Mozarildo defende reordenação geográfica do país

Brasília - Em discurso no Plenário nesta quinta-feira (14), o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) defendeu a reordenação geográfica do país, especialmente dos estados da Região Norte. Na opinião do senador, a medida promoveria o desenvolvimento das regiões envolvidas. Ele citou exemplos de sucesso de estados criados com a divisão de outras unidades da Federação, como Mato Grosso do Sul e Tocantins.

Mozarildo informou que será realizado em Marabá, no Pará, um evento para discutir com a população a criação do estado de Carajás, mediante plebiscito. O parlamentar registrou que projeto nesse sentido tramita há anos na Câmara dos Deputados.

O senador acredita que não é possível pensar em ser um país desenvolvido com a atual divisão de estados que o Brasil tem. Lembrou que os Estados Unidos, com território semelhante, conta com 50 estados, traçados à régua, e que o Brasil tem apenas 27.

- Se olharmos o mapa do Brasil, veremos que falta planejamento para objetivar o desenvolvimento. Não é possível pensar em desenvolvimento harmônico com a atual divisão do Brasil - afirmou.

Para Mozarildo, é preciso aproveitar os movimentos espontâneos de divisão que surgem nos estados. O senador lembrou os benefícios que Roraima conseguiu depois de se transformar de território em estado, como a criação de universidade federal e de escola técnica.

Em aparte, o senador Mário Couto (PSDB-PA) destacou que qualquer divisão territorial a ser feita no Pará será decidida por plebiscito. O senador afirmou que há projetos para dividir o estado do Pará em quatro outros estados, o que é "muito e preocupante", na opinião dele. O senador Augusto Botelho (PT-RR), também em aparte, defendeu a criação de estados menores.

Hiroshi conta tudo sobre o simpósio

O blog do jornalista Hiroshi Bogea está acompanhando on line o I Simpósio sobre a criação dos Estados do Carajás e do Tapajós. Leia os detalhes aqui>>

O senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), um dos palestrantes do encontro, enviou mensagem gravada ontem a noite por este poster em seu gabinete no Senado.

Quintanilha explicou que como membro titular da Comissão de Ética do Senador Federal, fora convocado para votar o relatório do senador Epitácio Cafeteira sobre o caso "Renan Calheiros", o que o impediu de comparecer ao evento.

Já o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) foi surpreendido ontem a noite com a internação de esposa em um hospital aqui em Brasília em razão de uma indisposição.

Notícias vindas de Marabá dão conta que o auditório "Eduardo Bezerra", da secretaria Municipal de Saúde, estava com sua lotação máxima, algo como 800 pessoas, informou Bogea a este editor.

Momento propício

Simpósio reúne hoje defensores dos estados de Carajás e Tapajós

Jornal Correio do Tocantins

O universo político do interior do Estado, sobretudo das regiões sudeste, sul e oeste do Pará, está voltado para Marabá nesta sexta-feira (15) com a realização do I Simpósio Pró-Criação dos Estados do Carajás e Tapajós. O evento, de iniciativa da Câmara Municipal de Marabá (CMM), se propõe a ser a primeira grande chance de aliar as experiências dos dois movimentos emancipacionistas, mais os avanços conquistados pelo vizinho projeto de criação do Maranhão do Sul, o qual também estará representado entre os palestrantes. O simpósio tem lugar no auditório Eduardo Bezerra, na Secretaria Municipal de Saúde.

À frente do evento, o presidente da CMM, Miguel Gomes Filho, Miguelito (PP), espera que esse seja um marco na luta pela criação dos novos Estados, saindo daí um movimento forte, que culmine com a divisão territorial, que tanto o povo do sul e sudeste, quanto oeste do Pará desejam há muito tempo. Ele frisa que, a luta pela criação do Estado de Carajás nasceu durante o 1º Simpósio de Vereadores do Sul e Sudeste do Pará, realizado em 1989.

