Reforma política

Caro Dr. Sérgio Corrêa.

Ao lado dos itens relevantes do texto, permita-me abrir parênteses com este símbolo (*) seguido de >>, para explicações dos termos técnicos inerentes à matéria em leitura corrida. Dessa forma, acredito, ficará mais palatável uma visão global da discussão.

Segue o apanhado geral do que se passa na Câmara dos Deputados sobre a Reforma Política.

Câmara discute proposta única para a reforma política

A Câmara analisa o Projeto de Lei 1210/07 (*)>>, leia o Projeto na íntegra abaixo.

PROJETO DE LEI

Dispõe sobre as pesquisas eleitorais, o voto de legenda em listas partidárias preordenadas, a instituição de federações partidárias, o funcionamento parlamentar, a propaganda eleitoral, o financiamento de campanha e as coligações partidárias, alterando a Lei n.º 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), a Lei n.º 9.096, de 19 de setembro de 1995 (Lei dos Partidos Políticos) e a Lei n.º 9.504, de 30 de setembro de 1997 (Lei das Eleições).

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre as pesquisas eleitorais, o voto de legenda em listas partidárias preordenadas, a instituição de federações partidárias, o funcionamento parlamentar, a propaganda eleitoral, o financiamento de campanha e as coligações partidárias, alterando a Lei n.º 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), a Lei n.º 9.096, de 19 de setembro de 1995 (Lei dos Partidos Políticos) e a Lei n.º 9.504, de 30 de setembro de 1997 (Lei das Eleições).

Art. 2º Os artigos adiante enumerados da Lei n.º 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 105. (REVOGADO)

......................................................................................................................

Art. 107. Determina-se para cada partido ou federação o quociente partidário dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda, desprezada a fração. (NR)

Art. 108. Estarão eleitos tantos candidatos por partido 2 ou federação partidária quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem em que foram registrados. (NR)

Art. 109. .........................................................................................................

I – dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido ou federação pelo número de lugares por eles obtidos, mais um, cabendo ao partido ou federação que apresentar a maior média um dos lugares a preencher;

II – .......................................................................

Parágrafo único. O preenchimento dos lugares com que cada partido ou federação partidária for contemplado far-se-á segundo a ordem em que seus candidatos forem registrados nas respectivas listas. (NR)

Art. 110. (REVOGADO)

Art. 111. Se nenhum partido ou federação alcançar o quociente eleitoral, proceder-se-á a nova eleição. (NR)

Art. 112. Considerar-se-ão suplentes da representação partidária ou da federação os candidatos não eleitos efetivos das listas respectivas, na ordem em que foram registrados. (NR)”

Art. 3º Fica acrescido, à Lei n.º 9.096, de 19 de setembro de 1995, o art. 11-A, com a seguinte redação:

“Art. 11-A Dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, a qual, após a sua constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se fosse uma única agremiação partidária, inclusive no registro de candidatos e no funcionamento parlamentar, com a garantia da preservação da identidade e da autonomia dos partidos que a integrarem.

§ 1º A federação de partidos políticos deverá atender, no seu conjunto, às exigências do art. 13, obedecidas as seguintes regras para a sua criação:

I – só poderão integrar a federação os partidos com registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral;

II – os partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados, no mínimo, por três anos;

III – nenhuma federação poderá ser constituída nos quatro meses anteriores às eleições.

§ 2º O descumprimento do disposto no § 1º deste artigo acarretará ao partido a perda do funcionamento parlamentar.

§ 3º Na hipótese de desligamento de um ou mais partidos, a federação continuará em funcionamento, até a eleição seguinte, desde que nela permaneçam dois ou mais partidos.

§ 4º O pedido de registro de federação de partidos deverá ser encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral acompanhado dos seguintes documentos:

I – cópia da resolução tomada pela maioria absoluta dos votos dos órgãos de deliberação nacional de cada um dos partidos integrantes da federação;

II – cópia do programa e estatuto comuns da federação constituída;

III – ata da eleição do órgão de direção nacional da federação.

§ 5º O estatuto de que trata o inciso II do § 4º deste artigo definirá as regras para composição da lista preordenada da federação para as eleições proporcionais. (NR)”

Art. 4º Os arts. 13, 39, 44 e 45 da Lei n.º 9.096, de 1995, passam a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 13. Tem direito a funcionamento parlamentar, em todas as Casas Legislativas para as quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados, obtenha o apoio de, no mínimo, dois por cento dos votos apurados nacionalmente, não computados os brancos e nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados e eleja, pelo menos, um representante em cinco desses Estados. (NR)

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Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31, o partido político ou federação pode receber doações de pessoas físicas e jurídicas para a constituição de seus fundos, sendo vedado usá-los no financiamento de campanhas eleitorais. (NR)

.............................................................................

Art. 44..................................................................

II – na propaganda doutrinária e política, exceto no segundo semestre dos anos em que houver eleição;

III – no alistamento;

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IV – na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, sendo esta aplicação de, no mínimo, vinte por cento do total recebido, dos quais, pelo menos, trinta por cento serão destinados às instâncias partidárias dedicadas ao estímulo e crescimento da participação política feminina. ...........................................................................

§ 4º É vedada a aplicação de recursos do Fundo Partidário em campanhas eleitorais. (NR)

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Art. 45. .................................................................

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IV - promover e difundir a participação política das mulheres, dedicando ao tema, pelo menos, vinte por cento do tempo destinado à propaganda partidária gratuita.

........................................................................... (NR)”

Art. 5º Os dispositivos adiante enumerados da Lei n.º 9.504, de 1997, passam a vigorar com seguinte redação: “Art. 5º Nas eleições proporcionais, contam-se como

válidos apenas os votos dados às legendas partidárias e às de federações. (NR)

Art. 6º Poderão os partidos políticos e as federações partidárias, dentro da mesma circunscrição, celebrar coligação somente para a eleição majoritária.

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§ 2º Na propaganda eleitoral, a coligação usará, obrigatoriamente, sob sua denominação, as legendas de todos os partidos que a integram, devendo a coligação ser identificada por número próprio, diverso dos usados para identificar cada um dos partidos coligados.

§ 3º......................................................................

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II – o pedido de registro dos candidatos deve ser subscrito pelos Presidentes dos partidos e federações coligados, por seus Delegados, pela maioria dos membros dos respectivos órgãos executivos de direção ou por representante da coligação, na forma do inciso III;

III – os partidos e federações integrantes da coligação devem designar um representante, que terá atribuições equivalentes às de Presidente de partido político, no trato dos interesses e na representação da coligação, no que se refere ao processo eleitoral;

IV – a coligação será representada perante a Justiça Eleitoral pela pessoa designada na forma do inciso III ou por delegados indicados pelos partidos ou federações que a compõem, podendo nomear até:

.............................................................................

§ 4º A deliberação sobre coligações caberá à convenção de cada partido ou federação partidária, em âmbito nacional, nas eleições presidenciais; em âmbito regional, quando se tratar de eleição federal ou estadual; e, em âmbito municipal,

quando se tratar de eleição municipal, e será aprovada conforme dispuserem seus estatutos;

§ 5º Na mesma oportunidade, serão estabelecidas as candidaturas que caberão a cada partido ou federação. (NR)

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Art. 8º A escolha dos candidatos pelos partidos ou federações e a definição da ordem em que serão registrados devem ser feitas no período de 10 a 30 de junho do ano em que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto e rubricado pela Justiça Eleitoral.

§ 1º (REVOGADO)

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§ 3º Obedecido o disposto no § 4º, o partido ou a federação organizará, em âmbito estadual, em convenção regional, pelo voto secreto dos convencionais, uma lista partidária para a eleição de Deputado Federal e outra para a de Deputado Estadual, Distrital ou de Território; em convenção de âmbito municipal, organizará uma lista partidária para a eleição de Vereador.

§ 4º A ordem de precedência dos candidatos na lista partidária corresponderá à ordem decrescente dos votos por eles obtidos na convenção;

§ 5º Cada convencional disporá de três votos, sendo-lhe permitido conferir mais de um voto ao mesmo candidato.

§ 6º Se no primeiro escrutínio não se lograr estabelecer a ordem de precedência da totalidade dos candidatos inscritos, os lugares remanescentes serão preenchidos em

escrutínios sucessivos, vedado conferir mais de um voto ao mesmo candidato.

§ 7º No caso de mais de um candidato obter a mesma votação, a precedência será do mais idoso.

§ 8º Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou federação deverá reservar o mínimo de trinta por cento e o máximo de setenta por cento para as candidaturas de cada sexo.

§ 9º O estabelecimento da ordem de precedência dos candidatos na lista de federação partidária obedecerá ao

disposto no respectivo estatuto. (NR)

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Art. 10. Cada partido ou federação poderá registrar candidatos em listas preordenadas para a Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais, até cento e cinqüenta por cento do número de lugares a preencher.

Parágrafo único. No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número máximo de candidatos previsto neste artigo, o partido ou a federação poderá preencher as vagas remanescentes até sessenta dias antes do pleito.(NR)

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Art. 12. (REVOGADO).

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Art. 15. Aos partidos e federações partidárias fica assegurado o direito de manter os números atribuídos à sua legenda na eleição anterior.

§ 1º Os candidatos aos cargos majoritários concorrerão com o número identificador do partido ao qual estiverem filiados.

§ 2º Os candidatos de coligações, nas eleições majoritárias, serão registrados com o número próprio da coligação, diverso dos usados para identificar cada um dos partidos coligados. (NR)

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Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos partidos e federações, e financiadas na forma desta Lei.

§ 1º Em ano eleitoral, a lei orçamentária respectiva e seus créditos adicionais incluirão dotação, em rubrica própria, destinada ao financiamento de campanhas eleitorais, de valor equivalente ao número de eleitores do País, multiplicado por R$ 7,00 (sete reais), tomando-se por referência o eleitorado existente em 31 de dezembro do ano anterior à elaboração da lei orçamentária.

§ 2º A dotação de que trata este artigo deverá ser consignada ao Tribunal Superior Eleitoral, no anexo da lei orçamentária correspondente ao Poder Judiciário.

§ 3º O Tesouro Nacional depositará os recursos no Banco do Brasil, em conta especial à disposição do Tribunal Superior Eleitoral, até o dia 1º de maio do ano do pleito.

§ 4º O Tribunal Superior Eleitoral fará a distribuição dos recursos aos órgãos de direção nacional dos partidos políticos, dentro de dez dias, contados da data do depósito a que se refere o § 3º, obedecidos os seguintes critérios:

I – um por cento, dividido igualitariamente entre todos os partidos com estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral;

II – quatorze por cento, divididos igualitariamente ente os partidos e federações com representação na Câmara dos Deputados;

III – oitenta e cinco por cento, divididos entre os partidos e federações, proporcionalmente ao número de representantes que elegeram, na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.

