Ave JCR!

Já estava em Brasília ao tempo em que o noviço João Carlos Rodrigues, invadio, de peito aberto, a cidade em que nascí.

Foi, parece-me, uma invasão planejada.

Seja bem-vindo, pois, JCR!

Começa audiência sobre serviços de mototáxi

Fotos:Edson Santos
Começou há pouco audiência pública na Comissão de Viação e Transportes para debater a regularização dos serviços de mototáxi e motoboy. O objetivo é esclarecer as atribuições legislativas de estados e municípios quanto à regulação dessas atividades.

Participam da reunião o coordenador do escritório da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) em Brasília, Nazareno Stanislau Affonso; o presidente da Federação dos Mototaxistas e Motoboys do Brasil (Fenamoto), Robson Alves; o diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Alfredo Peres da Silva; e o presidente da Associação de Vereadores de Minas Gerais, Edeson Melgarço e o deputado federal Giovanni Queiroz (PDT-PA).

O diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Alfredo Peres da Silva, disse há pouco que é importante regulamentar as atividades de mototaxistas e motoboys, uma vez que decisão do Supremo Tribunal Federal classificou essa tarefa como competência privativa da União. A decisão prejudicaria as legislações municipais sobre o assunto, muitas das quais prevêem habilitação e seguro especiais para esses profissionais, além de treinamento.

Na opinião de Alfredo Peres da Silva, também é importante proibir o transporte de produtos perigosos em motos. Sobre segurança, ele lembrou que uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) já estabelece como requisitos obrigatórios para a atividade remunerada de motociclista o uso de capacete e de colete e a especificação do piloto e do veículo. "A resolução do Contran, no entanto, generaliza as exigências para todo tipo de motociclista e o projeto [de regulamentação] pode fazer a diferenciação para atender apenas os motoristas profissionais", disse.

O deputado Affonso Camargo (PSDB-PR) pediu às entidades representantes de motoboys e mototaxistas que enviem sugestões para que ele elabore seu parecer sobre o Projeto de Lei 6302/02, do Senado, que regulamenta as duas profissões. Camargo, que participou de audiência pública na Comissão de Viação e Transportes sobre assunto, espera atender as necessidades do setor. Ele disse estar convencido de que atividade precisa urgentemente de regulamentação.

O 2º vice-presidente da comissão, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), ressaltou a necessidade de que a lei contenha regulamentação para delegar competência para que os municípios atuem no setor. "Do contrário, o assunto continuará restrito à União", argumentou.

O coordenador do escritório da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) em Brasília, Nazareno Stanislau Affonso, disse há pouco que a regulamentação do serviço de mototáxi como transporte público deve levar em consideração uma série de fatores, como a criação de uma carteira especial para o mototaxista. Affonso defendeu ainda um seguro próprio, e não apenas o obrigatório, para as empresas que prestam o serviço, e a adoção de um mecanismo de controle de velocidade. A legislação sobre o assunto também deve ser clara para responsabilizar o mototaxista em caso de acidentes

Nazareno Affonso afirmou ainda que é preciso discutir o tipo de veículo a ser utilizado. Segundo ele, há veículos, como o triciclo, que são "absolutamente seguros". O coordenador lembrou que atualmente 31% das mortes no trânsito são de motociclistas. Outros 41% das vítimas são pedestres, e 24%, passageiros de carro.

O deputado federal Giovanni Queiroz defendeu o serviço de mototáxi, desde que respeitado uma série de pré-condições de segurança, higiene e treinamento de mão-de-obra para os consessionários.

Queiroz destacou que a atividade está em quase todos os municípios do Estado que representa, e é uma das atividades na área de prestação de serviços que mais gera emprego e renda no Pará.

A preocupação do deputado paraense é embasada em dados oficiais. O traumatologista do Ministério da Saúde João Antonio Mateus Guimarães disse que entre 61% e 82% do total de 1 milhão de acidentes de trânsito que ocorrem por ano no País envolvem moto. Ele também citou um estudo realizado em São Paulo em 1998, segundo o qual 87% das vítimas desses acidentes são homens com idade média de 24 anos. Ainda segundo ele, 37% das lesões atingem partes vitais do corpo, como tórax e coluna vertebral.

Leonel Brizola homenageado em Sessão Solene

Foto: Bernardo Hélio
















Chinaglia lembra trajetória política de Brizola

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, afirmou há pouco, na abertura de sessão solene em homenagem a Leonel Brizola, que o legado dele é uma inspiração permanente para todos que militam na política. Ele afirmou que, em determinado momento da história, Brizola foi a melhor síntese da esquerda brasileira. Nos mandatos exercidos como deputado, segundo Chinaglia, ele deixou a marca incontestável do nacionalismo. Para o presidente da Câmara, seus discursos duros e sua postura enérgica devem ser vistos hoje da perspectiva do tempo e da conjuntura política. "O que fica é a sua maneira de lidar com as grandes questões políticas, sempre com convicções profundas e compromissos assumidos com suas bases", completou.