Desde lá, o desejo de ver essa parte do Pará emancipada cresceu ainda mais, principalmente após os indicativos econômicos que apontam o crescimento da região muito acima da média estadual. No entanto, não há a distribuição de renda, com o povo ficando cada vez mais miserável. “Nossa região é a que mais cresce, mas os recursos não retornam na mesma proporção. Daí a importância de lutarmos pela nossa emancipação, para que possamos investir o que produzimos para melhorar a qualidade de vida da população”, ressalta.

Ainda de acordo com o presidente, hoje a riqueza mineral extraída da região só beneficia os países onde ela é beneficiada. Com essa região se tornando independente, será possível sentar com as empresas do ramo e discutir uma nova forma de relacionamento econômico, que não seja só extrativista, possibilitando o desenvolvimento que tanto o povo almeja.

Miguelito justifica que, o desejo de emancipação cresceu devido ao distanciamento do Estado dessas regiões. O povo daqui, assim como da região do Tapajós se sente abandonado pelo Estado. “Não podemos mais ficar de braços cruzados diante dessa realidade”, enfatiza.

Além do mais, ressalta, a criação de novos Estados vai reforçar a bancada da Amazônia, aumentando a força política da Região Norte. Serão mais seis senadores e 16 deputados federais. Somados aos atuais 17 do Pará, só essa parte da Amazônia terá 33 deputados federais e nove senadores. “Será um grande reforço político”.

Já estão com presença confirmada no evento os senadores Leomar Quintanilha, autor da emenda de criação do Estado de Carajás no Senado; Mozarildo Cavalcante, autor da emenda de criação do Estado do Tapajós no Senado; e Edson Lobão, autor do projeto de criação do Estado do Maranhão do Sul, que já teve a realização do plebiscito aprovada. Também foram convidados o senador José Sarney, que defende a criação do Maranhão do Sul; o vice-governador do Estado, Odair Corrêa, que luta pela criação do Estado do Tapajós; e os senadores Mário Couto e Flexa Ribeiro.

Os deputados da bancada do sul do Pará na Câmara Federal Bel Mesquita (PMDB), Zequinha Marinho (PMDB) e Wandenkolk Gonçalves (PSDB), com destaque para Giovanni Queiroz (PSDB) e Asdrúbal Bentes (PMDB), os dois que têm projetos apresentados no Congresso pela realização do plebiscito, também estarão presentes. O simpósio será aberto ao público. Tapajós também caminha forte rumo ao plebiscito.

A criação do estado do Tapajós tem apoio de vários deputados e conta com uma frente popular que atua na cidade de Santarém (PA) há mais de 20 anos. O movimento está tão certo de que o estado será criado que já foi encomendado até um hino e o desenho de uma bandeira, com brasão e tudo.

Dos 20 projetos que tramitam no Congresso Nacional pedindo a redivisão territorial do país, 12 estão na Amazônia Legal, região que está na mira de empresas nacionais e internacionais para fins de pesquisas e projetos de desenvolvimento sustentado.

No Congresso, um dos maiores defensores da redivisão da Amazônia é o senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR). Segundo ele, o desmembramento dos estados da região Norte para a criação de novas unidades federativas é a única maneira de levar desenvolvimento às cidades distantes geograficamente. ‘‘Isso resolveria o problema da migração desordenada para os estados mais ricos’’, apregoa o parlamentar.

Fronteira

Mozarildo Cavalcanti defende ainda a redivisão da Amazônia como forma de fiscalizar as fronteiras da ação de contrabandistas de armas e drogas. ‘‘A fronteira da Amazônia corresponde a 70% da fronteira nacional e é a menos protegida em termos de segurança’’, ressalta o senador. O próprio Mozarildo é autor de três projetos que pedem consulta popular para criar três outros estados dentro da Amazônia.

De acordo com o texto do projeto de criação do estado do Tapajós, a nova unidade da federação terá o turismo como principal atividade econômica. O projeto cita a praia de Alter do Chão, uma das mais belas do país, e a festa do Çairé, como atração turística. Os custos de criação do estado estão orçado em R$ 8 bilhões.

Entraves políticos e financeiros à vista
Apesar de a Constituição Federal prever no artigo 18 a criação de unidades da federação, não é fácil aprovar uma proposta dessa natureza. O primeiro empecilho é o custo. Um novo estado envolve a construção de prédios para a Assembléia Legislativa, Tribunal de Justiça, Palácio de Governo, Polícia Militar. E a contratação de servidores públicos. Além do custo financeiro, os interesses políticos regionais também acabam servindo de obstáculos.

