
A Reforma Política na Opinião Pública |
Marcos Coimbra |
Sociólogo e presidente do instituto vox populi |
A Reforma Política na Opinião Pública |
Marcos Coimbra |
Sociólogo e presidente do instituto vox populi |
Disputa acirrada no conselho |
Luiz Carlos Azedo |
QUEBRA DE DECORO |
Senado já discute sucessão |
Sérgio Pardellas |
Jornal do Brasil |
20/6/2007 |
O Senado já discute nos bastidores a sucessão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), protagonista de uma crise política que ganha corpo a cada dia. Embora não admitam em público, líderes de partido consideram que Renan está com os dias contados no comando do Congresso. Por isso, articulam o lançamento de nomes para substitui-lo. O assunto ainda é tratado com cautela, pois depende do desenlace do processo no Conselho de Ética da Casa. Ou da renuncia de Renan à presidência. Mas os quatro maiores partidos - PMDB, DEM, PSDB e PT - nem pensam em ficar de fora de eventual disputa pela sucessão do peemedebista. No próprio PMDB, nomes já começam a ser ventilados. Hoje, o mais forte é o da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), que é líder do governo no Congresso e teria o aval do Palácio do Planalto. O pai de Roseana, senador José Sarney (PMDB-AP), também é considerado um candidato natural. Há ainda os que defendem uma saída "ética" - no caso, o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que ontem defendeu a renúncia de Renan da presidência. O Renan fará um gesto de profunda grandeza se renunciar à presidência do Senado - disse Simon. - Não podemos deixar o Senado sangrando. O apelo, que ganhou adeptos na Casa, não foi capaz de demover Renan da intenção de permanecer no comando do Senado. Não saio. Estou tranqüilo. Sofro pressão só da imprensa - replicou. Em tese, o PMDB - dono da maior bancada, com 20 cadeiras - teria a prerrogativa de indicar o sucessor de Renan. O DEM, no entanto, que concorreu à presidência da Casa no início do ano com o líder José Agripino Maia (RN), também aspira ao cargo. Não à toa, desde a última semana os senadores do partido endureceram o discurso contra Renan. A estratégia, que consistiria em fragilizá-lo até tornar sua situação insustentável, chegou a ser discutida em reunião, há 10 dias, no gabinete da liderança do partido no Senado. Primeira opção do DEM para suceder Renan, Agripino foi o primeiro senador a pedir publicamente a renúncia do peemedebista da presidência. Não tem mais clima para a permanência de Renan - reiterou Agripino ontem. Os tucanos evitam falar em nomes. Mas, intramuros, descartam apoiar a candidatura do senador José Sarney ou de Roseana. Devido à proximidade com o Palácio do Planalto, ambos seriam incapazes de equilibrar as opiniões na Casa, segundo o PSDB. O partido também vê na saída de Renan a oportunidade de comandar o Senado às vésperas das eleições municipais. A cadeira de presidente da Casa ainda seria importante porque os tucanos têm ambições de alcançar a Presidência da República em 2010. Ao contrário do DEM, a estratégia do PSDB é recolher as armas. Nada de assumir a linha de frente dos ataques ao peemedebista. Certos de que Renan será peça-chave da própria sucessão, os tucanos comemoram o fato de o DEM liderar o movimento "Fora Renan". O PT também tem seu candidato natural. É o vice-presidente da Casa, senador Tião Viana (PT-AC), que, na hipótese de renúncia de Renan ou de cassação por quebra de decoro parlamentar, assumiria mandato-tampão até que sejam convocadas novas eleições. Para petistas, seria a oportunidade de comandar ao mesmo tempo a Câmara e o Senado. Os mais comedidos, no entanto, reconhecem que o excesso de poder nas mãos do partido poderia ser prejudicial ao governo, ao gerar reação dos demais integrantes da coalizão governista. |
É incrível, mas, entra mês, abre CPI, sai mês, e o governo federal não resolve o problema do apagão aéreo no país às vésperas das férias escolares. Motim no Cindacta 1 pára vôos |
Jornal do Brasil |
20/6/2007 |