§ 5º Os recursos destinados a cada partido ou federação deverão aplicar-se de acordo com os seguintes critérios:

I – nas eleições presidenciais, federais e estaduais, quando o partido ou a federação tiverem candidato próprio a Presidente da República, os diretórios nacionais dos partidos políticos e a direção nacional de cada federação reservarão

trinta por cento dos recursos para sua administração direta;

II – se o partido ou federação não tiver candidato próprio a Presidente da República, mesmo concorrendo em coligação, os respectivos diretórios nacionais reservarão vinte por cento dos recursos para sua administração direta;

III – nas hipóteses dos incisos I e II, os diretórios nacionais dos partidos ou federações distribuirão os recursos restantes aos diretórios regionais, sendo:

a) metade na proporção do número de eleitores de cada Estado, do Distrito Federal e de cada Território; e

b) metade na proporção das bancadas dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, que o partido ou federação elegeu para a Câmara dos Deputados.

IV – nas eleições municipais, os diretórios nacionais dos partidos políticos ou a direção nacional de cada federação reservarão dez por cento dos recursos para sua

administração direta e distribuirão os noventa por cento restantes aos diretórios regionais, conforme critérios estabelecidos nas alíneas a e b do inciso I.

V – dos recursos recebidos pelos diretórios regionais, dez por cento serão reservados para a sua administração direta e os noventa por cento restantes serão distribuídos aos diretórios municipais, sendo:

a) metade na proporção do número de eleitores do município; e

b) metade na proporção do número de vereadores eleitos pelo partido político ou federação, no município, em relação ao total de vereadores eleitos pelo partido político ou federação no Estado.(NR)

Art. 18 (REVOGADO)

Art. 19. Até dez dias após a escolha de seus candidatos em convenção, o partido, coligação ou federação partidária constituirá comitês financeiros, com a finalidade de

administrar os recursos de que trata o art. 17. (NR)

Art. 20. O partido, coligação ou federação partidária fará a administração financeira de cada campanha, usando unicamente os recursos orçamentários previstos nesta Lei, e fará a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral, aos Tribunais Regionais Eleitorais ou aos Juizes Eleitorais, conforme a circunscrição do pleito.

§ 1º Fica vedado, em campanhas eleitorais, o uso de recursos em dinheiro, ou estimáveis em dinheiro, provenientes dos partidos e federações partidárias e de pessoas físicas e jurídicas.

§ 2º Os partidos políticos, as coligações e as federações partidárias deverão apresentar:

I – quarenta e cinco dias anteriores à data da eleição, a primeira prestação de contas dos recursos usados na campanha até o momento da declaração; e

II - até dez dias após a data de realização do pleito, a prestação de contas complementar, relativa aos recursos despendidos posteriormente à primeira declaração até o fim da campanha. (NR)

Art. 21. (REVOGADO)

Art. 22. É obrigatório para o partido, coligação e federação partidária abrir conta bancária específica para registrar todo o movimento financeiro das campanhas.

§ 1º Os bancos são obrigados a aceitar o pedido de abertura de conta destinada à movimentação financeira de campanha, sendo-lhes vedado condicioná-la a depósito

mínimo.

......................................................................(NR)

Art. 23 (REVOGADO)

Art. 24. É vedado a partido, coligação, federação partidária e candidato receber, direta ou indiretamente, recursos em dinheiro ou estimáveis em dinheiro, inclusive

através de publicidade de qualquer espécie, além dos previstos nesta Lei.

§ 1º A doação de pessoa física para campanhas eleitorais sujeita o infrator ao pagamento de multa no valor de cinco a dez vezes a quantia doada.

§ 2º A pessoa jurídica que descumprir o disposto neste artigo estará sujeita ao pagamento de multa no valor de cinco a dez vezes a quantia doada e à proibição de participar de licitações públicas e de celebrar contratos com o Poder Público pelo período de cinco anos, por determinação da Justiça Eleitoral, em processo no qual seja assegurada ampla defesa.

§ 3º O partido ou federação que infringir o disposto neste artigo estará sujeito a multa no valor de três vezes o valor recebido em doação.

§ 4º Nas eleições majoritárias, o candidato que infringir o disposto neste artigo estará sujeito à cassação do registro ou do diploma, se este já houver sido expedido.

§ 5º Nas eleições proporcionais, observar-se-á o seguinte:

I – comprovada a responsabilidade do candidato, aplicar-se-lhe-ão as mesmas punições previstas no § 4º deste artigo, sem prejuízo de sua responsabilização por

abuso de poder econômico, conforme as penas cominadas no art. 23, inciso III, da Lei n.º 8.884, de 11 de junho de 1994;

II – comprovada a responsabilidade do partido ou 10 federação, independentemente da aplicação da multa prevista no § 3º, serão cassados o registro da lista partidária

ou os diplomas dos candidatos, se já expedidos.

§ 6º Na hipótese de cassação de registro da lista partidária ou de federação, os votos que lhes foram atribuídos serão nulos, devendo a Justiça Eleitoral proceder a novo cálculo dos quocientes eleitoral e partidário. (NR)

Art.25. O partido ou federação que descumprir as normas referentes à arrecadação e aplicação de recursos fixadas nesta Lei perderá o direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário do ano seguinte, sem prejuízo de responderem os candidatos beneficiários por abuso do poder econômico. (NR)

Art. 25-A A fiscalização de abuso do poder econômico, no curso da campanha, será exercida por uma comissão instituída pela Justiça Eleitoral, em cada circunscrição.

§ 1º A composição, atribuições e funcionamento da comissão serão disciplinados pelo Tribunal Superior Eleitoral.

§ 2º Entre os membros da comissão constarão os representantes dos partidos, federações, coligações e outros que a Justiça Eleitoral considerar necessários.

§ 3º Por solicitação da comissão, o órgão competente da Justiça Eleitoral poderá, liminarmente, determinar a suspensão da campanha do candidato ou da lista, nas

hipóteses previstas nos §§ 4º e 5º do art. 24, pelo prazo máximo de cinco dias, assegurada ampla defesa.

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Art.27 (REVOGADO)

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Art. 33. ................................................................

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IV – plano amostral e quotas a serem usadas com respeito a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico e área física de realização do trabalho; intervalo de confiança e margem de erro máximo admissível; informações sobre base de dados usada para a confecção da amostra, a saber: proveniência (censo, pesquisa por amostragem, ou outra modalidade), entidade que produziu e o ano de coleta dos dados;

.......................................................................(NR)

Art. 33-A. As entidades e empresas especificadas no art. 33 são obrigadas, a cada pesquisa, a depositar, na Justiça Eleitoral, até quarenta e oito horas após a divulgação dos resultados, as seguintes informações:

a) o percentual de entrevistas obtido em cada combinação de atributos ou valores das variáveis usadas para estratificação da amostra, tais como idade, sexo ,

escolaridade e nível sócio econômico dos entrevistados;

b) para pesquisas de âmbito nacional, o perfil, por Estado, da amostra usada, com as informações da alínea a, complementadas com a relação nominal dos municípios

sorteados e o número de entrevistas realizadas em cada um;

c) para pesquisas de âmbito estadual, a relação nominal dos municípios sorteados, número de entrevistas realizadas e número de pontos de coleta de dados usados em

cada um deles;

d) para pesquisas de âmbito municipal, número e localização dos pontos de coleta de dados usados, número de entrevistas efetuadas em cada um, e processo de seleção

desses pontos;

e) para as pesquisas de “boca de urna”, além das informações objeto dos itens anteriores, a distribuição das entrevistas por horários no dia da eleição, com especificação de quantas entrevistas foram feitas em cada horário, a partir

do começo da votação, até o último horário, quais as zonas e seções eleitorais sorteadas, qual o número de entrevistas por zonas e seções eleitorais e, se houver quotas, a sua especificação por horários, zonas e seções eleitorais.

Parágrafo único. O arquivo eletrônico com os dados obtidos pela aplicação do questionário completo registrado deverá ser depositado, até quarenta e oito horas após a divulgação dos dados da pesquisa, nos órgãos da Justiça Eleitoral mencionados no § 1º do art. 33, e ser de imediato posto à disposição, para consulta, dos partidos, coligações e federações com candidatos ao pleito.

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Art.39...................................................................

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§ 4º A realização de comício é permitida no horário compreendido entre as oito horas e as vinte e quatro horas;espetáculos do tipo “showmício” e apresentações de natureza similar, que usem de artifícios visuais ou da participação de músicos, artistas e profissionais dos meios de comunicação de massa são permitidos desde que, para efeito de prestação de contas, sejam contabilizados a preço de mercado, ainda que prestados graciosamente.

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§ 6º Os infratores do disposto no § 4º estão sujeitos a multa equivalente ao dobro do que foi recebido ou estipulado, e o candidato, partido ou federação, a cassação do respectivo registro. (NR)

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Art. 42 ................................................................

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§ 2º ...................................................................

I - trinta por cento, entre os partidos, federações partidárias e coligações que tenham candidato a Presidente da República;

II – trinta por cento, entre os partidos, federações partidárias e coligações que tenham candidato a Governador e a Senador;

III – quarenta por cento, entre os partidos e federações partidárias que tenham candidatos a Deputado Federal, Estadual ou Distrital;

IV – nas eleições municipais, metade entre os partidos, federações partidárias e coligações que tenham candidato a Prefeito, e metade entre os partidos e federações que tenham candidatos a Vereador.

........................................................................(NR)

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Art. 46. ..................................................................

..............................................................................

II – nas eleições proporcionais, os debates deverão ser organizados de modo que assegurem a presença de número equivalente de candidatos de todos os partidos e federações partidárias a um mesmo cargo eletivo, podendo desdobrar-se em mais de um dia.

........................................................................(NR)

.....................................................................................

Art. 59. ..................................................................

..............................................................................

§ 2º (REVOGADO)

.....................................................................................

Art. 60. (REVOGADO)

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Art. 83. ..................................................................

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§ 2º Os candidatos a eleição majoritária serão identificados pelo nome indicado no pedido de registro, pela sigla e pelo número adotados pelo partido, coligação ou federação a que pertencem, e deverão figurar na ordem determinada por sorteio;

§ 3º Para as eleições realizadas pelo sistema proporcional, a cédula terá espaços para que o eleitor escreva a sigla ou o número do partido ou da federação de sua preferência.

........................................................................(NR)

Art. 85. (REVOGADO)

Art. 86. (REVOGADO)”

Art. 6º Os atuais detentores de mandato de Deputado Federal, Estadual e Distrital que, até a véspera da convenção para escolha de candidatos, fizerem comunicação por escrito, ao órgão de direção regional, de sua intenção de concorrer ao pleito, , comporão a lista dos respectivos partidos ou federações, na ordem decrescente dos votos obtidos nas eleições de 2002, salvo deliberação em contrário do órgão competente do partido.