O jurista Olívio Bernardes, especialista no assunto, diz que dificilmente será criado outro estado na Amazônia. ‘‘Por mais que a população seja favorável, isso mexeria com o poder das bancadas no Congresso. Se forem criados mais nove estados na Amazônia Legal, a bancada do Norte será maior do que a do Sul, e isso fará com que o poder das decisões fique nas mãos dos nortistas. Duvido que a bancada sulista aprove isso’’, ressalta Bernardes.O consultor legislativo José Antônio Osório da Silva está acostumado a dar parecer técnico sobre os projetos que pipocam na Câmara dos Deputados pedindo a criação de estados. Ele cita o custo elevado como o maior obstáculo. ‘‘Quem tem interesse em criar novos estados cita o Tocantins como exemplo de separação que deu certo. Acontece que esse estado foi criado por dispositivo constitucional, o que é bem mais fácil. Não houve plebiscito’’, ressalta.

O alto custo de um novo estado também envolve salário de deputados e senadores. Cada nova unidade da federação teria seu próprio governador, oito deputados federais e dois senadores. ‘‘Geralmente são os políticos que almejam esses cargos quem encabeça os movimentos separatistas’’, ressalta Bernardes. (Com informações do Correio Braziliense)

O Estado do Tapajós seria formado pelos seguintes municípios:
Almeirim, Prainha, Monte Alegre, Alenquer, Óbidos, Oriximiná, Faro, Juruti, Belterra, Santarém, Porto de Moz, Vitória do Xingu, Altamira, Medicilândia, Uruará, Placas, Aveiro, Itaituba, Trairão, Jacareacanga, Novo Progresso, Brasil Novo, Rurópolis, Terra Santa e Curuá.

Momento político seria propício para os projetos
Dois dos entusiastas da criação do Estado de Carajás com projetos apresentados na Câmara Federal autorizando o plebiscito, os experientes deputados Giovanni Queiroz (PDT) e Asdrúbal Bentes (PMDB) acreditam que o ano de 2007 e a atual conjuntura política são propícios para o andamento dos projetos no Congresso. Eles não têm dúvidas de que esse debate tem tudo para entrar em pauta nos próximos meses, principalmente por não ser este um ano de eleições.
Estratégia

O CORREIO DO TOCANTINS apurou que os parlamentares das regiões interessadas têm se articulado, inclusive conseguindo apoio dos seus partidos em Brasília para que os três projetos – criação dos Estados de Carajás, Tapajós e Maranhão do Sul – caminhem ao mesmo tempo no segundo semestre deste ano, uma vez que todos eles já tramitaram na Câmara dos Deputados e se encontram na Mesa Diretora para que possam entrar em pauta e serem finalmente votados.

Mais que isso, os parlamentares também já sabem como driblar o tempo regimental, uma vez que temas dessa monta têm de ser aprovados nos dois parlamentos (Câmara e Senado Federal). A saída é atuar em duas frentes, ou seja, tendo também projeto apresentado no Senado, como é o caso do Tapajós (autoria do senador Mozarildo Cavalcante) que já foi votado e aprovado em plenário, e se encontra agora apensado ao projeto similar que está na Câmara, de autoria de Hilário Cunha.

Da mesma forma, o Maranhão do Sul tem tramitação no senado por proposição de Edson Lobão – este, aliás, ex-governador do Maranhão – e que concorre com a proposta do deputado Sebastião Madeira, que tramita na Câmara.

