Sem chance
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Nota: Assumo em qualquer instância, na Terra, Céu ou Mar, o que assino embaixo.
O Liberal só de nome
Forasteiro és tu, cara pálida!
A respeito da divisão do Estado do Pará, várias matérias saem todos os dias na grande imprensa da capital do Estado.
Umas com bastante equilíbrio, pois chamam a atenção da população para discutir com mais serenidade a questão, outras com tanto despreparo emocional que chegam a passar a impressão de que foram escritas no Mangueirão durante o intervalo de um emocionante Re x Pa, pois chegam a chamar aqueles que lideram o movimento de criação do Carajás e do Tapajós de forasteiros.
Ora, quem chama os líderes políticos, empresariais, sindicais e de movimentos sociais destas regiões de forasteiros é no mínimo um tremendo idiota.
A luta do povo desta região por independência administrativa é legítima e inegociável, basta de nos empurrar com a barriga e tentar nos impor uma condição que não nos interessa.
O povo do interior não quer mais saber de migalhas ou das sobras de Belém. Queremos ter a nossa independência por entender que temos muito mais direitos que hoje nos é facultado.
É sabido que a capital do Pará é uma das grandes referências culturais da Amazônia e do Brasil, mas não representa o que é vivido em nossa região, que é formada por uma grande miscigenação de povos de todos os estados do Brasil.
Também é sabido que a ausência do Estado em segurança pública, em saúde, em educação, na cultura, no esporte, em rodovias, na agricultura, em infra-estrutura em geral é o grande responsável por este sentimento do povo por independência.
Ai me vem a grande constatação.
Forasteiro és tu! Que fica ai sentado em sua poltrona, no ar condicionado, em frente a um computador de última geração, dissertando sobre uma realidade que não conheces.
Forasteiro és tu! Que do alto de sua ignorância ficas a dizeres bobagens sobre um povo trabalhador e progressista.
Forasteiro és tu! Que de tão acomodado não consegues enxergar um palmo adiante do seu nariz, não consegues enxergar a realidade de nossa gente.
Forasteiro és tu! Que finge estar tudo bem enquanto o nosso povo passa fome, sofre com a insegurança, com a falta de escolas de boa qualidade, com a falta de atendimento médico, pelo isolamento causado pelas péssimas condições de nossas estradas.
Forasteiros são todos aqueles que não conseguiram conquistar este espaço de chão e agora ficam de longe querendo impor suas vontades ao nosso povo.
Ivair Justino Gonçalves mora em Tucumã - Pará, na Rua da Pimenta n° 117 – Morumbi - Cep: 68.385-000 Telefone : 094-3433-1640.
Telma Lobão ameaçada de morte na Bahia
O mês acabou e junto a vida da ambientalista Telma Lobão pode seguir o mesmo caminho via intolerância dos poderosos de plantão na Bahia.
Estão tentando assassinar a ambientalista Telma Lobão na Bahia devido às suas denuncias contra o Ibama e a COPPA - Policia Ambiental da Policia Militar. Os responsáveis seriam o Coronel Santana Comandante Geral da Policia Militar do Estado e Paulo Bezerra Secretário de Segurança Pública do estado (que indicou Santana para o cargo e também o atual Superintendente da Policia Federal na Bahia). Aliás a Policia Federal da Bahia inocentou sigilosamente o Ibama da Bahia de um monte de acusações e nem a Imprensa tomou conhecimento... A ambientalista vem sendo seguida por carros com vidros fechados fumês, registrou o caso na delegacia e esperamos que seu fim não seja igual ao de Antonio Conceição, o ambientalista assassinado em Salvador com 40 tiros pela Policia, que depois teve seu corpo sequestrado e ateado fogo. Porque a Bahia e o brasil odeia tanto ambientalista?
A notícia carece de checagem, mas, independente disso o blog pergunta: A quem interessa a morte de Telma?
Quem pega corda é relógio!
É um claro sinal de sua decadência enquanto veículo de comunicação.
