O evento, que atraiu um número expressivo de lideranças políticas, empresariais e comunitárias, precisa ser entendido dentro de seus estritos limites. A meta era reunir os diversos setores dirigentes da cidade para traçar linhas gerais de uma estratégia capaz de pressionar, com sucesso, os governos federal e estadual e a Vale no sentido de garantir a implantação de fato da Alpa/Aline, a conclusão da Hidrovia Araguaia-Tocantins e a recuperação da malha rodoviária estadual até aqui abandonada. Acredito que, tudo somado, tenha alcançado seu objetivo.
Mobilização popular contra paralização de obras de aciaria da Vale no Pará
O evento, que atraiu um número expressivo de lideranças políticas, empresariais e comunitárias, precisa ser entendido dentro de seus estritos limites. A meta era reunir os diversos setores dirigentes da cidade para traçar linhas gerais de uma estratégia capaz de pressionar, com sucesso, os governos federal e estadual e a Vale no sentido de garantir a implantação de fato da Alpa/Aline, a conclusão da Hidrovia Araguaia-Tocantins e a recuperação da malha rodoviária estadual até aqui abandonada. Acredito que, tudo somado, tenha alcançado seu objetivo.
Mineração: A Vale, a Hidrovia e o destino da verticalização mineral no Pará
Quando fui informado que a obra para construção da Hidrovia do Rio Tocantins tinha sido retirada do PAC, fiz uma avaliação sobre a disposição da Vale, o projeto ALPA e o cancelamento desta obra. Pensei o seguinte: a Vale tinha um plano “B” e irá executá-lo, ou seja, vai implantar o projeto ALPA com a logística da Ferrovia Carajás, independente da construção da Hidrovia Tocantins.
A lógica foi pensar que a importância da Hidrovia para o Governo Federal restringia-se a viabilidade da ALPA, e, não o é. A ALPA é, com certeza, muito importante, mas a hidrovia é muito mais. A hidrovia não existe pela ALPA e sim, ao contrário. A ALPA existe porque tem logística, a Vale tem sua própria logística e pode existir sem a hidrovia, mas todos os demais projetos não o poderão, pois a logística da Vale é só dela e de mais ninguém. A Vale está correta, pois para se manter futuramente no mercado nas mesmas condições de hoje terá que multiplicar-se por três e a logística é o gargalo.
Os fatos a partir do anúncio da Hidrovia
Quando foi anunciada a conclusão da eclusa de Tucuruí e a inclusão das obras da Hidrovia do Tocantins no PAC – por nosso, então, Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva – ficou patente sua existência e, a partir daquele momento, Marabá recebeu entre muitos outros:- Linave – empresa de Logística fornecedora de serviços na Amazônia, inclusive para a Vale, a procura de terreno para instalar-se. Depois do anúncio da retirada da Hidrovia Tocantins do PAC, desistiu;
- Hidrovias Brasil – do fundo de investimento Pátria e Promon, com projeto arrojado de portos, associada à Brink Logística estabeleceu contrato de compra e venda de terreno em Marabá, pagou sinal para estudos iniciais. Depois do anúncio da retirada da Hidrovia Tocantins do PAC, perdeu o sinal de negócio e desistiu;
- Cargil – aportou, em Marabá, com oito executivos, procurando pela mesma oportunidade, com ela trouxe de arrasto o Governo do Estado do Mato Grosso, pois, neste caso, o custo da Soja pode ser reduzido pela logística, Paranaguá x Tocantins em até US$ 40,00/ton. Com o preço internacional da Soja hoje na ordem de US$ 500,00 /ton, nós estamos falando de 8%, o que significa a diferença entre ser viável ou não;
- Cimento Nassau – tendo um pré-contrato com a Alpa para retirada e beneficiamento de escória granulada, a empresa está refazendo seus custos e, com certeza, descartará a possibilidade de verticalização desta matéria-prima em Marabá;
- Bertolini – depois de realizar estudo de viabilidade econômica e financeira adquiriu terreno à margem do Rio Tocantins. Depois do anúncio da retirada da Hidrovia do PAC, vendeu;
As empresas citadas estão buscando oportunidade para prestação de serviços através da Hidrovia Tocantins, mas vão transportar o que? E, aqui, vou me ater apenas a algumas das possíveis cargas, pois em um pensamento mais amplo vale lembrar que o Pará é um dos poucos estados do Brasil, em análise simplista, que pode separar-se da federação por benefícios fiscais. O Pará importa grande parte de industrializados consumidos e tem tudo para ser industrial. Mas, não tem mercado e, não o tem, por não ter logística. Só é viável a produção em grande escala e o mercado local é restrito.