Giovanni Queiroz diz que o movimento pró-criação de Carajás optou pelo mesmo caminho. Com isso, além do projeto dele que está na mesa da Câmara, o próprio parlamentar pediu ao senador Leomar Quintanilha que apresentasse projeto pelo plebiscito de Carajás no Senado, o que aconteceu há três meses. “A tramitação no senado tem se mostrado mais rápida”, revela Queiroz, afirmando que nenhum atrapalha o outro e que o primeiro a ser aprovado é imediatamente apensado ao da outra casa legislativa, economizando tempo de tramitação. (Patrick Roberto)

Debate reúne pró e contra a divisão do Pará

MARABÁ

Diário do Pará

Carajás e Tapajós em debate

A Câmara Municipal de Marabá (CMM) realiza amanhã o 1º Simpósio Pró-Criação dos Estados de Carajás e Tapajós, no auditório Eduardo Bezerra, da Secretaria Municipal de Saúde), das 8h às 19h. O evento deve reunir quatro senadores da República, 400 vereadores de 64 municípios, 17 deputados estaduais e seis federais, entre outras autoridades. O objetivo é discutir medidas que possibilitem a criação das novas unidades federativas, fazendo governos mais presentes, já que o povo dessas regiões sempre se queixou de abandono por parte do governo do Estado.

O presidente da CMM, Miguel Gomes Filho (Miguelito), (PP), lembra que a luta pelo Estado de Carajás vem desde 1989. “Essa região é responsável hoje por 32% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e não recebe nem 2% disso em forma de investimento por parte do governo do Estado”, afirmou. Segundo ele, a emancipação vai amenizar as desigualdades sociais e atender os habitantes mais distantes da capital, citando como exemplo os moradores de Serra Pelada, município de Curionópolis, cuja população “está morrendo à míngua, sem emprego, sem saúde, sem expectativa de vida”.

Recentemente, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) divulgou um diagnóstico socioeconômico do sudeste do Pará, revelando a viabilidade da emancipação político-administrativa do sudeste paraense, uma vez que o levantamento abrangeu as dimensões demográfica, histórica, econômica, urbana, social e de referência aos investimentos da CVRD na região, que já totalizam pelo menos 13 empreendimentos. O estudo, feito pela empresa Diagonal Urbana Consultoria, mostra que a região sudeste era composta por apenas cinco municípios até 1980 e há sete anos já totaliza 28 áreas emancipadas, o que acarretará uma população de 817,2 mil pessoas até o ano de 2010.

Segundo o diagnóstico encomendado pela CVRD, a participação da região sudeste para o PIB (Produto Interno Bruto) Estadual do Pará sempre foi crescente. Em 1980 a região respondia por 12% do PIB; em 1985 subiu para 15% e em 1999 foi para 26%. Em 2004 são 32% já era responsável por 32%, perdendo apenas para a região de Belém, que gira na casa dos 40% porque abriga as indústrias de transformação e o pólo industrial de Barcarena. O diagnóstico também aponta os déficits encontrados na educação, saúde, segurança pública e infra-estrutura urbana.

Simpósio discute redivisão territorial do Pará e do Maranhão

Deputados unidos pelo Estado de Carajás

Na reunião em Marabá será discutida a viabilização da divisão territorial do Estado do Pará

Autoridades de Redenção (foto), confirmaram presença no 1º Simpósio Pró-Criação dos Estados de Carajás e Tapajós


Jornal A Notícia (Redenção)

A cidade de Marabá será a sede da realização do 1º Simpósio Pró-Criação dos Estados de Carajás e Tapajós, que acontece nesta sexta-feira (15) no auditório Eduardo Bezerra, da Secretaria Municipal de Saúde. O evento vai reunir representantes dos municípios das regiões que pleiteiam a criação dos dois Estados, assim como senadores, deputados federais, estaduais, entre outras autoridades. O objetivo central é unir força para lutar pela aprovação do plebiscito, que é o ponto determinante para a criação das novas unidades federativas.

A criação de novos Estados vai reforçar a bancada da Amazônia, aumentando força política da Região Norte. Serão mais seis senadores e 16 deputados federais. Somados aos atuais 17 do Pará, só essa parte da Amazônia terá 33 deputados federais e nove senadores.