Bem antes, ex-governadores truculentos no agir democrático, nos chamaram de aventureiros, aproveitadores e outros adjetivos. Gozam hoje do mais arrematado ostracismo na vida pública. Saíram da política pela porta dos fundos e com reputações comprometidas.
Isso é lamentável e não vamos entrar nesse jogo sujo que O Liberal propõe, assim como, os seus financiadores que bem conhecemos quem são.
O plebiscito é cláusula constitucional, é uma consulta à população, portanto, é um direito democrático. Daí querer ou não a divisão é uma questão de opinião pessoal. Vamos decidí-la nas urnas.
Há políticos que pensam que vão impedir a votação aqui em Brasília do projeto de decreto legislativo que autoriza o plebiscito. Vamos dar publicidade a cada um deles. O material já está pronto.
Mas retomando ao ponto de interesse desse post. Sugiro aos leitores que após a leitura da carta de um ex-delegado, leia em seguida a opinião de um economista a favor da divisão territorial.
Isso mesmo! Um humilde blog, ensinando aquele que já foi o maior jornal do Norte a fazer jornalismo. A publicar o contraditório.
Digo isso porque informando todas as nuances da complexa matéria o jornal adquire credibilidade, coisa que O Liberal já jogou na lata do lixo há muito tempo em casos semelhantes contra a CVRD, Rede Celpa e Basa.
É digno proporcionar a seus leitores, -cada vez menores-, as principais razões que movem quem quer a divisão e as razões para não fazêl-a. Isso é jornalismo, o resto é propaganda enganosa.
Posseiros em terra paraense
Carta publicada na Seção de Cartas da edição de 30/08/2007 de O Liberal.
Alguns anos são passados desde quando teve início o desembarque em território paraense, mais precisamente no sul do Pará, de vários forasteiros do Sul e Sudeste do país, em busca de enriquecimento à custa de diversas riquezas que nossa terra oferece. Adiquiriram, ocuparam e se apossaram das terras, iniciando uma nova vida promissora que ainda não haviam obtido em seus Estados de nascimento, crescendo a ambição política pelo poder.
Aos poucos, foram envolvendo o povo nativo da região e, aproveitando-se da sua ingenuidade, infiltraram-se na vida política local, invadindo 'currais eleitorais' dos politícos da terra, aniquilando e/ou ofuscando lideranças, levados pela cobiça e volúpia do poder, aliando o agradável ao útil para o crescimento dos negócios particulares, com maior ênfase no ramo madeireiro.
O que realmente deixa a todos nós surpresos e revoltados é que nossos representantes politícos assistem pacificamente a todas manobras para a divisão de nosso Estado, sem oferecer reação alguma ou, se o fazem, é de modo tão tímido que se torna quase imperceptível. Será que ainda não 'caiu a ficha' para fazê-los entender que, aos poucos, estão entregando 'de bandeja' a liderança e a divisão do nosso Estado a esses aproveitadores 'políticos pára-quedistas?'
A situação se agrava mais quando esses mesmo forasteiros, com a maior petulância (para não chamar de 'cara-de pau') arvoram-se a propor a divisão do nosso Pará. Contudo, o que é mais revoltante é que os principais agentes politícos envolvidos, a começar por nosso governo, seguido por nossos senadores, deputados federais e estaduais (com raras exceções), nada fazem e nem reagem a essa violência social, agrária, econômica e política sofrida por nosso território. Alguns, inclusive, até se engajaram nesse movimento divisionista. Querem fatiar o bolo e ficar com a melhor e maior fatia. Pode?
A omissão desses que têm a obrigação de defender e lutar pelos interesses do Pará é que nos faz conclamar todo o povo paraense para, a uma só voz, ou, se preciso, em passeatas ou carreatas, bradar pelo apoio de orgãos como Associação Comercial, Federação das Indústrias, Federação do Comércio, OAB, Sindicatos e Associações de Classe etc. para, unidos, reagirmos a esta sórdida manifestação de falta de amor ao solo paraense. Aliás, o que se pode esperar de aventureiros que desconhecem o verdadeiro sentimento de amor pelo solo pátrio? Vamos reagir, meu povo! Fora com os aproveitadores e posseiros de nossa terra. Nosso amor pelo Pará é muito maior do que as ambições de todos eles somadas.
