O Pará não pode ser o bode expiatório do desmatamento
Outra preocupação do governo paraense é a criação de alternativas econômicas para a população das cidades que hoje vivem da extração da madeira. Carepa diz que pretende levar a esses municípios ações sociais de capacitação profissional, incentivo à agricultura familiar e cursos de formação de fiscais ambientais. A idéia é apresentar às pessoas uma alternativa à ilegalidade.
Carepa sabe que a estratégia é fundamental para que o combate ao desmatamento seja bem sucedido. Dependente do trabalho da extração, a população pode ser facilmente manipulada. “A reação das pessoas em Tailândia (terça-feira passada) foi incentivada por madeireiros inescrupulosos. Foi distribuída cachaça na cidade. Tratou-se de uma tentativa de intimidar o Estado, mas não vamos nos deixar intimidar. É questão de honra”, avisa. (Correio Braziliense)
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'Não é justo que só nós paguemos'
Governadora do Pará diz que conta do combate ao desmatamento ilegal precisa ser dividida
A senhora pretende pedir ajuda do governo federal no combate ao desmatamento?
ANA JULIA CAREPA: Terei reunião com a ministra Marina (Silva) para apresentar o custo do combate ao desmatamento, porque a atividade madeireira ilegal representa R$2 bilhões ao ano, 7% do PIB do Pará. A conta não é pequena. O Brasil precisa conhecer o tamanho da conta. Temos que fazer valer a floresta em pé mais do que vale a floresta derrubada. Propostas de incentivo fiscal federal, o ICMS verde, precisam ser levadas a sério com urgência. A conta não pode ficar só com o povo do Pará porque o benefício é para o Brasil e o mundo. Não é justo que só nós paguemos a conta.
Quanto custa?
ANA JULIA: Só as ações de fiscalização e retirada de madeira, iguais a esta que estamos fazendo em Tailândia, são uns R$50 milhões por ano. Além disso, há custo para a economia. Não posso perder R$2 bilhões (o orçamento do estado para 2008 é de R$9 bilhões). Não queremos destruir a economia do estado. Sou a governadora. Imagine se quero destruir a economia do meu estado! Alguém tem que pagar a conta. Assim como o Brasil cobra do mundo (na questão da emissão de gases), o país tem que entender que é preciso ajudar a pagar a conta do combate ao desmatamento ilegal.
A senhora vai pedir ajuda da Força Nacional de Segurança?
ANA JULIA: Todo mundo sabe que o governo federal está preparando uma ação. Se necessário, vamos pedir ajuda. Há quatro meses solicitei ao ministro Tarso Genro que estudasse a possibilidade de a Força Nacional ajudar a combater o desmatamento ilegal. Ele disse que iria estudar. Por enquanto, avaliamos que este reforço que virá nas operações do governo federal é suficiente.
Como atenuar o impacto para a população?
ANA JULIA: Não queremos causar impacto econômico. Vamos entrar lá com ações sociais, com mecanismos como a criação de fiscais ambientais que poderão receber até R$250, fazer cursos de capacitação profissional e incentivar a agricultura familiar. Não queremos custo para a população, mas sabemos que deve haver uma transição.
Como será esta transição?
ANA JULIA:A transição é para pessoas que querem vir para a legalidade. Tem uma uma parte que quer isso e outra que não quer. As que não querem se legalizar não vão sobreviver. Estamos dando chance para quem quer vir para a legalidade.
É suficiente para aliviar o impacto de perder R$2 bilhões?
ANA JULIA: Precisamos valorizar as atividades legais, fazer com que tenham valor econômico no mundo todo. Precisa haver outra atividade econômica, senão as pessoas vão fazer o que é mais fácil. Existe o instinto de sobrevivência. A maioria das pessoas são trabalhadores que querem viver com dignidade.
Os madeireiros criticam a demora na liberação dos planos de manejo da floresta.
ANA JULIA: A partir de segunda-feira, entram mais funcionários. Estamos avaliando os projetos de forma criteriosa. Mas mesmo com este mutirão não há como (aliviar a situação em curto prazo). Esbarramos na questão fundiária, pois boa parte das terras é pública, e só no final do ano poderemos fazer licitações para a exploração delas.
A senhora esperava a reação da população em Tailândia?
ANA JULIA: Esta reação foi incentivada pelos madeireiros inescrupulosos. Foi distribuída cachaça em Tailândia. Foi uma tentativa de intimidar o Estado, mas não vamos nos deixar intimidar. É questão de honra. Vou tirar aquela madeira nem que demore 20, 30, 50 dias. (O Globo)
Flamengo derrota Botafogo de virada e é Bi-campeão da Taça Guanabara
Para ficar com a taça, rubro-negros derrotaram de virada os alvinegros rompendo o equilíbrio que marca a história recente dos confrontos. Nos últimos cinco jogos, só deu empate.
