Até o presidente não agüenta tanta enrolação

Lula acusa Ibama de atrasar PAC e diz que fará cobrança dura a Marina

Luciana Nunes Leal

Presidente exige soluções para entraves ambientais e dá sinais de que quer mudanças no comando do instituto

Em reunião ontem com o Conselho Político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondeu a sua irritação com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por causa da demora na concessão de licença ambiental para construção de usinas hidrelétricas no Rio Madeira. O presidente ressaltou a importância dos empreendimentos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e para a garantia de produção de energia elétrica a médio prazo, deixando a impressão de que gostaria de ver mudanças no comando do instituto, subordinado ao Ministério do Meio Ambiente.

Lula comentou que teria uma reunião “muito dura” com a ministra Marina Silva e com a direção do Ibama. Ele cobra soluções para os entraves ambientais e não admite simplesmente a recusa na liberação das licenças. “Agora não pode por causa do bagre, jogaram o bagre no colo do presidente. O que eu tenho com isso? Tem que ter uma solução”, reclamou Lula, segundo o relato de um dos presentes ao encontro. O presidente se referia a um dos argumentos usados pelo instituto para barrar o licenciamento das obras - a construção das usinas vai bloquear a migração desses peixes.

As usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, em Roraima, prevêem a produção de 6.450 MW de energia elétrica. Nos planos do PAC, a meta é ter esses empreendimentos praticamente concluídos em anos. Juntas com outro projeto de usina para o Norte, a Belo Monte, as três obras são consideradas vitais pelo governo Lula para garantir crescimento econômico de 5% nos próximos anos.

De acordo com um parlamentar presente à reunião, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), mostrou-se preocupada com uma autoridade do Ibama que estaria demissionária. “Em vez de problema, talvez isso seja solução”, respondeu o presidente, reiterando a insatisfação com o trabalho do instituto.

As reclamações acontecem no momento em que a ministra Marina está de fato pensando em trocar os ocupantes de postos-chave de sua pasta, especialmente do Ibama.

De acordo com alguns petistas, o presidente do instituto, Marcos Barros, do PT do Amazonas, estaria pronto para deixar o cargo - só estaria aguardando a dança de cadeiras em estudo pela ministra.

Responsável pela implementação do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, a estatal Furnas Centrais Elétricas entregou o estudo de impacto ambiental do projeto ao Ibama em julho de 2005 , mas o instituto pediu uma série de informações complementares. Com isso, as licenças - primeiro passo para as obras - não foram concedidas e o projeto continua paralisado.

De olho em possíveis mudanças no Ibama, o PMDB não perdeu tempo e já indicou o nome do ex-deputado José Priante para substituir Barros. Ele é sobrinho do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA).

Um dos argumentos dos peemedebistas nas negociações com o governo sobre os cargos do segundo escalão é que o PMDB adotaria uma política de destravamento das pendências ambientais que atrasam obras prioritárias.

Será difícil, no entanto, a substituição de um petista por um peemedebista no Ibama, por causa da forte resistência dos ambientalistas ligados ao PT e da própria ministra.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Boa iniciativa

Marta vai à luta.

A montanha vai a Maomé

A ministra do Turismo, Marta Suplicy, decidiu não mais esperar os deputados e senadores no gabinete. Ela inaugurou ontem a política de conceder audiência aos parlamentares no próprio Congresso. Para isso, usará o gabinete da liderança do governo na Câmara. O objetivo, segundo informou o ministério, é "se aproximar de deputados e senadores e agilizar os processos de liberação de emendas relacionadas ao Turismo".

Desenvoltura

Flana com admirável desenvoltura essa ficha corrida no STF dos Campeões de votos no Pará.

Deputada Elcione Barbalho. Veja aqui>>

Deputado Jader Barbalho:

Ocorrências na Justiça e Tribunais de Contas:

STF Ação Penal 336 - Crime contra a administração pública, desvio de verbas, organização criminosa - lavagem de dinheiro. A ação investiga o caso Sudam. Jader consta como réu.