§ 1º O ordenamento da lista a que se refere o caput obedecerá aos seguintes critérios:

I – primeiramente, na ordem decrescente da votação obtida no pleito de 2002, os candidatos originários, isto é, os eleitos pelo próprio partido ou em coligação com este, os suplentes efetivados e os suplentes que exerceram o mandato por, pelo

menos, seis meses até 31 de dezembro de 2003;

II – a seguir, os candidatos que houverem mudado de legenda partidária após o pleito de 2002, respeitada, igualmente, a ordem da votação obtida.

§ 2º Na hipótese de o partido ou federação não dispor de nenhum candidato originário, os candidatos oriundos de outros partidos comporão sua lista pela ordem decrescente de suas votações no pleito de 2002.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO

O presente projeto de lei visa a sanar alguns problemas cruciais, de longa data apontados no sistema eleitoral brasileiro, os quais afetam não apenas o comportamento dos candidatos durante as campanhas, mas também os próprios partidos políticos. Esses problemas têm, igualmente, profundos reflexos no funcionamento das Casas Legislativas, dos órgãos governamentais nos três níveis de governo e, até mesmo, no relacionamento entre os Poderes.

Entre os problemas mencionados, que requerem soluções mais urgentes, estão os seguintes:

a) a deturpação do sistema eleitoral causada pelas coligações partidárias nas eleições proporcionais;

b) a extrema personalização do voto nas eleições proporcionais, da qual resulta o enfraquecimento das agremiações partidárias;

c) os crescentes custos das campanhas eleitorais, que tornam o seu financiamento dependente do poder econômico;

d) a excessiva fragmentação do quadro partidário; e) as intensas migrações entre as legendas, cujas bancadas no Legislativo oscilam substancialmente ao

longo das legislaturas.

Tais aspectos estão inter-relacionados e demandam, portanto, tratamento conjunto, apesar de a disciplina legal das matérias pertinentes ocorrer em diferentes diplomas.

O sistema eleitoral proporcional, adotado em nosso país desde o Código Eleitoral de 1932, é praticado em numerosas democracias contemporâneas, seja em forma pura, seja combinado com o sistema majoritário, em escala distrital, em sistemas mistos de várias modalidades, os quais se têm difundido mundialmente nos últimos anos.

No sistema proporcional, a regra de conversão de votos em cadeiras parlamentares estipula que se guarde a proporcionalidade entre o tamanho da bancada que um partido conquista e o número de votos por ele recebido. No Brasil, essa proporcionalidade se faz dentro dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. É usada a fórmula do "quociente eleitoral", somente podendo ter representantes eleitos o partido que conquistar votos que alcancem pelo menos um vez o valor desse quociente.

A exigência não é atendida por muitos partidos, os quais, para contorná-la, se coligam com outros, estratégia que lhes permite superar a barreira do quociente. Os votos dos partidos coligados se totalizam em nível de coligação e, na atribuição das cadeiras, segue-se a ordem de votação nominal dos candidatos, como se apenas de um partido se tratasse.

A mecânica mencionada é habitualmente ignorada pelo eleitor, que sufraga um candidato, sem saber que o voto que a ele confere pode, na verdade, vir a eleger candidato de outro partido. Não raro, um candidato da agremiação maior na coligação deixa de ser eleito, porque vem a ser preterido pelo da agremiação menor. Esta, sem a coligação, não teria alcançado o quociente.

A prática dilui as diferenças entre os partidos, parecendo

servir apenas de expediente para burlar a barreira legal. Além disso, a nãopermanência da coligação após o pleito, no trabalho legislativo, acentua o

caráter oportunista e episódico da aliança.

Da perspectiva do eleitor comum, portanto, subtrai-se inteligibilidade ao sistema e, no médio prazo, pode afetar-se a própria legitimidade da representação.

Para corrigir tal distorção, estamos propondo o fim das coligações nas eleições proporcionais, em linha com numerosos projetos de lei que têm tramitado tanto nesta Casa quanto no Senado Federal, entre eles o PL nº 1.562, de 1999 (PLS 178/99), de autoria do então Senador Sérgio Machado, o PL nº 669, de 1999, de autoria do Deputado Aloysio Nunes Ferreira; PL nº 3.367, de 2000, do Deputado Ricardo Ferraço; PL nº 7.048, de 2002, do Deputado Coriolano Sales.

Contudo, pequenas agremiações, de caráter histórico, que legitimamente se propõem a difundir suas idéias e princípios na vida política, reivindicam o direito de subsistir como tais. Com o fim das coligações, a fórmula das federações, sobre a qual dispõe o projeto, permitirá aos pequenos partidos contornar o obstáculo do quociente eleitoral, desde que haja o compromisso, legalmente estabelecido, de estabilidade da aliança pelo período mínimo de três anos, pois funcionarão eles como um só partido.

Outrossim, a união de partidos em federações permitirlhes- á satisfazer as exigências da Lei dos Partidos no que respeita ao funcionamento parlamentar, uma vez que seus votos são somados como se de um único partido se tratasse.

A idéia de federação foi lançada, inicialmente, no Senado Federal, no PL nº 2.220, de 1999, de autoria do Senador José Agripino (PLS nº 180/99), dentro do contexto do voto proporcional vigente no País, que é o da lista aberta. Visa a proposição contornar a exigência legal para o funcionamento parlamentar contida no art. 13, da Lei nº 9.096, de 1995 (Lei dos Partidos). Nesta Casa, o Deputado Virgílio Guimarães apresentou o PL nº 3.952/2000, instituindo as federações partidárias destinadas a permitir o registro definitivo dos partidos dela integrantes.

Outro aspecto problemático do sistema eleitoral brasileiro que acima apontamos reside na personalização do voto. Uma característica da maioria das democracias que adotam o sistema eleitoral proporcional é o voto em listas fechadas, ou seja, listas, definidas pelos partidos antes das eleições, em que os candidatos vêm apresentados na seqüência em que os partidos os querem eleitos. Após as eleições, se um partido, em razão do “quociente partidário”, tem direito, por exemplo, a quinze cadeiras no Legislativo, elas serão ocupadas pelos quinze primeiros nomes da lista preordenada oferecida aos eleitores.

No Brasil, optou-se por uma espécie rara de sistema proporcional, a lista aberta, em que o voto é dado ao candidato, não à legenda. Ainda que se permita o voto de legenda, ele ainda é minoritário. É somado ao total de votos conferidos aos candidatos, para efeito do cálculo do quociente eleitoral.

O voto em candidato, em vez de em partido, tem sido diagnosticado, de longa data, inclusive por eminentes líderes políticos, como nocivo à disciplina e coesão partidárias. Na medida em que boa parcela de nossa representação política enfrenta o desafio eleitoral através de esforços e estratégias individuais, inclusive no financiamento de campanhas, certamente seu comportamento com relação ao partido não terá as mesmas características que teria, caso o partido fosse relevante para a escolha dos eleitores.

Como se vê, no projeto, estamos diante do voto de legenda puro. Em geral, na cédula de votação, aparecem legenda partidária e, a título de ilustração, os primeiros nomes da lista, nunca a lista completa. Vota-se num partido, não num candidato. Propostas no sentido de abandonarmos a votação em candidato para a votação na lista partidária preordenada, seja em forma pura, seja mista (no que a literatura chama sistemas de lista flexível), têm sido apresentadas no Congresso: na Câmara, o PL nº 2887, de 2000, de autoria do Deputado João Paulo; o Senado Federal aprovou o PL nº 3.428, de 2000 (PLS nº 300/99), de autoria do ex-Senador Roberto Requião, ao qual se apensaram nesta Casa o PL nº 3.949/2000, de autoria do Deputado Virgílio Guimarães, e o PL nº 992/2003, de autoria do Deputado Bonifácio de Andrada.

Trata-se de uma opção política, no sentido de reforçar as agremiações partidárias, dentro da visão de que, em sociedades de massa, com gigantescos eleitorados, a democracia representativa só funciona bem quando há partidos, isto é, organizações intermediárias capazes de recrutar líderes e militantes, fazer campanhas em torno de plataformas, atuar disciplinadamente no Legislativo e, conquistando o governo, levar adiante as políticas pelas quais propugnaram. O funcionamento da democracia requer interlocutores confiáveis e permanentes. Os partidos são tão relevantes na moldura política de um país quanto a existência de um marco regulatório e jurídico estável o é para a sua economia e sociedade.

Não há falar, com a introdução do voto em lista partidária preordenada, em ofensa ao princípio do voto direto, cláusula pétrea da Constituição. Voto direto significa que o voto leva à apuração do resultado da eleição sem decisão intermediária. Fica excluída, por exemplo, a eleição por meio de delegados, num colégio eleitoral. O eleitor escolhe diretamente o partido, o que significa escolher um grupo de candidatos organizados em lista, os quais, eleitos na ordem em que nela se apresentam, vão desempenhar sua função no parlamento. Não é novidade ter optado nosso sistema constitucional, faz muito, pela democracia por meio dos partidos.

Nossa Constituição dedica aos partidos políticos o Capítulo V – “Dos Partidos Políticos” – do Título II - "Dos Direitos e Garantias Fundamentais", além de exigir, entre as condições de elegibilidade, a filiação partidária, na forma da lei. Aos que argumentam que, com a sistemática ora proposta, priva-se o eleitorado de um direito, que é o de votar no candidato, na pessoa, obrigando-o a votar numa coletividade, há que lembrar que, mesmo sob a forma atual de voto em lista aberta, o eleitor não vota no universo de concidadãos. Vota em candidatos filiados a partidos, por estes selecionados previamente, colocados numa lista e assim apresentados ao eleitorado. Houve, portanto, uma intermediação, uma seleção prévia, feita pela agremiação, não pelo eleitor, que não pode votar em quem quiser, a seu bel-prazer, senão apenas num grupo de pessoas designado pelo partido.

Ademais, o voto de legenda é ínsito ao sistema proporcional, sendo adotado entre nós desde a introdução deste, jamais contestada a sua constitucionalidade.

A disposição contida no projeto visa precisamente ao reforço das entidades partidárias. A disciplina do comportamento legislativo destas se obtém, quase sempre, não como fruto da adesão de seus filiados a princípios ou programas, que os levam a votar na mesma direção, mas sim da busca, por eles, de vantagens individuais. Tampouco se pode ignorar que, tal como acontece na presente legislatura, em virtude das intensas migrações entre as legendas, a disciplina do partido num tempo 1 é a de uma entidade diversa da que se apresenta em plenário nos tempos 2, 3, e assim por diante, em virtude da mudança significativa de

composição partidária.