Uma operação-padrão iniciada no fim da tarde pelos controladores de vôo do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta-1), em Brasília, paralisou ontem a maior parte do tráfego aéreo no país. Vôos para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, começaram a atrasar desde as 16h30 e, no Rio, o Aeroporto Tom Jobim suspendeu todas as decolagens. Em Congonhas, às 20h, nenhuma aeronave podia decolar. Por volta de 21h, a Aeronáutica informou que os operadores haviam concordado em retomar a operação em nível normal. A cúpula da FAB considerou a greve branca dos controladores de vôo "uma atitude muito grave" e ontem mesmo iniciou uma investigação interna que pode resultar em novas punições. Para fontes da força, a operação-padrão assemelha-se a um motim e seria uma espécie de revide dos controladores à prorrogação do Inquérito Policial Militar (IPM) que foi instaurado há dois meses para a apurar responsabilidades do caos instalado nos aeroportos do país. Se a área técnica comprovar que não há problemas nos consoles, como alegam os controladores, vamos fazer novas investigações - declarou um oficial. Fontes do governo também suspeitavam que o motivo da operação-padrão teria sido reajuste de até 140% para os cargos em comissão (DAS) anunciado na quarta-feira pelo Palácio do Planalto. Desde o fim do ano passado os controladores demandam aumentos salariais e melhorias nas condições de trabalho, além do direito de pertencer a uma carreira civil. O reajuste concedido aos DAS beneficiará 21.563 servidores públicos e custará R$ 277 milhões aos cofres públicos neste ano. Desde a tarde de ontem, os controladores passaram a reclamar da "falta de nitidez dos consoles", que na prática seria a falta de foco das telas dos computadores do Cindacta 1. Segundo fontes da Aeronáutica, a estratégia dos controladores é criar um desencontro de informações para confundir as autoridades. Cada vez que o turno mudava, os operadores que assumiam os postos voltavam a alegar o mesmo problema nas telas. De acordo com a fonte, o problema alegado não é comum no Cindacta 1. Há a suspeita de que esses problemas não estão acontecendo e que eles estão criando caso - comenta o militar. O presidente da Infraero, tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, lamentou o que chamou de "falha" no Cindacta 1. Não sei qual foi o problema. Aguardamos um comunicado da Aeronáutica. Agora, cabe à Infraero lidar com os passageiros furiosos - disse o presidente da estatal, que administra os aeroportos. Oficialmente, até os controladores garantiam que o problema era com o Cindacta 1. O presidente da Associação dos Controladores de Tráfego Aéreo do Rio de Janeiro, Jorge Nunes de Oliveira, disse que o caos era causado pelo aumento do tráfego aéreo. Pelo que me informei, o problema era no radar de Brasília - disse Nunes de Oliveira. |
Mangabeira troca acusações por elogio |
Riomar Trindade |
Correio Braziliense |
20/6/2007 |
Um ano e meio depois de classificar o governo Lula como o mais corrupto da história do Brasil, filósofo assume cargo exaltando a “magnanimidade” do presidente e provocando uma demissão no Palácio Na opinião de Mangabeira, o Brasil agora pode ficar em pé, por força, segundo ele, de duas circunstâncias: a primeira é que o país não está mais de joelhos diante do dinheiro de fora e pode caminhar com suas próprias pernas e, a segunda circunstância, é que na eleição presidencial passada o povo pobre e o trabalhador não deixou que lhe formassem o juízo e, ao rejeitar tutelas, reconciliou-se consigo mesmo. “Do encontro dessas duas circunstâncias resulta o momento mágico na história do nosso país”, afirmou. Ele identificou o surgimento de uma “nova vanguarda, vinda de baixo, de emergentes e trabalhadores”. Na sua visão, essa parcela da sociedade, embora espoliada de acesso ao trabalho e ao conhecimento, “constrói nova cultura de auto ajuda e iniciativa”. Carioca, filho de pai norte-americano e mãe brasileira, Mangabeira defendeu uma nova ordem política e econômica que assegure a primazia dos interesses do trabalho e da produção. Ele salientou que o Brasil tem idéia clara a respeito do futuro, faltando apenas “confiança em nossa própria originalidade coletiva”. Disse que a tarefa para qual foi convocado é a de ajudar a engajar todos os setores do governo e da sociedade na definição do rumo nacional. “Senhor presidente, ao convocar-me para esta tarefa o senhor demonstrou magnanimidade. Critiquei com veemência e combati com ardor seu primeiro governo. A magnanimidade tem duas raízes: grandeza interior e preocupação com o futuro”, desculpou-se Mangabeira das ácidas críticas feitas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em artigo publicado em novembro de 2005, na Folha de S.Paulo, Mangabeira escreveu: “Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional. Corrupção tanto mais nefasta por servir à compra de congressistas, à politização da Polícia Federal e das agências reguladoras, ao achincalhamento dos partidos políticos e à tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos.” Ontem, Lula