Uma montanha de dinheiro para gastos com pessoal

Tv Câmara

Michel é assessor de Judas?

A afirmação é do colunista Villas-Bôas Corrêa no Jornal do Brasil

Em boca fechada não entra mosca

AO VENERANDO DITADO cunhado pela sabedoria popular, que o presidente Lula deve conhecer desde os tempos de menino pobre em Guaranhuns, para sua atualização a esta fase caipora, poderia acrescentar-se que, se a mosca não entra em boca fechada, dela também não saem bobagens.

Para o desempenho de uma semana, o presidente perdeu a tramontana. Numa seleção das pérolas mais valiosas, a temerária comparação da sua aliança com a sopa azeda de siglas, muitas com uma coleção de fichas sujas com uma hipotética aliança de Jesus Cristo com Judas. A sentença histórica merece ser citada na integra: “Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse votação num partido qualquer, Jesus teria que chamar Judas para fazer coalizão”.

Ao pé da letra, Lula é novo Salvador do Brasil e do Mundo – e, no papel de Judas, os partidos aliados da candidata Dilma Rousseff, com justo destaque para o PMDB, que já garantiu a indicação do candidato a vice-presidente, e o felizardo é o deputado Michel Temer, presidente da Câmara e o suposto assessor de Judas.

A reação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil foi imediata e dura.
O secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, cutucou direto: “Cristo não fez aliança com os fariseus. E, se para governar o Brasil, Jesus teria que se aliar aos fariseus, fica a dúvida: Estamos tão mal assim?”.

Como estava com a mão na massa, dom Dimas mandou um recado a Lula: o projeto de lei encabeçado pela CNBB, e que recebeu 1,3 milhão de assinaturas, para impedir que pessoas processadas na Justiça possam candidatar-se nas eleições, para vigorar em 2010, está paralisado no Congresso. O apoio da maioria parlamentar governista, amplamente majoritária, bastaria para garantir a aprovação do projeto de lei sem contar com os votos da oposição.

E a oposição não tardou no revide. O líder do DEM, senador José Agripino (RG), apelou para a ironia: “A primeira aliança do presidente foi com o mensalão”.

Não se briga com quem veste saia: mulher, juiz e padre – é conselho que muitas vezes ouvi na casa do meu avô. E que não inclui a imprensa, outro alvo da metralhadora giratória do presidente.

Na entrevista à Folha de S. Paulo, Lula deu o seu palpite sobre liberdade de imprensa, inspirado no antigo Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP da ditadura do Estado Novo de Getulio Vargas, mas que deve ter aprendido durante os quase 21 anos da ditadura militar do rodízio dos cinco generais-presidentes.

Textualmente: “Não acho que o papel da imprensa é fiscalizar. É informar”. Didático e profundo, ensina: “Para ser fiscal tem o Tribunal de Contas da União, a Corregedoria-Geral da República, tem um monte de coisas”. O mestre aprofunda a tese: “A imprensa tem que ser o grande órgão informativo da opinião pública. Essa informação pode ser de elogios, de denúncias sobre o governo, de outros assuntos”. E o fecho de ouro do soneto da liberdade de imprensa: “A única coisa que peço a Deus é que a imprensa informe da maneira mais isenta possível, e as posições políticas sejam colocadas nos editoriais”.

A reação óbvia da oposição e a mudez da maioria não encerram o assunto. Imagino a perplexidade e o embaraço do ministro Franklin Martins, filho do bravo e saudoso deputado Mário Martins e responsável pela poderosa engrenagem de divulgação do governo.

Dada a importância e a seriedade do assunto, sugiro ao meu prezado amigo, Maurício Azedo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa, posto avançado da ampla e irrestrita liberdade de imprensa, um convite ao presidente Lula para expor no auditório democrático da ABI a nova política oficial sobre o papel da imprensa.

Na eventualidade da recusa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a agenda pesada com a rotina palaciana e as viagens com a ministra Dilma Rousseff, sua candidata a presidente, para fiscalizar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Minha Casa, Minha Vida, para a construção de 1 milhão de residências, os líderes do governo no Senado e na Câmara poderiam ser convidados para expor e defender a posição da maioria situacionista sobre a liberdade de imprensa e a marcha a ré da tese presidencial.

Fonte: Jornal do Brasil.