Arlindo Chinaglia observou que o povo sempre esteve no centro do pensamento de Brizola, a exemplo de sua visão universalista da educação. "No Rio de Janeiro (estado do qual foi governador por duas vezes), Brizola implementou a idéia então absolutamente nova do ensino integral, de acordo com a filosofia pedagógica de Darcy Ribeiro", afirmou Chinaglia, referindo-se aos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), que, em sua opinião, representaram a materialização do sonho de Brizola de superação das injustiças e de resgate da cidadania por meio da educação.

Resistência à ditadura
O presidente da Câmara destacou, ainda, que Leonel Brizola foi um dos principais líderes da resistência à ditadura militar e que, mesmo no exílio, continuou atuando pela redemocratização do País e pela restauração do estado de direito.

A homenagem, por ocasião do 3° ano da morte de Leonel Brizola, foi proposta pelo deputado Vieira da Cunha (PDT-RS).
Fonte: AG. Câmara

Duciomar Costa: Um prefeito que ama sua cidade

BELENENSES PERDEM MILHÕES

O que é que Dudu faz na prefeitura de Belém do Pará?



Site ABC Polítiko


Brasília – O prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), mais conhecido por Dudu, não sai do lugar. É um cego assessorado por cegos. Semana passada, um advogado da prefeitura esteve em Brasília para resolver pendências em três locais em apenas um dia. Não resolveu nada. Nem podia. Belém deveria ter escritório em Brasília. A prefeitura está inadimplente em convênios federais no valor de R$ 597.328,50. Uma ninharia. Por isso, não poderá receber R$ 34,85 milhões em emendas parlamentares – R$ 29,8 milhões só para infra-estrutura turística. Está tudo no Siafi.

Sem resolver a inadimplência, de onde Dudu tirará dinheiro para tocar as obras que ele já anunciou?

A prefeitura de Belém está inadimplente nos seguintes convênios:

Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA); R$ 450 mil; 2004; administração do ex-prefeito Edmilson Rodrigues (Psol).

Fundo Nacional de Saúde; R$ 111.688,50; 2004; administração do ex-prefeito Edmilson Rodrigues.

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação; R$ 35.640; dezembro de 2005; administração de Duciomar Costa.

O que os belenenses estão perdendo:

Turismo: emenda do deputado Zenaldo Coutinho (PMDB) – R$ 7,4 milhões; emenda do ex-deputado Josué Bengtson – R$ 7,4 milhões; emenda do ex-deputado Anivaldo Vale – R$ 7,4 milhões; emenda do ex-deputado Raimundo Santos – R$ 7,4 milhões; emenda do ex-senador Ney Suassuna, do PMDB da Paraíba – R$ 200 mil (qual será o interesse de Suassuna em Belém? Foi acusado de freqüentar a confraria dos Sanguessugas, quadrilha com tentáculos em Belém, desbaratada pela Polícia Federal). Total: R$ 29,8 milhões.

Saúde: emenda do ex-senador Luiz Otávio – R$ 1 milhão; emenda do ex-deputado Anivaldo Vale – R$ 900 mil; emenda do deputado Vic Pires Franco (DEM) – R$ 500 mil; emenda do ex-deputado Babá – R$ 400 mil; emenda da ex-deputada Ann Pontes – R$ 150 mil. Total: R$ 2.950 mil.

Segurança: emenda do deputado Vic Pires Franco – R$ 2 milhões.

Cultura: emenda do deputado Zenaldo Coutinho – R$ 100 mil.

Dudu quer reeleger-se, mas o tempo é inexorável; fica cada vez mais claro que somente um milagre manterá Dudu na prefeitura. Contudo, milagres não existem em política. Como o perfil pessoal que Dudu construiu, até agora, é de barro, seu futuro político está ameaçado.

Seu erro consiste em que Dudu ainda vive uma Amazônia escondida na selva, difícil de ser fiscalizada, onde tudo é permitido. Essa Amazônia não existe mais. Tudo é vigiado por blogueiros, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Novos tempos, Dudu.

De qualquer forma, se um poste instalar esgotos em Belém, será reeleito. Belém está cada vez mais fétida devido aos esgotos a céu aberto em toda a cidade. Toda.

NOTA DO BLOG: Em política tudo pode acontecer, inclusive nada! E esse é o caso desse rapaz.

Renan não nos engane!




O que falta explicar

Algumas das dúvidas sobre a defesa do senador Renan Calheiros:

1) Tem como comprovar a origem e mostrar o caminho do dinheiro que diz ter usado para pagar a pensão de sua filha com a jornalista Mônica Veloso?

2) Por que teria recorrido a Cláudio Gontijo, lobista da construtora Mendes Júnior, para intermediar os pagamentos da pensão a Mônica Veloso?

3) Por que diz ter vendido 2.200 bois e só apresentou guias de transporte de animais de 1.700?

4) Por que usou recibos para justificar depósito de R$220 mil em uma de suas contas em 2004, mas não apresentou as notas fiscais correspondentes à suposta venda de bois?