Tal situação longe está de refletir a desejável estabilidade institucional; retrata, antes, um ambiente altamente instável, e provavelmente diminui o prestígio das instituições políticas, em particular o do Poder Legislativo, perante a sociedade. Com maior estabilidade do quadro partidário, podem os partidos desempenhar uma crucial função, a de clarificar, para o eleitorado, as questões em jogo na sociedade e as propostas de cada grupo para lidar com elas. Os partidos organizados são capazes de fazer compromissos e cumpri-los, de interagir responsavelmente uns com os outros nas negociações no plano do Legislativo e na composição dos governos de coalizão, que em nosso país são a forma habitual de exercício do Poder Executivo. Em suma, os partidos trazem segurança à vida política e permitem a formação de expectativas razoáveis sobre seus comportamentos futuros, exigência da vida moderna para todos os agentes responsáveis no âmbito público.

O atual sistema eleitoral não só é corrosivo para os partidos, mas é também obstáculo à implantação do financiamento público de campanhas eleitorais.

O problema do financiamento de partidos e candidaturas é um dos maiores desafios que enfrentam as democracias hodiernas. Em passado não muito distante, o trabalho eleitoral era feito, em muitos países, com recurso à militância, quase sempre em caráter voluntário. Em alguns países, fazia-se a campanha de porta em porta e contato direto com o eleitor. Os comícios tinham grande importância. Crescentemente, os meios de comunicação de massa passaram a substituir o antigo trabalho pessoal, sobretudo devido à própria magnitude demográfico do eleitorado. As campanhas mudaram radicalmente de feição, com a presença cada vez maior da mídia televisiva. As implicações de custo foram imediatas. Hoje em dia, as campanhas se tornaram caríssimas, o que leva à necessidade de abundantes recursos financeiros, em geral não disponíveis para partidos e candidatos.

A necessidade de recursos é suprida seja pelas contribuições privadas, de cidadãos e, sobretudo, de grandes empresas, seja pelo uso da máquina administrativa. Em ambos os casos, são maculadas a normalidade e a legitimidade das eleições. Na primeira situação, gera-se dependência da representação com respeito aos seus financiadores, o que não é sadio para a vida democrática. Na segunda, configura-se uma deturpação do princípio republicano, desigualando os competidores e criando-se uma patrimonialização da coisa pública em proveito de poucos. As democracias têm apelado, por essa razão, para esquemas de financiamento público, que, entre outras virtudes, possibilita a partidos e candidatos sem acesso a fontes privadas competir em igualdade de condição com os demais.

No entanto, o convívio entre financiamento público e privado é problemático, porque não inibe a ação do poder econômico, razão pela qual optamos, neste projeto, pelo financiamento público exclusivo.

O tema do financiamento público vem sendo tratado em proposições apresentadas nas duas Casas do Congresso: o PL nº 4.593, de 2001 (PLS nº 353/99), de autoria do ex-Senador Sérgio Machado, o PL nº 671/99, de autoria do Deputado Aloysio Nunes Ferreira, o PL nº 830/99, de autoria da ex-Deputada Rita Camata, o PL nº 1.577/99, de autoria do Deputado Clementino Coelho, o PL nº 1.495/99, do Deputado João Paulo, o PL nº 2.948/00, do Deputado Haroldo Lima.

O financiamento público exclusivo é, porém, incompatível com a sistemática atual do voto em lista aberta. A campanha em bases individuais, peculiar a essa modalidade, exigiria a divisão da dotação partidária pelos candidatos. Os recursos se diluiriam e, certamente, teriam de ser complementados com recursos de outras fontes, e o sistema estaria comprometido. Com financiamento a partidos que apresentam listas fechadas, a campanha eleitoral será da agremiação como um todo. Os programas eleitorais, os comícios, a propaganda, enfim, serão empreendimentos partidários, devendo todos trabalhar pela causa comum. O custo da campanha poderá diminuir sensivelmente e mais se reforçará a legitimidade do processo político. Também a fiscalização dos pleitos pela Justiça Eleitoral tornar-se-á muito mais simples, pois em vez de deparar-se ela com milhares de prestações de conta, produzidas por milhares de candidatos, examinará um número reduzido delas, de responsabilidade os próprios partidos.

Não menos significativo em nossa vida política tem sido o problema da fragmentação do quadro partidário, já implicitamente mencionado quando falamos do tema das coligações nas eleições proporcionais. Diagnósticos de faz alguns anos viam como extremamente negativa a proliferação de legendas, propiciada por normas legais demasiado permissivas para a criação de partidos.

Muitas democracias contemporâneas são multipartidárias e parlamentares. Sua governabilidade não é comprometida, porque os partidos se unem para a formação de gabinetes, que procuram contemplar as várias agremiações com pastas ministeriais. Na prática, portanto, os partidos se aproximam, passando a funcionar em bloco, seja no governo, seja na oposição.

Contudo, o multipartidarismo com presidencialismo é mais problemático. São oportunas as conclusões de ambiciosa pesquisa comparativa sobre as instituições políticas e o desenvolvimento, que a seguir citamos:

Tem-se afirmado serem os sistemas presidenciais sobremodo instáveis quando seu sistema partidário é altamente fracionado ( ...) A ausência de um partido majoritário (...) tem forte impacto sobre a estabilidade das democracias presidenciais, instáveis quando nenhum partido controla uma maioria de assentos na câmara baixa. Já as perspectivas de sobrevivência das

democracias parlamentares independem da existência de um partido majoritário.

Na verdade, a maneira como o sistema presidencial brasileiro procura superar a dificuldade da fragmentação partidária, com a falta de um partido maior de sustentação parlamentar, é mediante a construção de coalizões, tecidas mediante forte cooptação individual de parlamentares, a qual, o mais das vezes, é a responsável pelas intensas mudanças de partido.

Para obter um quadro partidário menos fragmentado, as democracias contemporâneas valem-se de alguns recursos. Um deles é a adoção de uma regra de atribuição de cadeiras entre os partidos, após as eleições, que pode favorecer os partidos maiores (a fórmula d’Hondt, conhecida como “das maiores médias”, tem esse efeito). Outro recurso são as cláusulas de desempenho, que fixam porcentagens mínimas do eleitorado para que os partidos tenham representação parlamentar.

No Brasil, o art. 13 da Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) dispõe que, para funcionamento parlamentar, os partidos tenham alcançado pelo menos cinco por cento dos votos apurados, distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois por cento do total de cada um deles. Essa cláusula, atenuada por disposições transitórias de transição, entrará em vigor na eleição de 2006.

A existência de legendas pequenas, mas com importância histórica, que se propõem a difundir suas idéias e princípios, suscita uma importante questão para os esforços de “engenharia política” destinados a estreitar o leque partidário.

Até o momento, como salientado anteriormente, a mecânica das coligações tem dado sobrevida a essas legendas. No projeto ora apresentado, propõe-se a nova figura das federações partidárias, para que desempenhem a mesma função das coligações, sem os inconvenientes destas.

1 Adam Przeworski, Michael E. Alvarez, José Antônio Cheibub e Fernando Limongi, Democracy and Development: Political Institutions and Well-Being in the World, 1950-1990, Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2000, pgs 128-136

A disposição permanente do art. 13 da Lei dos Partidos, diante da proibição das coligações nas eleições proporcionais, parece-nos poder ser atenuada, sem concessão, todavia, no que diz respeito ao caráter nacional dos partidos, exigência da Constituição Federal (art. 17, I).

Além dos aspectos acima discutidos, outros problemas se apresentam no sistema eleitoral, com reflexos no sistema político, que é possível corrigir. Outra deficiência de nossa organização política é a baixa representação das mulheres. A experiência internacional demonstra que um estímulo consciente, no plano institucional, dessa representação tem dado frutos, pelo que se recomenda a atenção ao problema na presente reforma. Além de manter, na disposição relativa às listas preordenadas, o percentual mínimo hoje assegurado a cada sexo, o projeto também assegura, inspirando-se em propostas apresentadas pela Deputada Luíza Erundina, trinta por cento do total de recursos do Fundo Partidário destinados à criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa ou de doutrinação política, às instâncias partidárias dedicadas ao estímulo e crescimento da participação política feminina e pelo menos vinte por cento do tempo destinado à propaganda partidária gratuita para promover e difundir a participação política das mulheres.

Finalmente, o Projeto contempla aperfeiçoamentos no tocante às pesquisas eleitorais, no sentido de obter maior transparência no seu uso durante as campanhas eleitorais.

A proposição ora apresentada resulta do cuidadoso exame e aproveitamento de inúmeras outras, oferecidas nas duas Casas do Congresso Nacional, as quais versam sobre alguns dos temas básicos de uma reforma política. É produto, também, da audiência de renomados especialistas nos temas tratados que atenderam ao convite da Comissão para discuti-los conosco.

Mas, sem dúvida, foi essencial para construí-la a contribuição de nossos Pares, tanto os membros do Colegiado, como também outros ilustres colegas interessados na reforma política, que, com sua presença assídua e entusiasmo nas discussões, muito ajudaram ao Presidente e ao Relator na consolidação de um texto com os pontos mais relevantes e urgentes da reforma política, suscetíveis de tratamento articulado no plano infraconstitucional.

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Na certeza de que o projeto constitui um passo decisivo para o aprimoramento de nossa democracia, ao atacar problemas cuja natureza exige soluções interligadas, contamos com o apoio de nossos Pares para sua aprovação.

Sala das Sessões, em de de 2007.

Como o senhor pode auferir, o deputado Regis de Oliveira (PSC-SP), substitui mais de 100 propostas que tratavam da reforma política e que foram rejeitadas pelo Plenário onteontem. O texto é idêntico ao substitutivo aprovado pela Comissão Especial da Reforma Política, na qual o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) foi relator. A proposta estabelece, entre outras medidas, voto em lista fechada, financiamento público de campanha, cláusula de barreira e proibição de coligação nas eleições proporcionais (para vereador e deputado).

Regis de Oliveira assumiu a autoria da proposta após a retirada da assinatura do líder do PDT, Miro Teixeira (RJ), que constava como autor do projeto, pois o PDT foi o primeiro a sugerir a apresentação da proposta nesta sessão legislativa. Como o PSC era o próximo partido na seqüência da lista de apoio à proposta, Oliveira assumiu a autoria. O deputado paulista, no entanto, é contra um dos principais pontos do projeto: a lista fechada (*) ou preordenada para candidatos proporcionas.

Voto em lista (*)

De acordo com o novo projeto, será atribuição dos partidos e das federações partidárias registrar seus candidatos em listas preordenadas para a Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa, assembléias legislativas e câmaras municipais, com quantidade de concorrentes equivalente a uma vez e meia o número de vagas em disputa.

