Folha nariguda

Outro leitor do blog se manifesta contra a deliberada - e bem paga - manipulação da folha nariguda em relação ao debate sobre a criação de novos Estados no Pará. É o geólogo Jubal Cabral morador do Tapajós.

Um e-mail de Val-Mutran nos leva a ler sobre um besteirol que a porcaria de "O Liberal" (a
folha nariguda, como chama o Juca Arruda) escrito por alguém de que se diz delegado geral aposentado e advogado. O nome é tão insignificante quanto o jornaleco que o publica. Ser isso ou aquilo, ter uma formação deste quilate não o qualifica como escritor, mas como mais um que escreve o que o jornaleco quer.

Fala sobre pessoas que vieram de outros estados e se firmaram como comerciantes, agricultores, mineradores em lugares que os "paraenses da gema" sequer sonhavam em colocar os "pés de barro".

Quem são estes paraenses da gema, afinal? Os maiorana vieram de onde? Os barbalhos? Os freitas? Os bitar? Os sousa ou freitas? Ou silvas? Ou qualquer outro sobrenome que tenha?
Nenhum deles teve sua genealogia pura no Pará!

É hora de para com estas baboseiras e trazer novos dados a esta discussão, que não é separatista, mas emacimpacionista!

Então, delegado aposentado, vista seu pijama e vá cuidar de seus netos (se os tem) ou plantar flores em seu jardim.

Se não tem frases melhores e mais conclusivas, não ofenda quem quer trabalhar e produzir.

Se te causamos inveja, trabalhe também prá engrandecer a sua porção e deixe que a nossa iremos melhorar, assim que nos livrarmos do jugo destes presumidos "paraenses".

Marcos Valério pode abrir a boca

Fala, careca!

A Nova Corja

A ISTOÉ que começa a circular hoje traz uma matéria sobre o carequinha publicitário Marcos Valério. O ex-dono das agências DNA e SMPB parece estar em chamas agora que virou réu sob as acusações de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa, formação de quadrilha e evasão de divisas, correndo o risco de pegar 62 anos de cana (uns 6 anos efetivos, portanto). Valério afirma que tem 11 horas de depoimento gravadas em DVD e tenta dar a impressão de que pode jogar muita merda no ventilador:

"O mais plausível é que, discretamente, ele comece a revelar nomes de algumas figuras importantes que tinham conhecimento do esquema de financiamento político do PT. Um deles, o ex-ministro da Fazenda e atual deputado Antônio Palocci, que não foi atingido por nenhuma labareda no escândalo do mensalão. No primeiro mandato do presidente Lula, Valério teve algumas reuniões com Palocci, no Hotel Paulista Plaza, em São Paulo, onde discutiu a compensação a ser dada ao Banco Rural em função dos empréstimos feitos para o PT. A operação seria a incorporação do Banco Mercantil do Brasil, que daria um ganho de R$ 200 milhões aos mineiros do Rural. A pedido de Palocci, que prometeu resolver a questão, Valério foi recebido em nada menos que dez ocasiões pelos então diretores do Banco Central, Gustavo do Vale e Paulo Sérgio Cavalheiro. Depois, por outras razões, o negócio travou. Mas, se Palocci sabia, outros talvez soubessem."

A partir das falcatruas de Valério com os tucanos em Minas, há o risco de sobrar para todo mundo:

"ISTOÉ teve acesso ao relatório interno da PF de 170 páginas e nele constam outros nomes graúdos. Um deles, o do atual governador de Minas Gerais, Aécio Neves. “Há fortes indícios de que o mensalão mineiro abasteceu também as campanhas de Aécio”, diz um dos investigadores do caso. Nos documentos, também consta o atual ministro Walfrido dos Mares Guia, que coordenou a campanha de Azeredo em 1998 e hoje é o articulador político do governo Lula."

(Até agora a segunda parte da matéria não está no site.)

Fala, careca!

Zé Louquinho vai de oncinha

Louquinho do DEMO

A Nova Corja

O Vale do Paraíba, em São Paulo, está em chamas. Depois de o vereador Tonhão Dutra (Pê Tê), de São José dos Campos, querer obrigar os vereadores da cidade a usar uniforme durante o expediente, agora é a vez de Zé Louquinho (DEMO), prefeito de Aparecida (aquela do Santuário), tocar o horror:

"Prefeito de Aparecida vai a reunião com short de oncinha

Ele já tentou impedir o uso de minissaia na cidade, obrigar padre a usar batina e até quis proibir a ocorrência de enchentes. Em nenhuma das vezes, teve sucesso. Agora, o prefeito de Aparecida, José Luiz Rodrigues, o “Zé Louquinho”, encontrou um jeito inusitado para protestar contra o bloqueio de verbas públicas: um short de oncinha.

zelouquinho1.jpg
Gato.