Não há gás para atender a demanda
Elementar: não houve acordo proque não há gás para atender a demanda.
Saia justa da propaganda fácil
Ex-superintendente da SR-27 do Incra. Bernadete ten Caten foi eleita com uma votação que a credenciou para vôos de águia. A amável deputada está colecionando um portfólio respeitável na Justiça. Nada recomendável, diga-se.
Junta-se à coleção, uma condenação em primeira instância, e agora mais uma ação, desta feita por crime eleitoral.
Sem querer querendo, a deputada, repleta de boas intenções, armou uma armadilha que a governadora cairia como patinha se não fosse a providencial interferência de um assessor.
Ver detalhes no blog do Hiroshi.
A propaganda fácil atingiu outro estrelado deputado de Marabá.
Revelação da necessária renovação política de quadros afeitos à pecanomizades extravagâncias da carne, do desejo incontrolável e da volúpia desmedida pelo poder. JS capitulou e soltou uma série de out-doors para promoção pessoal extemporânea e isso é crime.
João Salame (PPS) não conteve-se e seguiu na mesma linha da propaganda pessoal antecipadade sua colega Bernadete , aproveitando-se da data de seu aniversário. Sempre um aniversário atravessa o decoro dos parlamentares de matizes as mais diversas. Impressionante.
JS não precisa disso. É um deputado da melhor qualidade. Portador do melhor preparo entre seus pares e forjado nas lutas contra o império da má imprensa. Será? Fica a questão.
Sou aluno de João Salame. Tenho-o como um jornalista acima da média, mas, assim não dá.
Pelo visto faltou avaliação de danos ao cair de maneira, mesmo que brejeira, no maior dos pecados que hoje cercam os poderosos: a falta de uma boa assessoria.
Assessor de verdade. Que diz na lata: não publique por isso e por aquilo!
Espero e torço que esses deslizes amadores não perdurem. É vital uma bancada expressiva, atuante e compromotida com a região para o baldrame do Carajás. Seja a bancada constituída pelo partido que for. Essa decisão é sobretudo, soberana do povo que vai às urnas.
Marabá e região forjam com muito suor e luta o sonho da criação do Estado. Não há espaço para vale-votos.
Acredito que Bernadete e seu principal aliado politico, deputado federal Zé Geraldo não tenham qualquer compromisso com a criação do novo Estado. É uma questão do quintal do Pê Tê. E a retórica da deputada está jogada na descrença facilmente revelada.
Quanto ao seu parceiro na empreitada. As urnas dirão.
Fora disso, o deputado estadual João Salame é reconhecido como um dos ícones na defesa e trabalhador incansável para a criação do novo Estado, como homem de visão de longo alcance que tem e sempre demonstrou.
- Deputado João Salame. Deputada Bernadete ten Caten. O espaço está aberto para o debate.
O fenômeno de Harvard
Transposição da AlOPRA, seus derivativos e muita cara-de-pau de um autêntico cabra de pêia.
Republicando
Após retornar do cursinho de seis meses em Harvard – à moda Ciro Gomes de se mostrar --, Geraldo Alckmin deve voltar tentando evitar o sotaque bostoniano que acabou fazendo algum sucesso nos meios políticos do Brasil graças as proezas e malabarismos do professor harvardiano Mangabeira Unger, uma mistura de mestre de Direito, politicólogo e financista disfarçado.
Como se sabe, Mr. Mangabeira acaba de dar um salto mortal triplo, sem rede de proteção, tentando passar de empregado do Daniel Dantas a ministro do governo Lula. Espatifou-se antes de assumir. Ou melhor, antes de subir.
Por falar em Harvard, uma das maiores frustrações das pessoas inteligentes brasileiras é não poder freqüentar essa tradicional instituição.
Não que exista algum obstáculo, digamos, preconceituoso que impeça as pessoas inteligentes brasileiras de chegarem lá.
É apenas uma questão de distância.
Harvard, mesmo fiel aos princípios aristocráticos da velha Boston, sempre abriu suas portas para pessoas inteligentes do mundo todo.
É famosa em Harvard a história de Caleb Cheeshahteaumuck, um
pele-vermelha que entrou para a universidade em 1660 (sim, 1660) e bacharelou-se em 1665.
Quando voltou para sua tribo, Caleb impressionou as jovens índias não só pelo seu sotaque marcadamente bostoniano como pelas suas gravatas e os paletós de veludo verde, tão comuns na época entre os garotões de Harvard.
