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Os paramilitares e a farsa colombiana

Por Mauro Santayana, no Jornal do Brasil

Não é novidade: a Human Rights Watch, organização internacional que monitora a violação dos direitos humanos no mundo, denunciou, ontem, em Bogotá, os novos crimes dos grupos paramilitares na Colômbia. Além dos assassinatos seletivos, há o deslocamento forçado de populações inteiras, sob a ameaça armada dos bandos de criminosos. Tais comandos contam com a proteção de setores das Forças Armadas, da polícia, de alguns promotores e de altas personalidades do governo de Uribe.

O país tem sido dos mais atingidos pela violência na América Latina, embora seja dotado de uma intelectualidade que se destaca entre os vizinhos. Não é só a pátria do romancista Gabriel García Márquez, como de excepcionais poetas e dramaturgos. Tal como outros países mestiços da Cordilheira, a Colômbia é dominada por uma minoria de grandes empresários, quase todos brancos, muitos de sobrenomes estrangeiros, que controlam os bancos, as indústrias e os meios de comunicação – e, da mesma maneira, o narcotráfico e as instituições do Estado.

A essas elites pertence o presidente Uribe. Contra elas, surgiram, ao longo do século 20, vários movimentos armados. O Estado não foi capaz de os vencer, com suas forças clássicas de repressão. Alguns empresários decidiram então financiar os paramilitares, que, oficialmente à margem do Estado, passaram a exterminar militantes de esquerda dos meios urbanos e camponeses, sob o pretexto de cumplicidade com as Farc. Esses grupos nunca enfrentaram frontalmente os guerrilheiros. Tratou-se de sórdido terrorismo: as vítimas são, em sua maioria, jovens sequestrados da periferia das cidades e moradores no campo. Fazem apenas “número” para justificar o dinheiro recebido. Formaram-se, assim, grupos de assassinos, alguns criminosos comuns, egressos ou fugitivos das prisões, ex-militares e ex-policiais, traficantes de drogas e desempregados, todos armados, municiados e pagos, conforme o número das vítimas abatidas.

Há indícios fortes de que tais grupos receberam ajuda e treinamento da CIA, embora os norte-americanos o neguem. O que não negam é a presença de consultores e assessores que “ajudam” as forças “regulares” da Colômbia a combater os guerrilheiros, a pretexto de reprimir o tráfico de drogas.

O Estado colombiano se transformou em assustadora quimera. Membros destacados do governo Uribe são acusados de cumplicidade com os paramilitares. O próprio Uribe, quando governador do estado de Antioquia, cuja capital é Medellín, patrocinou o grupo Convivir, organização de fachada de exterminadores, financiada pela grande companhia bananeira Chiquita – conforme documentos norte-americanos. Esses mesmos documentos apontavam, no início do governo de Uribe, o então chefe do Exército, Mario Montoya, de cumplicidade com um grupo de extermínio que havia eliminado pelo menos 14 pessoas em Medellín.

Entre 2003 e 2006, o governo colombiano, sob a pressão da opinião pública mundial, “promoveu a desmobilização” de 30 mil membros das organizações paramilitares, mas há provas de que se tratou de uma farsa. “Como resultado – diz textualmente o informe do HRW – muitos grupos atuaram de forma fraudulenta e recrutaram civis para que passassem como paramilitares durante a desmobilização, e assim preservaram ativos seus quadros”. Os verdadeiros chefes e subchefes dos grupos se ocultaram, e voltaram a matar meses depois. A partir de 2007, esses grupos voltaram à luz do dia – calcula-se entre 4 mil e 10 mil o número atual de seus efetivos.

O informe refere a denúncia de que um chefe de promotores de Medellín, Guilherme Valencia Cossio – irmão do ministro do Interior e Justiça de Uribe – seria colaborador de um desses grupos de paramilitares. O fato é que há clara condescendência e envolvimento de altos funcionários do governo de Álvaro Uribe – há quase oito anos no poder, com os grupos de extermínio.
O presidente Barack Obama, quando candidato, anunciou que, eleito, cortaria a ajuda à Colômbia. Hillary Clinton, como secretária de Estado, negociou a instalação de bases norte-americanas no país, e tem garantido o apoio decisivo de Washington a Uribe e seu grupo.