Os atuais detentores de mandato de deputado, em todos os níveis, que optarem por disputar a reeleição terão preferência na lista, seguindo ordem decrescente do votos obtidos nas últimas eleições, "salvo deliberação em contrário do órgão competente do partido".

Esse ordenamento obedecerá aos seguintes critérios:

- primeiramente serão registrados os candidatos eleitos pelo próprio partido ou em coligação, os suplentes efetivados e os suplentes que exerceram o mandato por, pelo menos, seis meses até 31 de dezembro de 2003; e

- a seguir, os candidatos que houverem mudado de legenda partidária após o pleito de 2002, respeitada a ordem de votação obtida.

Caso o partido ou federação não disponha de nenhum candidato originário (eleito pela legenda), os candidatos vindos de outros partidos comporão sua lista pela ordem decrescente de suas votações no pleito de 2002.

Divergências

"A lista fechada cria a ditadura do partido, pois quem tem o controle da legenda terá o controle da lista, vai privilegiar os líderes, a família dos líderes, os amigos dos líderes", criticou Regis de Oliveira. Ronaldo Caiado, um dos relatores da proposta nesta nova fase, considera, no entanto, que o voto em candidato, em vez de em partido, é nocivo à disciplina e coesão partidárias. "Em sociedades de massa, com gigantescos eleitorados, a democracia representativa só funciona bem quando há partidos, isto é, organizações intermediárias capazes de recrutar líderes e militantes".

Tramitação

A substituição das antigas propostas sobre reforma política pelo Projeto de Lei 1210/07 foi acertada pelos líderes partidários no fim de maio. Na prática, a mudança transfere para a Câmara a autoria da reforma política, uma vez que o projeto principal (PL 8039/86) do conjunto de propostas rejeitadas no mês passado era do Senado. Com a nova tramitação, mesmo que o Senado (onde será votada em seguida) modifique o texto aprovado na Câmara, as mudanças terão que ser confirmadas pelos deputados, antes de a proposta ser enviada para a sanção presidencial.

O projeto tramita em regime de urgência, o que permite a sua análise diretamente pelo Plenário sem a necessidade de as comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania analisarem previamente a matéria.

Dr. Sérgio. Aqui estão as principais sugestões à melhoria do projeto.

Financiamento público
O Projeto de Lei 1210/07 estabelece o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais. Segundo a proposta, em ano eleitoral a lei orçamentária incluirá dotação, em rubrica própria, de valor equivalente ao número de eleitores do País, multiplicado por R$ 7, tomando-se por referência o eleitorado existente em 31 de dezembro do ano anterior à lei orçamentária. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fará a distribuição dos recursos às direções nacionais dos partidos dentro de dez dias, contados da data do depósito dos recursos em conta especial a ser aberta no Banco do Brasil, segundo os seguintes critérios:
- 1% dividido igualmente entre todos os partidos registrados no TSE;
- 14% divididos igualmente ente os partidos e federações com representação na Câmara dos Deputados;
- 85% divididos entre os partidos e federações proporcionalmente ao número de representantes que elegeram na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.

A aplicação dos recursos pelos partidos internamente também deverá respeitar alguns critérios, como a existência de candidato próprio à Presidência da República. "Com financiamento a partidos que apresentem listas fechadas, a campanha eleitoral será da agremiação como um todo", explica Ronaldo Caiado. "A fiscalização por parte da Justiça Eleitoral também será simplificada, pois deixará de analisar milhares de prestações de contas, produzidas por milhares de candidatos, e examinará um número reduzido delas, de responsabilidade dos próprios partidos", diz Caiado.

Cláusula de barreira
A nova proposta resgata a cláusula de barreira, limitando o funcionamento parlamentar, em todas as casas legislativas, apenas às legendas que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados, obtiverem o apoio de, no mínimo, 2% dos votos apurados nacionalmente, não computados os brancos e nulos, distribuídos em, pelo menos, 1/3 dos estados e que eleja, pelo menos, um representante em cinco desses estados.

No fim de 2006, o Supremo Tribunal Federal derrubou a antiga
cláusula de barreira (*) >>>Cláusula de barreira >>Exigência da Lei dos Partidos Políticos (9096/95), considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, para que os partidos tivessem direito ao funcionamento nas Casas legislativas, a recursos do Fundo Partidário e ao horário gratuito na televisão (propaganda partidária).
Para atingir a cláusula, o partido precisaria obter 5% dos votos válidos dados a deputado federal em todo o País, distribuídos em pelo menos nove estados, com um mínimo de 2% do total de cada um deles.

Funcionamento parlamentar
O partido que perdesse o direito a funcionamento parlamentar continuaria existindo como partido fora da Câmara, mas perderia a condição de partido dentro da Casa. Ou seja, não formaria bancada, não teria líder, não participaria da divisão proporcional dos cargos da Mesa, das comissões permanentes e da Comissão Mista de Orçamento, das CPIs e das comissões especiais destinadas a examinar projetos de lei.

por considerar que a restrição aos partidos é incompatível com o artigo 17, da Constituição, que assegura a "livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos". Mudança nesse sentido, definiu o STF, deveria ser feita por emenda constitucional.

Para amenizar a resistência dos partidos menores, o novo projeto autoriza a instituição de federações partidárias para efeito de enquadramento à cláusula de barreira. Essa federação funcionaria como uma forma de agremiação partidária, formada até quatro meses antes das eleições. Durante três anos, as legendas deixarão de atuar como partidos isolados e passarão a agir como se fossem um único partido. Hoje um partido pode se coligar com outro para uma eleição e desfazer a união logo em seguida.

Showmícios
O projeto de Regis de Oliveira volta a autorizar a realização de showmícios, proibidos nas eleições de 2006. A proposta limita esses eventos ao período entre 8 horas e 24 horas e permite a presença de "músicos, artistas e profissionais dos meios de comunicação de massa", desde que sejam contabilizados a preço de mercado na prestação de contas, mesmo que os serviços tenham sido prestados gratuitamente.

Portanto, preclaro Dr. Sérgio, o PDT saiu fora dessa encrenca e vai interferir, ao lado de uma frente de partidos (seis) de centro-esquerda, para esvaziar essas propostas, que, permita-me o comentário, é a mascaração de um desgaste ainda maior, se isso ainda for possível, de nossa solapada democracia.

Respeitosos cumprimentos,

De seu dileto admirador

Val-André Mutran Pereira.

Ave JCR!

Já estava em Brasília ao tempo em que o noviço João Carlos Rodrigues, invadio, de peito aberto, a cidade em que nascí.

Foi, parece-me, uma invasão planejada.

Seja bem-vindo, pois, JCR!

Começa audiência sobre serviços de mototáxi

Fotos:Edson Santos
Começou há pouco audiência pública na Comissão de Viação e Transportes para debater a regularização dos serviços de mototáxi e motoboy. O objetivo é esclarecer as atribuições legislativas de estados e municípios quanto à regulação dessas atividades.

Participam da reunião o coordenador do escritório da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) em Brasília, Nazareno Stanislau Affonso; o presidente da Federação dos Mototaxistas e Motoboys do Brasil (Fenamoto), Robson Alves; o diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Alfredo Peres da Silva; e o presidente da Associação de Vereadores de Minas Gerais, Edeson Melgarço e o deputado federal Giovanni Queiroz (PDT-PA).

O diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Alfredo Peres da Silva, disse há pouco que é importante regulamentar as atividades de mototaxistas e motoboys, uma vez que decisão do Supremo Tribunal Federal classificou essa tarefa como competência privativa da União. A decisão prejudicaria as legislações municipais sobre o assunto, muitas das quais prevêem habilitação e seguro especiais para esses profissionais, além de treinamento.

Na opinião de Alfredo Peres da Silva, também é importante proibir o transporte de produtos perigosos em motos. Sobre segurança, ele lembrou que uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) já estabelece como requisitos obrigatórios para a atividade remunerada de motociclista o uso de capacete e de colete e a especificação do piloto e do veículo. "A resolução do Contran, no entanto, generaliza as exigências para todo tipo de motociclista e o projeto [de regulamentação] pode fazer a diferenciação para atender apenas os motoristas profissionais", disse.

O deputado Affonso Camargo (PSDB-PR) pediu às entidades representantes de motoboys e mototaxistas que enviem sugestões para que ele elabore seu parecer sobre o Projeto de Lei 6302/02, do Senado, que regulamenta as duas profissões. Camargo, que participou de audiência pública na Comissão de Viação e Transportes sobre assunto, espera atender as necessidades do setor. Ele disse estar convencido de que atividade precisa urgentemente de regulamentação.

O 2º vice-presidente da comissão, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), ressaltou a necessidade de que a lei contenha regulamentação para delegar competência para que os municípios atuem no setor. "Do contrário, o assunto continuará restrito à União", argumentou.

O coordenador do escritório da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) em Brasília, Nazareno Stanislau Affonso, disse há pouco que a regulamentação do serviço de mototáxi como transporte público deve levar em consideração uma série de fatores, como a criação de uma carteira especial para o mototaxista. Affonso defendeu ainda um seguro próprio, e não apenas o obrigatório, para as empresas que prestam o serviço, e a adoção de um mecanismo de controle de velocidade. A legislação sobre o assunto também deve ser clara para responsabilizar o mototaxista em caso de acidentes

Nazareno Affonso afirmou ainda que é preciso discutir o tipo de veículo a ser utilizado. Segundo ele, há veículos, como o triciclo, que são "absolutamente seguros". O coordenador lembrou que atualmente 31% das mortes no trânsito são de motociclistas. Outros 41% das vítimas são pedestres, e 24%, passageiros de carro.

O deputado federal Giovanni Queiroz defendeu o serviço de mototáxi, desde que respeitado uma série de pré-condições de segurança, higiene e treinamento de mão-de-obra para os consessionários.

Queiroz destacou que a atividade está em quase todos os municípios do Estado que representa, e é uma das atividades na área de prestação de serviços que mais gera emprego e renda no Pará.

A preocupação do deputado paraense é embasada em dados oficiais. O traumatologista do Ministério da Saúde João Antonio Mateus Guimarães disse que entre 61% e 82% do total de 1 milhão de acidentes de trânsito que ocorrem por ano no País envolvem moto. Ele também citou um estudo realizado em São Paulo em 1998, segundo o qual 87% das vítimas desses acidentes são homens com idade média de 24 anos. Ainda segundo ele, 37% das lesões atingem partes vitais do corpo, como tórax e coluna vertebral.