Você, que faz parte deste nosso terrotório perseguido pela fome de poder e interesses pessoais dessas sanguessugas da politíca, não se deixe enganar com promessas vãs, sonhos mirabolantes e falácias faraônicas. Não venda nem traia sua consciência, para não se nivelar aos oportunistas.
'Por trás dos governos míopes que dividem e descontrolam os negócios humanos, existe e cresce uma verdadeira força em favor da unidade do mundo e da ordem mundial' (H. G. Wells).
Vamos lutar, minha gente!
Euclides de Freitas Filho
Delegado-geral aposentado e advogado
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Resposta enviada ao blog pelo economista Roberto Castro
Meu Caro Val,
O Gagá que escreveu, no primeiro período chama 2,5 milhões de carajaenese e tapajoaras de forasteiros do sul e do sudeste. Afirma que eles se apossaram das terras, iniciando uma vida nova promissora que não haviam obtido em seus Estados de nascimento. Também, se aproveitaram da ingenuidade e se infiltraram na vida política local.
"Dos aproveitadores políticos pára-quedistas, o que se pode esperar de aventureiros que desconhecem o verdadeiro sentimento de amor ao solo pátrio?"
"Fora com os aproveitadores e posseiros de nossa terra, sanguessugas da política."
Pense numa grande colaboração que esse sujeito está dando ao movimento separatista.
São esses trapalhões que afundam qualquer tentativa de reação diante do avanço do nosso movimento.
Ao ofender milhões de pessoas nas duas regiões, ele está, na verdade, reforçando o nosso movimento e causando uma adesão em massa de toda a população ao movimento.
Portanto, devemos aproveitar estrategicamente essa situação e não escrever para o velho jornal enchedor de linguiças, mas, tirar cópias das ofensas com grifos em destaques e colocar em todos os comércios, repartições, escolas e onde houver um prédio nas duas áreas em emancipação, com um título em cima "OFENSA AO POVO DE CARAJÁS E TAPAJÓS".
Com isso reforçaremos o nosso movimento, ao mesmo tempo que enviaremos o mesmo panfleto de ofensa para os nossos que residem no nordeste do Pará.
Desconfio até que esse velho delegado aposentado é nosso agente infiltrado nas hostes adversárias.
Esse panfleto cretino tem que ser lido em cada emissora de cada região por dias seguidos até a população decorar as ofensas de Forasteiros, posseiros, infiltrantes, aproveitadores, para-quedistas, sem amor pelo solo pátrio, novamente, aproveitadores posseiros e sanguessugas da política.
Temos que conscientizar a nossa população do modo ofensivo e humilhante de como os adversários nos vêem tratando.
De qualquer maneira vou acompanhar o desenrolar da reação e continuar fustigando os apeladores com os lúcidos estudos.
O velho jornal vai apelar agora todos os dias na base da intimidação e da ofensa. Melhor para o crescimento do movimento de emancipação.
Temos que conscientizar a nossa população do modo ofensivo e humilhante de como os adversários nos vêem tratando.
De qualquer maneira vou acompanhar o desenrolar da reação e continuar fustigando os apeladores com os lúcidos estudos.
O velho jornal vai apelar agora todos os dias na base da intimidação e da ofensa.
Melhor para o crescimento do movimento de emancipação.
Sds
Beto Castro
Deputado Giovanni Queiroz em entrevista ao SBT de Marabá - Parte I
Para assistir clique duas vezes na frase acima.
Pela ética no jornalismo
* Fernanda Vasques
O jornal O Liberal tem publicado com bastante frequência um conteúdo informativo indiscutivelmente CONTRA a divisão territorial do Estado do Pará. Neste sentido, é importante esclarecer que o jornalismo deve ser imparcial e prestar um serviço aos cidadãos. Entretanto, se considerarmos as edições do jornal O Liberal será possível perceber que está havendo uma tendência editorial contrária à criação do Estado do Carajás, o que em tese, não deveria acontecer. É bom ressaltar que a criação de um novo Estado depende de um princípio democrático: o plebiscito que irá ouvir a população. O jornal não só deve mostrar que haverá plebiscito como também publicar as diferentes opiniões contra e a favor.