5) Por que várias notas fiscais de venda de gado foram emitidas em datas diferentes das de emissão das guias de transporte de animais?

6) Por que alguns números de notas fiscais de venda de bois estão rasurados?

7) Por que Renan não entregou ao Conselho de Ética do Senado o livro do produtor, onde estaria registrada toda a evolução de seu rebanho?

8) Por que notas fiscais e guias de transporte de animais indicam locais distintos para os mesmos lotes de bois que teriam sido vendidos?

9) Por que alguns lotes de bois teriam sido vendidos bem acima da média nacional de preços?

10) Como, em tão pouco tempo, conseguiu se transformar num pecuarista de sucesso?

Série sobre redivisão territorial do Brasil

Pelos Corredores do Planalto publica, a partir deste post, uma série de quatro artigos do economista Roberto Limeira de Castro sobre redivisão territorial do Brasil. Acompanhem abaixo o 1.o artigo. TRÊS SÉCULOS DE ENGESSAMENTO DA REGIÃO NORTE DO BRASIL
A eterna e santa ingenuidade dos governantes paraenses
Por Roberto Limeira de Castro
1
Iniciava-se o século dezoito. O território brasileiro expandia-se desde o Oceano Atlântico até os primeiros contrafortes da Cordilheira dos Andes, saindo do seu nicho litorâneo original das Capitanias Hereditárias, inicialmente bloqueadas nos séculos dezesseis e dezessete por conta do
marco legal histórico da linha de Tordesilhas.

Contribuíram de forma decisiva para essa expansão do século dezoito, a grande calha do Rio Amazonas e a ação colonizadora dos intrépidos bandeirantes paulistas.

Seis grandes divisões territoriais destacavam-se nesse período de transição e consolidação do nosso imenso território:
1. Na Região Norte – A Capitania do Grão Pará;
2. Na Região Nordeste – As Capitanias do Maranhão e Pernambuco;
3. Na Região Leste – As Capitanias da Bahia e Rio de Janeiro;
4. Na Região Centro-Sul – A Capitanias de São Paulo.

As demais capitanias que se originaram dos primeiros donatários como
Ceará, Rio Grande, Paraíba no Nordeste e Sergipe e Espírito Santo no
leste eram consideradas Capitanias Subalternas e nem constavam dos
mapas oficiais, conforme pode ser visto no mapa de 1709 abaixo:
2
MAPA

1709: Auge da província de São Paulo


















Fonte: Wikipédia
EM DESTAQUES (VERDE E AMARELO) AS DUAS MAIORES CAPITANIAS DO PERÍODO COLONIAL, DO PONTO DE VISTA TERRITORIAL, DENOMINADAS DE SÃO PAULO E MINAS DE OURO (EM AMARELO) E GRÃO PARÁ (EM VERDE)

Observação importante: O território da antiga Capitania de S.Pedro do Rio Grande do Sul (em cinza) era também subordinado à Capitania de São Paulo, tendo logrado a sua emancipação simultânea com a Capitania de Santa Catarina somente em 1738.

Dois grandes territórios desse eixo de poder inicial, em quatro grandes regiões, destacaram-se por suas grandiosidades territoriais:
1. A Capitania do Grão Pará ao norte;
2. A Capitania de São Paulo ao Centro-Sul.
As duas demais regiões do leste e nordeste, apesar de importantes, política e economicamente, tinham territórios bem menores.

3
O que se viu nos séculos seguintes foi à inteligência privilegiada de paulistas, nordestinos e dos habitantes do leste, subdividindo os seus territórios em um grande número de capitanias autônomas, as mais diversas, antes da Independência do Brasil, as quais, seriam reconhecidas
como Províncias do novo Império do Brasil que se iniciava.

Entre 1709 e 2007, a região nordeste dividiu-se em sete parcelas territoriais, o leste em quatro e São Paulo em dez, conforme emancipações abaixo descritas, enquanto, a do Grão Pará permaneceu intacta até 1850, conforme relacionamos a seguir:
1. Divisões territoriais da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro – Denominação de 1709.
1.1 – Capitania de Minas Gerais – 1720;
1.2 - Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul – 1738;
1.3 – Capitania de Santa Catarina – 1738;
1.4 - Capitania de Goiás – 1744;
1.5 - Capitania de Mato Grosso – 1748;
1.6 - Província do Paraná – 1753;
1.7 - Distrito Federal - 1960
1.8 - Estado de Rondônia – 1970;
1.9 - Estado do Mato Grosso do Sul – 1977;
1.10 - Estado do Tocantins – 1988.

2. Divisões territoriais do Nordeste.
2.1 - Capitania de Pernambuco – 1532 – Original;
2.2 - Capitania da Paraíba – 1585 – Original;
2.3 - Capitania do Rio Grande do Norte – 1598 - Original;
2.4 - Capitania do Maranhão – 1603 – Original;
2.5.- Capitania do Ceará – 1619;
2.6 - Capitania do Piauí - 1811
2.7 - Província de Alagoas – 1822.