Rio - uma guerra contra a sociedade

ARTIGO

* Ricardo Vélez Rodríguez

Poucos se lembram da propaganda de uma marca de vodca que era exibida na TV no decorrer dos anos 80 do século passado. Um sujeito bem vestido e com cara de quem está com tudo em cima olha para o espelho antes de sair da farra e se enxerga com cara de anteontem: olheiras enormes, semblante lastimável. Pergunta à imagem do espelho quem é e ela responde: "Eu sou você, amanhã." Desde essa época afirmo, em palestras e aulas pelo Brasil afora, que a Colômbia é, hoje, o Brasil de amanhã. As cenas da guerra carioca a que assistimos pela TV ao longo das últimas semanas e que vemos estampadas nos jornais já foram vistas, 20 e tantos anos atrás, nas ruas de Medellín e Bogotá. Era a guerra do narcotráfico nas cidades colombianas, que estudioso francês caracterizava como "uma guerra contra a sociedade".

Ora, o que está acontecendo no Rio de Janeiro é exatamente isso: uma guerra contra a sociedade. De um dos lados está o banditismo dos narcotraficantes e milicianos, que mantém refém boa parcela da população. Esse banditismo, nos surtos habituais de violência que acompanham o narcovarejo dos morros, já afeta todos os cariocas. De outro lado está a polícia, que, mesmo tendo em seus quadros oficiais, delegados, praças e funcionários do bem, ainda não foi depurada da banda podre, que deixa morrer na calçada, por exemplo, um cidadão, assaltado no centro da cidade, como aconteceu recentemente com o fundador do AfroReggae. No meio desse tiroteio está a cada vez mais indefesa e apavorada massa dos cidadãos e dos turistas, que não são poupados nem por bandidos nem por maus policiais.

O drama que se vive no Rio é o que sofrem hoje, com intensidade cada vez maior, as cidades brasileiras. O combustível que alimenta toda essa barbárie é um só: o narcotráfico. O Brasil, atualmente, não é apenas rota de processamento e exportação de narcóticos. É também consumidor. A espiral da violência urbana não será desmontada enquanto não for removida a causa que a alimenta: o narcotráfico e o consumo de entorpecentes.

Como pano de fundo de toda essa barbárie temos um Estado gerido, nas suas instâncias federal, estadual e municipal, com critérios clientelistas, que configuram a cultura do patrimonialismo. É claro que há pontos de racionalidade administrativa. Mas convenhamos que, ao longo dos últimos anos, a coisa piorou bastante. Instalou-se no País uma forma mafiosa de gestão da coisa pública, exacerbando o princípio que já fazia parte do folclore político: aos amigos, os cargos; aos inimigos, a lei. Figuras que pareciam pertencer apenas aos tratados de sociologia, como a do "juiz nosso" e a do "delegado nosso", tão bem retratados por Oliveira Vianna, voltam à cena com magistrados concedendo discutíveis liminares favoráveis a clãs familiares e contrárias à liberdade de imprensa. O populismo em ascensão não tem hoje limites e reivindica não ser fiscalizado por ninguém. Tribunais de Contas e leis de responsabilidade fiscal que sejam postos à margem! Só o que interessa é o PAC do líder carismático e a aprovação das massas nos palanques.

Movimentos ditos sociais obtêm carta-branca para se apropriarem de patrimônio público e privado, apenas porque são "sociais", ou seja, dizem agir em nome dos despossuídos contra as odiadas elites.

Com essas premissas, um Estado gerido como bem de família para favorecer amigos e apaniguados e um mercado de tóxicos cada vez mais agressivo, vamos, certamente, assistir a mais cenas de violência dessa guerra contra a sociedade. É possível fazer alguma coisa? Sim, com certeza. Mas as soluções são prementes e difíceis. É necessário, antes de tudo, resgatar o princípio da preservação do bem comum, e não apenas o dos amigos ou do partido, como norma das ações de governo. E partir para uma estratégia de cunho nacional, não apenas local.

Torna-se imperioso estruturar um sistema de segurança que garanta o controle do Estado sobre o que entra pelas nossas fronteiras. Não há policiamento efetivo na enorme fronteira seca do nosso país com os vizinhos.

Nem há controle sobre os contêineres que entram pelos portos. Nem vigilância suficiente sobre as cargas que entram pelos aeroportos. Diante desse sistema de vigilância falido, fica muito fácil para os traficantes adquirirem no exterior os sofisticados armamentos com que derrubam helicópteros policiais. O governo federal só se mobiliza quando os interesses de popularidade do presidente podem ser afetados. Ora, a segurança no Rio fica distante do teflon presidencial e os repasses de verbas para que a polícia local possa funcionar simplesmente não são realizados. Isso é um crime de omissão, diante da gravidade da situação por que passa a outrora Cidade Maravilhosa.