Caso de vereadores de S. Paulo é fichinha perto do que está para ser revelado

No voto, o buraco é mais embaixo

A ilegalidade na doação da Associação Imobiliária Brasileira para as campanhas dos 13 vereadores de São Paulo que haviam sido cassados por este motivo – decisão anulada até a análise do TRE – será fichinha perto do levantamento que o juiz Marlon Reis, um dos líderes do Movimento Ficha Limpa, recebe neste fim de semana. Uma pesquisa inédita vai revelar o tamanho do crime cometido por políticos Brasil afora na compra de votos nas últimas campanhas. A pesquisa trará os números de políticos cassados e os que estão sub judice – e não são poucos. O objetivo é reforçar a artilharia no convencimento da Câmara Federal para analisar, o quanto antes, o projeto de lei que proíbe a candidatura de políticos condenados em qualquer instância, e os que renunciaram.

Fonte: Jornal do Brasil.

Produção de aço na Amazônia chama atenção de autoridades européias

Europeus conhecem usina de aço

Da Redação
Agência Pará

© Tamara Saré / Ag. Pará
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Nesta quarta-feira (21), embaixadores da União Europeia visitaram a Siderúrgica Norte Brasil S/A, em Marabá

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Marabá - Os embaixadores da União Europeia que visitam o Pará conheceram de perto a planta industrial da Siderúrgica Norte Brasil S/A (Sinobras), empresa que integra o Grupo Aços Cearenses. O parque industrial produz 300 mil toneladas de aço/ano, tendo como principal mercado a construção civil.

A apresentação feita pelo vice-presidente Ian Corrêa demonstra que a empresa está contribuindo para colocar o Pará na era do aço. De acordo com Corrêa, a partir do próximo ano, a empresa passa a ser autossustentável na produção de carvão, já que, desde 2003, eles plantam suas próprias florestas energéticas, tendo à frente o eucalipto. A Sinobras possui 13 fazendas no Tocantins, num total de 24 mil hectares de área própria, das quais 10.300 hectares estão plantados, com 16 milhões de árvores, que geram 400 empregos diretos.

A Sinobras é a primeira usina integrada de aço do Norte e Nordeste e maior recicladora de sucata metálica dessas duas regiões. Numa mistura de gusa líquido e sucato de ferro, a empresa produz vergalhões em barras para concreto e fio-máquina, uma bobina lisa que é utilizada para produzir grelha de fogão, parafusos, pneus e tantos outros. A planta industrial é formada por quatro usinas integradas, que inclui os altos-fornos para produção do ferro-gusa, aciaria, laminação e terafila (que vai produzir telas, arames e outros).

Corrêa relacionou algumas ações de responsabilidade social da empresa cujo principal destaque é a contratação de empresas que foram submetidas à condição de trabalho análogo ao de escravo. A Sinobras é filiada à Organização Internacional do Trabalho e ao Instituo Carvão Cidadão. Também apóia o Águia Marabá Futebol Clube e a Fundação Zoobotânica. A empresa monitora toda o material particulado emitido da indústria, reutiliza a água, monitora efluentes e promove a coleta seletiva de lixo.

Ian Corrêa disse ainda que a Sinobras dá prioridade às compras locais e que, dos R$ 244 milhões investidos em 2008, 33% ficaram no Pará. Em 2009 já foram R$ 24 milhões destinados a compras no Estado.

O vice-presidente explicou ainda como é produzido o carvão utilizado na indústria. Segundo ele, a madeira é colocada em um equipamento tipo contêiner para a queima que, diferentemente dos fornos tradicionais, que levam sete dias para fazer um carvoejamento e expõe o carvoeiro a vários tipos de risco, diminui perdas e é um processo limpo.

O grupo visitou uma unidade da produção e pôde conhecer de perto o processo produtivo de vergalhões de aço, incluindo o processo de controle e qualidade. Ao final, todos demonstraram surpresa e admiração por ver uma empresa de aço tão grande e organizada em pleno coração da Amazônia.

Apoio - A visita dos embaixadores ao Pará tem o apoio do governo Ana Júlia Carepa. A comitiva é liderada pela embaixadora da Suécia, Annika Markovic. O Parlamento Europeu está sob a presidência da Suécia, que organiza esta missão de caráter institucional. Integram a comitiva os embaixadores Hans-Peter Glanzer (Áustria), Claude Misson (Bélgica), Nikolay Tzatchev (Bulgária), Ilpo Manninen (Finlândia), minisro Hermann-Josef Sausen (Alemanha), Kees Peter Rade (Holanda), Jacek Junosza Kisielewski (Polônia), Alan Charlton (Reino Unido) e João José Soares Pacheco (União Europeia).