Neste aspecto, a construção da realidade do leitor de O Liberal sobre as informações sobre Carajás tem sido direcionada de modo que o cidadão não possa ter o contraponto, o outro lado, princípio básico do jornalismo. O jornal, desta forma, não está mostrando os dois lados e, por sua vez, não está permitindo que seu leitor tome partido em relação à situação a partir dos seus próprios interesses, valores e crenças.
Só VOCÊ, cidadão, pode contribuir para um jornalismo mais imparcial e objetivo em favor do CIDADÃO. Escreva para O Liberal, seja um leitor ativo e opine sobre o conteúdo. Exerça seu papel, seja um leitor ativo e fiscalizador: afinal, quem vigia o quarto poder???
Obrigada.
* Jornalista, assessora de imprensa, professora do curso de Comunicação Social em Brasília e Mestre em Comunicação pela UnB – Universidade de Brasília
Email: fernandamscjornalista@yahoo.com.br
Acabou a teroria. Fiquemos atentos à prática
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, entregou há pouco ao presidente da Mesa do Congresso Nacional, Renan Calheiros, a proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2008 e o Plano Plurianual (PPA) 2008-2011. O PPA prevê investimentos de R$ 3,526 trilhões para o período, em 307 programas governamentais.
Segundo o ministro, as duas propostas têm como prioridades a educação, a distribuição de renda, a inclusão social e o crescimento econômico a partir de iniciativas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Paulo Bernardo disse que conta com o Congresso para aprovar as duas propostas e também a prorrogação da CPMF e da DRU. Ele afirmou que, juntas, a CPMF e a DRU representam receitas de R$ 88 bilhões para o Orçamento de 2008. "Sei que o Congresso vive democraticamente seus debates, mas sempre temos conseguido aprovar nossos projetos."
Verbas para saúde
Questionado sobre as verbas para a saúde, o ministro disse que o governo federal cumpre os limites exigidos pela Constituição. Ele avaliou, no entanto, que é necessário regulamentar a Emenda 29, que estabelece esses limites. "Sabemos que pelo menos 17 estados não cumprem os limites exigidos. O governo federal cumpre à risca, mas não adianta o governo dar de um lado, e o estado tirar de outro."
Audiências nos estados
O relator da proposta orçamentária na Comissão Mista de Orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE), ressaltou que o colegiado vai realizar dez audiências públicas nos estados para discutir o Orçamento e o PPA. As reuniões ocorrerão de 20 de setembro a 9 de outubro. "O objetivo é aproximar esse debate da sociedade brasileira."
Pimentel elogiou a proposta orçamentária que, segundo ele, está de acordo com o PAC; cumpre o acordo com as centrais sindicais de aumentar o salário mínimo para R$ 407,33; e prioriza a educação e a área social com aportes significativos. O deputado informou que, inicialmente, a proposta será distribuída para os dez relatores setoriais.
A proposta de Orçamento e o PPA foram entregues durante reunião no gabinete da Presidência do Senado.
Saiba mais sobre o PPA 2008-2011
Confira detalhes da proposta orçamentária
Definido comando da TV Pública Nacional
A escolha agrada gregos e troianos tanto pelo alto nível dos escolhidos, como pelo fato de ter agradado o Planalto e o Ministério da Cultura. Franklin Martins mostrou-se um hábil coordenador, mas a escolha final foi de Lula mesmo.