Já estão com presença confirmada no evento os senadores Leomar Quintanilha, autor da emenda de criação do Estado de Carajás no Senado; Mozarildo Cavalcante, autor da emenda de criação do Estado do Tapajós no Senado; Edson Lobão, autor do projeto de criação do Estado do Maranhão do Sul, que já teve a realização do plebiscito aprovada. O deputado federal Giovanni Queiroz, o dos primeiros a lutar pela criação do Estado de Carajás também confirmou presença no evento. O deputado federal Asdrúbal Bentes defende a criação de novos estados na Amazônia. Também foram convidados o senador José Sarney, que defende a criação do Maranhão do Sul; o vice-governador do Estado, Odair Corrêa, que luta pela criação do Estado do Tapajós; e os senadores Mário Couto e Flexa Ribeiro.

Cooperativa paraense pode ser a pioneira em créditos de carbono

Reportagem: Val-André Mutran, 14/06/2007

Brasília – No Brasil ainda não se efetivou projetos de reflorestamento com foco no seqüestro de carbono. É um filão de centenas de milhões de dólares ainda não acessado pelos empresários que estão investindo no chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) através do reflorestamento de espécies nativas e comerciais.
Mudas para reflorestamento
Um dos problemas mais evidentes é responsabilidade do próprio governo federal que ainda não definiu os parâmetros nacionais do negócio – uma intrincada exigência que tem que ser certificada por empresas especializadas e referendada pela ONU. Uma das mais atraentes possibilidades para contornar esse hiato, são os projetos de Sistemas Agro-florestais, comunitários ou não.

Como o filão está aberto, porém à espera de regulamentação, mesmo assim esse aparente obstáculo não desanimou um grupo de produtores rurais do Sul do Pará que organizou-se e criou a Cooperativa de Reflorestadores de Carajás.

Reflorestamento pronto para o corte
São 48 associados em Marabá e Redenção, abrangendo uma área de aproximadamente 20 mil hectares já antropizadas.

O presidente da cooperativa, Luciano Guedes e o deputado federal Giovanni Queiroz (PDT-PA), mantiveram encontros no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) com o presidente da Comissão Interministerial responsável pela aprovação de projetos voltados para os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL´s). "Nos foi repassado quais os procedimentos a serem percorridos até a aprovação junto à ONU para obtenção de créditos de carbono advindos desses projetos", anunciou o parlamentar.

Assessoria – Luciano Guedes explicou que foi ao Rio de Janeiro e contatou a Organização Não Governamental Pró-Natura, ONG franco-brasileira que fará a assessoria da cooperativa na busca da implementação dos projetos até o processo de certificação. "Já mantivemos contatos como FINEP – Fundo de Financiamento de Projetos voltados para os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo", adiantou Guedes.

A direção da cooperativa manteve encontro com a Embrapa Florestas-Pará, em busca de parceria para o desenvolvimento do processo exigido pelas certificadoras.

"É possível que o Pará seja o pioneiro no acesso aos créditos de carbono através de projetos de reflorestamento já instalados", acredita o deputado federal Giovanni Queiroz.
A expectativa da cooperativa é que sejam gerados aproximadamente 10 mil empregos diretos e 15 indiretos nos projetos.

Como funciona?
Na avaliação do consultor do Instituto Pró-Natura e membro do Observatório do Clima, Fernando Veiga. "Mais do que acumular carbono, é fundamental gerar o desenvolvimento sustentável", advertiu numa reunião pra discutir projetos sobre mudanças climáticas.

Estudos mais recentes estimam que 1 (hum) hectare seqüestra de 30 a 70 metros cúbicos de gás carbônico lançados na atmosfera por hectare ano.

"Qualquer projeto com componente de seqüestro de carbono que tenha uma certificação como o selo verde emitido pelo FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal) é uma garantia a mais para o investidor", explica Veiga.

Outras possibilidades, mais discutíveis, também apontadas pelo consultor como captação de carbono é o do plantio direto de culturas como a soja, algodão e a cana-de-açúcar, a recuperação de reserva legal e o plantio de espécies exóticas. "O plantio direto não está previsto no Protocolo de Kyoto, mas é uma possibilidade. Apesar de serem monoculturas, pela técnica do plantio direto tem-se um ganho de fixação de carbono no solo", explica.