Leonel Brizola homenageado em Sessão Solene

Foto: Bernardo Hélio
















Chinaglia lembra trajetória política de Brizola

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, afirmou há pouco, na abertura de sessão solene em homenagem a Leonel Brizola, que o legado dele é uma inspiração permanente para todos que militam na política. Ele afirmou que, em determinado momento da história, Brizola foi a melhor síntese da esquerda brasileira. Nos mandatos exercidos como deputado, segundo Chinaglia, ele deixou a marca incontestável do nacionalismo. Para o presidente da Câmara, seus discursos duros e sua postura enérgica devem ser vistos hoje da perspectiva do tempo e da conjuntura política. "O que fica é a sua maneira de lidar com as grandes questões políticas, sempre com convicções profundas e compromissos assumidos com suas bases", completou.

Arlindo Chinaglia observou que o povo sempre esteve no centro do pensamento de Brizola, a exemplo de sua visão universalista da educação. "No Rio de Janeiro (estado do qual foi governador por duas vezes), Brizola implementou a idéia então absolutamente nova do ensino integral, de acordo com a filosofia pedagógica de Darcy Ribeiro", afirmou Chinaglia, referindo-se aos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), que, em sua opinião, representaram a materialização do sonho de Brizola de superação das injustiças e de resgate da cidadania por meio da educação.

Resistência à ditadura
O presidente da Câmara destacou, ainda, que Leonel Brizola foi um dos principais líderes da resistência à ditadura militar e que, mesmo no exílio, continuou atuando pela redemocratização do País e pela restauração do estado de direito.

A homenagem, por ocasião do 3° ano da morte de Leonel Brizola, foi proposta pelo deputado Vieira da Cunha (PDT-RS).
Fonte: AG. Câmara

Duciomar Costa: Um prefeito que ama sua cidade

BELENENSES PERDEM MILHÕES

O que é que Dudu faz na prefeitura de Belém do Pará?



Site ABC Polítiko


Brasília – O prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), mais conhecido por Dudu, não sai do lugar. É um cego assessorado por cegos. Semana passada, um advogado da prefeitura esteve em Brasília para resolver pendências em três locais em apenas um dia. Não resolveu nada. Nem podia. Belém deveria ter escritório em Brasília. A prefeitura está inadimplente em convênios federais no valor de R$ 597.328,50. Uma ninharia. Por isso, não poderá receber R$ 34,85 milhões em emendas parlamentares – R$ 29,8 milhões só para infra-estrutura turística. Está tudo no Siafi.

Sem resolver a inadimplência, de onde Dudu tirará dinheiro para tocar as obras que ele já anunciou?

A prefeitura de Belém está inadimplente nos seguintes convênios:

Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA); R$ 450 mil; 2004; administração do ex-prefeito Edmilson Rodrigues (Psol).

Fundo Nacional de Saúde; R$ 111.688,50; 2004; administração do ex-prefeito Edmilson Rodrigues.

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação; R$ 35.640; dezembro de 2005; administração de Duciomar Costa.

O que os belenenses estão perdendo:

Turismo: emenda do deputado Zenaldo Coutinho (PMDB) – R$ 7,4 milhões; emenda do ex-deputado Josué Bengtson – R$ 7,4 milhões; emenda do ex-deputado Anivaldo Vale – R$ 7,4 milhões; emenda do ex-deputado Raimundo Santos – R$ 7,4 milhões; emenda do ex-senador Ney Suassuna, do PMDB da Paraíba – R$ 200 mil (qual será o interesse de Suassuna em Belém? Foi acusado de freqüentar a confraria dos Sanguessugas, quadrilha com tentáculos em Belém, desbaratada pela Polícia Federal). Total: R$ 29,8 milhões.

Saúde: emenda do ex-senador Luiz Otávio – R$ 1 milhão; emenda do ex-deputado Anivaldo Vale – R$ 900 mil; emenda do deputado Vic Pires Franco (DEM) – R$ 500 mil; emenda do ex-deputado Babá – R$ 400 mil; emenda da ex-deputada Ann Pontes – R$ 150 mil. Total: R$ 2.950 mil.

Segurança: emenda do deputado Vic Pires Franco – R$ 2 milhões.

Cultura: emenda do deputado Zenaldo Coutinho – R$ 100 mil.

Dudu quer reeleger-se, mas o tempo é inexorável; fica cada vez mais claro que somente um milagre manterá Dudu na prefeitura. Contudo, milagres não existem em política. Como o perfil pessoal que Dudu construiu, até agora, é de barro, seu futuro político está ameaçado.

Seu erro consiste em que Dudu ainda vive uma Amazônia escondida na selva, difícil de ser fiscalizada, onde tudo é permitido. Essa Amazônia não existe mais. Tudo é vigiado por blogueiros, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Novos tempos, Dudu.

De qualquer forma, se um poste instalar esgotos em Belém, será reeleito. Belém está cada vez mais fétida devido aos esgotos a céu aberto em toda a cidade. Toda.

NOTA DO BLOG: Em política tudo pode acontecer, inclusive nada! E esse é o caso desse rapaz.

Renan não nos engane!




O que falta explicar

Algumas das dúvidas sobre a defesa do senador Renan Calheiros:

1) Tem como comprovar a origem e mostrar o caminho do dinheiro que diz ter usado para pagar a pensão de sua filha com a jornalista Mônica Veloso?

2) Por que teria recorrido a Cláudio Gontijo, lobista da construtora Mendes Júnior, para intermediar os pagamentos da pensão a Mônica Veloso?

3) Por que diz ter vendido 2.200 bois e só apresentou guias de transporte de animais de 1.700?

4) Por que usou recibos para justificar depósito de R$220 mil em uma de suas contas em 2004, mas não apresentou as notas fiscais correspondentes à suposta venda de bois?

5) Por que várias notas fiscais de venda de gado foram emitidas em datas diferentes das de emissão das guias de transporte de animais?

6) Por que alguns números de notas fiscais de venda de bois estão rasurados?

7) Por que Renan não entregou ao Conselho de Ética do Senado o livro do produtor, onde estaria registrada toda a evolução de seu rebanho?

8) Por que notas fiscais e guias de transporte de animais indicam locais distintos para os mesmos lotes de bois que teriam sido vendidos?

9) Por que alguns lotes de bois teriam sido vendidos bem acima da média nacional de preços?

10) Como, em tão pouco tempo, conseguiu se transformar num pecuarista de sucesso?

Série sobre redivisão territorial do Brasil

Pelos Corredores do Planalto publica, a partir deste post, uma série de quatro artigos do economista Roberto Limeira de Castro sobre redivisão territorial do Brasil. Acompanhem abaixo o 1.o artigo. TRÊS SÉCULOS DE ENGESSAMENTO DA REGIÃO NORTE DO BRASIL
A eterna e santa ingenuidade dos governantes paraenses
Por Roberto Limeira de Castro
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Iniciava-se o século dezoito. O território brasileiro expandia-se desde o Oceano Atlântico até os primeiros contrafortes da Cordilheira dos Andes, saindo do seu nicho litorâneo original das Capitanias Hereditárias, inicialmente bloqueadas nos séculos dezesseis e dezessete por conta do
marco legal histórico da linha de Tordesilhas.

Contribuíram de forma decisiva para essa expansão do século dezoito, a grande calha do Rio Amazonas e a ação colonizadora dos intrépidos bandeirantes paulistas.

Seis grandes divisões territoriais destacavam-se nesse período de transição e consolidação do nosso imenso território:
1. Na Região Norte – A Capitania do Grão Pará;
2. Na Região Nordeste – As Capitanias do Maranhão e Pernambuco;
3. Na Região Leste – As Capitanias da Bahia e Rio de Janeiro;
4. Na Região Centro-Sul – A Capitanias de São Paulo.

As demais capitanias que se originaram dos primeiros donatários como
Ceará, Rio Grande, Paraíba no Nordeste e Sergipe e Espírito Santo no
leste eram consideradas Capitanias Subalternas e nem constavam dos
mapas oficiais, conforme pode ser visto no mapa de 1709 abaixo:
2
MAPA

1709: Auge da província de São Paulo


















Fonte: Wikipédia
EM DESTAQUES (VERDE E AMARELO) AS DUAS MAIORES CAPITANIAS DO PERÍODO COLONIAL, DO PONTO DE VISTA TERRITORIAL, DENOMINADAS DE SÃO PAULO E MINAS DE OURO (EM AMARELO) E GRÃO PARÁ (EM VERDE)

Observação importante: O território da antiga Capitania de S.Pedro do Rio Grande do Sul (em cinza) era também subordinado à Capitania de São Paulo, tendo logrado a sua emancipação simultânea com a Capitania de Santa Catarina somente em 1738.

Dois grandes territórios desse eixo de poder inicial, em quatro grandes regiões, destacaram-se por suas grandiosidades territoriais:
1. A Capitania do Grão Pará ao norte;
2. A Capitania de São Paulo ao Centro-Sul.
As duas demais regiões do leste e nordeste, apesar de importantes, política e economicamente, tinham territórios bem menores.

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O que se viu nos séculos seguintes foi à inteligência privilegiada de paulistas, nordestinos e dos habitantes do leste, subdividindo os seus territórios em um grande número de capitanias autônomas, as mais diversas, antes da Independência do Brasil, as quais, seriam reconhecidas
como Províncias do novo Império do Brasil que se iniciava.

Entre 1709 e 2007, a região nordeste dividiu-se em sete parcelas territoriais, o leste em quatro e São Paulo em dez, conforme emancipações abaixo descritas, enquanto, a do Grão Pará permaneceu intacta até 1850, conforme relacionamos a seguir:
1. Divisões territoriais da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro – Denominação de 1709.
1.1 – Capitania de Minas Gerais – 1720;
1.2 - Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul – 1738;
1.3 – Capitania de Santa Catarina – 1738;
1.4 - Capitania de Goiás – 1744;
1.5 - Capitania de Mato Grosso – 1748;
1.6 - Província do Paraná – 1753;
1.7 - Distrito Federal - 1960
1.8 - Estado de Rondônia – 1970;
1.9 - Estado do Mato Grosso do Sul – 1977;
1.10 - Estado do Tocantins – 1988.

2. Divisões territoriais do Nordeste.
2.1 - Capitania de Pernambuco – 1532 – Original;
2.2 - Capitania da Paraíba – 1585 – Original;
2.3 - Capitania do Rio Grande do Norte – 1598 - Original;
2.4 - Capitania do Maranhão – 1603 – Original;
2.5.- Capitania do Ceará – 1619;
2.6 - Capitania do Piauí - 1811
2.7 - Província de Alagoas – 1822.