3. Divisões territoriais do Leste.
3.1 - Capitania da Bahia – 1534 – Original;

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3.2 - Capitania do Rio de Janeiro – 1555 – Original;
3.3 - Capitania do Espírito Santo – 1534 – Original;
3.4 - Capitania de Sergipe – 1534 - Original

As Capitanias originais do Leste denominadas de Ilhéus e Porto Seguro foram açambarcadas pela influência política da Capitania da Bahia, como sede dos Governadores Gerais da Colônia e até os dias atuais lutam desesperadas para juntas conseguirem pelo menos a emancipação de um único Estado de Santa Cruz, ao sul do Estado da Bahia, mas, são impedidas, no mesmo tipo de comportamento conservador dos grãos paraenses.

4 – Divisões territoriais do Norte
4.1 - Capitania do Grão Pará – 1535/1616 – Original
Não houve qualquer divisão territorial até 1850, ano da sofrida emancipação da Província do Amazonas.

Seria pertinente enfatizar que as outras duas subdivisões territoriais do Grão Pará foram feitas por motivo de insegurança externa e sem a anuência dos governantes dos Estados do Pará e do
Amazonas, somente em 1944, nos estertores do governo ditatorial do Estado Novo, ou seja, através da criação dos territórios federais do Amapá e Rio Branco (mais tarde Roraima).

O Estado do Acre incorporou-se à região norte através da Revolução Acreana e nunca pertenceu à Capitania do Grão Pará.

Pelo acima exposto é muito fácil perceber os equívocos históricos e a ausência de uma “intelingenzia” política dos governantes paraenses na sua megalomania de possuir um gigantesco e ingovernável território, principalmente, em termos políticos e econômicos.

Os nordestinos, por sua vez, emplacaram sete subdivisões com 21 senadores da República, ganhando mais seis com a incorporação de Sergipe e Bahia, que antes pertenciam ao leste, totalizando os 27 senadores atuais.

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Já as subdivisões do leste se transformaram em Sudeste com o deslocamento de São Paulo da região sul e a inclusão estratégica de Minas Gerais, os quais, se reuniram com o poderoso Estado do Rio de Janeiro, numa visível manobra geopolítica de convergência de dominação econômica, além do pequeno Espírito Santo pela proximidade.

Além do descomunal peso econômico com cerca de 70% do Produto Interno Bruto e a maior representação na Câmara Federal em função da gigantesca população, os hegemônicos do sudeste fizeram uma aliança estratégica com o sul e o centro-oeste, cujos Estados pertenciam à antiga repartição paulista, somando os seus 12 senadores com 09 do sul e 12 do centro-oeste, totalizando 33.

Somando os dois Estados deslocados artificialmente para o nordeste (Bahia e Sergipe) que antes pertenciam ao leste e os dois novos para o norte (Rondônia e Tocantins ), que sempre pertenceram à repartição paulista, os hegemônicos chegaram a um bloco de 45 dos 81 senadores.

Todas essas subdivisões da região Centro-Sul, 80% originadas da grande repartição de São Paulo, deram à metade sul do Brasil uma força econômica e política descomunal de 45 senadores originários contra 15 da Região Norte, incluindo o tardio Acre e 21 originários do Nordeste.

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Quando se considera a repartição regional estratégica estabelecida no seu todo pela Revolução de 1964, a metade do Centro-Sul ficou com apenas 33 senadores, o nordeste com 27 e o norte com 21, dando uma falsa aparência de equilíbrio, bastando para isso colocar o PIB de cada grupo senatorial acima, respectivamente, R$ 1 trilhão e 300 bilhões do Centro-Sul (Antiga repartição paulista e aliados), contra R$ 300 bilhões do nordeste e apenas R$ 100 bilhões do norte e ver as disparidades.

É mais do que evidente os representantes de uma economia de R$ 1,3 trilhões terem muito mais peso político e econômico que os representantes de apenas R$ 0,10 trilhões.

Quem fizer um pingo de reflexão descobrirá muito bem de que essa transferência de unidades federativas para os sub-representados do Norte e Nordeste teve conotações equilibristas e principalmente vantagens econômicas para que as empresas dos Estados transferidos
lograssem usufruir dos benefícios fiscais da Sudene e da Sudam.

Do ponto de vista histórico, entretanto, ao longo dos últimos 300 anos, o vetusto e dorminhoco Grão Pará, permaneceria, por quase dois séculos com apenas dois representantes no Senado e somente em 1850, já no período provinciano, indicaria mais dois senadores pelo Amazonas, numa época em que eram dois os senadores indicados de cada repartição.

Vejam como ficou a configuração do território brasileiro após cerca de 270 anos de história – 1709 a 1988:
MAPA



















1990: Unidades da Federação atuais
Fonte: Wikipédia
1. Ex-Território da Capitania de São Paulo e mais os seus aliados naturais do Leste, Minas Gerais, o Rio de Janeiro, Espírito Santo,além de Bahia e Sergipe do nordeste, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Paraná do sul e do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rondônia e o Distrito Federal do Centro-Oeste .