O prefeito vestiu um short com estampa de oncinha durante reunião do Codivap, o consórcio de desenvolvimento do Vale do Paraíba, que aconteceu em São Bento do Sapucaí, a 164 km de São Paulo.

(...)

O prefeito de Caçapava, Carlos Vilela, que é o presidente do Codivap, disse que concorda com o protesto de “Zé Louquinho”, pois muitas cidades da região passam pelo mesmo problema com o pagamento de precatórios." (G1)

E para você que não está satisfeito nunca, o Conselho Editorial da Nova Corja aconselha fortemente a colocar o volume no máximo e entrar no site da Prefeitura de Aparecida.

Obviamente nada ficará completo se você não ace$$ar o site do próprio ex-palhaço, ex-cobrador de ônibus, publicitário e empresário da noite Zé Louquinho.

As opções do Pê Tê para 2010

Petistas para 2010

Nova Corja

As opções do PT para escolher um candidato à sucessão de Lulla em 2010 são uma piada. Entre os nomes cogitados durante o congresso do partido que acabou neste domingo, o único que teria alguma chance é o de Jaques Wagner. Responsável pela versão petista do coronelismo baiano - uma espécie de ACM socialista -, Wagner governa um Estado relevante, mostrou força política ao derrotar os antigos grupos políticos locais e aparentemente goza de popularidade entre a população da Bahia (se bem que, cá entre nós, já houve em algum momento da história um governador baiano reprovado pela população?).

O resto é piada: Marta Suplicy, Patrus Ananias e Fernando Pimentel (prefeito de Belo Horizonte). Outros dois nomes cogitáveis, os dos ministros Tarso Genro e Dilma Rousseff, não passam pela cabeça das principais tendências petistas, informa a Folha Online. Afinal, Tarso encabeça o grupo que responsabiliza a antiga cúpula do PT pelos escândalos recentes em que o partido se envolveu. E para um petista que se preza, o mensalão nunca existiu, claro.

A demência petista faz com que Marta Relaxa e Goza Suplicy tenha preferência a Tarso Genro. Nem é preciso dizer, então, que o sonho de Lulla - ter Ciro Gomes ou Nelson Jobim encabeçando a chapa - já está mais do que confirmado. Lulla, sensato, treme só de ouvir falar em um petista na presidência.

Cade aponta duas opções para Vale do Rio Doce

Justiça nega liminar à Vale na disputa contra Cade

Juliano Basile
Valor Econômico
3/9/2007

A juíza Maria Cecília Rocha, da 5ª Vara Federal de Brasília, negou, na sexta-feria, pedido de liminar feito pela Vale do Rio Doce para suspender a aplicação de restrição imposta pelo Cade à compra de oito mineradores pela companhia. De acordo com decisão do Cade, a Vale é obrigada a cumprir uma entre duas condições: venda da mineradora Ferteco ou perda do direito de preferência na compra de minério de ferro da Casa de Pedra, mina de propriedade da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

A empresa recorreu à Justiça para não cumprir a decisão, mas, na terça-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi favorável ao Cade. A mineradora pediu, então, uma nova liminar. Mas, a juíza Maria Cecília Rocha afirmou que o objetivo da Vale era o adiamento do cumprimento da decisão do Cade e negou o pedido. O procurador-geral do órgão antitruste, Arthur Badin, afirmou que "não é possível que depois de perder em 1ª instância, no TRF e no STJ, queira a Vale agora, como o Mito de Sísifo, recomeçar tudo de novo".

Na votação de terça-feira da semana passada, o STJ rejeitou por quatro a zero o recurso da Vale. Desde 2005 a Vale vinha tentando argumentar que a decisão do Cade tinha problemas formais. A crítica é o voto proferido pela presidente do Cade , Elizabeth Farina, que teria sido contabilizado duas vezes. Com um placar de três votos por uma punição mais branda e dois votos pela punição mais severa, a presidente optou pela mais severa. Como o placar ficou empatado, a presidente aplicou o seu "voto de qualidade", dando maioria de quatro a três para a opção imposta à Vale.