As prisões de segurança máxima são uma piada. Beira-Mar e outros megatraficantes administram de dentro deles os seus negócios e ordenam os crimes praticados por suas gangues. Vários diretores de importantes presídios, especialmente cariocas, têm sido assassinados a mando dos chefões. Seria bom que as autoridades visitassem o presídio de segurança máxima de Cómbita, na Colômbia, para observarem como funciona. Se o país vizinho pode, no Brasil não são feitas as coisas por simples desleixo.

A Copa do Mundo de 2014 está já agendada no Brasil e a Olimpíada de 2016 será realizada no Rio de Janeiro. Se o patriotismo não mobiliza os atuais governantes, pelo menos que façam o dever de casa por simples conveniência. Vai pegar muito mal, na folha de todos eles, um Brasil mergulhado em sangue que não consegue cumprir os seus compromissos.

Ricardo Vélez Rodríguez é coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Paes de Lira comenta sobre novo pacto republicano

Paes de Lira (Bloco/PTC-SP) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, noticia-se um novo pacto republicano destinado, de acordo com nota da Presidência da República, a produzir um sistema judiciário mais acessível, ágil e efetivo. Em minha análise, mais do que isso, ele contém medidas importantes para elidir o perigo de um estado policial, ovo da serpente da ditadura.

Preocupa-me, no entanto, o relevo dado a certos aspectos, que poderão causar muitos problemas ao policial comum — aquele que, na linha de frente do combate ao crime, ao desabrigo do ar-condicionado, sem tempo para decidir estudando a jurisprudência, afetado pela explosividade de ocorrências cujo atendimento não admite o calmo planejamento das espetaculosas ações que ostentam nomes exóticos, é obrigado a decidir, num átimo, sobre algemar, ou não, um indivíduo preso em flagrante delito.

Parece não haver bastado uma recente decisão vinculativa da Suprema Corte, que impôs pesada restrição ao emprego de algemas, na contramão daquilo que se pratica na maioria dos países democráticos do Ocidente. No bojo do referido pacto republicano, a julgar pelo noticiário, eclode verdadeira satanização daquilo que é apenas um dos instrumentos de trabalho do policial: o par de algemas.

Cansei de ver, senhoras e senhores, policiais mortos por cometer o erro de não manietar criminosos perigosos. Poderia relatar-lhes bom número de casos em que bandidos supostamente submissos, ao ser conduzidos com as mãos livres, apoderaram-se da arma de um policial e mataram-no com seu próprio instrumento de defesa.

Para o policial de rua, as algemas são equipamentos de segurança. Bem utilizadas, de acordo com a boa técnica e com o necessário respeito à integridade física do preso, tornam-se fator de proteção ao policial, aos circunstantes, vítimas e testemunhas e, a bem dizer, ao próprio custodiado. Evitam situações indesejáveis — seja uma fuga vexaminosa, seja o emprego de força excessiva ou letal para evitá-la.

Vem-me à mente outro episódio recente. Um soldado da Polícia Militar do Estado do Ceará, ao conter tumulto no gramado de um campo de futebol, viu-se agredido por um dos atletas. Para preservar a ordem pública, que era seu dever, e para defender-se, que era seu direito, disparou um jato de gás de pimenta contra os olhos do turbador.

Foi execrado na imprensa. Isso porque se valeu, em circunstâncias justificáveis, de uma arma subletal, projetada exatamente para dosar e moderar o emprego de força pela Polícia num Estado Democrático de Direito.

Logo mais, iremos exigir da tropa de choque que responda a pedras e coquetéis molotov com chuvas de pétalas de rosas!

A solução para os excessos não está em generalizar imposições legais que acuem, mais e mais, a Força Pública. Isto é fazer o jogo dos criminosos, em detrimento do interesse da sociedade. A solução é educar o bom policial e, por outro lado, punir o violento e o exibicionista.

Ademais, um ponto há de ficar bem claro: na prisão em flagrante delito, ou por ordem judicial, de infratores potencialmente perigosos, ainda que apresentem comportamento aparentemente submisso, o uso de algemas é crucial. Simplesmente não há outro modo mais seguro de evitar-se tragédias anunciadas. Isso sempre inclui: turbadores alterados por álcool ou drogas ilícitas; indivíduos de temperamento explosivo; autores de violência sexual; traficantes de drogas ilegais; criminosos condenados por tais atos, ainda que não encontrados em flagrância de crime; indivíduos com histórico psiquiátrico; infratores notoriamente narcisistas dotados de grande força física — os famigerados pit boys.