Prefeitos em festa
Aprovada estrutura da nova SUDAM
Comissão de Educação da Câmara analisa fim do Vestibular
Proposta que prevê o fim do vestibular está na pauta da Comissão de Educação e Cultura da Câmara e pode ser votada hoje
Congresso em Foco
Soraia Costa
A discussão sobre o fim do vestibular e a criação de um curso de “pré-graduação” como forma alternativa para ampliar o ingresso ao ensino superior estão na pauta de votação de hoje (29) da Comissão de Educação e Cultura da Câmara. Essas propostas fazem parte do Projeto de Lei 6.137/2005 (leia a íntegra), apresentado pelo deputado Alex Canziani (PTB-PR) e inspirado na idéia do professor universitário aposentado José Carani, da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
De acordo com o projeto, que está sendo relatado pelo deputado Eliene Lima (PP-MT) e recebeu parecer (clique aqui para vê-lo) por sua aceitação, o acesso aos cursos de graduação oferecidos pelas instituições de ensino superior se dariam “por intermédio de um curso de pré-graduação com um ano de duração, constituído por disciplinas básicas do curso de gradação correspondente”.
A extinção do vestibular, no entanto, não garantiria a entrada direta na universidade àqueles que concluem o ensino médio. A idéia é que a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seja considerada pelas faculdades e universidades como uma forma de pré-selecionar seus alunos.
“É uma maneira de democratizar o acesso ao ensino superior e de reduzir a pressão que os alunos têm com o vestibular”, explica o autor do projeto, Alex Canziani. “Às vezes, um jovem brilhante vai mal no vestibular por causa da pressão da prova e fica de fora da universidade. Com o curso de pré-graduação, os alunos vão ter oportunidade de entrar em contato com o ambiente universitário e de mostrar seu potencial ao longo de um ano”, completa o deputado.
A extinção do vestibular e a adoção da “pré-graduação” estão em fase de testes em duas universidades federais – no Espírito Santo e no Paraná – e em análise pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Londrina.
Para o idealizador da proposta, professor José Carani, as duas medidas ajudariam a ampliar o acesso à universidade e a melhorar a qualidade dos alunos. Ele ressalta, no entanto, que este não é um projeto para ser adotado de uma vez. “É um sistema para ser implantado ao longo de quatro ou cinco anos”, ressalta.
Ampliação do acesso
O Projeto de Lei 6.137 prevê que seja oferecido na pré-graduação “pelo menos o triplo das vagas estabelecidas para o curso de graduação correspondente”. A idéia, de acordo com José Carani, é dar “igualdade de oportunidades e de condições para os alunos”.
Ele explica que nas universidades onde o modelo está sendo testado, ao final do curso os alunos recebem um “certificado de conclusão do 1° ano da graduação correspondente” e, com isso, mesmo quando não conseguem uma das vagas para continuar a fazer a graduação, podem tentar um lugar no segundo ano de outra faculdade.
“Historicamente há uma evasão muito grande após o primeiro ano dos cursos de graduação, e a pré-graduação minimizaria esse problema, uma vez que o número de alunos ali seria maior do que as vagas para o restante do curso”, defende o professor.
Questionado sobre se o excesso de alunos na pré-graduação não causaria confusão ao final dos cursos mais concorridos, uma vez que os alunos passariam o ano sob a proteção da universidade, Carani rebate: “Nas universidades que adotaram esse modelo como teste também havia esse temor inicial, mas isso foi resolvido com um contrato feito entre a instituição e o aluno, no qual ficava claro que a entrada na pré-graduação não implicaria na admissão na graduação”, argumentou.
O professor deu como exemplo o curso de Direito da PUC de Londrina. “A universidade me procurou dizendo que 40% dos alunos que passam no vestibular abandonam o curso após o primeiro ano. Com isso, o segundo ano fica com sobra de vagas. Com o sistema de pré-graduação, os alunos que cursassem o primeiro ano de Direito, mas não conseguissem uma vaga definitiva em determinada universidade, poderia ir direto para o segundo ano em outra que estivesse com sobra de vagas”, explicou ele.
“Da quantidade se tira a qualidade”, defende José Carani, acrescentando que ao longo do curso os alunos terão um estímulo maior para estudar e se dedicar sabendo que ainda não estão com vaga garantida na graduação. “Isso irá melhorar o nível dos alunos não apenas nas universidades que adotarem a pré-graduação como nas que ficarem com a demanda excedente quando da conclusão do curso”, acredita.