STF Ação Penal 339 - Crime contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas. Jader consta como réu.

STF Ação Penal 397 - Crime contra a fé pública, falsidade ideológica, corrupção, quadrilha, estelionato, lavagem e outras fraudes. Jader consta como réu.

STF Ação Penal 398 - Crime contra a administração pública, peculato. Corre em segredo de Justiça. Jader consta como réu.

STF Inquérito 2051 - Crime contra a administração pública, desvio de verbas, organização criminosa. Corre em segredo de Justiça. É o caso Sudam. Jader é indiciado.

STF Inquérito 2052 - Crime contra a administração pública, peculato. Jader é indiciado.

STF Inquérito 2236 - Crime contra a fé pública. Falsidade ideológica. Corrupção, quadrilha, estelionato, lavagem e outras fraudes. Jader é indiciado.

STF Petição 2451 - Parte do caso Sudam. Jader é requerido.

STF Petição 3149 - Corre em segredo de Justiça. Jader é requerido.

-Povo do Pará. Continuem aplaudindo a arte de esvaziar os seus caraminguás.

Antecipar para não chorar

O poeta, jornalista e advogado e blogueiro marabaense Ademir Braz, levanta, com invulgar propriedade uma questão de Ordem com Endereço e CEP connhecidos: O avanço dos investimentos da Companhia Vale do Rio Doce no bioma Vale do Tocantins - região Sul/Sudeste do Pará .

Leiam o que Ademir coloca em discussão:

As sete danações de Tucumã

Sob o título “Mineradora da Vale provoca caos em município paraense”, reportagem de Carolina Derivi, o site paulista Amazônia.org.br publicou semana passada o texto que vale a pena reproduzir como emblemático da mineração na região e seus efeitos na vida e na economia dos municípios atingidos.

“Em meados de março, o prefeito da pequena cidade de Tucumã, no sudeste paraense, decretou estado de emergência em todo território municipal, alegando "a deterioração das condições de governabilidade e sustentabilidade". A medida não guarda relação com queimadas ou enchentes, mas com uma espantosa pressão populacional que se abateu sobre o município desde agosto de 2006. A mineradora Onça Puma, empresa controlada pela Companhia Vale do Rio Doce, opera no município desde então extraindo ferro-níquel e atraindo milhares de pessoas em busca de emprego.

"Com certeza mais de dez mil pessoas já vieram pra cá. E continua aumentando. Não há mais vagas nos hotéis, nem casas para alugar", disse o prefeito Alan Azevedo ao site Amazônia. Segundo os cálculos de Azevedo, o empreendimento já criou mais de 1800 postos de trabalho. O que poderia ser motivo de comemoração para uma localidade com poucos recursos traz graves efeitos colaterais enquanto o contingente de migrantes é muito maior do que o município pode comportar.

O resultado, segundo a prefeitura, é degradação de ruas e avenidas, invasão e grilagem de terras públicas, precarização dos serviços do município como educação e saúde, aumento do tráfico de drogas e prostituição infanto-juvenil. Some-se a isso o fato de que Tucumã conta apenas com sete policiais militares, nenhum viatura, e uma delegacia degradada que vem ocasionando a fuga de prisioneiros.

Procurada pelo site Amazônia, a assessoria da Vale do Rio Doce não conseguiu designar um porta-voz para comentar o assunto até o fechamento desta reportagem. As informações são de que empresa e prefeitura estão em negociação, mas pouco se avançou além da promessa, por parte da Vale, de realizar estudos complementares de impacto ambiental.

Ironicamente, a cidade anda às turras com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) devido a uma estimativa populacional defasada (para menos) em 2006. O dado, oficial, acarretou uma redução dos repasses do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Da mineradora Onça Puma, a 17 km do centro da cidade, Tucumã não recebe nada na forma de impostos ou royalties. "Precisamos ser compensados pelos impactos econômicos, sociais e ambientais", defendeu Azevedo.”


Posto o caso, abrimos uma discussão no blog do conceituado jornalista com alma de filósofo.