Total: 15 Unidades Federativas e 45 Senadores originários.
2. Ex-Território da antiga região nordeste: 07 Estados e 21 Senadores originários.
3. Ex-Território do Grão Pará e mais os 03 Estados incorporados, um contra a vontade dos paraenses (Amazonas) e dois sem anuência e por decreto (Amapá e Roraima) e um por adesão forçada (o Acre).

Total: 05 Unidades Federativas originais e apenas 15 senadores.
Mesmo assim, somente com a Constituinte de 1988, após cerca de 270 anos de domínio político e econômico dos Paulistas, sulistas, sudestinos, centro-oestinos e nordestinos (esses não muito), é que os nortistas ganharam mais 06 novos senadores com a admissão de Roraima e do Amapá à União Federal. Até então, eram apenas 06 originários (Pará e Amazonas) e outros 03 do pequenino e pobre Acre.

A partir dos dados e imagens mostrados acima, pode-se concluir a estagnação a que foi submetida à região original do Grão Pará ao longo de praticamente toda a história do Brasil.

Engessado e paralítico, do ponto de vista político, econômico e social.










Em resumo, temos ainda hoje, a seguinte divisão de poderes:
Centro Sul – Antiga Repartição Paulista e mais o Rio de Janeiro e o Espírito Santo - 10 Estados mais o DF com 33 Senadores - 41% do território brasileiro e PIB de cerca de R$ 1 trilhão e 300 bilhões (cerca de 71,4% do Produto Interno Bruto), o Nordeste com 09 Estados, sendo dois emprestados, com 27 senadores (11,5% do Território e R$300 bilhões (21,4% do Produto Interno Bruto), enquanto que o velho Grão Pará com praticamente dois Estados significativos
(Amazonas e Pará) e 03 novos e incipientes Estados (Acre, Roraima e Amapá) e dois emprestados da repartição paulista com 21 senadores e pasmem um Produto Interno Bruto de cerca de R$ 100 bilhões (+ - 7,2%do PIB) em 47,5% do território nacional.
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Como se pode notar pelo quadro acima, o congelamento do território Grão Paraense ao longo de quase três séculos, por culpa dos governantes e das elites insensíveis da grande repartição territorial brasileira, teve um efeito catastrófico, do ponto de vista, político, social, econômico e humano para toda a Região Norte.

Poderíamos chamar isso de vocação mórbida para a pobreza e para o descaso com a população dos governantes paraenses e amazonenses.

Com 118 anos de proclamada a República e as instituições republicanas ainda não aportaram em 70% dos cerca dos quatro milhões de quilômetro quadrados do engessado Grão Pará.
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Inúmeros foram os estudiosos e políticos que propuseram novas subdivisões político-administrativas das ingovernáveis repartições do Grão Pará. Para sermos sucintos sobre assunto, citamos apenas 17 Estudos e Projetos:
1.Projeto da Comissão da Carta Geográfica de 1763;
2.Projeto do Padre Manoel Aires de Casal de 1817;
3.Projeto Antonio Carlos (1823);
4.Projeto Varnhagen (1849);
5.Projeto de Fausto de Souza (1880);
6.Projeto de Segadas Viana (1933);
7.Projeto de Teixeira de Freitas, (Apresentado duas vezes em 1933 e 1948);
8.Projeto Backheuser (1933);
9.Projeto Sud Mennucci (anos quarenta);
10.Projeto Ari Machado Guimarães (anos cinqüenta);
11.Projeto Juarez Távora (anos cinqüenta);
12.Projeto Siqueira Campos (anos sessenta);
13. Projeto Rondon (sem data);
14. Prejeto Amazônia Lega (anos quarenta);
15. Projeto Samuel Benchimol (1966);
16.Projeto Roberto Castro (1988-Enviados aos Constituintes)
17.Projeto da Comissão de Sistematização aprovada na primeira fase da Assembléia Nacional de Constituinte em 1988 e derrotado, para a tristeza dos eternos povos da floresta, pelos ricos e influentes Estados da insaciável repartição dos paulistas, seus aliados e os poderosos órgãos hegemônicos de comunicação social do Centro-Sul.

Três séculos se passaram e a conversa fiada dos paraenses e amazonenses continua a mesma – Não é chegada, ainda, a hora de dividirmos os nossos colossais Estados - a hora é de nos integrarmos e de nos unirmos.

Os hegemônicos agradecem, riem e fazem pouco da ingenuidade dos nortistas.
Para piorar ainda mais, o insuportável quadro acima, as subdivisões político-administrativas do Brasil tendem a aumentar com novas unidades federativas do Maranhão do Sul, Gurguéia, Rio São Francisco no Nordeste e Minas Norte, S.Paulo do Leste e do Sul, Araguaia, Aripuanã. Santa Cruz, Triângulo e Pampa na antiga repartição paulista e suas aliadas.