Caleb colocou na sua tenda um cartaz com um dos 'slogans' da universidade: “Nós produzimos os melhores frutos da Nova Inglaterra”.
Durante anos Caleb funcionou como formulador de projetos políticos alternativos para a tribo.
Essas reminiscências sobre o velho e bom Caleb sempre nos vêm à memória a propósito do interesse das pessoas inteligentes do Brasil pela tradicional escola.
Lembro-me, como se tivesse acontecido ontem, da reunião das mais proeminentes cabeças do antigo MDB com o então recém-chegado de Harvard, o professor, jurista e sociólogo Roberto Mangabeira Unger, um dos responsáveis pela popularização da universidade nos meios políticos tupiniquins.
As eminências do velho MDB convidaram Mr. Unger para que ele ajudasse o partido.
O velho MDB necesitava urgente de encontrar propostas objetivas para o exercício de uma oposição mais eficaz pois estava sentindo que era chegado o momento da transição do regime autoritário para um regime semi-autoritário.
Quando eu cruzei com o professor Mangabeira nos saguões do Hotel Nacional, percebi logo que ali estava um dos melhores frutos da Nova Inglaterra.
O professor não usava paletó de veludo verde (devia ter caído de moda em Harvard), mas o sotaque era impecável.
Isso sem falar na pasta de couro que o professor arrastava pelo saguão. Devia pesar uns 20 ou 30 quilos. “É o peso da sabedoria de Harvard”, conjecturei.
À noite, ainda meio vergado pelo peso da pasta e dos seus profundos conhecimentos, o professor Mangabeira apareceu na casa do senador Roberto Saturnino para uma palestra a um seleto lote de oposicionistas das mais variadas tendências.
O auditório estava ávido para ouvir o que de mais moderno existe em matéria de projeto político alternativo (as teses do índio Caleb também haviam caído de moda, creio).
E, convenhamos, o professor, como acontecia com Caleb, foi um sucesso.
Segundo ele, o MDB, naquele momento crucial da sua existência, teria três possibilidades:
1) continuar sendo o mesmo MDB velho de guerra que a gente conhecia fazia tempo;
2) o MDB podia reciclar-se, tentando aproximar-se intimamente da classe trabalhadora;
3) o MDB podia acabar.
Quando alguém do auditório perguntou qual das três hipóteses ele
achava a mais indicada, o professor foi de uma objetividade digna dos melhores homens que passaram por Harvard: “I came to hear”, disse.
Muitos não captaram, no primeiro momento, toda a sabedoria embutida nessa assertiva.
Até que um dos senadores emedebistas presentes – parece que foi o senador Leite Chaves – venceu a timidez que a figura imponente do professor impunha aos ouvintes e traduziu para que os demais compreendessem: “Ele está dizendo que veio para ouvir”.
Houve um instante de perplexidade, até que espocassem palmas discretas, palmas de jogo de tênis no Country Club.
Naquele final de semana, a frase do professor Mangabeira correu de boca em boca nos gabinetes emedebistas do Congresso.
As melhores cabeças do partido explicavam para as piores cabeças o significado da expressão “eu vim para ouvir”.
Como Caleb Cheeshahteaumuck, Mangabeira Unger impressionara
vivamente o auditório.
Muitos emedebistas não hesitavam mesmo em definir a noitada na casa do senador Saturnino como o momento mais importante vivido pelas oposições brasileiras nos últimos anos.
De fato, não se podia esperar menos de uma aproximação Harvard-MDB. Nem se poderia duvidar da capacidade profissional do professor.
Afinal Mangabeira Unger, entre tantos títulos, tinha um realmente insuperável: ele era o único 'brazilianist' brasileiro.
Agora, o tempo passou, tudo mudou, caimos na mais deslavada democracia e Mangabeira Unger acabaria sendo convidado por Lula para o cargo de ministro da nova Secretaria Especial de Ações de Longo Prazo, com o sugestivo nome de SEALOPRA.
No entanto, parece que o presidente, depois do convite, quando pôs a cabeça no travesseiro pensou melhor.
Antes de embarcar para a India (com conexões),onde deve permanecer nove longos dias, mandou um recado via ministro Mares Guia para que Mangabeira recusasse o convite.
O presidente pode ser até generoso com alguns amigos. Dizem que quem pediu por Mr. Mangabeira Unger foi o vice-presidente José Alencar, a quem Lula sempre foi muito grato.
Agora, botar para dentro do governo um personagem que goza do respeito e admiração (além de polpuda remuneração) do controvertido banqueiro sem banco Daniel Dantas era como alimentar uma cobra venenosa dentro do quarto de dormir.
Se o problema é não melindrar Harvard e o harvardianos, o melhor é convidar logo para o cargo o Geraldo Alckmin.
