Operação Satiagraha ― parede falsa
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Angra 3 e o protagonismo do Brasil no cenário mundial
‘A idéia era que, no decorrer dos anos (entre 2000 e 2010), a eletricidade produzida por fontes renováveis cresceriam a tal ponto que a lacuna nuclear dificilmente seria notada. Isso, contudo, está ficando cada vez mais improvável. Apesar de décadas de investimento maciço e programas generosos criados para promover a geração eólica, solar e de biomassa, as fontes energéticas ‘verdes’ respondem por apenas 14% do suprimento de eletricidade do país. Mesmo que este número dobre em futuro próximo, a parte do leão do consumo de eletricidade da Alemanha terá que vir de algum outro lugar. Sem a fonte nuclear, esse ‘algum outro lugar’ significa, na Alemanha, térmicas a carvão.
Disputa por poder: diretor do Ministério do Meio ambiente acusa governo de leniência com desmatamento
Diretor deixa Meio Ambiente com críticas
Ex-titular de Combate ao Desmatamento reclama da influência de Mangabeira na agenda ambiental
Com críticas à Casa Civil e ao avanço do ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) sobre a agenda ambiental do governo, o diretor de Políticas para o Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, entregou ontem o pedido de exoneração. Para ele, a nomeação de Mangabeira para coordenar o Plano Amazônia Sustentável (PAS) levou a Casa Civil a recuar na cobrança das medidas anunciadas no início do ano, cujo objetivo era frear as derrubadas. O ministro Carlos Minc nega desprestígio e diz que o auxiliar se precipitou ao sair.
Idealizador da resolução do Banco Central que proibiu a concessão de empréstimos a quem devasta a floresta, Lima diz que o governo passou a viver um duplo comando nos planos contra o desmatamento. Nomeado pela ex-ministra Marina Silva, ele reclama da demora em ações que dependem da intervenção do Planalto, como o esforço de regularização fundiária nos 36 municípios que mais devastam a floresta e a abertura de crédito para financiar a recuperação de áreas degradadas:
- O ministro do Longo Prazo passou a fazer reuniões para decidir ações emergenciais. Isso não tem o menor sentido.
Minc elogiou o auxiliar e afirmou que suas queixas eram válidas, mas diz ter resolvido os problemas semana passada, enquanto Mangabeira estava na Europa. No foco do conflito, está o avanço dele sobre o Fundo Amazônia, idealizado pelo Ministério do Meio Ambiente para receber doações do exterior para a preservação da floresta.
- O Mangabeira extrapolou mesmo, fez uma intervenção descabida. Mas o assunto está superado. O presidente vai criar o fundo em agosto como nós sugerimos - diz Minc.
Segundo Lima, a nomeação de Mangabeira para coordenar o PAS reforçou o peso político de governadores alinhados aos ruralistas, como Blairo Maggi (MT) e Ivo Cassol (RO). Ele reclama ainda da intervenção da Casa Civil na divulgação de dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o desmatamento. Os números serão informados hoje e, segundo Minc, apontam queda nas derrubadas.
- Isso paralisou os programas de combate ao desmatamento. A agenda está parada desde abril, enquanto Mangabeira tem agido com os governadores - afirma Lima.
A assessoria do ministro Mangabeira informou que ele só comentará as críticas de Lima após se reunir hoje com o presidente Lula.
Comentário do blog: Essa e outras indagações serão questionadas amanhã em audiência pública na Câmara dos Deputados.
Protógenes está fora
Este país não tem jeito mesmo.
Sessão conjunta do Congresso começa a votar LDO
A sessão está sendo realizada no plenário da Câmara.
Veja a íntegra do relatório da LDO aprovado na comissão
Escafedeu-se?
Enquanto se discute se o foco é no corruptor (banqueiro, megaempresários...) ou no corrupto (agentes públicos variados); se Celso Pitta deveria ou não ser exposto ao vivo e em cores metido em pijamas na própria casa; se pode ou não usar algemas em peixe graúdo...
ninguém mais fala da Santa Casa de Misericórdia do Pará.