Seriam mais 33 senadores para irrigar a economia das duas regiões dos ex-paulistas e nordestinos com projetos e mais projetos de desenvolvimento.
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Pelo andar da carruagem, o conto da carochinha do pulmão do mundo e do museu de história natural da biodiversidade, engessará os futuros Estados de Carajás, Tapajós e Solimões, além dos territórios federais de Juruá, Rio Negro e da Ilha de Marajó, para sempre “seculorum”,
graças à eterna e santa ingenuidade dos governantes grão paraenses.

Infelizmente, contra os fatos históricos reais e os números da economiae do desenvolvimento não há argumento que resista.

Por ocasião do Primeiro Simpósio pela Criação dos Estados de Carajás e Tapajós, do último dia 15 de junho de 2007 em Marabá, com o apoio dos unidos co-irmãos maranhenses em torno da emancipação do Maranhão do Sul, duas dúzias de líderes paraenses da maior dignidade e visão política e econômica lutam como leões para reverter o vergonhoso quadro pobreza e de sub-representação territorial, econômica e política da Região Norte.

Que a força da Providência Divina e o Amor de Nossa Senhora de Nazaré ilumine a mente e os corações dos governantes paraenses e amazonenses das suas insensibilidades seculares e faça a união do povo paraense em torno dos plebiscitos previstos para os próximos meses.

Tomem cuidado com o BBB nos Motéis

Filmes de espionagem em motéis do Rio é o novo "grande assunto" da Internet

big brother no motel em www.exactaexpress.com.brDepois da divulgação de uma orgia com membros da elite de Ribeirão Preto e do recente escândalo da Faculdade Getúlio Vargas, onde estudantes foram fotografados dando "ousados amassos" em cubículos reservado durante uma festa, a exposição de momentos íntimos volta a se tornar o principal assunto da Internet.

Na última semana a Polícia Federal conseguiu prender um grupo de produtores de filmes adultos que comercializava fitas com flagrantes gravados nos quartos dos motéis mais conhecidos do Rio de Janeiro. A quadrilha usava recursos de alta tecnologia e instalava em várias suítes de um "motel alvo" microfones e microcâmeras, imperceptíveis até mesmo para os funcionários que trabalhavam na limpeza dos estabelecimentos. "Na maioria das vezes eles instalavam o material de espionagem no início da noite de Sexta e voltavam na Segunda para recolher tudo. Assim conseguiam flagrar o grande movimento nos quartos durante o final de semana, e ao mesmo tempo a alta rotatividade diminuía a chance de serem percebidos pelos funcionários dos Motéis", explica o delegado André Citrin. "O esquema funcionava desde o início do ano. Não tivemos tempo de analisar todo o material, mas o número de motéis que foram usados é impressionante, praticamente todos os que possuem um certo renome", conclui o delegado.

A produtora denominada "Buraco da Fechadura" anunciava os seus vídeos em um precário site na Internet, onde iniciavam o contato por email com compradores interessados e montavam um esquema de entrega e pagamento tão elaborados como os usados em casos de seqüestro, tudo para manter o anonimato. O preço também não era para qualquer um, uma coleção de 12 fitas com 2 horas de gravação cada era vendido por 990 reais. "Vale cada centavo", garante o site, que promete que no material filmado há muitas pessoas famosas, orgias, homossexualismo e sexo bizarro. "Tudo isso com pessoas reais! Talvez até mesmo a sua vizinha seja uma de nossas estrelas!".

Aparentemente os contraventores cumpriam a promessa de "qualidade total", pois a fama dos filmes se espalhou e em menos de dois meses de vendas a polícia calcula que eles tiveram mais de 600 clientes, arrecadando uma soma superior a meio milhão de Reais. Um dos investigadores deixou escapar informalmente que a atriz Luana Piovanni foi uma das vítimas flagradas pelas câmeras escondidas.

A associação dos proprietários de motéis do Rio de Janeiro declarou que é tão vítima quanto os seus hóspedes e aguarda o a conclusão do inquérito para anunciar as suas ações.

Fonte: Cocadaboa

Esclarecimentos :

O senhor Alexandre proprietário do Site "www.buracodefechadura.kit.net " entrou em contato com nossa redação e nos pediu que colocássemos este esclarecimento, para que outros demais não o venham confundir mais;
A divulgação no site de vocês da notícia BBB EM MOTEL, está me tirando o sono, pois muitas pessoas têm entrado em contato comigo, entupindo um de meus e-mails, pois sou do Rio de Janeiro e proprietário do site www.buracodefechadura.kit.com e as pessoas estão associando a tal produtora a este meu site, sei que vocês nada têm a ver, pois quem lê a notícia deve estar associando o nome divulgado de uma produtora ao meu site.
Já me enviaram um e-mail de 2.3 MB, que logicamente abri e que bloqueou meu tráfego nesta conta.
Gostaria na medida do possível que divulgassem uma nota explicando a diferença, apesar de meu site ser de teor erótico, nada tem a ver com a referida produtora BURACO DA FECHADURA, pois o site é "BURACO DE FECHADURA", aqui cabe um explicação o porque da escolha do "DE" quando as pessoas achariam mais conveniente o "DA", pelo simples fato do sentido do "DA FECHADURA" dar uma idéia de uma fechadura específica, enquanto o "DE FECHADURA", generaliza, podendo ser qualquer fechadura. Isto traz confusões simples até a pessoas de meu relacionamento que ao tentarem acessar www.buracodafechadura.kit.net me ligam dizendo que meu site não está no ar e eu tenho de explicar que é "DE FECHADURA".
Conto com a ajuda dos amigos, para que tal confusão seja esclarecida na esperança de amenizar maiores problemas para mim, pois repito, as pessoas que lêem a notícia é que estão fazendo confusão, eu li a notícia no site de vocês após tantos e-mails e vi que ali vocês não fazem nenhuma menção a algum site buraco de fechadura ou buraco da fechadura, apenas a produtora.
Agradeço o que poder ser feito neste sentido.
A Exacta pede em nome de sua equipe desculpas ao senhor Alexandre.