O julgamento de terça-feira foi encerrado após voto do ministro João Otávio de Noronha, que havia pedido vista do caso no início de agosto. "É impossível no atual regimento do Cade haver voto de qualidade que não seja computado", disse. "Eu não gosto do sistema do voto de qualidade, mas não temos outra solução." Havia votado no mesmo sentido a relatora, Eliana Calmon, e acompanharam a posição Herman Benjamin e Humberto Martins

Concurseiros, estudai!

VAGAS DISTRIBUÍDAS

Mariana Flores
Correio Braziliense
3/9/2007

Projeto de orçamento da União para o próximo ano abre oportunidades de contratações em todos os Poderes, se quiserem realizar novos concursos. Só para a Justiça Federal foram previstos 3.989 postos

O projeto da lei orçamentária para 2008, que começa a ser analisado hoje pelo Congresso Nacional, traz boas notícias para os interessados em ingressar no serviço público. As 56.348 contratações previstas para o próximo ano são bem distribuídas entre os órgãos federais, abrindo um extenso leque de oportunidades. O próprio Congresso tem autorização para contratar 937 funcionários (veja quadro), seja pela realização de novos concursos ou pela convocação de aprovados em provas anteriores. O Tribunal de Contas da União (TCU) pode chamar 480 novos servidores. O Poder Judiciário pode convocar 12.604 pessoas e o Ministério Público, outras 2.295. Mas é no Executivo que está a maior quantidade, 40.032.

O volume não será necessariamente preenchido, mas o projeto abre a possibilidade. Com isso o número de vagas previsto nos editais não deve ser seguido ao pé da letra. A expectativa é que as provas selecionem mais pessoas que o divulgado, segundo previsão do diretor do Obcursos, José Wilson Granjeiro, há 18 anos no ramo. “Todo concurso chama muita gente do quadro de reserva. Em alguns, o volume de contratações chega a ser 10 vezes maior que o número de vagas anunciado inicialmente”, afirma. Com mais oportunidades, a expectativa é que um número maior de pessoas passem a se preparar para a concorrência, segundo ele.

Nos cursinhos, a procura maior é pelas aulas preparatórias para os concursos dos tribunais e do Senado, previstos para serem realizados até meados de 2008. E as chances serão muitas, caso os órgãos contratem os volumes autorizados na proposta do orçamento. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) poderá selecionar até 459 novos funcionários. O Superior Tribunal Federal (STF), 329. Já o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) pode contratar até 801 pessoas para ocupar, por exemplo, cargos que serão abertos com a criação de novas varas, como prevê o projeto de lei. A expectativa, de acordo com Granjeiro, é que o edital do concurso do TJDFT seja divulgado ainda neste ano.

Executivo
No Judiciário e no Legislativo, os concursos atraem pelos salários, mas é no Executivo que está o maior número de oportunidades. Até 40.032 pessoas podem vir a ter o governo federal como patrão. Destas, 28.586 vão preencher vagas abertas por servidores que se aposentaram, foram demitidos ou deixaram os cargos. As 11.446 restantes vão substituir os terceirizados lotados nos órgãos atualmente. A maioria dos concursos deverá ser para seguridade social, educação e esportes. De acordo com o projeto, a carência nesses ministérios e em seus órgãos é de 18.404 trabalhadores. Em segundo lugar aparecem defesa e segurança pública, com uma necessidade de 5.629 funcionários. As carreiras de gestão e diplomacia podem aumentar em até 3.977 pessoas e as de cultura, meio ambiente e ciência e tecnologia, 3.764.

Também podem ter um incremento as carreiras de auditoria e fiscalização (2.700 vagas), indústria e comércio, infra-estrutura, agricultura e reforma agrária (2.665) e jurídica (1.850). Há ainda a previsão de seleção de servidores para ocupar cargos na área de regulação do mercado, dos serviços públicos e do sistema financeiro (1.041)

Deputado Giovanni Queiroz em entrevista ao SBT - Parte 2

Vejam a segunda parte da entrevista do grande líder trabalhista do Pará

Zé Dirceu falará hoje no Canal Livre da Band sobre sua condição de chefe de quadrilha

O entrevistado deste domingo é o ex-ministro Chefe da Casa Civíl, José Dirceu.

De acordo com o STF ele entende como ninguém como ser um Chefe.