Além de estar desempregado, pelo menos combina com a infeliz sigla escolhida para designar a nova secretaria: SEALOPRA.
Nem um centavo do Pará para o Memorial da Guerrilha do Araguaia
O Pê Tê paraense, sinalisa que não tem nada com isso.
Guerrilha? Araguaia? Tocantins? Afinal o que diabos é isso? Deve pensar algum dos doutos dirigentes que ora comandam os desígnios dos paraenses, que preferem, claro, insistir de maneira histriônica e dramática que o "goveno da mudança" não reconhece como processo lícito a criação do Estado do Carajás - parte do palco dos acontecimentos da guerilha e movimento natural criado após sentir o gôsto amargo da mão pesada dos milicos.
Belém nem sabe o que é isso. No entanto, os belemenses recrutados para a guerra sabem muito bem o que se passou.
Os belemenses, salvo raras e cada vez mais raras exceções não sabem nem o que é Carajás, Tapajós, Araguia, Tocantins ou Amazonas. Dirá Guerrilha.
Mudou quase nada de lá prá cá.
Continua a região como terra segregada.
Não se retorna nem um terço da arrecadação de 40 municípios que veêm como salvação de seus destinos a separação, e fica tudo por isso mesmo.
Pilantras de todos os matizes chegam a pé, de ônibus, de barco, de trem, de carro próprio, de avião, e lá percebem que o negócio que vale a pena é ser dar bem e as leis que danem-se.
A região é campeã para cima e para baixo em quesitos de arrepiar os mais recônditos pêlos.
O Memorial do Araguaia, no município de Xambioá (TO), projeto oferecido aos mandatários do "governo da mudança", está mais próximo de se tornar realidade no outro lado do Araguaia, no Tocantins. Afinal, o Pará não tem nada a ver com isso.
Já foi publicado, no Diário Oficial da União, a aprovação do projeto pelo Ministério da Cultura, no valor de R$ 2.194.164,25. Os dirigentes do Instituto de Apoio aos Povos do Araguaia (IAPA) comemoram a aprovação.
Além do atrativo de uma região belíssima. Há na área, inscrições ruprestes de civilizações que a milhares de anos desapareceram como por encanto, assim como apareceram.
Nas margensa direita e esquerda do Araguaia, na plotagem onde se deu o conflito armado, há sítios arqueológicos e vestígio da existência de uma civilização avançadíssima e cultora de naves espacias, baste olhar os registros nas pedras, por hora, ainda preservadas.
Houve dificuldades para a captação de recursos pela Lei Rouanet. Até agora não saiu um centavo do governo Lula, o inpirador de plantão do "governo da mudança".
A Lei Rouanet permite que os projetos aprovados pelo Ministério da Cultura recebam patrocínios e doações de pessoas, que poderão abater os benefícios concedidos no Imposto de Renda devido.
O presidente da entidade, Micheas Gomes de Ameida, Zezinho do Araguaia; e a tesoureira, Neuza Rodrigues Lins, primeira camponesa anistiada naquela região, comemoram a aprovação do projeto, mas sabem que ainda tem muita luta pela frente.
Eles são representantes da comunidade que lutam desde 2001 pela construção do memorial. A data coincide com o início das exumações dos guerrilheiros mortos pelos militares na época do regime militar, quando desenvolveram uma resistência armada à ditadura na região do rio Araguaia.
História da guerrilha
O Memorial do Araguaia, que pretende se transformar no cartão postal da cidade, tem por objetivo resgatar o acontecimento histórico brasileiro da Guerrilha do Araguaia, com um espaço adequado para a guarda do acervo histórico, tornando possível o acesso de estudantes, professores, pesquisadores e comunidade em geral a documentos que contam a história da Guerrilha.
O obelisco é de autoria de Oscar Niemeyer e o projeto arquitetônico é de Osvaldo Iamauti.
O projeto inclui também a construção de equipamentos para o desenvolvimento de atividades culturais e educativas para comunidade de Xambioá e cidades vizinhas, mostrando as riquezas da região. ''Será um centro cultural vivo, onde a população vai trabalhar a arte, cultura, ciência e tecnologia'', explica Zezinho, acrescentando que ''Xambioá significa, na língua indígena, pássaro preto veloz''. Segundo ele, existe uma curiosidade grande das pessoas com relação ao nome do município.
As obras, que estavam previstas para início de julho há dois anos atrás e conclusão em fevereiro de 2007, não poderam ser iniciada por falta de recursos. Zezinho garante que ''assim que o dinheiro estiver na conta do Instituto, o cronograma do projeto será cumprido''.