O consultor sinaliza com algumas possibilidades, apesar da falta do marco regulatório a ser definido pelo governo federal. A mais atraente, de acordo com Veiga, são os projetos de Sistemas Agro-florestais comunitários. "Projetos de SAFs têm grandes chances de serem reconhecidos pelo governo brasileiro para seqüestro de carbono", avalia. De acordo com ele, esses sistemas são ambientalmente corretos, geram renda durante todo o ano, além de ser uma forma de agricultura que gera vários empregos. "Essa é uma das poucas opções que o pequeno produtor tem de entrar no mercado de carbono, o que deve ser feito por meio de cooperativas", afirma.

Outra forma de investimento certo é o Manejo Florestal Sustentável, que se define como um conjunto de técnicas adequadas empregadas para garantir a extração dos recursos florestais, incluindo a madeira, causando o mínimo de impacto. Entre os benefícios estão a continuidade da produção e o aumento da rentabilidade.
Já em relação a recuperação, o consultor é ponderado. "Apesar da lei, existem muitos produtores que até hoje não recompuseram a área de Reserva Legal. Se ele puder contabilizar esse reflorestamento como captação de carbono, é um atrativo a mais para ele cumprir a lei e respeitar o meio ambiente. O importante é que o projeto seja adicional em relação a realidade existente", acredita.

Um revolucionário


Da caserna à guerrilha

Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense

14/6/2007

O capitão do Exército Carlos Lamarca iniciou sua carreira na Escola Preparatória de Cadetes de Porto Alegre, em 1955. Serviu no Batalhão Suez, na faixa de Gaza, na Palestina, onde permaneceu durante 18 meses. Quando houve o golpe militar de 1964, integrava a Polícia do Exército, em Porto Alegre. Foi promovido a capitão em 1967, quando servia no 4º Batalhão de Infantaria, em Osasco. Foi nessa época que fez seus primeiros contatos com as organizações que defendiam a luta armada, dentre elas a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), à qual aderiu ao abandonar o quartel, em 1969, com um caminhão carregado de armamentos.

A operação foi organizada por Lamarca e o sargento Darcy Rodrigues, que o recrutou para a VPR quando também servia no quartel de Quitaúna, em Osasco. Lamarca tornou-se um dos principais líderes da luta armada no Brasil, ao lado do líder comunista Carlos Marighella, da Ação Nacional Libertadora. Participou de diversas ações guerrilheiras, dentre as quais um assalto a banco no qual morreu o guarda civil Orlando Pinto Silva. Em 1970, instalou um foco guerrilheiro no vale da Ribeira, no interior paulista, que foi localizado e desarticulado pelo Exército. Lamarca, porém, conseguiu fugir espetacularmente da região. Na ação, foi morto a coronhadas o tenente da Polícia Militar Alberto Mendes Junior, que havia localizado os guerrilheiros. No mesmo ano, Lamarca comandou o seqüestro do embaixador suíço Giovani Enrico Bucher.

Nessa época, Lamarca deixou a VPR para ingressar no Movimento Revolucionário 8 de Outubro(MR-8), deslocando-se para a Bahia com o objetivo de organizar um foco guerrilheiro no sertão nordestino. Cercado pelo Exército, vagou em fuga pelo agreste baiano, mas foi localizado doente e faminto na região de Brotas do Macaúba, em companhia do metalúrgico José Campos Barreto. Lamarca foi fuzilado pelo destacamento do Exército que o prendeu.

Uma fila interminável

Até agora, o pagamento de anistia por perseguição durante o regime militar já custou aos cofres públicos R$ 2,3 bilhões. Foram julgados 29 mil casos e há outros 28,5 mil na fila, que ainda pode aumentar. "Temos uma média de 3 mil novos pedidos por ano", diz o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.

Nem todos os pedidos são atendidos. A média de atendimento foi de 55% até agora. Nos casos de indenização em parcela única, o teto é de R$ 100 mil por pessoa. Os valores podem subir muito em outra situação, na qual as pessoas reclamam ter perdido cargos públicos ou empregos na iniciativa privada por perseguição política. Nesse caso, elas pedem o pagamento dos salários a que teriam direito caso tivessem mantido o emprego durante todos esses anos.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, quer fechar o processo de reparações da anistia até 2010. "Um processo de anistia não pode estender-se indefinidamente no tempo, sob ameaça de perder seu sentido", diz. "Isso desqualifica o conceito de anistia."