É preciso, sim, dar fim aos espetáculos policialescos cobertos por certa mídia, escolhida a dedo e favorecida por juízes messiânicos e policiais adeptos da pirotecnia televisiva.

Mas que esse imperativo não venha a enfraquecer ainda mais a posição dos bravos policiais comuns, que, com grave risco de vida, defendem-nos contra a arrogância do crime.

Muito obrigado por sua atenção.

Rescaldo das eleições desdobra-se em ameaças e violência

Agora já não falta mais nada! Após a "fuga" do juiz eleitoral e do promotor na calada da noite para não ficar e conferir a ira do candidato derrotado Tony Fabio em Novo Progresso. A confusão se estabaleceu em Abel Figueiredo, sudeste do Pará.

Populares se dirigiram à casa do candidato derrotado à prefeitura Dativo (PDT) para prestrar solidariedade ao derrotado.

Imediatamente partidários do candidato eleito formularam queixa injuriosa na Polícia dando conta que estava sendo armado a destruição dos prédios públicos do município a mando de Dativo.

A Polícia Militar chegou preparada para uma guerra e mandou ver: bombas de gás lacrimogênio para todo lado, cacetete no lombo, tiros para o alto... Um pandemônio gerado pelos excessos da força policial.

Vinte e tantos populares detidos na delegacia e depois encaminhados algemados à Penitenciária Mariano Antunes de Marabá.

O candidato derrotado foi prestar solidariedade ao presos e constatou uma aberração. Uma senhora algemada dentro da penitenciária e todos as outras pessoas que tinham sido enquadradas pelo delegado por formação de quadrilha etc... também estavam algemados.

Conclusão: a súmula que proíbe algemar os presos que não oferecem periculosidade foi desrespeitada, adivinhem por que?

É óbvio: todos eram pobres.

Que Terra de Direitos é essa?

Candidato derrotado em Novo Progresso ameaça de morte juiz e promotor

O juiz e o promotor da Comarca de Novo Progresso foram ameaçados de morte pelo candidato derrotado e atual prefeito de Novo Progresso no Pará, Tony Fabio.

A fuga foi de avião fretado até o município de Itaituba.

Segundo testemunhas o prefeito não se conforma de ter perdido as eleições e atribui conivência das autoridades, daí as ameaças.

O Pará vive o fim do mundo em relação à insegurança. Se duas das mais importantes autoridades municipais fogem sorrateiramente para resguardar sua integridade física. O leitor imagina o que passa o povo pobre e humilde que não tem a quem recorrer?

Homem é baleado na perna no Palácio da Alvorada

Polícia diz que ele não obedeceu aviso de segurança e pulou cerca.
Segurança do Palácio diz que ele aparentava descontrole mental.
clipped from g1.globo.com

Um homem levou um tiro na perna no Palácio da Alvorada,
residência oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na
manhã de domingo (5). De acordo com a Polícia Militar, ele não
obedeceu aos avisos dos seguranças e pulou a cerca de proteção.
Ele foi levado ao hospital.

A segurança do Palácio da Alvorada diz que o homem tem entre
entre 25 e 30 anos e aparentava descontrole mental. Ele pulou o
espelho d'água do Palácio. Segundo a segurança, apesar do
alerta, como ele continuou avançando, o guarda disparou para o
alto antes de atirar na perna do invasor, com uma arma calibre
doze.

Segundo fontes da Presidência, a arma estava carregada com
munição não letal.

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Dois assassinatos de candidatos no Pará

Ser candidato a cargo eletivo no Pará é sinônimo de "colocar o pescoço" em risco. Pelo menos para um candidato a vereador no município de Uruará e outro, que concorria a Prefeitura no município de Rio Maria.

O Pará lidera com folga esse ranking macabro.
clipped from g1.globo.com

SÃO PAULO - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou até ontem o pedido de cinco Estados - Amazonas, Tocantins, Rio de Janeiro, Pará e Amapá - para a atuação da Força Federal visando garantir a segurança durante as eleições municipais deste ano.
No total, são 121 municípios que poderão ter a presença das forças federais.