Para manutenção e funcionamento do Memorial, o Instituto pretende assinar convênios com as três esferas do poder público - município, estado e União (o governo do Pará está na pauta, mas nunca demonstrou qualquer interesse de apoio. Ana Júlia, na certa, nunca ouviu falar disso! Será?). O dirigente do IAPA lembra ainda que o memorial terá recursos próprios, advindo dos equipamentos culturais como cinema, teatro, venda de livros etc.
Ajuda no exterior
Para garantir os recursos para construção do Memorial, os integrantes do IAPA, que têm uma história de cinco anos de luta pela construção da obra, estão dispostos a buscar ajuda no exterior. ''Já temos em vistas contatos com o governo italiano, diz Zezinho, considerando a participação do italiano Gian Carlo Castiglia, o Joca, que participou da guerrilha e foi morto pelos militares na região. O italiano faz parte dos heróis da Guerrilha do Araguaia, que será homenageados pelo memorial.
Outro contato previsto é com o governo japonês, que, segundo Zezinho, tem concessão de exploração de minério da Serra de Carajás, região da guerrilha. Leia-se Mitsui, uma das acionistas da Vale. A concessão pelo prazo de 30 anos foi feita no governo José Sarney, na gestão de Shigeaki Ueki como Ministro das Minas e Energia.
Cinco anos de luta
'Quando foram iniciadas as exumações dos corpos dos guerrilheiros mortos no Araguaia, em 2001, a comunidade iniciou uma discussão sobre o desejo de construir um símbolo à vida que eles levavam antes dos militares chegarem na região', conta Zezinho. Ele lembra que foi realizada uma audiência pública na Câmara dos Vereadores de Xambioá, quando foi aprovada a construção do Memorial do Araguaia, que engloba todos os desejos da comunidade da região.
A partir de então, foi criada comissão para formar a entidade jurídica que levaria adiante a idéia. Em janeiro de 2004, foi instituído o IAPA. Antes disso, porém, a comissão encaminhou ao Presidente Lula, por meio do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), no dia 17 de janeiro de 2003, o pedido de construção do Memorial.
Nesses sete anos, Zezinho -- um dos sobreviventes da guerilha --, destaca que, em meio as questões burocráticas e políticas, a comunidade, por meio da comissão, conseguiu evitar a inundação de 14 municípios, inluindo Xambioá, para construção de uma hidrelétrica na região.
Em seguida, conseguiram a promessa de doação do terreno, pelo prefeito da cidade, Júnior Leite, em 2001. Zezinho lembra que, na época da morte do João Amazonas, as cinzas do líder comunista foram espalhadas nesse local.
No entanto, o memorial não pode ser construído no terreno doado pelo prefeito por que está em litígio. Para não perder o espaço privilegiado, na entrada da cidade, o povo reuniu-se, escolheu outro terreno e o IAPA comprou com recursos particulares do próprio dirigente da entidade.
E o Pará ó! Tá nem aí.
Nós já sabíamos. Cadê Gian Carlo Castiglia?
O que diferencia-nos de outros grupos é a discrição que a matéria requer.
Essa história publicada abaixo pelo repórter Alan Rodrigues, da IstoÉ, não tem qualquer novidade.
O grupo em questão, sabe dessas informações há anos.
O governo não lhes provém qualquer sinal de boa vontade para esclarecer o assunto, pautado há décadas na Comissão de Direitos Humandos da OEA e da ONU.
A safadeza é de tal monta que a minista Chefa da Cada Civil, torturada nos anos de chumbo, ajoêlha-se ao mandarinato off-line da Caserna, sob a justificativa do manto da Lei de Anistia.
Covardia pura.
O presidente nem se fala.
O Brasil não quer resgatar o seu passado.
Os dirigentes do Brasil acovardam-se ao lembrar da mão pesada de militares de facções ultranacionalistas bancadas pela Cia americana no ópio da luta contra o comunismo.
Argentina, Chile e Uruguai abrem os livros e passam a limpo o pantanoso passado recente dessa tragédia.
Foto: Paulo Amorim/AE
O Brasil brinca de Amarelinha. E premia a impunidade dos algozes de seus insepúlcros cidadãos. Um deles de dupla nacionalidade, Gian Carlo Castigliao, o Joca, cidadão italiano, que pensamos ser este aqui, ao lado, em soberba foto de Paulo Amorim.
Afinal, quem usava ceroulas em 72 no Bico do Papaguaio?
As ossadas estão guardadas para o môfo do IML do Distrito Federal. Num resgate mais para golpe de publicidade do ex-deputado federal, Luis Eduardo Grennhalg, à época presidente da Comissão de Direito Humanos da Câmara dos Deputados, assumindo a vaga como suplente.
Era FHC.
