Governo Lula começa a perder a "batalha" contra a inflação

O governo Lula começa a esfarelar a principal herança que recebeu da era FHC: o controle da inflação. Há fatores externos como a inflação mundial dos alimentos que já elevou em até 52% o preço da cesta básica do brasileiro em um ano, levando a uma corrosão no poder de compra dos trabalhadores, sobretudo os de menor renda e que comprometem a maior parte do orçamento com alimentação.

A preocupação do eleitorado com a carestia já está sendo tabulada em pesquisas de opinião pública e tem o poder de afetar a popularidade do presidente.

Pesquisa do Dieese mostra que as maiores variações da cesta básica aparecem em capitais do Nordeste, como Natal, João Pessoa, Recife e Fortaleza, que subiram, respectivamente, 51,85%, 45,02%, 44,92% e 43,3% nos últimos 12 meses.

Por outro lado, Porto Alegre e São Paulo, as duas capitais com o maior preço da cesta básica (R$ 246,72 e R$ 245,24, respectivamente), tiveram os menores aumentos no período de um ano: de 27,24% e 30,83%.

A pesquisa revela que a cesta básica do brasileiro sobe em ritmo de dois dígitos, enquanto os aumentos salariais anuais são de um dígito. Para José Maurício Soares, coordenador da pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), os aumentos acumulados em 12 meses foram bastante superiores ao reajuste de 9,21% do salário mínimo, que chegou a R$ 415 em abril.

Segundo o Dieese, há um ano o trabalhador que ganha o salário mínimo gastava em média 91 horas e 33 minutos para comprar a cesta básica; no mês passado, precisava de 115 horas e 25 minutos. Descontada a contribuição previdenciária, a compra da cesta básica exigia 57,03% de um salário mínimo, contra 45,06% há um ano.

Fonte: Folha de S. Paulo.

"Coleção de árvores não", diz ministro da Defesa

Em audiência ontem na Câmara, o ministro Nelson Jobim (Defesa) disse que a região amazônica não pode ser uma "coleção de árvores" para estrangeiros e que, para transformá-la numa "reserva ambiental absoluta", seria necessário matar seus 21 milhões de habitantes

"A Amazônia não pode ser uma coleção de árvores para o lazer de estrangeiros", disse o ministro aos integrantes da Comissão de Agricultura da Casa. "Porque, se nós considerarmos a Amazônia como uma reserva ambiental absoluta, nós precisamos matar os 21 milhões de pessoas que moram lá."

Ainda sobre a proteção da região amazônica, o ministro declarou que o tema não deve ser tratado como uma questão policial, e sim econômica.

Questionado sobre a necessidade de reaparelhamento das Forças Armadas, o ministro da Defesa afirmou que tem discutido com a Petrobras o pagamento pelos serviços de proteção às suas plataformas marítimas.

"Se diz que as Forças Armadas têm que proteger, evidentemente, o petróleo nacional, a soberania, as riquezas do país, não tenho a mínima dúvida. No momento em que as Forças Armadas asseguram e dão garantia aos postos [plataformas] de petróleo da Petrobras, as ações da Petrobras têm um valor, o valor que é agregado pela segurança fornecida pelas Forças. Logo ela tem que remunerar, por que isso é serviço prestado", afirmou Jobim.

Fonte: Folha de S. Paulo.

De carona

Ex-jogador do Fluminense, o deputado Deley foi assediado a toda hora por colegas torcedores do tricolor carioca em busca de ingressos para a final da Copa Libertadores da América. Do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), ouviu a cobrança: “Tem os quatro ingressos que eu pedi?”. “Quatro? Só tem três, e para a arquibancada”, respondeu Deley, gerando protestos do colega. Já impaciente, o carioca retrucou: “Quer mais ingresso, compra do cambista! Ou peça ajuda aos universitários!”. Podem escrever: o futebol será a senha para turma sair mais cedo do plenário hoje.

Com os dias contados

Uma medida contra a impunidade seria acabar com a possibilidade de políticos processados poderem renunciar aos cargos para forçar o reinício dos processos nas justiças estaduais.

Essa possibilidade pode estar com os dias contados. Isso porque o Supremo Tribunal Federal já estuda uma forma de modificar a atual legislação para permitir que as ações que investigam detentores de foro privilegiado permaneçam na Corte, independentemente de reeleição ou renúncia.