Para fechar a conta até o final do governo Lula, o ministro terá de resolver o caso de alguns colegas de governo. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem um processo no qual pede aumento dos R$ 4 mil que recebe como compensação por ter perdido o emprego de metalúrgico após comandar uma greve da categoria. A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, também entrou com processo pedindo salários atrasados desde a sua cassação e perda dos direitos políticos. Os dois pediram que seus processos permanecessem na gaveta, para evitar suspeitas de privilégio.

Sexóloga, política ou aloprada?

Para Marta, turista deve "relaxar e gozar" durante crise aérea

IURI DANTAS
Folha de S. Paulo
14/6/2007

Ministra deu a sugestão ao ser questionada sobre os problemas nos aeroportos; ela se desculpou horas depois

"Minha intenção foi dizer aos jornalistas e à população que viajar vale a pena", desculpou-se Marta, depois, em nota oficial

Minutos depois de lançar, pela manhã, um convite público para que os brasileiros viajem mais, a ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), deu uma sugestão inusitada para os que precisam enfrentar as longas filas nos aeroportos: "Relaxa e goza, porque você esquece todos os transtornos depois". Ainda comparou os problemas enfrentados nos aeroportos antes e depois das viagens ao sofrimento da mulher durante o parto, que depois seria esquecido com a alegria do nascimento da criança. "É como o parto, depois esquece tudo." Marta lançou mão do "relaxa e goza" ao responder qual seria sua sugestão para o brasileiro que deseja viajar, mas fica desanimado com o caos aéreo. À tarde, por meio de nota, ela se desculpou pela "frase infeliz".
O ministro da Defesa, Waldir Pires, criticou a frase. "É uma pena, evidente que temos de ter muito respeito com a população", disse ele, para quem "a ministra é uma mulher inteligente, com capacidade de comunicação". Durante o dia, a frase "relaxa e goza" teve mais repercussão do que o Plano Nacional de Turismo anunciado por Marta no início da manhã.

Se ele for besta...imagina os outros!?

PF aponta lobby para negócio milionário

Ugo Braga
Correio Braziliense
14/6/2007

Ao concluir inquérito, delegado afirma que envelopes apreendidos na casa de Vavá provam tráfico de influência

Campo Grande — Ao cumprir mandado de busca e apreensão na casa do ex-metalúrgico Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Polícia Federal colheu o que julga ser provas documentais dos crimes oriundos do lobby que ele vinha tentando emplacar em Brasília. Tratam-se de dois envelopes, um branco e outro pardo, envolvendo pleitos milionários de uma empresa e do representante de um grupo de pessoas, interessados, respectivamente, em obter vantagens junto à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e favores do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e do próprio Lula. A PF realizou a busca no último dia 4 e vinha mantendo o auto de apreensão guardado a sete chaves. O delegado responsável, Alexandre Custódio, fechou ontem o relatório final do inquérito gerado a partir da Operação Xeque-Mate e o mandou à Justiça Federal. O Correio teve acesso à parte do texto que se refere a Vavá, já indiciado por tráfico de influência e exploração de prestígio. O primeiro envelope, “branco tipo carta”, na descrição da PF, tem num dos versos as palavras “Sen. Aloizio Mercadante”. Dentro, há uma folha de papel sulfite em que a Distribuidora Rezende S/A Comércio e Indústria explica ser credora da CSN em aproximadamente R$ 13,7 milhões. No último parágrafo, a finalidade da carta mandada a Vavá: “A Rezende pretende um acesso à CSN para propor um acordo para pagamento da dívida, ainda que seja de forma parcelada, mas para tanto depende de alguém que viabilize este acesso para abrir negociação”.

Viva a democracia brasileira!

Acaba de ser rejeitada a volta da ditadura no Brasil. O Plenário por maioria acaba de rejeitar a "lista fechada" - uma indecente proposta da Reforma Política em discussão nesse exato momento na Câmara dos Deputados.

Se aprovada, a "lista fechada" criaria a figura do vereador, deputado e senador biônicos.

Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados

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