Inseri na caixa de comentários que: Tem que mudar a Lei Minerária. Essa novela é velha para nós do Sul do Pará.
A próxima a ser "invadida" será Marabá com seu Salobo (Mega projeto em via de execução para explorar Cobre e outros minérios na área pertencente ao Município de Marabá, concedido pelo Governo para à CVRD) .

Ademir assim respondeu-me:

Val, meu entendimento é o seguinte: como o EIA-RIMAdo Salobo nos foi enfiado goela abaixo na década de 90, antes da privatização da VALE, e considerando que houve mudança no projeto de mineração apreciado, acho que cabe pedir-se na Justiça (a prefeitura, o Ministério Público, o governo do Estado) a elaboração de novo relatório de impacto ambiental.

Veja: foi por causa das reivindicações populares, inclusive com a obstrução da ferrovia na cabeceira da ponte do Tocantins, que a Vale de então celebrou termo de compromisso com a prefeitura de que construiria um mineroduto de 280 km entre a mina e o nosso Distrito Industrial, para aqui processar o cobre. Agora, a Vale está construindo uma ponte de 140 metros sobre o rio Itacaiunas, ligando a área marabaense do Salobo à sua servidão em Parauapebas, assim como vai construir o mineroduto na mesma direção, distante apenas 80 km da sua pêra ferroviária. Questões: quem vai receber os royalties, o imposto de renda e ICMS?

Há anos alguns aventureiros vêm insistindo em "inventar" pelo menos cinco municípios entre Marabá e o Salobo, emancipando currutelas que não têm a menor expressão econômico-financeira, quando se sabe que o objetivo é um só: apropriar-se da mina de cobre, em torno da qual vai se repetir a desgraça que se abate sobre Tucumã.

Repliquei que:

Esse é assunto que tem que ser examinado já. Digo: ontem.

Discordo apenas no que se refere à criação dos Municípios, no resto estamos fechados e levarei a discussão avante no que couber à minha instância.

Pois bem.

A Câmara Municipal de Marabá já agendou a discussão sobre o assunto. Insisto, vital para os desígnios maiores do Município de Marabá.

Ademir Braz coloca com invulgar propriedade a questão da exigência legal na ponte a ser edificada para permitir o acesso à Mina.

Destaca ainda a caducidade do EIA-RIMA da mina a ser explorada.

Há outra dezena, talvez centenas de questões a serem examinadas nesse grande empreendimento da CVRD.

O que não pode ficar ao sabor dos ventos é exatamente o cruzamento de braços das discussões, que deve ser convocada pela própria sociedade ou seus representantes infra-institucionais, com apoio ou não dos entes estabelecidos, no como e durante quanto tempo teremos as monstruosas máquinas da CVRD a revolver as entranhas de nossas minas e deixar - como as plantações de cana-de-açucar, entes empregados precariamente ao sabor sa safra ou, o que é muito mais sério, até quando os recursos não renováveis estiverem à disposição.

Mais: E o quê a mineradora diz que vai compensar?

Com a palavra a maior mineradora do Planeta.

Fala sério

Gostaria de saber imensamente do Bernardino, colunista do jornal O Liberal, em que lugar do planeta ele ouviu que o mandarim que reinou na Secult, Paulo Chaves tem voto baseado em sua espetacular densidade eleitoral para se eleger ao menos chefe de Estacionamento no Ver-o-Peso. Onde, heim?!

Passe a vista nos balõezinhos plantados pelo escrevinhador.

Valéria Pires Franco está decidida a ser candidata a prefeita de Belém. Vai conversar com Jatene sobre o assunto.

Se Valéria for candidata, o arquiteto Paulo Chaves, ainda ligado ao PSDB, abre mão de sua candidatura a gestor da capital.

Belém precisa urgentemente de um outro jornal, de modo que se quebre já, a máxima que: "um é pouco, dois é bom e três é demais."

Casal 20

Lembram da minisérie enlatada Casal 20?

Pois o aveço está na edição de hoje de O Globo.