A medida de um Daniel Dantas, de um Naji Nahas ou de um Eike Batista é em bilhões de dólares, e a medida de uma tentativa de suborno de delegados está na bagatela de um milhão e pouco de reais. Já a medida da Santa Casa de Misericórdia do Pará é em míseras centenas -centenas de bebês: 262 bebês morreram ali neste ano, foram enterrados e ninguém soube explicar por quê, nem alguém mais quer saber exatamente o que ocorreu.
Bilhões de dólares saem pelo ralo, seja da corrupção, seja da mera ganância patológica, e faltam migalhas para salvar bebês, mães e famílias, não só da morte como do abandono e do desalento. Morrem seis bebês, é coisa comum. Morrem 20, dão de ombro. Morrem 100 e não se acende uma luz amarela. São necessários 262 mártires para a maternidade acordar, o Estado acordar, o país acordar?
O debate nacional escorrega do possível corruptor para um leque infernal de supostos corruptos. Um deputado daqui, um advogado de lá, um juiz daqui, um assessor palaciano de lá e, quanto mais aumenta a rede, menos chance de se pegar o(s) peixe(s) graúdo(s).
No oceano de acusações cruzadas, de reputações periclitantes, ninguém ouve mais falar dos bebês, nem se horroriza mais com suas covinhas, uma atrás da outra, fantasmagóricas e conformadas. E ainda se fala, e se chora, hoje a morte do menino João Roberto no Rio. Mas só até a próxima bala policial perdida, a próxima vítima indefesa, a próxima família destroçada.
Bem-vindo, Salvatore Cacciola!
Sinta-se em casa.
Cuidado com os pilantras do e-commerce
São dezenas de facilidades que pode-se listar ao decidir-se por uma compra pela iternet. Compras online é um avanço de modernidade extraordinário. Porém, é fundamental saber identificar quem são os golpistas do e-commerce, certo?
O Buscapé divulga uma lista de empresas não recomendadas, atualmente com 98 nomes. A lista pode existir há um tempão – só vi agora, porque não fica exatamente gritando na página.
Há desde nomes-problemas manjados, como 1stLine e Nikishop, quanto vários outros desconhecidos. Quem toma as precauções básicas nem precisa olhar os nomes – nunca compraria nada mesmo dessa turma. Mas a lista pode ser uma boa ajuda para aquela tia bem-intencionada que não sabe nada dos perigos na web. Confira os piratas cibernéticos aqui.
Imigração: "não é bem assim!", esclarecem líderes europeus
União Européia lança ofensiva na América Latina para “esclarecer mal-entendidos” sobre nova lei que prevê detenção de ilegais por até 18 meses. Lula volta a exigir que brasileiros “sejam tratados com respeito”
A União Européia (UE) continua seu esforço de relações públicas para esclarecer o que considera “um grande mal-entendido” na rejeição da América Latina à nova política definida pelo bloco para tratar os imigrantes ilegais. A “diretiva de retorno”, aprovada no mês passado pelo Parlamento Europeu, define que os estrangeiros em situação irregular fiquem detidos por até seis meses — ou 18, “em casos excepcionais” — e que sejam asseguradas a eles assistência jurídica e “condições humanas” de alojamento. A diretiva, que precisa ser incorporada à legislação dos 27 países membros e prevê prazo até 2010 para que sejam feitas as adaptações necessárias, foi recebida como “xenófoba” pelos governos latino-americanos e duramente criticada na recente cúpula do Mercosul, na Argentina.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que dias atrás condenou o “vento frio da xenofobia e do preconceito” na Europa, voltou à carga ontem de manhã. Comentando as discussões que manteve com líderes europeus na semana passada, no Japão, durante a cúpula do G-8, Lula afirmou que “fez questão” de pedir para os brasileiros tratamento similar ao dispensado pelo país aos imigrantes europeus, ao longo da história. “Que sejam tratados com respeito, levando em conta os direitos humanos, e não como se fossem delinqüentes”, afirmou.