Era Lula e Guerrilha: Vergonha.
A genuína traição
O publicitário careca é conto de fadas?
O major te acusa de traidor. Vai ficar assim?
Tú não sabia de nada?
Pegaram na tua mão para assinar o papel?
Deputado mentiroso é o fim. Covarde é uma vergonha.
Curió ensaia abrir o bico sobre a Guerrilha do Araguaia
Apesar de ter muito o que cantar. Desenrola um pouco a língua para a IstoÉ e enrola um ênredo que todos já sabemos, como jornalistas de viés investigativo da área.
Curió está tinindo como novo membro da Assembléia de Deus.
O pássaro foi batizado e recebido com louros e alpiste na Congregação.
A Assembléia, afinal, preconiza leis bíblicas do perdão.
Perfeito?
Não.
O perdão só terá valôr se aflorar do coração. O que parece não ser o caso de Curió, que bateu asas a avoou quando soube por seus caríssimos advogados, que o oficial de justiça da Comarca estava a sua procura para intimá-lo a responder sobre uma bronca de assassinato ocorrido em sua Chácara nas cercanias de Brasília.
O pássaro não jogou conversa fora. Matou um adolescente sem qualquer chance de defesa. Fora treinado pelo Estado para isso?
Com a palavra um outro pássaro que sentou praça no Pará que atende pelo nome de Passarinho. Avoado lá das bandas do Acre.
Coisas distantes das lendas românticas de pescadores embriagados de cachaça.
Há um assédio descarado de jornalistas para tentar granjear a confiança do pássaro. Todos da chamada grande imprensa.
Tenho conhecimento de propostas tão ou mais indecentes como a missão ao pássaro confiada. O que os iguala na lama.
Nossa imprensa vai de mal a pior. Mas, não tem nada não. Haverá uma oferta maior para a troca.
Este homem sabe onde estão os cadáveres do Araguaia
O militar que preparou o ataque final à Guerrilha do PCdoB rompe um silêncio de 35 anos, revela segredos do combate e indica o local de um suposto cemitério clandestino
Por ALAN RODRIGUES - Pará
Aos 73 anos, ele é vaidoso. Não sai de casa antes de fazer sessões de levantamento de peso, se lambuzar de fartas porções de protetor solar 60, mexer e remexer os cabelos tingidos de loiro. Ao chegar ao portão, ele empluma o corpo, despede-se da mulher, uma jovem de 26 anos, e do filho de cinco, dá meia dúzia de ordens, em tom de confidência, e sai para a caminhada com dois seguranças armados.
Sebastião Rodrigues de Moura é mineiro de São Sebastião do Paraíso, mas é popularmente conhecido como “Curió” – um pássaro brigador. Qualquer desinformado que cruze o caminho deste senhor de olhar triste e passos cadenciados pelas ruas da cidade que leva seu próprio nome, Curionópolis, e da qual ele é prefeito pelo terceiro mandato, não saberá jamais que este homem é uma espécie de lenda na Amazônia. Curió virou mito encarnado no codinome “Dr. Luchini”, o mais temido militar brasileiro que se embrenhou na selva amazônica no início dos anos 70 para pôr fim a um movimento de jovens idealistas que buscavam convencer colonos a transformar o País numa pátria socialista. Conhecida como Guerrilha do Araguaia (1972/1975), foi a maior ação militar do País depois da Segunda Guerra Mundial. O combate colocou de um lado quatro mil soldados das forças de segurança contra cerca de 70 insurgentes. Quase todos os guerrilheiros foram mortos – mas apenas um corpo foi encontrado até hoje. A batalha aconteceu às margens dos rios Araguaia e Tocantins, na fronteira dos Estados do Pará e Tocantins, e deixou um rastro de barbárie, sangue e terror.
REVELAÇÕES
“Eu não tenho o direito de levar para a sepultura os dados que tenho e que sei”
Curió virou mito para muitos, justamente porque foi ele e sua tropa que aniquilaram os guerrilheiros do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) depois de duas derrotas vexatórias impostas a duas expedições militares em 1972. Ao final da Guerrilha do Araguaia, havia 59 guerrilheiros, dez posseiros e três militares mortos. Dezenas de pessoas foram torturadas. Como os militares protegem como segredo de Estado tudo o que se refere ao Araguaia, a história desse confronto segue repleta de perguntas sem respostas. Onde estão as ossadas dos guerrilheiros? Os corpos foram decapitados? Os cadáveres, incinerados? Eles estão em valas comuns? Um militar chegou a dizer que participou de uma Operação Limpeza, na qual os guerrilheiros mortos foram jogados, um a um, de helicóptero, pela imensidão da Floresta Amazônica. Essa informação é correta? O homem na fotografia ao lado tem as respostas. Curió era major do Centro de Inteligência do Exército (CIE) e foi o autor do mais completo dossiê de arapongagem sobre a guerrilha. Chamado de relatório 01 da Operação Sucuri, ele precedeu o combate que exterminou a guerrilha.