Abra o olho presidente Lula

Deputado Giovanni Queiroz em entrevista ao SBT de Marabá - Parte I

Vejam a primeira parte da entrevista do grande líder trabalhista do Pará aqui>>

Marque hora e local

O decadente jornal paraense O Liberal, publica hoje, num ato de preservação do pouco que lhe resta de credibilidade pública uma entrevista com o vice-governador do Pará, um dos ícones da separação do Pará em dois novos Estados - pois que está cansado de blá, blá blá...

O jornal narigudo deveria mais era juntar alguns trocados e patrocinar um debate com lugar e hora marcados com os dois lados da moeda e não tentar impingir à sociedade paraense o título que patrocina em suas páginas -preconceituoso antes de tudo- de separatistas e outras adjetivações aos contrários aos seus interesses pela manutenção do Status Quo ao qual flana e desfrutava até um dia desses.

Leiam a peça apesar das superficiais perguntas.

O vice será condecorado em todas as Câmaras de Vereadores do Carajás, podem ter certeza. Leiam a matéria abaixo.

Para vice, divisão do Pará é inevitável

Odair Corrêa diz que, no governo, ele tem que ser neutro em plebiscito
O vice-governador do Pará, Odair Corrêa, é um homem disposto a comprar briga quando se trata de defender suas idéias políticas e a população do oeste do Estado. Exposto à metralhadora verbal de adversários, ele tem protagonizado nos últimos dias alguns episódios que fariam qualquer político imaturo tremer nas bases diante da pressão feroz dos críticos. Primeiro, viajou para Manaus (AM), onde debateu com políticos e empresários locais a divisão do Pará. Foi defender a criação do Estado do Tapajós, idéia que alimenta há 23 anos.


O mundo caiu na cabeça dele. 'Por que ele não foi lá defender a divisão do Amazonas, que é muito maior do que o Pará?', bradaram vozes iradas de seus novos desafetos políticos. Na Câmara Municipal de Belém, vereadores desceram das tamancas para costurar um título de persona non grata para Corrêa e querem ainda, por tabela, cassar uma comenda que lhe foi concedida, o Brazão D’Armas. Não faltou, por fim, quem o chamasse de traidor, sugerindo a perda do cargo de vice.

Calmo, medindo as palavras, mas sem medo de expor seu pensamento, o vice encara as críticas com naturalidade. Diz falar com conhecimento de causa. Acredita que seus adversários são movidos pelo desconhecimento dos fatos e pelo sentimentalismo ao atacá-lo. E avisa: não teme cara feia nem arreganho de ninguém. Aprendeu com outros nove irmãos a superar as adversidades da vida. O menino pobre, nascido e criado em Santarém, se diz pronto para enfrentar incompreensões e desafios.

Nesta entrevista ao repórter Carlos Mendes, de O LIBERAL, o vice explica que está 'acompanhando o bonde da história' ao defender a emancipação política do oeste paraense. Não pretende se expor ou correr o risco de alguém querer tirá-lo do cargo. 'Defendo a realização do plebiscito sobre o criação do Estado do Tapajós. Depois, é outra história', limita-se a dizer.

'O que eu não posso, como vice, depois de ter jurado manter a integridade do território paraense, é convocar as pessoas e tomar procedimentos para a divisão do Pará. Jamais farei isso', sustenta Corrêa. Na entrevista, não foge das perguntas sobre a divisão do Estado. Aponta motivos, destila argumentos favoráveis e vislumbra benefícios sociais.


O senhor tem se posicionado claramente a favor da criação do Estado do Tapajós. Mas seus adversários políticos afirmam que isso contraria o juramento feito ao assumir o cargo, juntamente com a governadora Ana Júlia, de defender a integridade do território paraense. Como o senhor reage diante dos críticos, que chegam a chamá-lo de traidor?

A questão que está sendo tratada é a da emancipação regional. Não estamos em estado beligerante, pegando no fuzil e na metralhadora para dizer que é separatismo. Os que usam a expressão separatismo se apóiam num termo forte para contradizer o procedimento da emancipação. Outra coisa: a emancipação regional do Tapajós é apenas uma das outras 15 em todo o País cujos projetos tramitam no Congresso Nacional. Ela trata de uma ação de plebiscito, que é democrático, baseada no artigo 18, parágrafo 3º da Constituição Federal, combinado com o artigo 12 e também com o artigo 49, da competência do Congresso. Estivemos por lá, trabalhando nos últimos 23 anos, defendendo a emancipação mista do Tapajós. Então, nós estamos há 23 anos fazendo a história, e não começando isso agora, como querem dar a entender.