Ivonete Motta - Secom

Vote

A CPMI do MST vai acabar em pizza?

É o que diz a parcial da enquete ao lado que você pode votar.

Lavanderia

É fácil fazer política se a palavra ideologia está acima da coerência.

O quê se leva por assinar ou não assinar a proposição de apoio à abertura de investigação de repasses federais ao MST?

Direita ou esquerda, não importa; uma vez que os parlamentares da base aliada do governo federal não tratam essa questão no âmbito da política ideológica e sim num grande balcão de negócios com o seu, o meu, o nosso dinheiro.

Patrocinar um bando desordeiro sem registro em Junta Comercial é crime.

Qual a diferença de um grupo de traficantes de drogas e o MST?

Recebe dinheiro público, como será provado ao passo das investigações - e não é sequer processado por isso. E qual é tipificação desses crimes?

Lavagem de dinheiro é ou não é crime?

As outras coisas que virão a lume aos olhos dos que quiserem ver e será demonstrado ao longo da CPMI colocará a verdade no seu lugar.

Dá para fazer um divisor de águas entre ideologia e balcão de negócios. A lista dos que assinaram a favor da instalação da investigação congressual farão a diferença nas próximas eleições.

MST: midiático e antipático

A propósito dos objetivos do MST

Marcello Averbug

Um dos temas que, em meados do século XX, mais empolgavam o debate político, econômico e social brasileiro era o da reforma agrária.

E não é surpreendente que assim fosse: abrigando em 1950 e 1960, respectivamente, 63,8% e 54,9% da população, a área rural era palco de dramáticos índices de pobreza e de desperdício dos fatores de produção terra e mão de obra.

Mas, lamentavelmente, a reforma agrária não aconteceu. Em seu lugar ocorreu um longo, sofrido e desequilibrado processo evolutivo do cenário rural que culminou, na década de 90, com uma verdadeira revolução capitalista no campo. Hoje, embora os contrastes sociais não tenham desaparecido, vários segmentos do setor primário exibem elevados níveis de produtividade.

Ademais, a população rural representa agora apenas em torno de 18,5% da total.

Assim, a temática da posse da terra deixou de ser um ponto crucial do desenvolvimento do setor agropecuário e de melhoria no padrão de vida nele prevalecente.Levando em conta essa evolução, torna-se injustificável a existência e o comportamento do Movimento dos Sem Terra, visto que o teor declarado, mas talvez não verdadeiro, de suas reivindicações está ultrapassado.

Mesmo sem analisar os aspectos violentos, ilegais e suspeitosos das atitudes do MST, seu próprio pretexto de existência é débil e incompatível com a realidade brasileira de hoje. Por outro lado, existem evidências de que a maioria de seus participantes nem é de agricultores.

Entrincheirado na premissa de que a solução para a pobreza rural encontra-se em dar terra a quem não tem, o MST insiste no slogan “um pé de chão para cada peão”. Além de irrealista, esse propósito é descabido.

As agruras do peão não decorrem necessariamente da falta de terra própria, mas sim da falta de uma fonte segura de rendimento que lhe garanta qualidade digna de vida. Essa fonte tanto pode ser asua propriedade, quanto o trabalho regulamentado e bem remunerado em estabelecimento de terceiros.

O setor agropecuário dispõe de potencial para proporcionar aos seus trabalhadores um nível de renda superior ao atual. No entanto, o MST ignora a batalha para o alcance desse potencial, concentrandose, pelo menos na aparência, na questão da posse. Se todo camponês possuir seu pedaço de terra, quem trabalhará com o a s s a l a r i a d o n a s propriedades maiores?

Ou será que alguém sonha transformar a paisagem agrária brasileira em um vasto conjunto de minifúndios? O esforço de maximizar o assentamento de agricultores desprovidos dos meios adequados de sustento e que desejam seu pé de chão deve ser mantido, mas não como solução universal.

Opor-se ao MST apenas por considerálo baderneiro constitui uma forma equivocada de interpretar o fenômeno. O fundamental é apontaro teor anacrônico de sua suposta finalidade.