Impacto financeiro
Outra dúvida levantada sobre a criação do novo curso é o impacto financeiro que ele causará. Para o deputado Alex Canziani, a despesa com a pré-graduação ficaria com as próprias instituições de ensino superior, mas isso não implicaria em um aumento significativo.
“Oferecer três vezes o número de vagas não exige que sejam criadas três novas turmas”, diz ele. E o professor Carani acrescenta: “No primeiro ano não há despesas com laboratório ou outros recursos. Além disso, porque o aluno saberá que está em concorrência, ele irá se esforçar para aprender mesmo em uma turma grande”, argumenta o professor.
O deputado Alex Canziani também sugere que, para compensar os custos com a pré-graduação e uma vez que as matérias introdutórias serão nele ministradas, a graduação seja reduzida em um ano.
“Tem o lado conceitual e o financeiro. Do lado conceitual o vestibular não é mais adequado, então qual é a alternativa? Análise de aptidões ao final do ensino médio, como é feito em outros países? Pode ser uma boa solução. A novidade é esse curso. Mas como ele será financiado? Se for o caso de reduzir a graduação, que impacto isso terá?”, questiona o professor Bernardo Kipnis, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.
Vice-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior e professora da Universidade Tuiuti, no Paraná, Carmen Luiza Silva destaca que a idéia de “enterrar” o vestibular é positiva. Ela ressalta, contudo, que se não for para ampliar o acesso ao ensino superior, a proposta não faz sentido e que é preciso “estudar o impacto financeiro do projeto”.
Extinção do vestibular
A proposta do governo, prevista no Plano Nacional de Educação, é de que 30% dos jovens na faixa etária de 18 a 24 anos tenham acesso a cursos superiores até o final desta década. Um dos grandes entraves para se atingir essa meta é justamente o funil chamado vestibular.
Para o presidente da Comissão de Educação e Cultura, deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), a adoção das notas do Enem na seleção será positiva mesmo que as pessoas comecem a se preparar para o exame como fazem hoje para o vestibular. “No fundo essa é a intenção do MEC [Ministério da Educação]. Transformar o Enem em um processo seletivo tão importante que as pessoas se preparem para ele”, afirma.
“Temos um sistema anacrônico de vestibular, principalmente nas instituições particulares. Elas até chamam de vestibular, mas, na prática, nem sempre há uma seleção, pois o que conta é o dinheiro das mensalidades”, reclama.
O professor Bernardo Kipnis também destaca que a grande diferença do Enem é que ele procura avaliar os conhecimentos apreendidos e não apenas os aprendidos pelo aluno. “Eles são diferentes conceitualmente. Do jeito que é hoje, os cursinhos ensinam os alunos a passar no vestibular e não a entender os conceitos ensinados no 2° grau”, destaca.
“Esse projeto que será votado na comissão é uma boa idéia, uma boa discussão, mas o assunto é polêmico”, diz Gastão Vieira.
Procurado para comentar o projeto, o Ministério da Educação informou, por meio de sua assessoria, que não se manifestará sobre o assunto, alegando que a proposta está sendo discutida apenas no âmbito do Legislativo.
“Pós-secundário”
Inspirado na idéia da pré-graduação, o professor Bernardo Kipnis sugere que, em vez de se fazer um curso que sirva apenas como introdução e pré-seleção para os cursos regulares do ensino superior, seja criado um sistema de educação continuada que ele chama de “pós-secundário”.
Esse sistema acolheria os estudantes que concluem o ensino médio, mas não pretendem fazer cursos completos de graduação. Aí poderiam ser incluídos, cursos técnicos e de introdução a certas profissões. A seleção dos alunos também levaria em conta as notas do Enem. “Seria uma maneira de valorizar e otimizar o estudo do aluno”, defende.
Ele ressalta, porém, que nenhum desses cursos, mesmo os voltados para a admissão na graduação, terá sentido caso não sejam aproveitados os recursos tecnológicos. “Sem o uso da tecnologia e da informação e sem essa diversificação do ensino superior, ficará inviável para o governo cumprir a meta de ampliação do acesso à universidade”, conclui.
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