“A Europa não é uma fortaleza e não quer se tornar uma fortaleza — ao contrário, necessitamos da mão-de-obra dos imigrantes e queremos ser um território aberto”, disse à tarde, em videoconferência com jornalistas de quatro países sul-americanos, o vice-presidente da Comissão Européia (CE) Jacques Barrot, encarregado de Justiça e Proteção das Liberdades no braço executivo da UE. Barrot enfrentou uma barragem de questões sobre as condições severas impostas aos ilegais em vários países — inclusive na recente crise de deportações entre Brasil e Espanha —, e reiterou que a diretiva pretende “harmonizar os procedimentos” nos países membros. “Hoje, em sete deles, não existe prazo-limite para a detenção”, exemplificou. “E, com a diretiva, desde já visitarei os centros para alojamento de estrangeiros para verificar as condições, e poderei controlar de perto como a política comum é aplicada.”
Barrot evitou prudentemente, no entanto, responder a questões sobre a sensação comum, na América Latina, de que a Europa está endurecendo o tratamento aos imigrantes. Não comentou, por exemplo, o projeto de legislação enviado ao Parlamento italiano pelo novo governo de direita, cujo texto classifica a imigração ilegal como crime. De acordo com o vice-presidente da CE, a diretiva do retorno “não obriga nenhum país a deportar todos os ilegais, nem a estender os prazos-limite para detenção”, se forem menores que os 18 meses previstos na diretiva. “A prioridade continuará a ser estimular o retorno voluntário (dos irregulares)”, afirmou o vice-presidente da CE. “E a norma é que a detenção seja por até seis meses, ou 18 meses apenas em casos excepcionais.”
Jogo político
O discurso oficial da UE ressalta o progresso representado pela diretiva em relação à situação atual, mas funcionários admitem que, de maneira inversa, se abre a possibilidade de que países com normas mais brandas, como Espanha e França, possam vir a adotar medidas mais severas. “Isso é do jogo político de cada país”, disse um deles. O exemplo italiano é considerado extremo, e o próprio governo espanhol criticou publicamente o projeto de criminalizar a imigração irregular.
“Se um país membro da UE tratar mal os irregulares, se as condições de detenção e processo não forem respeitadas, esse governo poderá ser acionado nos tribunais europeus”, explicou Barrot. Ele apontou três riscos principais representados pela ausência de normas claras sobre o tema no âmbito do bloco: “Primeiro, o aumento da xenofobia; segundo, mais dificuldades para a integração dos imigrantes legais; terceiro, os estrangeiros que preenchem as condições para imigrar não conseguem”. O vice-presidente da CE lembrou que, em 2007, cerca de 2 mil ilegais se afogaram na tentativa de chegar à Europa, e apontou o tráfico de pessoas como um dos alvos da nova política. Barrot lamentou que a diretiva tenha sido aprovada antes que os chefes de Estado e governo do bloco discutam, em outubro, “o pacote completo” sobre o tema, prevendo estímulo à imigração legal e assistência ao desenvolvimento nos países de origem dos migrantes”.
Não podemos aceitar que criminosos explorem a miséria dos que tentam ingressar na Europa
Jacques Barrot, vice-presidente da Comissão Européia
O número
2.000
estrangeiros se afogaram em 2007 viajando clandestinamente para a costa européia, segundo Barrot
Mas o que é a Diretiva de retorno?
O que é a diretiva de retorno?
É a primeira de três diretivas para harmonizar as legislações nacionais dos países da União Européia a uma política comum de imigração. Estabelece o regresso de nacionais de terceiros países em situação irregular.
Quando passa a valer?
Os países membros terão 24 meses após publicação no Jornal Oficial da UE para transpô-la para o direito nacional. Por isso, ela não entrará em vigor antes de 2010.
Quem aprovou essa diretiva?
O Parlamento Europeu. A diretiva foi votada em 18 de junho de 2008 e aprovada com 369 votos a favor, 197 contra e 106 abstenções.
Como vai funcionar?
Em duas fases: na primeira, uma decisão de regresso voluntário (entre 7 e 30 dias) e, numa segunda fase, se o imigrante ilegal não regressar de forma voluntária, uma medida de afastamento.
Os imigrantes ilegais podem ser presos?
A prisão preventiva só será utilizada se não for suficiente a aplicação de medidas coercivas menos severas, como a decisão de regresso voluntário. Os ilegais não ficarão em prisões comuns, mas em centros de imigrantes.
Quanto tempo pode durar a detenção?
O período de detenção não poderá exceder seis meses. Em casos específicos, esse período poderá ser prorrogado por mais 12 meses. Hoje, o prazo varia de 32 dias na França a 20 meses na Letônia, com duração ilimitada em sete países-membros.