esqueceu as críticas do agora ministro, elogiou o filósofo e preferiu apostar no futuro. Sugeriu a Mangabeira, como já havia feito ao coronel Oliva, pensar em longo prazo tendo em mente 7 de setembro de 2022, data do bicentenário da Independência. Na opinião do chefe do Executivo, o governo, o Congresso e a sociedade precisam pensar o Brasil para daqui a 20 anos, 30 anos, pensar um Brasil possível de construir. “É por isso, meu caro Mangabeira, que você está guindado a fazer parte deste governo. É colocar sua inteligência a serviço de outras inteligências. A tua função é despertar um pouco uma parcela da sociedade que está adormecida nas universidades, na academia. Mas também fazer a boa provocação àqueles que nós chamamos de deserdados, que ainda não tiveram a oportunidade de conquistar sua cidadania”, disse Lula. A escolha de Roberto Mangabeira Unger para ocupar a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, com status de ministro, no segundo governo petista, feita em abril pelo presidente Lula, nunca foi unanimidade no Palácio do Planalto. Muito pelo contrário, durante o longo período de espera até sua posse, interlocutores graduados do chefe do Executivo tentaram dissuadi-lo a retirar o convite. Primeiro, Lula demonstrou insatisfação ao saber que o filósofo havia ingressado com uma ação na Justiça dos Estados Unidos contra a Brasil Telecom, empresa da qual é trustee, uma espécie de consultor para resolver um problema definido. Mangabeira cobrava honorários da BrT na Justiça, mas a empresa nega o débito. Mais recentemente, em 23 de maio deste ano, o professor de direito de Harvard enviou uma carta a um juiz de Massachussetts manifestando o desejo de continuar como trustee da Brasil Telecom. Nessa carta, Mangabeira insinua que sua presença no governo federal e o tempo que passará no Brasil, além de suas viagens freqüentes aos Estados Unidos – seus filhos ainda estudam lá – poderia “ecoar em benefício do Trust”. A Brasil Telecom tem entre seus principais acionistas os fundos de pensão estatais Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica FederaL) e Petros (Petrobrás). Do ponto de vista político, Mangabeira foi partidário do falecido ex-governador Leonel Brizola (PDT), participou da campanha presidencial do atual deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) em 2002 e apoiou a campanha de Ciro no ano passado. O professor de direito de Harvard é o segundo político ligado a Ciro Goomes a ganhar cargo no Palácio do Planalto. O primeiro foi o ministro de Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia (PTB-MG). Sócio fundador, vice-presidente e principal ideólogo do PRB, Roberto Mangabeira Unger tem dois padrinhos políticos fortes: o vice-presidente José Alencar (PRB-MG) e o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), este também com trânsito livre no Planalto. O PRB é o braço político da Igreja Universal do Reino de Deus, de Crivella. (RT). |
Fala sobre o estudo encomendado pela Fundação Vale do Rio Doce sobre os crescimento do Sul e Sudeste do Pará.
Sua casa, erguida num canto discreto e bucólico do bairro do Lago Norte, em Brasília, vem sendo há décadas cenário de conspirações, articulações políticas e debate de idéias. Afinal, Jarbas Passarinho é personagem proeminente do período republicano que começou com o regime militar de 64, passou pela redemocratização e prossegue pela atual fase de globalização. Coronel de artilharia, administrador cartesiano, acabou quatro vezes ministro - do Trabalho (Costa e Silva), da Educação (Médici), da Previdência (Figueiredo) e da Justiça (Collor). Leitor compulsivo, orador refinado, articulador paciente, destacou-se também como um dos grandes políticos da restauração democrática. Foi eleito senador três vezes, foi governador do Pará e chegou a presidente do Congresso. Aos 87 anos, seis livros publicados, dedica seu tempo entre dar consultoria e escrever artigos para jornais. Dias atrás, escarafunchando a memória, Passarinho se lembrou que em fins de 1973, quando terminava a guerrilha do Araguaia, o general Antônio Bandeira o procurou em segredo para pedir que abrigasse cinco presos políticos. Ele ajudou. As organizações de direitos humanos suspeitam que cinco dos guerrilheiros do Araguaia teriam recebido nova identidade e depois entrado para a lista de desaparecidos. Passarinho pode ser a chave para desnudar esse episódio ainda não resolvido da história.
Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados A imagem peregrina da padroeira dos par...