Tem gente imaginando que o senhor pegou essa bandeira agora, de uns tempos para cá...
Nada disso, são 23 anos. Estamos apenas acompanhando o bonde da história. Na época do Império, o Tapajós era uma província, isso há mais de 150 anos. Por ser um democrata e ter sido eleito pelo voto, assumindo o governo do Estado na condição de vice, tenho uma posição tranqüila de defender a realização do plebiscito. E mais: não vejo razão para tanta tempestade em copo d’água. A Constituição Federal, que é legítima, estabelece o plebiscito para resolver ou não a criação de novos estados. Toda a população do Pará vai opinar a esse respeito.


Realizado o plebiscito e se ele for favorável à divisão do Pará, qual será a sua posição, mesmo ocupando o cargo de vice?


Eu não posso, com base na Constituição do meu Estado e na promessa que fiz no juramento de posse de manter a integridade territorial do Pará, chegar aqui e dizer: 'Olha, vamos tomar os procedimentos para a divisão do Pará'. Eu não farei isso. Não é por aí. Mas, com relação ao plebiscito, sim, defendo que deva ser realizado. Depois disso é uma outra história. Não se sabe quanto tempo isso (plebiscito) vai levar. Mesmo que o plebiscito fosse hoje eu não poderia me manifestar pela divisão do Estado. Sou o vice-governador e tenho respeito pelo meu Estado.

Outra questão levantada pelos opositores da divisão é a de que a idéia é defendida por parlamentares que nasceram em outros estados, mas que vivem no Pará e aqui se elegeram com os votos dos paraenses.

É bom que se diga: sou paraense nato. Meu pai nasceu em Breves, eu nasci em Santarém. Então, sou santareno, portanto, paraense. O que não posso fazer é desconhecer a minha história. Acredito muito nessa possibilidade, de estarmos juntos, mesmo que a separação ocorra mais tarde. Aposto numa reciprocidade entre irmãos fraternos, enquanto paraenses que somos.

O que seus conterrâneos da região oeste pensam disso? Não seriam criados antagonismos por conta da divisão?


Os que movimentam o projeto de criação do Tapajós em Brasília e o pessoal lá de Santarém entendem que não surgirá um fosso entre Pará e Tapajós, caso o novo Estado seja criado. Pelo contrário: à medida que se instalar um Estado com essa envergadura na região, que se criar 90 mil empregos diretos, com certeza a região precisará de muito técnico que hoje anda chutando lata em Belém. Essa mão-de-obra vai trabalhar conosco lá na região.

A tese contrária à divisão alega que a União teria grandes despesas para implantar o novo Estado, montando órgãos públicos. Qual a sua opinião a esse respeito?

Os que falam isso deveriam sair da retórica e mostrar o lado prático dessa idéia. Eles deveriam focar as coisas, por exemplo, na presença do Estado na região. Se fizessem isso seria uma beleza. O problema é que hoje temos uma região como a do oeste do Pará, de onde foram acossados para fora do Estado 480 mil habitantes em busca de melhores meios de vida no Amazonas, em Manaus. E nem todos tiveram a mesma chance. Há muitos paraenses em Manaus e isso traz um peso significativo no orçamento do Amazonas.


Se o Estado do Tapajós for criado, esses paraenses que foram para Manaus retornariam aos municípios de origem?

Queremos trazer essa população de volta. Há muitas pessoas que hoje estão inchando a periferia de Manaus e os presídios. Por que há discriminação do Amazonas com o Pará? Porque há paraenses que, segundo eles, estão tirando os empregos dos amazonenses e praticando crimes. Por outro lado, há muita gente competente que saiu do Pará e foi para Manaus tentar melhor sorte. Há pessoas daqui em boas posições lá no Amazonas. Respondendo à pergunta sobre gastos excessivos da União com a criação de um novo Estado, digo que isso não passa de ledo engano. É um desconhecimento total da realidade. Na época em que estive lá no comitê da Frente Popular pelo Estado do Tapajós fizemos vários levantamentos técnicos e científicos a respeito. Depois de fazer esses levantamentos estivemos em Belém, na Assembléia Legislativa, que também fez um levantamento técnico sobre o assunto. Esse levantamento era favorável à criação do Tapajós, embora os deputados tenham votado contra. Também mandamos buscar técnicos no Rio de Janeiro, treinados na Fundação Getúlio Vargas, para que não dissessem depois que estávamos querendo puxar a brasa para a nossa sardinha.