Para o presidente da Corte, Gilmar Mendes, a idéia inicial é resgatar o texto da antiga regra conhecida como súmula 394, que previa que, iniciado o processo no STF, a ação deveria ser concluída na própria Corte, mesmo que a condição do beneficiado se modificasse. Na prática, a regra previa que se um crime fosse cometido por um parlamentar, por exemplo, o caso deveria ser julgado pelo Supremo, mesmo se o político não fosse reeleito. A súmula foi cancelada pelo próprio STF em 2001.

Padres não poderão rezar missas

Como é que os padres vão poder celebrar a santa comunhão na igrejas após a entrada em vigor da lei seca nas estradas?

Como eles farão? Após a celebração de uma missa numa igreja e o padre precisar celebrar em outra igreja, o que ele dirá se for pego numa blitz?

Juíza quer calar blog do Jeso

Atendendo pedido do DEM, uma juíza eleitoral de Santarém (PA) quer calar o blog do Jeso, uma dos mais acessados do Pará.

A medida de censura prévia é financiada pelo candidato à prefeitura do município, deputado federal Lira Maia.

Um político que não entende que críticas aos atos praticados por si próprio, deve rever suas convicções da missão de ser um homem público.

Raposa Serra do Sol é prioridade do STF

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, disse nesta terça-feira que o julgamento da demarcação de forma contínua da reserva Raposa/Serra do Sol, em Roraima, terá prioridade no começo do próximo semestre.

Gilmar indicou que em "tese" a demarcação de grandes áreas de forma contínua pode causar problemas. Mas, cauteloso, o ministro afirmou que é necessário aguardar o julgamento para que ele se posicione.

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Técnicos do Ministério da Saúde chegam a Belém para investigar mortes de 22 bebês em uma semana

O Ministério da Saúde enviou ontem quatro auditores a Belém para trabalhar na apuração da morte de ao menos 20 bebês nos últimos dez dias na Santa Casa local.

A equipe vai auxiliar outros técnicos da pasta que já estavam na unidade para avaliar possíveis infecções hospitalares.

Também ontem, o Ministério Público pediu a abertura de inquérito criminal sobre o caso.
O governo paraense negocia o aluguel de 20 leitos de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) neonatais de hospitais privados.

Fonte: Folha de S. Paulo.

Greve geral em oito agências reguladoras

Servidores de nível médio e das áreas de especialização de oito agências reguladoras entraram em greve com o objetivo de pressionar o governo a reajustar os salários. De acordo com o Sinagências, sindicato que representa a categoria, apenas os técnicos da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e da ANA (Agência Nacional das Águas) não aderiram ao movimento.

Transgênicos e a ideologia do MST

Em artigo do secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Xico Graziano, publicado hoje no jornal O Estado de São Paulo, intitulado “Mentira Ideológica”, ressalta os benefícios dos alimentos geneticamente modificados para a agricultura.

O artigo fala sobre os dois tipos de transgenia, a que recebe a sigla Bt e a RR. Com base em estudos, Xico afirma que as lavouras transgênicas necessitam de menos agrotóxicos do que as lavouras convencionais, já que estas precisam receber várias aplicações de herbicidas, dependendo do grau de infestação da área cultivada.

Ao longo do texto o autor esclarece uma questão levantada pelo líder do MST, João Pedro Stélide, que, durante uma entrevista a um canal de televisão, disse que os produtos transgênicos “entopem a agricultura de agrotóxicos”. Contrapondo a opinião do líder do MST, Xico Graziano defende os transgênicos com base em pesquisas técnicas e alerta sobre a ideologia do MST.

O autor ressalta ainda que “somente a crença no conhecimento científico será capaz de vencer os desafios da produção e da tecnologia”. Para ele, deve existir ponderação – um “meio termo” –, pois tanto é preciso atenção com aqueles que defendem os transgênicos como a solução da fome no mundo quanto com aqueles contra a biotecnologia, que se baseiam apenas em fundamentos ideológicos.

O recado foi passado por Monica Giacomini, da Barcelona Soluções Corporativas.