3. Divisões territoriais do Leste.
3.1 - Capitania da Bahia – 1534 – Original;

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3.2 - Capitania do Rio de Janeiro – 1555 – Original;
3.3 - Capitania do Espírito Santo – 1534 – Original;
3.4 - Capitania de Sergipe – 1534 - Original

As Capitanias originais do Leste denominadas de Ilhéus e Porto Seguro foram açambarcadas pela influência política da Capitania da Bahia, como sede dos Governadores Gerais da Colônia e até os dias atuais lutam desesperadas para juntas conseguirem pelo menos a emancipação de um único Estado de Santa Cruz, ao sul do Estado da Bahia, mas, são impedidas, no mesmo tipo de comportamento conservador dos grãos paraenses.

4 – Divisões territoriais do Norte
4.1 - Capitania do Grão Pará – 1535/1616 – Original
Não houve qualquer divisão territorial até 1850, ano da sofrida emancipação da Província do Amazonas.

Seria pertinente enfatizar que as outras duas subdivisões territoriais do Grão Pará foram feitas por motivo de insegurança externa e sem a anuência dos governantes dos Estados do Pará e do
Amazonas, somente em 1944, nos estertores do governo ditatorial do Estado Novo, ou seja, através da criação dos territórios federais do Amapá e Rio Branco (mais tarde Roraima).

O Estado do Acre incorporou-se à região norte através da Revolução Acreana e nunca pertenceu à Capitania do Grão Pará.

Pelo acima exposto é muito fácil perceber os equívocos históricos e a ausência de uma “intelingenzia” política dos governantes paraenses na sua megalomania de possuir um gigantesco e ingovernável território, principalmente, em termos políticos e econômicos.

Os nordestinos, por sua vez, emplacaram sete subdivisões com 21 senadores da República, ganhando mais seis com a incorporação de Sergipe e Bahia, que antes pertenciam ao leste, totalizando os 27 senadores atuais.

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Já as subdivisões do leste se transformaram em Sudeste com o deslocamento de São Paulo da região sul e a inclusão estratégica de Minas Gerais, os quais, se reuniram com o poderoso Estado do Rio de Janeiro, numa visível manobra geopolítica de convergência de dominação econômica, além do pequeno Espírito Santo pela proximidade.

Além do descomunal peso econômico com cerca de 70% do Produto Interno Bruto e a maior representação na Câmara Federal em função da gigantesca população, os hegemônicos do sudeste fizeram uma aliança estratégica com o sul e o centro-oeste, cujos Estados pertenciam à antiga repartição paulista, somando os seus 12 senadores com 09 do sul e 12 do centro-oeste, totalizando 33.

Somando os dois Estados deslocados artificialmente para o nordeste (Bahia e Sergipe) que antes pertenciam ao leste e os dois novos para o norte (Rondônia e Tocantins ), que sempre pertenceram à repartição paulista, os hegemônicos chegaram a um bloco de 45 dos 81 senadores.

Todas essas subdivisões da região Centro-Sul, 80% originadas da grande repartição de São Paulo, deram à metade sul do Brasil uma força econômica e política descomunal de 45 senadores originários contra 15 da Região Norte, incluindo o tardio Acre e 21 originários do Nordeste.

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Quando se considera a repartição regional estratégica estabelecida no seu todo pela Revolução de 1964, a metade do Centro-Sul ficou com apenas 33 senadores, o nordeste com 27 e o norte com 21, dando uma falsa aparência de equilíbrio, bastando para isso colocar o PIB de cada grupo senatorial acima, respectivamente, R$ 1 trilhão e 300 bilhões do Centro-Sul (Antiga repartição paulista e aliados), contra R$ 300 bilhões do nordeste e apenas R$ 100 bilhões do norte e ver as disparidades.

É mais do que evidente os representantes de uma economia de R$ 1,3 trilhões terem muito mais peso político e econômico que os representantes de apenas R$ 0,10 trilhões.

Quem fizer um pingo de reflexão descobrirá muito bem de que essa transferência de unidades federativas para os sub-representados do Norte e Nordeste teve conotações equilibristas e principalmente vantagens econômicas para que as empresas dos Estados transferidos
lograssem usufruir dos benefícios fiscais da Sudene e da Sudam.

Do ponto de vista histórico, entretanto, ao longo dos últimos 300 anos, o vetusto e dorminhoco Grão Pará, permaneceria, por quase dois séculos com apenas dois representantes no Senado e somente em 1850, já no período provinciano, indicaria mais dois senadores pelo Amazonas, numa época em que eram dois os senadores indicados de cada repartição.

Vejam como ficou a configuração do território brasileiro após cerca de 270 anos de história – 1709 a 1988:
MAPA



















1990: Unidades da Federação atuais
Fonte: Wikipédia
1. Ex-Território da Capitania de São Paulo e mais os seus aliados naturais do Leste, Minas Gerais, o Rio de Janeiro, Espírito Santo,além de Bahia e Sergipe do nordeste, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Paraná do sul e do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rondônia e o Distrito Federal do Centro-Oeste .

Total: 15 Unidades Federativas e 45 Senadores originários.
2. Ex-Território da antiga região nordeste: 07 Estados e 21 Senadores originários.
3. Ex-Território do Grão Pará e mais os 03 Estados incorporados, um contra a vontade dos paraenses (Amazonas) e dois sem anuência e por decreto (Amapá e Roraima) e um por adesão forçada (o Acre).

Total: 05 Unidades Federativas originais e apenas 15 senadores.
Mesmo assim, somente com a Constituinte de 1988, após cerca de 270 anos de domínio político e econômico dos Paulistas, sulistas, sudestinos, centro-oestinos e nordestinos (esses não muito), é que os nortistas ganharam mais 06 novos senadores com a admissão de Roraima e do Amapá à União Federal. Até então, eram apenas 06 originários (Pará e Amazonas) e outros 03 do pequenino e pobre Acre.

A partir dos dados e imagens mostrados acima, pode-se concluir a estagnação a que foi submetida à região original do Grão Pará ao longo de praticamente toda a história do Brasil.

Engessado e paralítico, do ponto de vista político, econômico e social.










Em resumo, temos ainda hoje, a seguinte divisão de poderes:
Centro Sul – Antiga Repartição Paulista e mais o Rio de Janeiro e o Espírito Santo - 10 Estados mais o DF com 33 Senadores - 41% do território brasileiro e PIB de cerca de R$ 1 trilhão e 300 bilhões (cerca de 71,4% do Produto Interno Bruto), o Nordeste com 09 Estados, sendo dois emprestados, com 27 senadores (11,5% do Território e R$300 bilhões (21,4% do Produto Interno Bruto), enquanto que o velho Grão Pará com praticamente dois Estados significativos
(Amazonas e Pará) e 03 novos e incipientes Estados (Acre, Roraima e Amapá) e dois emprestados da repartição paulista com 21 senadores e pasmem um Produto Interno Bruto de cerca de R$ 100 bilhões (+ - 7,2%do PIB) em 47,5% do território nacional.
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Como se pode notar pelo quadro acima, o congelamento do território Grão Paraense ao longo de quase três séculos, por culpa dos governantes e das elites insensíveis da grande repartição territorial brasileira, teve um efeito catastrófico, do ponto de vista, político, social, econômico e humano para toda a Região Norte.

Poderíamos chamar isso de vocação mórbida para a pobreza e para o descaso com a população dos governantes paraenses e amazonenses.

Com 118 anos de proclamada a República e as instituições republicanas ainda não aportaram em 70% dos cerca dos quatro milhões de quilômetro quadrados do engessado Grão Pará.
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Inúmeros foram os estudiosos e políticos que propuseram novas subdivisões político-administrativas das ingovernáveis repartições do Grão Pará. Para sermos sucintos sobre assunto, citamos apenas 17 Estudos e Projetos:
1.Projeto da Comissão da Carta Geográfica de 1763;
2.Projeto do Padre Manoel Aires de Casal de 1817;
3.Projeto Antonio Carlos (1823);
4.Projeto Varnhagen (1849);
5.Projeto de Fausto de Souza (1880);
6.Projeto de Segadas Viana (1933);
7.Projeto de Teixeira de Freitas, (Apresentado duas vezes em 1933 e 1948);
8.Projeto Backheuser (1933);
9.Projeto Sud Mennucci (anos quarenta);
10.Projeto Ari Machado Guimarães (anos cinqüenta);
11.Projeto Juarez Távora (anos cinqüenta);
12.Projeto Siqueira Campos (anos sessenta);
13. Projeto Rondon (sem data);
14. Prejeto Amazônia Lega (anos quarenta);
15. Projeto Samuel Benchimol (1966);
16.Projeto Roberto Castro (1988-Enviados aos Constituintes)
17.Projeto da Comissão de Sistematização aprovada na primeira fase da Assembléia Nacional de Constituinte em 1988 e derrotado, para a tristeza dos eternos povos da floresta, pelos ricos e influentes Estados da insaciável repartição dos paulistas, seus aliados e os poderosos órgãos hegemônicos de comunicação social do Centro-Sul.

Três séculos se passaram e a conversa fiada dos paraenses e amazonenses continua a mesma – Não é chegada, ainda, a hora de dividirmos os nossos colossais Estados - a hora é de nos integrarmos e de nos unirmos.

Os hegemônicos agradecem, riem e fazem pouco da ingenuidade dos nortistas.
Para piorar ainda mais, o insuportável quadro acima, as subdivisões político-administrativas do Brasil tendem a aumentar com novas unidades federativas do Maranhão do Sul, Gurguéia, Rio São Francisco no Nordeste e Minas Norte, S.Paulo do Leste e do Sul, Araguaia, Aripuanã. Santa Cruz, Triângulo e Pampa na antiga repartição paulista e suas aliadas.

Seriam mais 33 senadores para irrigar a economia das duas regiões dos ex-paulistas e nordestinos com projetos e mais projetos de desenvolvimento.
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Pelo andar da carruagem, o conto da carochinha do pulmão do mundo e do museu de história natural da biodiversidade, engessará os futuros Estados de Carajás, Tapajós e Solimões, além dos territórios federais de Juruá, Rio Negro e da Ilha de Marajó, para sempre “seculorum”,
graças à eterna e santa ingenuidade dos governantes grão paraenses.

Infelizmente, contra os fatos históricos reais e os números da economiae do desenvolvimento não há argumento que resista.

Por ocasião do Primeiro Simpósio pela Criação dos Estados de Carajás e Tapajós, do último dia 15 de junho de 2007 em Marabá, com o apoio dos unidos co-irmãos maranhenses em torno da emancipação do Maranhão do Sul, duas dúzias de líderes paraenses da maior dignidade e visão política e econômica lutam como leões para reverter o vergonhoso quadro pobreza e de sub-representação territorial, econômica e política da Região Norte.

Que a força da Providência Divina e o Amor de Nossa Senhora de Nazaré ilumine a mente e os corações dos governantes paraenses e amazonenses das suas insensibilidades seculares e faça a união do povo paraense em torno dos plebiscitos previstos para os próximos meses.