Trata-se da governadora do Pê Tê Ana Júlia Carepa e o deputado federal do Pê Mê Dê Bê Jader Barbalho.

Um tira-gosto da matéria.

A governadora sobre nepotismo:

É de ordem técnica, segundo o jornal a desculpa esfarrapada da governadora, pois, no seu brilhante e transparente entendimento, "ex-marido, ex-cunhado e ex-mulher de ex-cunhado não são parentes".

Ainda segundo O Globo, "quanto ao que não são 'ex', a governadora argumenta que quem os convidou foram os secretários".

Não diz a governadora que quem nomeou os secretários foi o "Santo da Cara-de-Pau" ou a "Santa", nesse caso tanto faz.

Leiam os elogios ao casal 20 aqui>>

Para moralizar...

...A Comissão de Legislação Participativa da Câmara aprovou uma sugestão da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para assegurar que os agentes políticos possam ser punidos por atos de improbidade administrativa, como prevê a Lei 8429/92. A proposta foi transformada em projeto de lei e passa a tramitar nas comissões da Câmara.

Segundo a OAB, diversos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) manifestaram o entendimento de que as sanções aplicáveis aos agentes públicos pela prática de atos de improbidade não alcançam os agentes políticos, pois estes estariam sujeitos, exclusivamente, às sanções previstas na legislação que trata dos crimes de responsabilidade (Lei 1079/50).
Mais aqui>>

Fonte: Última Instância

Dedetizador

Disque "Diogo"

Veja

Ninguém mais quer derrubar o Lula. Eu quero. Eu o derrubaria todas as semanas. Em vez de perder tempo comigo, leia atentamente a reportagem sobre Jader Barbalho (leia a jogada no post "Sinecura" aqui>>). Se dependesse de mim, o caso derrubaria o presidente agora mesmo. O que falta para pedir a abertura de uma CPI da Bandeirantes? O que falta para responsabilizar Lula pelo rolo de 80 milhões de reais? Deve ser bom derrubar um presidente. Deve ser bom derrubar qualquer político. Apesar de meu fervor golpista, só tenho o poder de nomeá-los. Eu nomeei Franklin Martins. Ele virou ministro porque foi afastado da Rede Globo. E ele foi afastado da Rede Globo porque mostrei que sua mulher era assistente parlamentar do então líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante.

Outro dia a mulher de Franklin Martins me telefonou. Eram 10 da noite. Falamos por mais de uma hora. Muito educadamente, ela me apresentou seu curriculum vitae e perguntou que cargo eu autorizaria que ela ocupasse a partir de agora, com a ida de Franklin Martins para o ministério de Lula. Respondi que ela poderia ocupar qualquer cargo no funcionalismo público, menos um cargo comissionado, como o que tinha no gabinete de Aloizio Mercadante. Ela achou ruim. Muito ruim. Para lá de ruim. Ponderou que, sem um cargo de comando, à altura de sua capacidade profissional, acabaria limpando as botas dos apadrinhados dos políticos. Repliquei que ela teria de se contentar em limpar as botas dos apadrinhados dos políticos enquanto seu marido fosse ministro. É isso: sou um fracasso na hora de derrubar o presidente, mas posso decidir o emprego do ministro e da mulher do ministro. Já tenho um futuro como lobista. No melhor dos casos, serei parceiro de Lulinha. No pior, de Vavá, o irmão de Lula.

A popularidade de Lula impediu até hoje que ele fosse derrubado. Eu refletia a respeito do assunto enquanto lia Os Homens que Mataram o Facínora, livro que narra a história dos soldados que perseguiram, assassinaram e degolaram Lampião. O fato de refletir a respeito de Lula durante a leitura de um ensaio sobre cangaceiros pode indicar uma certa obsessão de minha parte. É verdade. Ocupei-me de Lula por tanto tempo que o caso já se tornou patológico. Vejo sua imagem estampada em todos os lugares. Vejo-a na mancha de café do sofá da sala. Vejo-a no bolor do queijo parmesão. Vejo-a na marca de suor da camisa do porteiro. É meu sudário blasfemo.