As solicitações do Pará e Rio de Janeiro já foram aceitas pelo TSE e as dos demais Estados estão sob avaliação. Em nota, o tribunal lembrou que as requisições de auxílio são feitas pelo
juiz eleitoral de cada município ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado, que encaminha o pedido ao TSE.


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Três militares suspeitos de assassinato são presos no Pará


clipped from g1.globo.com
Três militares do Exército foram presos, nesta quinta-feira (28), suspeitos de matar um ex-soldado de 25 anos em Altamira, no Pará. Segundo a Polícia Civil, eles têm envolvimento no crime, que ocorreu na madrugada desta quinta. A vítima foi morta a tiros.
O corpo foi encontrado amordaçado e amarrado na Rodovia Transamazônica. Os três militares e um quarto suspeito foram presos pela Polícia Militar. Com o grupo, foram encontradas armas e capuzes.
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A porcaria que atende pelo nome de Funasa

Correio Braziliense

Abrigo do crime

A possível reviravolta em torno da morte da adolescente indígena Jaiya Pewewiio Tfiruipi Xavante, de 16 anos, em nada alteraria a gravidade do crime nem aliviaria a responsabilidade do Estado. O fato é que a jovem foi vítima de uma barbaridade dentro de um prédio público. Impossibilitada de andar e falar devido a grave lesão neurológica decorrente de meningite contraída na infância, a menina reclamou de dores abdominais na noite de terça-feira. Medicada com analgésico, acordou no dia seguinte com a mesma queixa. Às 8h foi levada para o hospital. Atendida apenas duas horas depois, morreu por volta do meio-dia, após duas paradas cardíacas, com infecção generalizada.

Apesar de totalmente indefesa, com problemas neurológicos e motores, apesar da pouca idade e do corpo franzino (1,35m de altura e 33kg), não houve piedade para Jaiya. Ela teve os órgãos genitais perfurados por objeto contundente de cerca de 40cm, com rompimentos no estômago, baço e diafragma. A princípio, suspeitou-se de estupro. O delegado-chefe da 2ª Delegacia de Polícia, Antônio Romeiro, chegou a descrever o caso como “violência sexual atípica”.

Ontem, a versão perdeu consistência, com o avanço das investigações e o trabalho da perícia médica. Mas, qualquer que tenha sido a motivação ou qualquer que seja a autoria da violência, choca que tamanha crueldade tenha sido cometida na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) do Distrito Federal, instituição mantida pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa) para abrigar indígenas em tratamento hospitalar.

Choca ainda mais a frieza, a indiferença do Estado. Esperava-se resposta firme e imediata das autoridades. Mas a primeira reação da autarquia do Ministério da Saúde foi meramente burocrática. Pior: em defesa própria, não da menina assassinada. Em nota lacônica, a Funasa informou que a Casai conta com vigilância 24 horas e equipe de enfermagem e fornece medicamentos, transporte e alimentação balanceada aos abrigados e acompanhantes. O menosprezo governamental seguiu-se com inexplicável silêncio da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Trazida da aldeia São Pedro, no município matogrossense de Campinápolis para tratamento no Hospital Sarah Kubitschek, Jaiya estava acompanhada da mãe, de uma tia e uma irmã mais velha. Nem o suposto amparo familiar nem a suposta segurança que a nota oficial fazia crer existir na Casai lhe valeram. Na verdade, a instituição se assemelha mais a depósito que a abrigo. As instalações são precárias, sujas e desgastadas, falta material de limpeza, os banheiros são coletivos (para homens, mulheres e crianças) e as pessoas dormem em camas e colchões velhos. Os relatos são de que os vigilantes nem sequer cobram identificação para acesso à área, nem conseguem conter as brigas comuns num espaço que hospeda variadas etnias.

O episódio remete de modo inevitável à bárbarie de 11 anos atrás, quando cinco jovens de classe média incendiaram e deixaram queimar até a morte o pataxó Galdino José dos Santos, que dormia numa parada de ônibus da W3 Sul. A lição a ser apreendida é que nem na capital da República os indígenas podem contar com a proteção do Estado. O ataque a Jaiya dentro da Casai prova o acerto da polêmica declaração do general Augusto Heleno, então comandante militar da Amazônia, quando disse recentemente que a política indigenista brasileira “é lamentável, para não dizer caótica”.