O sul do Pará é uma região das mais ricas em reservas minerais. Todos falam sobre o minério de ferro e sabem deste, unicamente, porque existe logística própria: a Ferrovia Carajás. Lá, também, tem corpos minerais de: cobre, zinco, manganês, bauxita, cassiterita, chumbo, entre outros;
Diante do anúncio da retirada da Hidrovia do PAC, grandes players multinacionais e outros – não tão grandes – e, principalmente, os pequenos, assanharam-se. Iniciaram-se trabalhos para viabilizar a exploração mineral, pois, não estamos falando de ouro que virá, com certeza, por conseqüência. Estamos falando de grandes volumes de minérios que precisam de logística.
Ressalto que o preço histórico internacional do minério de ferro, no período de 1975 a 2002, foi de aproximadamente US$ 30,00 MT/FOB estivado. Hoje, custa em torno de US$ 150 dólares MT/FOB, em conseqüência da alta demanda internacional, principalmente da China, que passou sua produção de aço de 300 milhões de ton/ano para 550 milhões de ton, no último ano.
No entanto, os grandes bancos trabalham com a perspectiva de manutenção do boom das commodities até 2017, a razão não é a diminuição da procura, mas porquê o mundo inteiro tem minério – e em grandes quantidades – o que não existe é logística.
Logística está sendo construída ao redor do planeta e, só será competitivo aquele País que a tiver. O Brasil, melhor dizendo, o Pará, não pode perder esta oportunidade, pois, se assim o fizer, vamos continuar somente com a Vale que já tem a sua própria;
Estão na região, prontos para produzir e exportar, entre outras: Ferros, Codelgo, Brasil Mineral, Anglo American, Trafigura, Vertical, Recursos Minerais do Brasil, Colussos, e mais uma gama de pequenas. O Sindicato dos Produtores Minerais do Estado do Pará conta hoje com oito associados. Com a hidrovia não serão menos que 50.
Com o advento da ALPA temos, por consequência, o polo metal mecânico – grandes projetos cuja viabilidade só se dará mantendo seus tamanhos. Assim sendo, o mercado não será só o Estado do Pará, mas o mundo. Mas, sem logística não existirá pólo metal mecânico. Para ficar em um só exemplo: a empresa procurada para construir uma laminação de chapas grossas, a partir das placas da ALPA, e daí um estaleiro, está se instalando em PECEM, no Ceará. O motivo: a logística.
A conseqüência de um porto da Cargil será, com certeza, a diversificação da produção agropecuária e da implantação de indústria de esmagamento de grãos com produção de óleo, ração e adubo. Tudo isso só será viável se existir logística.
A RMB S.A. coordenou equipe técnica que já havia concluído os estudos de viabilidade para iniciar a engenharia básica de uma indústria para produção de 1.200.000/MT ferro gusa, a partir do minério de ferro próprio e carvão mineral importado, a exemplo do que a Newco faz em Trinidad Tobago. Os sócio-investidores determinaram que não fosse mais investido nenhum centavo antes de ter certeza da Hidrovia. O anúncio do cancelamento da obra da Hidrovia Tocantins já foi um desastre. Sua confirmação significará retroagir a 1972.
Precisamos ter a certeza da sua retomada e gritar aos quatro ventos, bem alto, para recuperar o tempo perdido.
O parque siderúrgico de Marabá, para produção de ferro gusa, com dificuldade por não ter o melhor valor agregado, poderia se transformar em uma siderúrgica para produção de aço do tamanho da ALPA. Poderia agregar-se aos produtores da nossa vizinha Açailândia (MA) e teria o dobro da produção prevista para a ALPA. Mas, isso tudo só com logística.
É importante ressaltar que todas estas empresas sabem uma das outras e que todas são viáveis. A Hidrovia Tocantins é mais importante que qualquer outra obra. Podemos afirmar com toda a certeza: existe um Pará antes e outro depois da hidrovia.