Sociedades arcaicas tendem a cultuar o banditismo. Foi assim na Inglaterra do século XIV. Foi assim na Itália do século XVI. A gente ainda está estacionado nessa fase. Por isso os cangaceiros entraram para o imaginário nordestino. Por isso Lula foi reeleito. Mas um dia tudo muda. Como eu sei? A marca de suor na camisa do porteiro mostrava uma cabeça degolada.


Para assinantes.

500 mil pelo Tapajós

Prossegue, desta feita no Município de Itaituba, Oeste do Pará, a campanha para angariar 500 mil assinaturas que reforcem por meio de iniciativa popular a criação do Estado do Tapajós, informa em seu blog o jornalista Jota Parente, publisher do Jornal do Comércio. Detalhes aqui>>

Sinecura

Uma sexta-feira, 13 do perú!

A volta do incorrigível

Revista Veja

13/04/2007

Jader, o dos desvios na Sudam, tinha uma TV atolada
em dívidas. Agora ele tem a TV, mas não as dívidas

Otávio Cabral

Sergio Lima/Folha Imagem

O incorrigível Jader Barbalho, que já chegou a passar onze horas na prisão: histórico de calotes


Um dos expoentes do PMDB, partido que anda em lua-de-mel com o governo, o incorrigível deputado Jader Barbalho, recebeu o que pode ser um presentaço de 80 milhões de reais do governo. Em sua fachada, tudo parece se resumir a uma simples rearrumação societária, seguida de uma prosaica transferência de uma concessão de televisão de uma empresa para outra, de modo a adequar tudo à legislação. Examinado nos detalhes, o negócio é uma forte sugestão de que o governo deixou-se sucumbir a expedientes marotos com o objetivo de favorecer o novo aliado.

O desfecho se deu no dia 21 de dezembro passado, quando o presidente Lula assinou um decreto autorizando que Jader transferisse sua concessão da Rede Bandeirantes no Pará. A concessão pertencia a uma empresa atolada em dívidas com o Erário, a RBA. Pois bem, ela foi transferida a uma empresa devidamente saneada, a Sistema Clube do Pará. A RBA tem uma dívida monumental com a União. Deve 82,4 milhões de reais à Receita Federal, ao INSS e ao fundo de garantia. Mesmo assim, conseguiu autorização oficial para livrar-se de uma concessão de TV, seu principal patrimônio, que foi parar no aconchego de uma empresa saneada. A RBA, agora sem televisão, vai certamente ser cobrada por suas dívidas junto à União, mas, como não tem capital para saldá-las, a conta vai ficar dependurada. Com a palavra o procurador Rômulo Moreira Conrado, da Procuradoria da República no Distrito Federal, que examina o caso: "Com certeza, tudo foi feito para que a emissora continue operando sem pagar suas dívidas".

O primeiro passo da operação "Presentaço para Jader" começou em julho do ano passado, quando o ministro das Comunicações, o também peemedebista Hélio Costa, solicitou à Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados que devolvesse ao governo todas as 225 concessões de rádio e TV que estavam sob sua análise. Entre elas estava a concessão da RBA de Jader. Enquanto isso ocorria, o deputado incorrigível cuidou de associar-se à Sistema Clube. Em outubro passado Jader passou a figurar como um dos donos da nova e saneada empresa, juntamente com sua ex-mulher, a deputada Elcione Barbalho, e seus filhos Helder e Jader. Em novembro, com Lula na Nigéria, coube ao vice José Alencar assinar o despacho autorizando a alteração societária da Sistema Clube. O segundo passo estava dado. Agora, faltava dar um jeito no cardápio monumental de dívidas da RBA.

A RBA pagou algumas dívidas e, para as demais, aderiu a um parcelamento especial junto à Receita Federal. Com isso, obteve o atestado de bom comportamento necessário para que a transferência da TV fosse efetivada. Para todos os efeitos, tratava-se, portanto, de uma empresa idônea e interessada em regularizar sua situação perante o Fisco. Até aqui nada a reparar e, sem que isso constituisse qualquer ilegalidade, no dia 21 de dezembro Lula assinou o decreto autorizando a transferência da TV da RBA para a Sistema Clube. O que ocorreu depois é espantoso.