No entanto, a maioria dos políticos e das autoridades em geral limita-se apenas a criticar os atos delinquentes por ele praticados.

No caso do presidente Lula, quando ocorrem diabruras exageradas, tais como invasão de fazendas produtivas e edifícios públicos, seu governo limita-se a dar um puxão de orelha nos dirigentes do movimento quando, de fato, deveria cortar de vez suas asas.

O perigo dessa omissão consiste em transformar o MST em um foco crescente de intranquilidade, debilitando o ritmo de modernização da atividade agropecuária e o avanço das autênticas conquistas do trabalhador rural. Na verdade, o fundamental seria instituir o Movimento dos Sem Renda, destinado a reivindicar políticas redistributivistas direcionadas para toda a população do país.

MARCELLO AVERBUG é consultor em Washington e ex-economista do BNDES e BID.

Anca, ligada ao MST, não comprovou aplicação do dinheiro em programas de educação

BRASÍLIA. O Tribunal de Contas da União (TCU) negou ontem recurso da Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca) e confirmou condenação determinando que a entidade e um de seus ex-dirigentes devolvam mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos. Ligada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Anca foi condenada por não comprovar a aplicação desse dinheiro em programas na área de educação. A Anca e seu ex-secretário-geral Luis Antônio Pasquetti ainda foram multados, cada um, em R$ 50 mil.

A verba foi repassada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em 2003. Parte do convênio envolvia capacitação de 1.120 professores em 329 municípios e seriam aplicados R$ 469,1 mil nessa ação.

Outra parte, R$ 554,4 mil, deveria ser destinada para compra de material escolar para cerca de 28 mil alunos jovens e adultos.

Segundo auditoria do TCU, essas metas não foram atingidas. A prestação de contas da Anca demonstrou que R$ 280 mil do montante para compra de material foi usado para aquisição de vinte mil exemplares do livro “História da luta pela terra e o MST”, que não estava previsto no convênio. Para o tribunal, esse livro não cumpre a finalidade original do convênio de alfabetizar os estudantes. “Ademais, estranhamente o livro encontra-se à venda na loja do MST por R$ 20, conforme o portal do movimento na internet”, diz o acórdão do TCU.

Em relação ao material escolar, o TCU constatou que foram gastos R$ 279,7 mil na compra de 28 mil kits contendo um lápis, uma pasta plástica, um caderno brochura de 96 folhas, uma caneta, uma borracha e um pacote com cem folhas de papel.

“Não há qualquer documento que ateste o recebimento desses materiais pela Anca e nenhum que prove que o material escolar foi distribuído aos estudantes dos 329 municípios do convênio. Não se sabe como teriam sido despachados esses materiais.

Não se sabe quem os recebeu no destino”, concluiu o TCU.

Os R$ 469 mil que deveriam ser utilizados para capacitar os professores foram distribuídos entre 23 secretarias estaduais do MST, o que não estava previsto no convênio. O tribunal constatou que, em vários estados, o dinheiro foi usado para hospedagem, aluguel de ônibus e diárias. Para os ministros do TCU, inexistem documentos que comprovem a realização dos cursos.

No processo, a Anca argumentou que no plano de trabalho estava prevista a compra dos livros do MST e que o fato de o livro se encontrar à venda na sua loja não prova desvio de finalidade. A associação diz que o livro teria função pedagógica e é adequado para os trabalhadores rurais. A entidade diz que distribuiu os kits para todos os alunos e que jamais repassou recurso para as secretarias do movimento. Sobre os cursos, a Anca diz que todos existiram e que havia lista de presenças. O GLOBO não conseguiu localizar ontem os dirigentes da Anca.

Fonte: O Globo.

Aumento de custos com o Ato Médico

Tatuador critica projeto e teme aumento de custo

O Estado de S. Paulo

Setor acha que interferência médica fere autonomia e pode incentivar serviços clandestinos; CFM diz que médico não tem interesse em tatuar
Tatuadores temem que o envolvimento de um médico na realização de tatuagens possa aumentar os custos para os profissionais e consumidores. "Isso com certeza aumenta os gastos e prejudica o cliente", afirma Carlos Alberto Silva, gerente do estúdio Led"s Tattoo, em Moema, São Paulo.