Da forma prevista hoje, com um número restrito de passagens diárias pela Eclusa de Tucuruí, nossa Hidrovia Tocantins nasce pequena, com 13.000.000/MT/ano. Devemos pensar em usar nove segundos de energia elétrica – necessários para cada passagem pela eclusa – a mais e atingir o número 80.000.000/MT/ano e isto compensará a energia não produzida.
Nós, os Paraenses, contamos com isto.
* - Divaldo Salvador é economista, administrador, executivo da RMB. Cidadão Marabaense, após receber com honra o título da Câmara Municipal de Marabá, em 2006.
Líder empresarial fala da importancia de investimentos em infraestrutura para ampliação do Distrito Industrial de Marabá
Verticalização mineral no Pará: Alpa obtém licença prévia
Sob o título “Conselheiros antecipam voto a favor da licença ambiental da Alpa”, a agência de comunicação do governo paraense informa que a siderúrgica Alpa, controlada pela Vale, não tem mais obstáculos legais para iniciar, imediatamente, as obras de sua planta industrial, em Marabá, sul do Pará, para produção de aço.
Mais aqui.
Endosso à Marabá
Convidado especial do coordenador da bancada do Norte, deputado federal Paulo Rocha (PT-PA) na reunião de ontem na Comissão da Amazônia e Desenvolvimento Regional, o prefeito de Marabá, Maurino Magalhães foi apresentado como o gestor do "poderoso município de Marabá. Dentre em breve, o mais importante município do Brasil, a partir da efetivação da verticalzação mineral à ocorrer nos próximos anos", afirmou Rocha.
Vale apresenta Projeto Cristalino a Maurino
Na tarde de ontem, 18, o prefeito Maurino Magalhães recebeu em seu gabinete representantes da Vale, que apresentaram ao gestor informações sobre a implantação e operação, além do estudo ambiental do novo empreendimento da mineradora no sudeste do Pará, o “Projeto Cristalino” a ser implantado no município de Curionópolis, na ordem de US$ 1 bi.
O Cristalino encontra-se hoje em fase de requerimento de Licença Prévia. A expectativa é de que, quando em funcionamento, produza 340 mil toneladas por ano de concentrado com 28% de cobre.
Além da Mina e da Usina o projeto prevê a construção de uma estrada principal de acesso (que ligará a Mina do Cristalino à PA-160), uma linha de transmissão, acessos de circulação interna, oficinas de manutenção e escritório. Segundo representantes da Vale, o número de empregos gerados nas obras de implantação pode chegar a seis mil e na operação mais de mil entre próprios e contratados.
Participaram do encontro com o prefeito, representando a Vale, Cláudio Carvalho (Coordenador do Projeto), Brás de Maia (Engenheiro Ambiental), Hélcio Borges (Relações Institucionais), Luiz Veloso (Relações Comunitárias), Joseana Mesquita (Analista de Comunicação) e Carla Silva (Analista de Comunicação). Representando a administração municipal, participaram o superintendente de Desenvolvimento Urbano Regivaldo Carvalho, o secretário de Indústria, Comércio, Mineração, Ciência e Tecnologia Italo Ipojucan, além da procuradora do Município Aurenice Botelho.
Agnelli fala sobre movimentação global de verticalização do setor mineral
Agnelli diz que, mesmo comprando minas, as siderúrgicas darão preferência ao “minério de qualidade” da Vale
A Xstrata é “passado” para a Vale, garante o presidente da mineradora, Roger Agnelli, que declarou ao Estado que “a gente não precisa comprar ninguém para crescer”. Ele comentou a atual onda de verticalização, de compra de mineradoras por siderúrgicas, na qual vê “um pouco de moda”. Mas defendeu o modelo da Vale de participação minoritária em siderúrgicas que está atraindo para o Brasil, como a chinesa Baosteel e a alemã Thysenkrupp.
Agnelli falou depois de receber o prêmio Cebri Personalidade Empresarial, na terça-feira, no Rio. Ontem, a Vale reagiu a rumores de que estaria tentando obter reajuste adicional de 20% no minério vendido para a China em 2008, para equalizar seu preço ao das mineradoras australianas.
O rumor levou as ações a subirem quase 5%, mas fecharam em baixa em torno de 0,5%. Em nota, a empresa diz desconhecer o ajuste de 20%. Mas ressalta que “a Vale informa que mantém permanente diálogo com seus clientes, buscando a negociação, em termos mutuamente satisfatórios, de condições comerciais”. A seguir, a entrevista:
- Como o sr. avalia movimentos como o da Arcelor Mittal, que adquiriu minas no Brasil? Estamos numa nova era de verticalização siderurgia-mineração?