Na semana passada, VEJA teve acesso aos dados cadastrais da RBA junto à União. Até março, a dívida da empresa era superior a 80 milhões de reais. Só na Receita, chegava a 59,5 milhões de reais em imposto de renda, PIS, Cofins, IPI e taxas de importação. "Quando autorizamos a transferência, a empresa apresentou todos os documentos necessários. Se ela deixou de pagar depois, não posso fazer nada", diz Marcelo Bechara, consultor jurídico do Ministério das Comunicações. É verdade. O que Jader conseguiu, aparentemente, foi abrir uma pequena janela orbital de legalidade e enquanto ela não se fechava habilitou-se a receber os favores. Logo, porém, essa janela se fecharia.

Em menos de seis meses – de julho a dezembro –, Jader conseguiu uma transferência que, em casos comuns, levaria pelo menos três anos. Na operação, o deputado só ganhou. Terá a concessão até 2017. Como retransmissora da Bandeirantes, dona da terceira maior audiência de televisão no Pará, a RBA era avaliada em 30 milhões de reais e faturava 550.000 reais mensais em publicidade – faturamento agora transferido para a Sistema Clube, que não tem cobrador no seu encalço. Os cofres públicos, por seu turno, só perderam no negócio. A dívida de 80 milhões de reais da RBA existe e provavelmente será cobrada. Será paga? Pela lei, não é impossível cobrá-la, mas o caminho ficou tortuoso. O histórico da RBA não recomenda muito otimismo. A biografia de seu deputado-proprietário e a silenciosa rapidez com que o negócio foi concretizado também são sinais desanimadores.

Há quase duas décadas a RBA vem construindo um reincidente currículo de calotes. Em 2002, chegou a aderir ao Refis, programa de parcelamento de débitos da Receita, mas não cumpriu o acordo e foi excluída do programa. Exatamente como fez agora... de novo. Além disso, desde agosto do ano passado, as empresas de Jader – incluindo a RBA – estão com bens bloqueados por ordem judicial. O bloqueio é preventivo. Afinal, Jader é acusado de promover um desvio milionário na Sudam, a velha autarquia do desenvolvimento na Amazônia. Se for condenado a devolver os recursos surrupiados, o bloqueio de bens de suas empresas garantirá que o pagamento será feito. A clara facilidade que o deputado-empresário teve de resolver seus problemas societários, mesmo sob o peso de dívidas não pagas com a União e mesmo com seus bens judicialmente bloqueados, é de difícil explicação. Pela lei, bloqueio de bens, por si só, pode constituir um impedimento à transferência da concessão de TV.

Há seis anos, Jader Barbalho teve de renunciar ao seu mandato de senador para fugir da cassação e chegou a ficar onze horas na prisão, investigado por desvios na Sudam. No afã de ter o PMDB sob suas asas, o governo ignorou esse passado. Lula chegou a beijar a mão de Jader Barbalho em um comício em Belém em setembro último. Num jantar com 200 peemedebistas, realizado na quarta-feira passada, ao qual Lula chegou tropeçando nos degraus, o presidente fez elogios públicos ao deputado. "Qual era o progressista deste país que, em 1978, não votava em Jader Barbalho para deputado federal no estado do Pará?", exaltou o presidente. Em nome do outro passado de Jader – o financeiro –, o procurador Rômulo Conrado, do Distrito Federal, vai ajuizar uma ação civil pública contra a União e as empresas do deputado com o objetivo de anular o decreto presidencial que autorizou a transferência da TV. Apoios de incorrigíveis custam caro, presidente. Muito caro.