O imigrante ficará proibido de visitar novamente a União Européia?
A interdição de readmissão na UE não deverá exceder cinco anos, exceto se a pessoa em questão representar uma ameaça grave à segurança pública ou à segurança nacional.
Brasileiros são os "reis" da cerveja mundial
Talento exportado
Preço e estilo de gestão determinaram a venda da Anheuser-Busch à Inbev, tocada por brasileiros
A oferta de compra da cervejaria Anheuser-Busch, a terceira maior do mundo, pela segunda do ranking, a belgo-brasileira Inbev, não é um negócio trivial. Ela sacudiu o ambiente global dos negócios que se imaginava entorpecido pela crise de Wall Street com implicações sobre a inflação e o rimo de crescimento da economia mundial.
É praticamente certa a aprovação da proposta pelos acionistas da Anheuser-Busch, já que a investida da Inbev passou de hostil, isto é, não-solicitada, a consensual, ao elevar de US$ 5 por ação, para US$ 70, o preço de compra, num total de US$ 52 bilhões.
O resultado factual é a criação do maior grupo cervejeiro global, com presença destacada também no setor de bebidas não-alcoólicas. Sai do topo do pedestal a SAB Miller, grupo baseado na Inglaterra e nascido na África do Sul, de onde migrou para Londres para fugir do embargo internacional contra o então regime racista no país.
Meio assim como a Inbev, resultado da fusão da brasileira Ambev com a belga Interbrew, mas por razões estritamente empresariais. O aspecto pouco citado é que os sócios brasileiros da Inbev dominam a sua administração e decisões estratégicas, embora a matriz tenha sido mantida em Leuven, pequena cidade da Bélgica. Lá, brasileiros são influentes não só no Conselho de Administração, onde sentam os acionistas, mas na diretoria executiva, liderada por Carlos Brito.
Ele fez carreira na Ambev e foi alçado à direção da Inbev, onde também são brasileiros, entre outros, os diretores de finanças e de recursos humanos, pelos três antigos controladores do grupo no Brasil: os empresários Jorge Paulo Lemann — suíço de nascimento e fundador do antigo Banco Garantia, vendido ao Credit Suisse, e da empresa de investimentos GP, da qual se desligou —, além de Carlos Alberto Sicupira, o executor das operações estratégicas do trio, e Marcel Telles Hermann, mais focado nas concepções administrativas, de marketing e logística. Os perfis de cada um os complementam.
Lemann armou sólidos relacionamentos internacionais desde a época do Garantia à frente do qual foi pioneiro na captação de recursos externos para investimentos no país por meio de fundos, cuja idéia propagou a partir de um seminário realizado no Rio, em 1994, que atraiu mais de uma centena de dirigentes de bancos, outros fundos, seguradoras e investidores da Europa e EUA.
Os então candidatos presidenciais Fernando Henrique e Lula foram palestrantes do evento. Ali, no auge do Plano Real, o mundo voltou a se interessar pelo Brasil, e o Garantia se oferecia a apresentar o país aos capitais ávidos por novos mercados para investir.
Sacudida de respeito
Tais relações e a experiência adquirida na gestão de negócios da economia real marcam o início das operações ousadas dessa trinca de investidores, que veio bater na oferta pela Anheuser-Busch — um ícone da indústria dos EUA, com quase 150 anos de história. Aliás, não foi nem será uma transição tranqüila, já que a maior oposição ao negócio está no chamado estilo brasileiro de gestão. Focado em eficiência e extremo rigor com os custos, como lembrou a imprensa americana e protestaram sindicalistas e políticos de Saint Louis, no Missouri, QG da Anheuser-Busch (mais conhecida pela Budweiser, sinônimo de cerveja nos EUA, e pelo parque temático Bush Gardens, em Tampa, Flórida), aguarda-se uma sacudida de respeito no grupo.
Tecnologia de gestão
A capacidade de Lemann-Sicupira-Marcel de extrair resultados de negócios potencialmente lucrativos, mas estacionados por direções acomodadas, se tornou uma espécie de “tecnologia de gestão” muito apreciada por grandes investidores. O megainvestidor Warren Buffet é um deles. Virou amigo de Lemann há anos, como o fundador do Wall Mart, Sam Walton. Lemann participa de conselhos de empresas dos EUA, como Gillette, e da Universidade de Harvard, com Buffet, que se reveza há anos no topo da lista das maiores fortunas do mundo.