Para os tatuadores, a lei aprovada na Câmara dos Deputados abre brecha para a retomada da discussão sobre a presença de um supervisor técnico nos estúdios. O assunto foi debatido em junho, durante a aprovação de lei que define as regras para o funcionamento dos estabelecimentos de tatuagem e body piercing do Distrito Federal. "Se a gente tiver que pagar taxa para um médico supervisionar, quem arcará com os custos?", pergunta Silva.

Segundo alguns tatuadores, o aumento dos preços dos serviços pode até incentivar o comércio clandestino. "Por causa do aumento do custo, a pessoa pode fazer de qualquer jeito, em casa mesmo", afirma Ronaldo Brito, do Polaco Tattoo, estúdio do centro de São Paulo.

Além da questão dos custos, os profissionais afirmam que a interferência médica fere a autonomia dos tatuadores e alimenta o corporativismo. "É totalmente desnecessária a presença de um médico porque não é preciso ter diploma (de Medicina) para tatuar ou fazer piercing", afirma Brito.

Para o diretor-presidente do Sindicato dos Tatuadores (Setap), Antonio Carlos Ferrari, a aprovação do ato na Câmara, com a abertura para interpretações do texto, vai na contramão do que estava sendo discutido entre o órgão e o Conselho Federal de Medicina (CFM). "Fizemos um acordo com o conselho sobre essas questões comuns, mas ele nunca foi assinado", diz. "Estamos desacreditados na classe médica."

Segundo o presidente do CFM, Roberto d"Ávila, o acordo ainda não foi assinado por falta de oportunidade. "Os médicos não têm interesse em tatuar ou colocar piercing", afirma. Ele nega que o ato médico interfira na profissão de tatuadores e acupunturistas e refuta a ideia de corporativismo. "É uma visão equivocada, eles enxergam brechas porque querem enxergar o que não há."

Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Acupuntura, Ruy Cordeiro, o ato é controverso.

"O CFM está defendendo a exclusividade médica na acupuntura, e eles já deixaram claro que têm pouco conhecimento de causa."

Ruy Tanigawa, presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA), diz ser a favor do ato. "Não é corporativismo, mas, sim, defesa da população para conter os erros de conduta que ocorrem."

SAIBA MAIS
Ponto polêmico: A exclusividade da indicação e execução por médicos de procedimentos invasivos - em que há invasão da epiderme e da derme com uso de produtos químicos e abrasivos, a invasão da pele até o tecido subcutâneo e a invasão dos orifícios naturais do corpo até atingir órgãos internos - para diagnóstico e tratamento terapêutico ou estético pode fazer com que procedimentos como acupuntura e tatuagens necessitem de prescrição médica.

Outras atribuições exclusivas de médicos: Diagnóstico e prescrição de tratamentos; indicação de cirurgia e de cuidados pré e pós-operatórios; intubação traqueal e outras ações de ventilação mecânica invasiva; sedação profunda, bloqueios anestésicos e anestesia geral; emissão de laudos de endoscopias, de imagem e de procedimentos diagnósticos invasivos; prescrição de órteses e próteses; indicação de internação e alta; perícias médicas e exames médico-legais, com exceção de exames laboratoriais de análises clínicas, toxicológicas, genéticas e de biologia molecular; atestados médicos e de óbito.

Não são ações exclusivas de médicos: Aplicação de injeções; cateterização; punções em veias e artérias periféricas;aplicação de curativos; atendimento em caso de risco de morte iminente; coleta de material biológico para exames.

Aprovado Ato Médico na Câmara

Tatuagem e acupuntura podem precisar de prescrição médica

O Estado de S. Paulo

Projeto aprovado na Câmara prevê que 'procedimento invasivo' seja feito com indicação de médico; texto vai ao Senado

Após três anos de tramitação no Congresso, o projeto de lei que regulamenta o ato médico, aprovado anteontem à noite pela Câmara dos Deputados, traz no texto problemas que podem acabar no Judiciário. A proposta define os procedimentos que passam a ser exclusivos dos profissionais formados em medicina. Ao definir "procedimentos invasivos", o texto não é preciso e pode dar brechas para que práticas como acupuntura, peeling facial e até mesmo tatuagem necessitem de indicação ou supervisão de um médico.