Otavio Cardoso

Sede da RBA, em Belém: a empresa deve 80 milhões, mas agora não tem mais televisão

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In debts. Now he has the TV, but not the debts

One of the exponents of PMDB, party that walks in honeymoon with the government, the incorrigible deputy Jader Barbalho, it received what it can be a presentaço of 80 million government's reals. In its facade, everything seems if summarize to a simple rearrumação partner, followed by a prosaic transfer of a television concession of a company for another, so as to adapt everything to the legislation. Examined in the details, the business is a strong suggestion that the government it let succumb for files scamps with the goal of favoring the new ally.

The outcome gave on the 21st Last December, when president Lula signed a decree authorizing that Jader transferred its Net concession Bandeirantes in Pará. The concession belonged to a company bogged in debts with the Treasury, RBA. Very well, she was transferred to a properly improved company, for Pará's System Club. RBA has a monumental debt with the Union. It owes 82,4 million reals to the Federal Revenue, to INSS and to the warranty fund. Even so, it got official authorization to liberate itself of a TV concession, your main patrimony, that was to stop in the comfort of an improved company. RBA, now without television, goes be certainly charged by their debts close to the Union, but, as does not have capital to liquidate them, the account is going to be hanging. With the word the attorney Rômulo Moreira Conrado, of the Republic Procuracy in Distrito Federal, who examines the case: "Certainly, everything was done so that the radio station continues operating without paying her debts".

The first operation step "Presentaço for Jader" it started in July last year, when the Communications minister, the also peemedebista Costa Hélio, it asked to the Chamber of deputies Science and Technology Commission that returned to the government all the 225 radio and TV concessions that were under its analysis. Among them it was RBA de Jader's Concession. Meanwhile it occurred, the incorrigible deputy cared for of associating itself to the System Club. Last October Jader proceeded representing as one of the owners of the new and improved company, together with its former-woman, deputy Elcione Barbalho, and your children Helder and Jader. In November, with Lula in Nigeria, fit to the vice José Alencar sign the dispatch authorizing the System Club alteration partner. The second step was given. Now, it lacked find a way in the monumental menu of debts of RBA.

RBA paid some debts and, for the other, adhered to a parcelamento special close to the Federal Revenue. With that, it obtained the certificate of good necessary behavior so that the TV transfer was effected. For all the effects, it treated-if, therefore, of a suitable company and interested in regularize its situation before the Public treasury. Hitherto anything to repair and, without this constituted any illegality, December on the 21st Lula signed the decree authorizing the TV transfer of RBA for for System Club. What occurred then it is awful.

Last week, SEE it had access to RBA's cadastral data close to the Union. By March, the company debt was superior to 80 million reals. Only in the Revenue, it reached 59,5 million reals in income tax, PIS, Cofins, Ipi and import rates. "When we authorize the transfer, the company presented all the necessary documents. If she stopped paying after, cannot do anything", tells Marcelo Bechara, juridical consultant of the Communications Department. It is true. What Jader got, apparently, was to open a small orbital window of legality and while she did not close enabled to receive the favors. Soon, however, this window would close.

In less than six months – of july by July –, Jader got a transfer that, in common cases, would carry at least three years. In the operation, the deputy only won. It will have the concession up to 2017. Like Bandeirantes' Retransmitter, lady of the third largest television audience in Pará, RBA was evaluated in 30 million reals and made money 550.000 monthly reals in publicity – revenue now transferred for for System Club, that does not have collector in his pursuit. The public chests, for your turn, only lost in the business. The debt of 80 million RBA's Reals exists and probably will be charged. Will it be paid? By the law, is not impossible snake her, but the way was tortuous. The historical of RBA does not recommend much optimism. Your deputy-owner's biography and the silent rapidity with which the business was also formalized are discouraging signals.

There are almost two decades RBA comes building a swindles recurrent curriculum. In 2002, it ended up to adhering to Refills, debits parcelamento program of the Revenue, but did not accomplish the agreement and was excluded from the program. Exactly as it did now... Again. Moreover, since August last year, Jader's Companies – including RBA – are with goods blocked by judicial order. The blockade is preventive. After all, Jader is accused of promoting a millionaire deviation in Sudam, the development old autarchy in Amazônia. If you are convicted to return the pilfered resources, the goods blockade of their companies will guarantee that the payment will be done. The clear easiness that the deputy-business man had to solve his problems partners, even under the debts weight not paid with the Union and same with your judicially blocked goods, is of difficult explanation. By the law, goods blockade, by itself, can constitute an impediment to the TV concession transfer.