Mentira ideológica

O Estado de S.Paulo

São Paulo - SP - 01.07.08 - Pág. A2 Espaço Aberto

*Xico Graziano

Noutro dia, entrevistado no programa Canal Livre, da Band, o líder do MST, João Pedro Stédile, constrangeu seu interlocutor ao afirmar, contrapondo-o agressivamente, que os produtos transgênicos entopem a agricultura de agrotóxicos. O jornalista, surpreendido com a arrogância do economista, recolheu seu argumento. Mas ele estava correto.

Inúmeras pesquisas de campo, realizadas por entidades públicas, indicam que, efetivamente, ocorre redução dos pesticidas nas lavouras transgênicas. No Brasil e na Argentina, a soja configura o caso mais estudado. Na China, na Índia e na Austrália, o algodão se destaca nos estudos agronômicos. Basta consultar a Embrapa. Lá se encontra conhecimento técnico, não grito ideológico.

Existem no mercado dois tipos básicos de transgenias. Uma delas recebe a sigla Bt, iniciais da bactéria Bacilus thuringensis, fonte de bioinseticida utilizado há tempos na agricultura orgânica. Ingerida, a toxina bacteriológica contamina o aparelho digestivo de lagartas, liquidando-as. Pois bem, a engenharia genética conseguiu a proeza de introduzir no genoma das plantas o gene selecionado da bactéria. Resultado: quando a praga morde as folhas do algodão Bt, por exemplo, ela se intoxica naturalmente, sem precisar de inseticida que as mate. Em Mato Grosso, lavouras convencionais de algodão recebem, em média, 15 pulverizações de inseticidas. Nas roças transgênicas, caem para cinco aplicações.

A segunda transgenia, mais discutida, incorpora nas plantas comerciais o gene RR, abreviatura de Roundup Ready. Trata-se este de um herbicida cujo princípio ativo se chama glifosate. Sua molécula destrói a clorofila dos vegetais em geral, aniquilando-os. O deletério efeito, todavia, não funciona nas culturas que recebem, por meio da engenharia genética, o famoso gene.

Em conseqüência, nas variedades modificadas de soja, algodão ou milho, apenas uma aplicação desse herbicida, realizada após a emergência das sementes, acaba com o mato, sem prejudicar as plantinhas da lavoura. O campo fica limpo de ervas, restando verdes apenas aquelas linhas onde germina a safra. O efeito é notável.

Os plantios convencionais recebem várias aplicações de herbicidas, dependendo do grau de infestação da área cultivada. E, normalmente, tais agrotóxicos, seletivos ou de 'pré-emergência', são mais contaminantes que o glifosate, utilizado nas lavouras transgênicas. Todos, por serem tóxicos, exigem o cuidado da receita agronômica.

Existe um complicômetro, alardeado pelos críticos. A tecnologia RR pertence à Monsanto, grande multinacional norte-americana, a mesma empresa que fabrica o fungicida Roundup Ready. Óbvio está o risco de se criar danosa dependência do agricultor em relação à garra monopolista do Tio Sam. Pode ser, mas há um senão.

A patente mundial do glifosate expirou em 2000, caindo no domínio público. À semelhança da medicina, vira produto genérico. Apenas no Brasil, atualmente, 18 empresas, nacionais e estrangeiras, fabricam 20 marcas comerciais do herbicida, todas com a mesma base química. Há, portanto, forte concorrência no mercado. A mentira ideológica omite a relevante informação.

A biotecnologia, incontestavelmente, trabalha a favor da redução dos pesticidas agrícolas. O fato, objetivo, recebeu o primeiro atestado oficial quando, em 2003, no processo de votação da Medida Provisória 131, o núcleo agrário do PT solicitou um relatório sobre a matéria. Visita em campo, relatada na Comissão de Agricultura, confirmava as vantagens agronômicas da nova tecnologia. Por isso os pequenos agricultores gaúchos a adotavam, contrabandeando-a da Argentina.

Foram, na época, arrolados 12 aspectos positivos. Incluíam a redução no uso de herbicidas, aumento na praticidade da lavoura, economia de combustível, redução de perdas e maior liberdade do trabalho rural. Anotava-se ainda o reaparecimento de pequenos mamíferos, aves e peixes nas redondezas dos campos de produção. 'Um banho de realidade', conforme se expressou a agrônoma Maria Thereza Pedroso, responsável pelo relatório petista.