Fábricas de lucros
Na hora certa a relação foi fundamental: Buffet, grande acionista da Anheuser-Busch e contrariado com seus resultados pífios, foi o patrono da oferta da Inbev. Da Brahma à Antarctica, com a qual se fundiu surgindo a Ambev, das Lojas Americanas à Interbrew, sempre houve o mesmo diagnóstico: grandes empresas, com grandes marcas, e operações abaixo de seu potencial. O trio do ex-Garantia fez delas fábricas de lucros. É o que se prevê com a dona da Budweiser.
Lemann-Sicupira-Marcel falam uma espécie de esperanto no mundo de negócios, associando as técnicas de engenharia financeira, vindas da época em que eram mais gestores de recursos que banqueiros, com um modelo gerencial que alia agressividade no mercado consumidor à disciplina férrea do caixa e dos custos, além de logística precisa e marketing intensivo. Na Bélgica, a gerência brasileira fechou fábricas ultrapassadas e as reabriu em países do Leste Europeu com mercados novos a explorar e mão-de-obra preparada e menos custosa.
O presidente da Inbev, Carlos Brito, foi a face pública da oferta pela Anheuser-Bush, sinal de que será brasileira sua direção. Como no Canadá, onde a maior cervejaria, a Labatt, também da Inbev, é tocada pelo ex-presidente da Ambev, Bernardo Paiva. Talentos não faltam à Ambev. Ela os recruta direto nas universidades, envia os melhores para especialização nos EUA e depois os treina no Brasil. (CB)
Diminuição “modesta” do desmatamento
“Há uma queda modesta em relação ao mês anterior e ao mesmo mês do ano passado. Isso não é motivo de alegria, porque o desmatamento ainda está muito grande”, disse o ministro, durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Campinas (SP). Para ele, a devastação deve diminuir de forma mais acentuada nos próximos meses. A queda seria reflexo da medida adotada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de suspender o crédito para os produtores que não estão legalizados do ponto de vista fundiário ambiental.
Depois de terem sua divulgação adiada por quase três semanas, os dados do Inpe serão apresentados pela primeira vez de forma desagregada — separando o chamado corte raso e a degradação progressiva. “Isso é importante sobretudo para as 20 regiões que respondem por mais da metade do desmatamento. Importante para nós, que usamos esses dados como instrumento de trabalho para prevenção e combate, e também para diminuir a tensão dos governadores que reclamavam que os números vinham de forma agregada, somando num mesmo dado duas coisas diferentes”, disse o ministro.
Madeira
Carlos Minc anunciou também que o governo pretende oferecer R$ 136 milhões para apoiar o extrativismo e R$ 1 bilhão para recomposição de reservas legais na Amazônia, além de terminar o zoneamento econômico e ecológico da região até 2009. Minc ainda afirmou que pretende participar pessoalmente de operações de grande porte do Exército Brasileiro no combate ao desmatamento na floresta.
Os anúncios foram feitos no mesmo dia em que a Organização das Nações Unidas (ONU) criticou o governo brasileiro por não adotar medidas suficientes para barrar a exportação ilegal de mogno.
Segundo a ONU, a moratória imposta pelo Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não está funcionando. A Convenção sobre o Comércio de Espécies Ameaçadas (conhecida pela sigla em inglês Cites) vai propor um debate sobre a exportação de mogno na Amazônia.
“Ninguém sabe exatamente hoje quanto é exportado da região nem se as vendas saem de regiões certificadas”, afirmou o porta-voz da convenção, Juan Carlos Vazques.
Segundo a entidade, ligada à ONU, a moratória imposta pelo Brasil na exportação da madeira está sendo violada graças a autorizações dadas pela Justiça. Além disso, há falsificação de certificados sobre a origem da madeira e a mudança de empresas que antes atuavam no país para o Peru, de onde continuam a comercialização ilegal das toras.
Comissões discutem agenda ambiental com Minc
A audiência será realizada no plenário 2, às 10 horas.
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