No domingo 10 de fevereiro, embalado por duas latas de Coca Zero, depois de traçar uma galinhada, Curió deu as primeiras pistas para perguntas que se transformaram em mistério. Após 35 anos, sua versão lança a oportunidade de esclarecer os destinos de mortos e desaparecidos da Guerrilha do Araguaia. Outros detalhes irão fazer parte de um documentário e um livro que sairão em breve (promessa, aliás, que já conta 20 anos). “Tenho 73 anos de idade cronológica, 45 de idade física e psicológica e 32 de idade mental”, disse ele à ISTOÉ. “Eu não tenho o direito de levar para a sepultura os dados que tenho e que eu sei.”
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Curió começa sua imersão no passado revelando que, com o cerco dos militares, os guerrilheiros foram empurrados para um recuo no Castanhal dos Ferreira. De lá, eles se dirigiram para a região da Palestina (ver mapa). Neste local, no Natal de 1973, iniciou-se a fase final do combate na qual as forças do governo mataram mais de 20 guerrilheiros antes do Réveillon. “O pessoal dos direitos humanos fica procurando corpos em Xambioá (base militar), mas muitos corpos estão enterrados na Palestina, que na época era uma vila com uma rua de terra”, revela. Contra essa declaração, existe o fato de que sua comprovação custaria caro. Daquela vila, a 286 quilômetros de Belém, nasceu uma cidade que hoje conta com 7.500 habitantes. E para revirar o solo seria preciso demolir casas e esburacar ruas.
O segredo contado por Curió, contudo, ganha força graças a uma revelação feita na semana passada à ISTOÉ pela ex-guerrilheira Criméia Almeida. Segundo ela, foi justamente nessa região que, em 2001, a comissão dos familiares dos mortos e desaparecidos políticos tentou investigar a existência do que seria o cemitério clandestino da Guerrilha do Araguaia. Mas não se conseguiu porque o grupo recebeu ameaças de morte. “Estivemos na região rural dessa cidade, onde moravam alguns guerrilheiros, mas não pudemos pesquisar porque, além de ser muito difícil o acesso, fomos ameaçados pelos moradores”, diz Criméia, uma das poucas sobreviventes e parente de um dos mortos. Há sete anos, a comissão não levou o caso ao Ministério Público por dois motivos: primeiro, foi à Palestina informalmente. Depois, não conseguiu nenhuma evidência – um caso que muda completamente a partir de agora com o depoimento de Curió à ISTOÉ. “O Estado tem de dar uma resposta a isso”, cobra a ex-guerrilheira.
Um fato surpreendente na história contada por Curió e que, de acordo com ele, causa urticária entre seus pares de farda é o reconhecimento que ele faz da bravura de alguns militantes. “Queria ter enterrado a guerrilheira Sônia com honras militares”, conta. “Ela foi a melhor combatente dos comunistas. Aliás, as mulheres eram muito melhores do que os homens”. Sônia era o codinome de Lúcia Maria de Souza, morta pela tropa de Curió com uma saraivada de balas espalhadas pelo corpo. Antes de tombar, Sônia – que estava ferida com um tiro na perna – manteve o seguinte diálogo, segundo revela agora Curió:
– Qual o seu nome?– Guerrilheira não tem nome, tem causa.
Logo em seguida, o corpo de Sônia foi metralhado e abandonado no Igapó do Taboão, como era conhecida a área. “Deixei o corpo dela para trás porque eu estava ferido, ela tinha me acertado com um tiro no braço e atingido o rosto do Lício (comandante da tropa). Tínhamos que buscar socorro”, lembra. Além do corpo de Sônia, que ele admite ter deixado para trás, Curió revela que muitos outros guerrilheiros tiveram seus corpos dilacerados pelos animais da selva. “Muitos dos combates aconteceram à noite. Quando chegávamos de manhã, alguns corpos estavam comidos, às vezes não tinham nem mais cabeça”, conta.