Existe, por parte de todas as empresas, uma preocupação com o suprimento de longo prazo. Nos últimos anos, o crescimento da China foi tão forte, tão forte, que afetou o equilíbrio entre demanda e oferta. A demanda foi muito superior à oferta, ou à velocidade com que se podia aumentar a oferta de minério. Esse movimento da Arcelor Mittal tem de ser compreendido no contexto de que o grupo praticamente nasceu assim. Eles compraram várias empresas que detinham minas de ferro e carvão. Esse era um conceito antigo, pelo qual se fazia siderúrgicas em cima das minas. Agora, a Mittal tem feito movimentos para aumentar um pouco mais o fornecimento próprio de carvão e de minério, mas dificilmente vai chegar à auto-suficiência. Acho que não vêem isto, tanto que assinaram conosco um contrato de dez anos, porque sabem que vão precisar continuar com a Vale como grande fornecedora.
- E em relação às siderúrgicas brasileiras, como o sr. vê a questão da aquisição de minas?
É o caso da CSN, que também nasceu com uma mina, a Casa de Pedra. A Usiminas agora também se posicionou (a empresas comprou recentemente a JMendes). A única questão que se coloca é qual o preço desses ativos, e quanto eles podem representar do fornecimento futuro das siderúrgicas. É preciso levar em conta que nem todo o minério de ferro é igual. É praticamente impossível conseguir alimentar um alto-forno com suprimento exclusivo de uma única mina. Tem que ter um mix de minério. A Vale tem as maiores e melhores reservas do mundo. Nossa posição é muito tranqüila. A gente entende que a dependência da siderurgia mundial do minério de qualidade tende a crescer cada vez mais porque, na média, as minas mais antigas estão reduzindo qualidade do seu minério. Então, vai precisar ter minério de mais alta qualidade para fazer o mix.
- Mas a própria Vale não está investindo em siderurgia?
No começo da década, a gente percebia que a siderurgia brasileira estava com um ritmo de investimento muito pequeno. E entendíamos que esse mercado era, e é, crescente, e que o Brasil precisava de aço e a gente precisava também aumentar o consumo de minério no País. Conversamos com todos os parceiros locais possíveis, o investimento não foi à frente, e então convidamos alguns parceiros internacionais. Eles estão investindo aqui e nossa filosofia é de continuar sendo um parceiro minoritário, fornecendo minério, aumentando a demanda pelo nosso minério no Brasil. O que a gente gostaria de ver é a siderurgia crescendo, o quanto mais possível. Apenas com os projetos que a Vale apoiou e está apoiando, e a produção de aço no Brasil deve crescer perto de 70%.
- Afinal, qual o posicionamento da Vale em relação à verticalização?
Esta questão de verticalização, de um lado ou de outro, é que nem a questão da diversificação. Tem um pouco de moda nisto, não é? Na época em que está sobrando dinheiro, todo mundo verticaliza. Quando falta dinheiro, todo mundo desverticaliza. A mesma coisa na questão da diversificação. Quando está todo mundo ganhando dinheiro, cada um vai fazendo, vai subindo na cadeia, diversificando. Falta dinheiro e todo mundo acaba focando no seu negócio específico. No caso da Vale, o “core business” é a mineração, e a gente não vai sair disso.
- O prazo legal para uma segunda oferta pela Xstrata está terminando? A Vale vai se mexer?
Para nós, hoje, a Xstrata é passado.
- O mercado tem feito especulações sobre possíveis aquisições, como Alcan, Alcoa e Anglo.
A gente não precisa comprar ninguém para crescer. Temos um número muito grande de projetos para serem desenvolvidos, o que vai requerer um esforço muito forte de gestão e muitos recursos.
- A Vale tem um contencioso com a CSN. A Vale entrou na Justiça contra a CSN?
Isto é uma novela, não é? Tem muitos capítulos ainda. Algumas cláusulas do contrato da Casa de Pedra foram descumpridas pela CSN.
- Mas a empresa entrou na Justiça?
Nós entramos, acho que sim.
Verticalização mineral será realidade no sul do Pará
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