Six years ago, Jader Barbalho had to renounce from his senator's mandate to run away from the ban and ended up to staying eleven hours in prison, investigated by deviations in Sudam. In the anxiety of having PMDB under his wings, the government ignored that past. Lula ended up to kissing the hand of Jader Barbalho in an assembly in Belém in last September. In a dinner with 200 peemedebistas, accomplished Last Wednesday, to which Lula arrived stumbling in the steps, the president did public praises to the deputy. "What was the progressist of this country that, in 1978, did not it vote in Jader Barbalho for federal deputy in Pará's State?", It exhilarated the president. On behalf of other Jader's Past – the financier –, the attorney Rômulo Conrado, of Distrito Federal, is going to judge a public civil action against the Union and deputy's companies with the goal of annuling the presidential decree that authorized the TV transfer. Supports from incorrigible cost expensive, president. Very expensive.

Amizade! Sincera...

...Será?

Nunca se esqueçam disto: para Lula, Jader e Quercia são homens honrados

Blog do Reinaldo Azevedo













































O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não só deu esperanças ao PMDB de que poderá indicar o candidato à sua sucessão, como fez afagos nos principais nomes do partido durante o jantar de anteontem com 183 peemedebistas. Lula disse que o deputado Jader Barbalho (PA) e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), “são exemplos de pessoas progressistas que foram injustiçadas no processo político”.

Jader chegou a ser preso pela Polícia Federal, acusado de desvio de dinheiro público; Jucá responde a processo sob acusação de oferecer fazendas fantasmas como garantia para empréstimo. “Jader, por exemplo, é um injustiçado. Todo mundo sabe que foi um dos mais destacados parlamentares do PMDB autêntico, o quanto foi importante para a conquista da democracia”, disse Lula. “Quem no Pará não votou em Jader em 1974?” Voltando-se para Jucá, afirmou: “Passei por momentos muito difíceis no primeiro mandato. Por isso sei, Romero, o que você passou. Meus adversários foram implacáveis, cruéis.” O senador José Sarney (AP) recebeu carinho especial. “Sarney me apóia desde a campanha de 2002. É o único ex-presidente que se comporta como ex-presidente.” A administração de Orestes Quércia no governo de São Paulo foi qualificada de “altamente desenvolvimentista”.

Para ler todo o poster, clique aqui>>

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Friendship! Sincere...

...Will it be?

Never we forget about of this: For Lula, Jader and Quercia are honest men

Blog do Reinaldo Azevedo

President Luiz Inácio Lula da Silva not only gave hope to PMDB that it will be able to indicate the candidate to his succession, as it did caress in the party main names during dinner of the day before yesterday with 183 peemedebistas. Lula said that deputy Jader Barbalho (PA) and the government leader in the Senate, Romero Jucá (RR), “are people's progressive examples that were injustice victims in the political process”.

Jader ended up to being arrested by the Federal Police, accused of deviation of public money; Jucá answers for process under accusation of offering farms ghosts as warranty for loan. “Jader, for example, is an injustice victim. Everybody knows that it was one of the most PMDB's Parliamentary authentic Highlighted, the how much was important for the democracy conquest”, said Lula. “Who in the Pará did not vote in Jader in 1974?” Coming back itself for Jucá, stated: “I passed by very difficult moments in the first mandate. Because of this I know, Romero, what you passed. My opponents were implacable, cruel.” Senator José Sarney (AP) received special fondness. “Sarney have supported me since the campaign of 2002. It is the only former-president that if floodgate as former-president.” Orestes Quércia's Administration in the government of São Paulo was qualified of “highly desenvolvimentista”.

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Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados

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