em Brasília, comentei com o pai dela, que tinha a patente de major: "Esquisito, o jornal fala de eleição no Congresso, diz que o general Figueiredo foi eleito mas eu não votei. Que eleição é essa?" O militar mudou de assunto e sua mulher me olhou espantada, ou melhor, surpresa, pois ninguém falava de política e o meu ex-futuro sogro não ficou temeroso e nem irritado, era um homem democrático, apenas riu e olhou para sua mulher, como se dissesse: "Olha o Davis, mesmo sem informação, por causa da censura, questiona o que ainda não compreende".
Naquela época nada era questionado, somente o MDB questionava alguma coisa, pois era o partido de oposição e mesmo assim passava por situações, digamos, perigosas. A maioria dos militares, oficiais inclusive, não sabia o que acontecia nos porões da ditadura militar. Esses profissionais viviam na caserna, ocupados com suas responsabilidades, a pensar na educação de seus filhos e preocupados para que não faltasse o feijão de amanhã na mesa de seus lares. Quem se meteu na chamada "Guerra Suja" foram os militares (políticos) ambiciosos e ideológicos e os boçais, fanáticos e pouco questionadores.
Os primeiros se preocupavam com política desde 1930, quando Getúlio Vargas ascendeu ao poder ao derrotar a política do café com leite. Os segundos eram paus-mandados, os tais "vibradores", que participavam, entre outras organizações, do DOI-Codi e se envolveram com policiais. Um adendo: Getúlio acabou com a política do café com leite porque ela privilegiava os estados de Minas Gerais e São Paulo que eram contrários à industrialização do País, a fim de que os cafeicultores e os grandes pecuaristas permanecessem no poder por tempo indeterminado. Em 1932, esses fazendeiros tentaram retornar ao poder, mas Getúlio deu fim àquela aventura elitista, que apenas visava impedir que o fundador do trabalhismo brasileiro iniciasse a revolução social que a maioria do povo brasileiro esperava. Esta é a verdade, rotineiramente deformada nos meios de comunicação e nos meios acadêmicos.
Volto aos militares. Para se ter uma idéia, a Operação Bandeirantes (Oban), criada em 1969 pelo comandante do II Exército (São Paulo), general José Canavarro Pereira, foi também uma idéia de civis — notadamente grandes empresários. Esses homens endinheirados faziam fé à direita tanto quanto os generais. Afinal de contas, a classe empresarial é a alma do capitalismo, e o que se sabe empresário visa o lucro. Se repressão e violência aumentassem os lucros e os deixassem "em uma boa" com os militares e os policiais, porque, então, não apoiar o sistema ditatorial, nascido do antagonismo entre o capitalismo estadunidense e o comunismo soviético? Até hoje muitos desses empresários estão atuando na política nacional, ao ocupar altos cargos e mandar, como autênticos coronéis que são, em seus estados de origem.
De formação conservadora, os militares, principalmente os oficiais, têm uma noção de brasilidade desenvolvida. São sérios e profissionais, disciplinados e organizados. São, também, honestos. Tudo funciona dentro de uma instituição militar. Só que, quando os generais alçaram a Presidência da República, ao ter que negociar diariamente com os civis e conviver com os princípios que norteiam os mercados dos diversos segmentos econômicos de uma sociedade, eles não compreenderam e, se compreenderam, não se esforçaram para se adaptar aos novos tempos, pois vivem em um "mundo socialista", mesmo sendo o Exército uma instituição conservadora, pró-capital, que combateu, incansavelmente e cruelmente, a esquerda brasileira.
Por isso, afirmo-lhes: o Exército é socialista em sua forma administrativa e social, mas defensor do regime de mercado liderado pelos países capitalistas desenvolvidos. A instituição verde-oliva é a guardiã do estado e do governo, seja ele democrático ou não, de esquerda ou de direita. Quando o Exército resolveu reprimir a esquerda, quando foi acusado de torturar presos políticos, ele maculou seu nome e deixou muitos militares contrariados com essas ações e com alguns de seus pares que entraram na aventura da repressão.
O militar tem o direito de ser político. Ele é um cidadão como qualquer outro. Só que se quiser ser político que entre em um partido e dispute o pleito de forma democrática. Se eleito, parabéns. Os Estados Unidos e a França já tiveram alguns generais em suas presidências. O marechal Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente em 1945. Tudo bem. Agora, militar liderar e compactuar com um movimento armado para derrubar presidente eleito constitucionalmente, como em 1964, é um absurdo, não é tolerável, é ilegal e por isso não é correto.
Quando era jovem, admirava meu pai e seus colegas de profissão por serem honestos e terem uma carreira digna, apesar da possibilidade de uma guerra, mesmo ao se tratar do Brasil, País que não participa há muito tempo de um conflito armado. Mas ficou esta imagem do Exército Brasileiro em minha retina e memória. A de ser uma instituição voltada ao bem-estar de quem a ela pertence. Os militares têm uma vida segura, trabalham para o estado — que é o grande empregador de qualquer país —, têm acesso ao estudo, à saúde, ao esporte, ao lazer e à moradia. Não recebem altos salários, mas eles também não são baixos. Conhecem o País e, apesar de haver competição entre os oficiais, o que é natural, vivemos em uma sociedade competitiva, há respeito entre os militares.
Somente há um fato a lamentar. Apesar do Exército ser socialista no que tange à sua rotina, ele é capitalista no que se refere à defesa do sistema colonialista brutal imposto pelos países desenvolvidos. Tanto que combateu os socialistas e fez Luís Carlos Prestes sofrer — um político de grande envergadura e referência moral, fruto da farda do Exército, onde se tornou oficial. Talvez o socialismo seja tão bom que esta instituição bicentenária tenha querido o socialismo somente para ela.
Eu ainda sonho com um estado de bem-estar social. Um estado para o Brasil como os estados dos países escandinavos, dos países baixos e outros como a Austrália, a Nova Zelândia, o Canadá, a França, a Inglaterra e a Espanha. Caro leitor, eu falo do socialismo democrático e não de ditaduras socialistas, que são tão terríveis quanto às ditaduras apoiadas pelos Estados Unidos na América Latina e em outros continentes. Por isso, considero o estado e o governo norte-americanos ditatoriais, principalmente após a derrubada das torres gêmeas, em Nova Iorque.
O tempo passou. Segui minha vida de paisano, palavra esta que define ser civil para os militares. Há 26 anos não convivo com suas comunidades, em se tratando de rotina. Mas há muito tempo eu queria escrever algo sobre as impressões que tive na minha infância, na minha adolescência e no início de minha juventude sobre a forma comunitária de viver dos militares. Como se sabe, comunitário, comunidade significam "estado do que é comum", "comunhão", "direito em comum", "o corpo social", "a sociedade" e "local por elas (pessoas) habitado". Ah, já ia me esquecer: as festas, principalmente as de São João, eram maravilhosas e, portanto, inesquecíveis para mim.
Acompanho fatos relevantes a partir de abordagem jornalística, isenta e independente
Descoberto plantio de coca na Amazônia
Ag. Brasil
O que era uma suspeita foi confirmado em operação do Exército e da Polícia Civil do Amazonas que descobriram a primeira plantação de coca no Brasil. Ela fica em Tabatinga, na fronteira do país com a Colômbia e o Peru.
O que era uma suspeita foi confirmado em operação do Exército e da Polícia Civil do Amazonas que descobriram a primeira plantação de coca no Brasil. Ela fica em Tabatinga, na fronteira do país com a Colômbia e o Peru.
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