Apesar da imprecisão, o relator do projeto na Comissão de Trabalho, Edinho Bez (PMDB-SC), não vê problema de conflito. Depois de audiências com profissionais de várias áreas, entre elas tatuadores, os parlamentares da comissão acreditam ter "pacificado" as discussões.

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Entenda a Lei do Ato Médico

No entanto, o texto dá margem a dúvidas. No artigo 4º, inciso 3º, a lei aprovada determina que é atividade exclusiva de médicos "a indicação e execução de procedimentos invasivos, sejam terapêuticos, estéticos ou de diagnósticos". Já o parágrafo 4º do mesmo artigo define como procedimento invasivo "a invasão da epiderme e da derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos" e a "invasão da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação, drenagem, instilação ou enxertia, com ou sem o uso de agente químico ou físico".

Com essa definição, procedimentos como acupuntura, tatuagem, peeling estético, tanto mecânicos como químicos, poderiam ser enquadrados como atividades que precisam da indicação e supervisão de um médico. Com isso, a lei pode dar margem a interpretações que terminem por restringir a ação de profissionais dessas áreas. "Uma coisa é regular as atividades do médico. Outra é modificar as habilidades de outras profissões. Algumas coisas precisam de um texto mais claro", afirmou o deputado Lobbe Neto (PSDB-SP), que chegou a apresentar um voto em separado.

Sem estar regulamentada, a acupuntura como profissão é um dos pontos mais complicados da nova lei. Atualmente, podem praticá-la profissionais de diversas áreas de saúde, desde que tenham pós-graduação. A maior parte é fisioterapeuta. " Vamos perder o acesso direto da população. A pessoa terá que passar em um médico antes? Vai onerar o paciente", afirma Jean Luís Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Fisioterapeutas Acupunturistas.

CNBB desmente Lula

Outra declaração da coleção de absurdos de Lula foi veemente desmentida pela Confederação dos Bispos do Brasil – instância máxima da Igreja Católica no Brasil. Leiam.

''Jesus não fez aliança com fariseus e saduceus'', diz CNBB

Lígia Formenti, para o Estado de S. Paulo

D. Dimas critica Lula, para quem Cristo teria de se aliar a Judas para governar
Ao ser indagado ontem sobre as declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que se Jesus Cristo vivesse nos dias de hoje teria de fazer coalizão até com Judas para poder governar, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Dimas Lara Barbosa, fez a seguinte observação: "Judas era um discípulo de Jesus. Mas Jesus não fez aliança com fariseus e saduceus."

Logo em seguida ele explicou que fariseus são "pessoas que parecem uma coisa por fora, mas por dentro são outra". Nos textos do Evangelho eles aparecem como adversários de Jesus, que os critica sobretudo por sua hipocrisia e avareza.

Questionado se estava se referindo indiretamente a partidos da base governista, especialmente ao PMDB, o bispo respondeu: "Quando falei em fariseus não estava me referindo a partidos políticos", explicou. Mas Deus conhece o coração das pessoas."

OPORTUNISTAS
Os fariseus e saduceus formavam dois grupos com grande força política e religiosa em Israel na época em que Cristo viveu. Os saduceus, segundo o Dicionário de Termos Religiosos e Afins, da Editora Santuário, constituíam um partido com "ideologia conservadora e oportunista, de sorte que se acomodavam ao poder dominante, neste caso a Roma". De acordo com a mesma fonte, os dois grupos contribuíram de forma decisiva para a condenação de Cristo à morte.

D. Dimas fez os comentários ao término de uma cerimônia na qual foi anunciado o lançamento de uma campanha que pretende estimular as pessoas a realizar o teste de HIV e de sífilis. A campanha é uma parceria entre a CNBB e o governo federal, por meio do Ministério da Saúde.

Logo após falar sobre as declarações de Lula, o representante da CNBB lembrou que está em discussão no Congresso o projeto de lei conhecido como ficha limpa, que tem como objetivo proibir candidaturas de pessoas com pendências na área do Judiciário.

"Quero aproveitar a ocasião para lembrar que a Igreja continua com a sua luta a favor do projeto de fichas limpas na política", disse o secretário-geral da CNBB. "A coisa pública exige o mínimo de ética de quem a pratica." Em suas declarações, d. Dimas lembrou ainda que a Igreja está preocupada com os pobres do País, que muitas vezes permanecem à margem da sociedade e dos processos políticos. (COLABOROU ROLDÃO ARRUDA)

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