Tomem cuidado com o BBB nos Motéis

Filmes de espionagem em motéis do Rio é o novo "grande assunto" da Internet

big brother no motel em www.exactaexpress.com.brDepois da divulgação de uma orgia com membros da elite de Ribeirão Preto e do recente escândalo da Faculdade Getúlio Vargas, onde estudantes foram fotografados dando "ousados amassos" em cubículos reservado durante uma festa, a exposição de momentos íntimos volta a se tornar o principal assunto da Internet.

Na última semana a Polícia Federal conseguiu prender um grupo de produtores de filmes adultos que comercializava fitas com flagrantes gravados nos quartos dos motéis mais conhecidos do Rio de Janeiro. A quadrilha usava recursos de alta tecnologia e instalava em várias suítes de um "motel alvo" microfones e microcâmeras, imperceptíveis até mesmo para os funcionários que trabalhavam na limpeza dos estabelecimentos. "Na maioria das vezes eles instalavam o material de espionagem no início da noite de Sexta e voltavam na Segunda para recolher tudo. Assim conseguiam flagrar o grande movimento nos quartos durante o final de semana, e ao mesmo tempo a alta rotatividade diminuía a chance de serem percebidos pelos funcionários dos Motéis", explica o delegado André Citrin. "O esquema funcionava desde o início do ano. Não tivemos tempo de analisar todo o material, mas o número de motéis que foram usados é impressionante, praticamente todos os que possuem um certo renome", conclui o delegado.

A produtora denominada "Buraco da Fechadura" anunciava os seus vídeos em um precário site na Internet, onde iniciavam o contato por email com compradores interessados e montavam um esquema de entrega e pagamento tão elaborados como os usados em casos de seqüestro, tudo para manter o anonimato. O preço também não era para qualquer um, uma coleção de 12 fitas com 2 horas de gravação cada era vendido por 990 reais. "Vale cada centavo", garante o site, que promete que no material filmado há muitas pessoas famosas, orgias, homossexualismo e sexo bizarro. "Tudo isso com pessoas reais! Talvez até mesmo a sua vizinha seja uma de nossas estrelas!".

Aparentemente os contraventores cumpriam a promessa de "qualidade total", pois a fama dos filmes se espalhou e em menos de dois meses de vendas a polícia calcula que eles tiveram mais de 600 clientes, arrecadando uma soma superior a meio milhão de Reais. Um dos investigadores deixou escapar informalmente que a atriz Luana Piovanni foi uma das vítimas flagradas pelas câmeras escondidas.

A associação dos proprietários de motéis do Rio de Janeiro declarou que é tão vítima quanto os seus hóspedes e aguarda o a conclusão do inquérito para anunciar as suas ações.

Fonte: Cocadaboa

Esclarecimentos :

O senhor Alexandre proprietário do Site "www.buracodefechadura.kit.net " entrou em contato com nossa redação e nos pediu que colocássemos este esclarecimento, para que outros demais não o venham confundir mais;
A divulgação no site de vocês da notícia BBB EM MOTEL, está me tirando o sono, pois muitas pessoas têm entrado em contato comigo, entupindo um de meus e-mails, pois sou do Rio de Janeiro e proprietário do site www.buracodefechadura.kit.com e as pessoas estão associando a tal produtora a este meu site, sei que vocês nada têm a ver, pois quem lê a notícia deve estar associando o nome divulgado de uma produtora ao meu site.
Já me enviaram um e-mail de 2.3 MB, que logicamente abri e que bloqueou meu tráfego nesta conta.
Gostaria na medida do possível que divulgassem uma nota explicando a diferença, apesar de meu site ser de teor erótico, nada tem a ver com a referida produtora BURACO DA FECHADURA, pois o site é "BURACO DE FECHADURA", aqui cabe um explicação o porque da escolha do "DE" quando as pessoas achariam mais conveniente o "DA", pelo simples fato do sentido do "DA FECHADURA" dar uma idéia de uma fechadura específica, enquanto o "DE FECHADURA", generaliza, podendo ser qualquer fechadura. Isto traz confusões simples até a pessoas de meu relacionamento que ao tentarem acessar www.buracodafechadura.kit.net me ligam dizendo que meu site não está no ar e eu tenho de explicar que é "DE FECHADURA".
Conto com a ajuda dos amigos, para que tal confusão seja esclarecida na esperança de amenizar maiores problemas para mim, pois repito, as pessoas que lêem a notícia é que estão fazendo confusão, eu li a notícia no site de vocês após tantos e-mails e vi que ali vocês não fazem nenhuma menção a algum site buraco de fechadura ou buraco da fechadura, apenas a produtora.
Agradeço o que poder ser feito neste sentido.
A Exacta pede em nome de sua equipe desculpas ao senhor Alexandre.

Para Simon, Renan vai cair de maduro

Senador Pedro Simon (PMDB-RS), durante reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado.
Fotógrafo: Célio Azevedo - Agência Senado






















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NTREVISTA - Senador Pedro Simon (PMDB-RS) -

'A hora de renunciar é agora'

Carlos Marchi

Para Simon, que aponta várias erros na linha de defesa de Renan, Conselho de Ética só vai condená-lo se sentir que há 'cobrança'

'A hora de renunciar é agora', afirmou ontem o senador Pedro Simon (PMDB-RS), em entrevista ao Estado, minutos depois de pregar a renúncia do senador Renan Calheiros à presidência do Senado, em aparte feito no plenário. 'Ele tem de renunciar à presidência. Fazendo isso, estaria praticando um gesto de grandeza', afiançou Simon. 'Mesmo que a perícia o absolva, o contexto adquiriu tal complicação, a sociedade está ridicularizando de tal maneira o Senado, ele e nós todos, que passou do ponto', arrematou.

Simon enunciou seis erros que o senador Renan Calheiros teria cometido ao defender-se no Senado e o último deles foi exagerar na defesa: 'Seus aliados exageraram ao fazer a defesa, no afã de prestar serviço de vassalagem', disse o senador gaúcho, que pertence ao mesmo partido de Renan. Ele apontou a causa de tantos e sucessivos casos de corrupção envolvendo políticos: 'É por causa da impunidade, doutor.' Para ele, acabar com a impunidade é 'a primeira responsabilidade do Brasil'. Eis a entrevista:

A renúncia é inevitável ou basta Renan se afastar da presidência do Senado até que as investigações se definam?

Ele tem de renunciar à presidência. Fazendo isso, estaria praticando um gesto de grandeza. Mesmo que a perícia o absolva, o contexto adquiriu tal complicação, a sociedade está ridicularizando de tal maneira o Senado, ele e nós todos, que passou do ponto. A hora de renunciar é agora.

Quais foram os erros de Renan?

O primeiro erro foi não ter se licenciado da presidência do Senado. O segundo foi que não deveria ter escolhido um Conselho de Ética composto por pessoas da sua mais absoluta confiança, mas por pessoas com autonomia para conduzir as questões. O terceiro foi não querer, no começo, que o caso fosse para o Conselho de Ética. O quarto foi fazer seu pronunciamento de defesa sentado na cadeira de presidente do Senado. O quinto foi querer que o processo, mal chegado no conselho, fosse arquivado logo; depois, quiseram ouvir uma pessoa e arquivar; em seguida, os senadores podiam ver os papéis, mas não podiam investigar as empresas. Foi tudo muito restritivo. Tudo se transformou num desgaste desnecessário. Mas os fatos posteriores agravaram o caso inicial, que era singelo. O sexto erro foi que seus aliados exageraram ao fazer a defesa, no afã de prestar serviço de vassalagem. Aconteceu o que aconteceu.

Aquele espetáculo de segunda-feira no Conselho de Ética não foi muito edificante...

Foram os caras que eles botaram lá para 'garantir' o Conselho de Ética... Tinha de botar gente com mais independência, mais autonomia.

Por que o sr. não foi indicado para o conselho?

Porque desde que Ney Suassuna assumiu a liderança do PMDB (na legislatura passada) eu caí fora do Conselho de Ética e CPI. Não me botam mais.

O sr. é tão perigoso assim para ficar no Conselho de Ética?

Eu acho que eles pensam isso (risos). Acham que eu sou independente demais para ficar no Conselho de Ética. Eu aceitei com humildade, porque Suassuna, com seu espírito de modernidade, achou que eu estou superado, com meus 75 anos. Eu defendo umas teses que não são muito atuais - ética, moral, essas coisas do passado. Para o Suassuna, tudo isso é coisa superada...

O sr. consegue explicar por que os políticos se metem em tantos rolos?

É por causa da impunidade, doutor. Veja o exemplo das crianças na escola: se a professora não chama a atenção, não pune, vira uma anarquia. Esse aprendizado começa lá na primeira infância. Vira anarquia. Ontem li que em 40 anos o Supremo (Tribunal Federal) não puniu um político. A gente vê a Polícia Federal: 'Denunciados tantos, mais tantos e outros tantos'. Vai dar tudo em nada! A primeira responsabilidade do Brasil é acabar com a impunidade. Na Itália, dois ex-primeiros-ministros foram para a cadeia. Lá, como se vê, o negócio muda de figura. No Japão, há três semanas, um ministro se matou porque ia ser processado. Aqui não acontece nada.

À vista do espetáculo encenado no Conselho de Ética, o que o sr. espera do julgamento de Renan?

Olha, normal esse pessoal que está lá vai absolver. Mas se eles sentirem que está havendo uma cobrança da sociedade, vão pensar duas vezes. Por outro lado, se Renan renunciar, ele passa a ter chance de ser absolvido, porque vai ser julgado como um senador qualquer. Eu nunca vi um caso como esse. Todo mundo está do lado dele, gosta dele. Mas se ele insistir em ficar na presidência do Senado, a absolvição fica difícil.

O sr. põe a mão no fogo por Renan, confia nele ou já começa a desconfiar?

A coisa é muito complicada, né, tchê? Se Jesus, que é Jesus, veio para a Terra e escolheu para ministro da Fazenda um gato - gato e traidor, roubava dinheiro e ainda traía Jesus. Se Judas traiu Jesus, não se pode botar a mão no fogo por ninguém. Eu tenho Renan como um cara respeitável. Mas que ele agiu equivocadamente nesse caso, eu não tenho nenhuma dúvida.

Pedro Simon: Senador do PMDB do Rio Grande do Sul

Quem é: Pedro Simon

Elegeu-se vereador (1960), deputado estadual (1962 a 1977), e senador por quatro mandatos (1978, 1990, 1998 e 2006). Foi do PTB, do MDB e do PMDB Elegeu-se governador do Rio Grande do Sul em 1986.

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