Deputados vão acompanhar investigações de jornalistas torturados no Rio

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados vai ao Rio de Janeiro acompanhar as investigações sobre tortura praticada por integrantes de uma milícia contra jornalistas na Favela do Batan, na zona oeste da capital fluminense. Uma repórter, um fotógrafo e um motorista do jornal "O Dia" faziam uma reportagem sobre a atuação do grupo paramilitar que controla a região quando foram descobertos e torturados pelos milicianos.

O diretor de redação de O Dia, Alexandre Freeland, se manifestou, em nota divulgada pelo jornal, sobre a tortura e ameaças que sofreram três profissionais do diário há 14 dias. Nela, ele informa que a repórter, o fotógrafo e o motorista estão bem e a salvo, recebendo todo o apoio necessário da empresa.

Leia o comunicado:

"Uma repórter, um fotógrafo e um motorista do Jornal O DIA foram seqüestrados e torturados pela milícia da Favela do Batan, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, na noite de 14 de maio. A equipe fazia uma reportagem sobre a vida de moradores em regiões controladas por milicianos, conforme relata em detalhes matéria na edição deste domingo, 1º de junho, de O DIA.

Os três profissionais estão a salvo, em bom estado de saúde, em local seguro, e vêm recebendo irrestrito apoio da empresa, incluindo acompanhamento psicológico.

O fato, ocorrido há duas semanas, só foi divulgado agora para garantir a integridade física dos envolvidos.

O governador Sérgio Cabral e as autoridades policiais do Estado do Rio foram informados e estão acompanhando atentamente o caso. A investigação está a cargo do delegado Cláudio Ferraz, titular da Draco, que tem tido uma conduta exemplar.

O DIA reitera sua confiança no trabalho da polícia e tem a convicção de que os bandidos, que usam a farda para cometer crimes, serão presos e punidos na forma da lei.

Protestos contra violência param PA-150

A rodovia PA-150 está interdiatada desde as 11h00 desta manhã em protesto à violência descontrolada que está apavorando a população. O comércio fechou as portas e aderiu 100% ao protesto. Entidades de classe, movimentos sociais, clubes de serviço e setores organizados da sociedade amanheceram o dia empunhando faixas e cartazes pedindo providências as autoridades.

O post acaba de falar por telefone com o jornalista Lourivan Gomes do jornal A Notícia. "O movimento é pacífico, houve 100% de adesão da sociedade e durante toda a semana convocamos a população para protestarmos contra o descaso do governo em relação a este grave problema", informou.

Segundo cálculos dos organizadores da passeata, em torno de 5 mil pessoas foram as ruas em "Marcha pela Paz, nome do movimento.

A coordenação do protesto exige a presença da Secretária de Segurança Pública do Pará em Redenção, "só assim a PA-150 será desobstruída", disse outra fonte do blog na cidade.

Roubos, assaltos a mão armada, estupros, assassinatos, já não são mais notificados pelas vítimas que não acreditam numa ação repressiva da polícia. "O caos tomou conta de nossa cidade. Ela está entregue aos bandidos e marginais", disse a fonte.

O protesto não tem dia para terminar e só passará na barreira montada na estrada ambulâncias com doentes.

No próximo dia 15 de setembro, o mesmo protesto será realizado na cidade de Marabá - a maior do Sul do Pará - em protesto a violência descontrolada que tomou conta de toda a região do Carajás.

A decisão foi tomada ontem em reunião no auditório do Hotel Del Príncipe com a presença do vice-prefeito Ítalo Ipojucan, vereadores, o bispo Dom José Foralosso, pastores de igrejas evangélicas, representantes do Cisju (Conselho Interativo de Segurança e Justiça) e o presidente da Subseção da OAB.

Outros protestos em toda a região estão sendo articulados. "Ninguém aguenta mais tanta violência sem que seja tomada uma medida efetiva, é só paliativo", disse o presidente da Câmara Municipal de Marabá, Miguel Gomes Filho, o Miguelito.

Professor Lauande. A mais nova vítima da violência que domina Belém

É o que destaca o 5.a Emenda aqui>>

Aguardo a proposta já sugerida de uma blogagem coletiva para sensibilizar as autoridades, visto que ninguém agüenta mais tamanha violência contra os homens e mulheres de bem desse país.

Eduardo André Risuenho Lauande é paraense, sociólogo e professor da UFPA, tem 41 anos, é casado e foi baleado na porta de sua casa ao proteger a esposa de um assalto, no final desta manhã.

Mantém na blogosfera o Blog do Lauande, espaço onde trasita entre periquitos, papaguaios e muita sabedoria.

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