Curió revela que a traição de militantes foi fundamental para acabar com a guerrilha. Ele aponta o dedo para o ex-presidente do PT e deputado federal José Genoino (SP). “Ele traiu seus companheiros. Genoino foi preso como um mensageiro dos guerrilheiros e, sem ninguém encostar nele, contou tudo: quem era quem no comando, revelou sobre os três destacamentos de guerrilheiros (chamados de unidades de combate pelo PCdoB).” E mais: “abriu” os codinomes e as armas que usavam seus 20 companheiros e suas funções, deu detalhes do relacionamento da guerrilha com a população e entregou os depósitos de mantimentos construídos na mata. “Tudo está anotado numa folha de papel. Quero ver ele falar que a letra não é dele”, desafia. Procurado em quatro ocasiões por ISTOÉ, Genoino não respondeu aos recados e telefonemas. Segundo Curió, foram as informações dele que municiaram a Operação Sucuri, a fase do extermínio da guerrilha.
VAIDADE Aos 73, casado com Vera Aguiar, 26 anos
Ex-lutador de boxe, filho de barbeiro, Sebastião Curió resolveu vestir farda depois de assistir a um primo ser carregado como herói pelas ruas de sua cidade natal assim que chegou da Segunda Guerra, na qual serviu na Força Expedicionária Brasileira (FEB). Curió agora acredita que seus depoimentos mudarão a história do Araguaia. “Muitas pessoas ficarão surpresas com os documentos que apresentarei mostrando os erros que ocorreram dos dois lados, tanto do Exército quanto dos guerrilheiros”, antecipa. Ele pode não estar blefando. Ao afirmar que possui documentos reveladores sobre a guerrilha, Curió põe em xeque a versão oficial do Alto Comando das Forças Armadas que afirma que toda a papelada foi queimada e que não existe nenhum arquivo sobre o período. “Não duvido que ele tenha esses documentos. Muitos militares privatizaram essas informações”, acredita Nilmário Miranda, ex-secretário nacional dos Direitos Humanos.
Quando imerge nos erros da tropa, que perderam dois combates, Curió admite que os militares só conseguiram sucesso na terceira etapa da guerra, a Operação Sucuri, porque os guerrilheiros tinham um poder de fogo muito aquém do dos militares. Ele avalia que o erro estratégico dos inimigos foi acreditar na vitória no segundo recuo das tropas militares. “Eles conheciam a floresta e a tropa militar colecionava muitos erros, como movimentar 300 homens ao mesmo tempo, roupas inadequadas, combatentes não adestrados e falta de rádios de comunicação. Até homens da guarda palaciana, que nem sabiam o que era selva, estavam lá”, conta Curió. As revelações do ex-militar acontecem depois de a Justiça ter ordenado ao governo a abertura dos arquivos da guerrilha. Como até o momento o Ministério da Defesa insiste em ignorar o despacho legal, aos parentes dos desaparecidos da ditadura militar o depoimento de Curió parece ser a única esperança para se encontrar, finalmente, a verdade.
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O Estado do Pará, minha terra, é receptáculo de incríveis atrações.
No que poderia ser uma ação positiva. Prá lá voam pássaros de mal agouro de toda ordem, inclusive, de plumagem nativa.
Um Passarinho, outro Curió. E a Cotovia? Insiste em não cantar, só dança.
Pobre Pará. Um paraíso rico, punjante, que desperta fortes sensações.
Entregue na mão de caçadores(as) de pesadêlos.
De Juca para Juca
Nada que é humano dura para sempre
Tony dirigiu The Hunger, aqui, no cartaz: Fome de Viver.
Susan Sarandon interpreta Sarah, uma mortal que se envolve em um triângulo amoroso com um casal de vampiros vividos por David Bowie e Catherine Deneuve. Os dois vivem a frenética e desesperada rotina de suas condições, sempre a procura de sangue novo para sobreviver.
O filme conta com um visual aterrorizante e uma trilha sonora que mistura Iggy Pop com Bach e Schubert.
Leitura videoclipesca do vampirismo, uma bela história de amor com fotografia primorosa e cenografia estilizada.
A cena de sexo entre Susan Sarandon e Catherine Deneuve é capaz de despertar zumbis e outros tipos de mortos-vivos. Dizem! Veja o filme e comprove.
E aqui temos Bach, novamente.
Nesta cena, lá pela metade do filme, o espectador já está totalmente perturbado e hipnotizado pelo enrêdo.
Tony dá uma trégua e relaxa o público, colocando Bowie para executar Bach.
O disfarce do vampiro é o de um professor de Cello. Amante de Deneuve -- uma deusa-vampira-egípcia imortal, o filme prosegue em edição de videoclipe -- sensacional.
O filme tem início com frames cortados sem pudor e leva o espectador à uma boate onde o Bauhaus executa Bela Lugosi's Dead
É apenas o início da caça pelo sangue da vida. O casal mira na ruiva que será a fonte da fome de viver do casal.
--Cena alucinante.
Tenho a versão completa de Bela Lugosi's Dead do Bauhaus comprado no Soho, em New York.
Interessados mandem mensagem para valmutran@gmail.com
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