Que argumentos consistentes pesariam favoravelmente, na sua opinião, ao Estado do Tapajós?

No oeste do Pará, somos um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 6,5 bilhões. Isto aí é muito pano para manga. Com a emancipação territorial do Tapajós, ao invés de o remanescente Pará, que é nosso irmão, sair perdendo, irá sair ganhando. Vou dar um exemplo: se há uma transferência federal, hoje, da ordem de R$ 1,8 bilhão para o Estado do Pará e ele repassa R$ 300 milhões ao ano para a região, quando da criação de um novo Estado e com a reformulação das estruturas orçamentárias do País, o Tapajós receberá R$ 1,1 bilhão. Isto somado a R$ 1,5 bilhão do Pará, a região sairá ganhando como um todo.

Se é tão simples assim, por que há tantas vozes contrárias à divisão? Seria por desinformação ou ignorância?


No oeste, o projeto não é tratado com sentimentalismo. Esse mesmo sentimentalismo também foi demonstrado quando houve a divisão territorial da província do Amazonas, que era a do Rio Negro. Foram as mesmas reclamações que se ouvem hoje. A história de 150 anos atrás se repete. Naquela época se diziam as mesmas coisas, que estavam querendo dividir a pobreza, criar mais despesas. As experiências emancipacionistas do Brasil inteiro não podem ser ignoradas. Veja o bom exemplo da criação do Estado do Tocantins. A população melhorou de vida. O PIB é de mais de R$ 2 bilhões. A experiência do Mato Grosso do Sul, que inspira o Tapajós, é outra história de sucesso. No começo, eram apenas R$ 4,5 bilhões de dólares. Hoje, a somatória dos dois estados, do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso, dá mais de R$ 50 bilhões. Isto significa dizer que há ganhos no desenvolvimento regional com novos estados no País.

Na Câmara Municipal de Belém, alguns vereadores o consideram persona non grata e querem cassar a comenda do Brazão D’Armas, que já lhe foi entregue. Eles fazem isso sem conhecer o assunto que debatem, a divisão do Pará, ou porque estariam movidos pelo sentimentalismo?
o Não sei definir exatamente o que está movendo essas pessoas. Sou novato em Belém. Estou aqui há apenas sete ou oito meses, efetivamente. Tive uma campanha eleitoral muito forte e em função dessa campanha chegamos ao poder. Na campanha passada, um vereador propôs campanha de repúdio aos maus paraenses que queriam criar o Tapajós. Aí, alguns maus paraenses vieram de lá para explicar na Câmara Municipal de Belém. No final, esses maus paraenses conseguiram uma votação favorável de 19 a 2, a favor não da moção de repúdio, mas a uma moção de apoio ao plebiscito, que seria enviada à Câmara Federal. A questão é o conhecimento de causa e porque se pleiteia isto. Como a história nos diz que mais cedo ou mais tarde isto (a divisão do Estado) vai acontecer, eu não tenho muita preocupação.
n O senhor defende a emancipação do oeste, mas a governadora Ana Júlia é contra. Isto não cria um conflito de idéias entre o senhor e ela capaz de criar problemas no futuro?
o A governadora tem uma posição democrática e também respeita a questão plebiscitária. Ela só gostaria que o plebiscito não ocorresse agora. Não há nenhum conflito ou contradição entre eu e a governadora. Há, sim, um respeito mútuo. Se o plebiscito vier agora, nós sabemos que teremos de nos manter como juízes e não como pessoas interessadas em defender esta ou aquela posição. O Pará todo terá de ser ouvido e eu não tenho nenhum problema com relação a isso.

Há espíritos armados de paixão na discussão pró e contra a divisão do território paraense...
o Nenhuma pessoa sensata deseja um estado de beligerância nessa discussão. Nós não estamos mais na Cabanagem. Vivemos uma época de debate de idéias e de fazer fluir procedimentos de políticas públicas que possam atingir as demandas sociais deste povo, principalmente da Amazônia. E, com muita ênfase, a soberania nacional em relação à Amazônia.


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É isso aí Odair. Vai quente que a panela está fervente!

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