Para Simon, Renan vai cair de maduro

Senador Pedro Simon (PMDB-RS), durante reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado.
Fotógrafo: Célio Azevedo - Agência Senado






















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NTREVISTA - Senador Pedro Simon (PMDB-RS) -

'A hora de renunciar é agora'

Carlos Marchi

Para Simon, que aponta várias erros na linha de defesa de Renan, Conselho de Ética só vai condená-lo se sentir que há 'cobrança'

'A hora de renunciar é agora', afirmou ontem o senador Pedro Simon (PMDB-RS), em entrevista ao Estado, minutos depois de pregar a renúncia do senador Renan Calheiros à presidência do Senado, em aparte feito no plenário. 'Ele tem de renunciar à presidência. Fazendo isso, estaria praticando um gesto de grandeza', afiançou Simon. 'Mesmo que a perícia o absolva, o contexto adquiriu tal complicação, a sociedade está ridicularizando de tal maneira o Senado, ele e nós todos, que passou do ponto', arrematou.

Simon enunciou seis erros que o senador Renan Calheiros teria cometido ao defender-se no Senado e o último deles foi exagerar na defesa: 'Seus aliados exageraram ao fazer a defesa, no afã de prestar serviço de vassalagem', disse o senador gaúcho, que pertence ao mesmo partido de Renan. Ele apontou a causa de tantos e sucessivos casos de corrupção envolvendo políticos: 'É por causa da impunidade, doutor.' Para ele, acabar com a impunidade é 'a primeira responsabilidade do Brasil'. Eis a entrevista:

A renúncia é inevitável ou basta Renan se afastar da presidência do Senado até que as investigações se definam?

Ele tem de renunciar à presidência. Fazendo isso, estaria praticando um gesto de grandeza. Mesmo que a perícia o absolva, o contexto adquiriu tal complicação, a sociedade está ridicularizando de tal maneira o Senado, ele e nós todos, que passou do ponto. A hora de renunciar é agora.

Quais foram os erros de Renan?

O primeiro erro foi não ter se licenciado da presidência do Senado. O segundo foi que não deveria ter escolhido um Conselho de Ética composto por pessoas da sua mais absoluta confiança, mas por pessoas com autonomia para conduzir as questões. O terceiro foi não querer, no começo, que o caso fosse para o Conselho de Ética. O quarto foi fazer seu pronunciamento de defesa sentado na cadeira de presidente do Senado. O quinto foi querer que o processo, mal chegado no conselho, fosse arquivado logo; depois, quiseram ouvir uma pessoa e arquivar; em seguida, os senadores podiam ver os papéis, mas não podiam investigar as empresas. Foi tudo muito restritivo. Tudo se transformou num desgaste desnecessário. Mas os fatos posteriores agravaram o caso inicial, que era singelo. O sexto erro foi que seus aliados exageraram ao fazer a defesa, no afã de prestar serviço de vassalagem. Aconteceu o que aconteceu.

Aquele espetáculo de segunda-feira no Conselho de Ética não foi muito edificante...

Foram os caras que eles botaram lá para 'garantir' o Conselho de Ética... Tinha de botar gente com mais independência, mais autonomia.

Por que o sr. não foi indicado para o conselho?

Porque desde que Ney Suassuna assumiu a liderança do PMDB (na legislatura passada) eu caí fora do Conselho de Ética e CPI. Não me botam mais.

O sr. é tão perigoso assim para ficar no Conselho de Ética?

Eu acho que eles pensam isso (risos). Acham que eu sou independente demais para ficar no Conselho de Ética. Eu aceitei com humildade, porque Suassuna, com seu espírito de modernidade, achou que eu estou superado, com meus 75 anos. Eu defendo umas teses que não são muito atuais - ética, moral, essas coisas do passado. Para o Suassuna, tudo isso é coisa superada...

O sr. consegue explicar por que os políticos se metem em tantos rolos?