Nem tudo está resolvido no mundo dos transgênicos. A Embrapa aponta que o manejo inadequado da soja RR pode favorecer a manifestação da resistência de plantas daninhas ao glifosate, especialmente azevém e amendoim bravo. Para enfrentar o problema, bastante conhecido na agronomia, recomenda-se a rotação de culturas. Essa mesma técnica serve para cultivos Bt, nos quais se observa ressurgência de algumas pragas, antes pouco relevantes. Com ou sem transgênicos, nada é definitivo na dinâmica da natureza.

No mês passado, o Conselho Nacional de Biossegurança ratificou decisão liberando o plantio comercial de nova variedade transgênica de milho, o Bt11. Mais importante, decidiu que a análise científica, no âmbito da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), será doravante definitiva, salvo casos de interesse nacional. Precaução sempre, obscurantismo nunca.

A engenharia genética causa compreensível receio na sociedade. Afinal, trata-se de manipulação da vida. Há limite ético a ser considerado, bem como posição religiosa a respeitar. Acima de tudo, exige-se segurança na saúde e no meio ambiente. A verborragia, contudo, nada garantirá. Somente a crença no conhecimento científico será capaz de vencer os desafios da produção e da tecnologia.

Um conselho: desconfie dos que defendem os transgênicos qual panacéia, invocando a solução da fome no mundo. Eles representam o poder econômico. E fuja rápido daqueles que vociferam contra a biotecnologia. Estes adoram manipular, politicamente, a opinião pública. Ambos falseiam a verdade.

A virtude segue o caminho do meio.

*Xico Graziano, agrônomo, é secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo

Lei seca nas estradas – não adianta chorar, o negócio é evitar

Quem mistura bebida e direção tem ficar atento para as duras medidas da resolução do Contran.

Apelidada de Lei Seca das Estradas, as penalidades são pesadíssimas.

Tire suas dúvidas se você for flagrado em uma blitz e as penalidades a que todos estão sujeitos.


1 - A nova lei permite o consumo de alguma quantidade de álcool?
Se o motorista for flagrado com até 2 decigramas de álcool por litro de sangue (ou 1 decigrama por litro de ar expelido), ele não sofrerá conseqüências. Esses valores são considerados uma margem de erro do bafômetro e não penalizam quem usa remédios à base de álcool ou come bombons de licor.

2 - Quanto posso beber para não ser multado?
Quase nada. Meio copo americano de cerveja já corresponde a esses valores.

3 - O que acontece se eu for flagrado com mais de 2 decigramas de álcool por litro de sangue?
Além de pagar multa de R$ 957, receberá sete pontos na carteira e terá o veículo retido. Além disso, ficará proibido de dirigir por 12 meses.

4 - Em que circunstâncias posso ser preso?
Se você tiver mais de 6 decigramas de álcool por litro de sangue (ou 3 decigramas por litro de ar) será levado à delegacia, onde terá de pagar fiança e deixará de ser primário criminalmente. A pena vai de seis meses a três anos.

5 - O nível considerado crime corresponde a que quantidade de bebida?
Depende da pessoa. Em termos gerais, uma taça de vinho ou uma lata de cerveja resulta no nível considerado crime.

6 - Sou obrigado a fazer o teste do bafômetro?
O motorista que se recusar receberá todas as penalidades. Nas rodovias federais, você não poderá ser preso.

7 - E se, antes de parar na blitz, eu tiver comido doces com álcool, usado antisséptico bucal ou tomado remédio que contenha álcool?
Esses casos ficam dentro da margem de erro. É direito seu pedir para refazer o teste 20 minutos depois. Uma resolução definirá a situação dos diabéticos crônicos, que pode ter níveis de alcoolemia alterados.

PUNIÇÃO NAS ESTRADAS
A Polícia Rodoviária Federal divulgou o balanço da fiscalização realizada nas estradas nos 10 primeiros dias de vigor da Lei 11.705:

665 motoristas flagrados bêbados

369 pessoas multadas

500 bafômetros estão à disposição dos policiais

Fonte: Polícia Rodoviária Federal

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