É por causa da impunidade, doutor. Veja o exemplo das crianças na escola: se a professora não chama a atenção, não pune, vira uma anarquia. Esse aprendizado começa lá na primeira infância. Vira anarquia. Ontem li que em 40 anos o Supremo (Tribunal Federal) não puniu um político. A gente vê a Polícia Federal: 'Denunciados tantos, mais tantos e outros tantos'. Vai dar tudo em nada! A primeira responsabilidade do Brasil é acabar com a impunidade. Na Itália, dois ex-primeiros-ministros foram para a cadeia. Lá, como se vê, o negócio muda de figura. No Japão, há três semanas, um ministro se matou porque ia ser processado. Aqui não acontece nada.

À vista do espetáculo encenado no Conselho de Ética, o que o sr. espera do julgamento de Renan?

Olha, normal esse pessoal que está lá vai absolver. Mas se eles sentirem que está havendo uma cobrança da sociedade, vão pensar duas vezes. Por outro lado, se Renan renunciar, ele passa a ter chance de ser absolvido, porque vai ser julgado como um senador qualquer. Eu nunca vi um caso como esse. Todo mundo está do lado dele, gosta dele. Mas se ele insistir em ficar na presidência do Senado, a absolvição fica difícil.

O sr. põe a mão no fogo por Renan, confia nele ou já começa a desconfiar?

A coisa é muito complicada, né, tchê? Se Jesus, que é Jesus, veio para a Terra e escolheu para ministro da Fazenda um gato - gato e traidor, roubava dinheiro e ainda traía Jesus. Se Judas traiu Jesus, não se pode botar a mão no fogo por ninguém. Eu tenho Renan como um cara respeitável. Mas que ele agiu equivocadamente nesse caso, eu não tenho nenhuma dúvida.

Pedro Simon: Senador do PMDB do Rio Grande do Sul

Quem é: Pedro Simon

Elegeu-se vereador (1960), deputado estadual (1962 a 1977), e senador por quatro mandatos (1978, 1990, 1998 e 2006). Foi do PTB, do MDB e do PMDB Elegeu-se governador do Rio Grande do Sul em 1986.

Renan insiste e instituição é que paga




Ou cai o senador, ou 'cai a Casa'

Depois do vexaminoso espetáculo proporcionado na segunda-feira pela tropa de choque do presidente do Senado, Renan Calheiros, no Conselho de Ética - e da avalanche de notícias que reduziram a pele e ossos a sua versão pastoril para a origem da pecúnia com que teria pago os seus débitos extraconjugais -, duas certezas ficaram claras. A primeira é que o Conselho já não tem como absolvê-lo, dando por findos hoje mesmo os trâmites do simulacro de processo aberto contra ele, a contragosto, por quebra de decoro parlamentar. A segunda é que o réu - cujos pares em momento algum tiveram a compostura de tratar como tal - perdeu por inteiro as condições morais e políticas para permanecer na direção do Senado.

Do contrário - permita-se o jogo de palavras - a Casa cairá estrepitosamente perante a opinião pública, completando o mais recente ciclo de desmoralização do Congresso Nacional, inaugurado com o mensalão, agravado pela Pizzaria Plenário e replicado no escândalo dos sanguessugas igualmente impunes. Até aqueles aliados de Calheiros, que podem ser o que se queira menos surdos à voz das ruas, perceberam que o clima de desgosto provocado pela revelação de que o lobista de uma empreiteira pagava em dinheiro vivo os compromissos do senador com a sua ex-amante se metamorfoseou em repulsa generalizada à operação-abafa posta em marcha sob o seu comando pessoal para inocentá-lo a qualquer preço.

O povo viu pela televisão o político alagoano - do alto da Mesa do Senado - tentar reduzir a questão de alçada íntima, o que é desde sempre uma séria suspeita de promiscuidade, entre o presidente do Congresso e Cláudio Gontijo, o agente de uma empresa de construção pesada que, precisamente por isso, vive de fazer negócios com o poder público. A sociedade viu também, na mesma ocasião, a fragilidade das evidências que ele exibiu para assegurar que pagara do próprio bolso, embora por interposta pessoa, os valores destinados à mãe da filha cuja paternidade havia assumido. Os brasileiros viram depois o senador apresentar documentos que ele dissera não existirem.

Viram em seguida o corregedor do Senado, Romeu Tuma, anunciar o desejo de absolver Calheiros e a movimentação do Conselho de Ética - sob a presidência do petista Sibá Machado, que virou senador porque a titular, Marina Silva, se tornou ministra - de liquidar a fatura em tempo recorde. Viram, mais ainda, a intenção do relator Epitácio Cafeteira de arquivar sumariamente o inquérito, tão acintosa que o obediente Sibá foi instruído a não aceitar. Viram, sobretudo, o Jornal Nacional comprovar serem de fachada as supostas empresas compradoras das providenciais reses do excepcionalmente operoso pecuarista de Murici - o “rei do gado”, como logo ficou conhecido.

Por fim, o País viu sair pela culatra o tiro que os homens de Calheiros no Conselho arquitetaram para impingir a fábula de que, nesse aranzel todo, ele era vítima de uma tentativa de chantagem. Não contavam com a recusa do advogado Pedro Calmon Filho, patrono da ex-amante do senador, de fazer a parte que lhe competiria na armação, muito menos que fosse denunciá-la com palavras contundentes: “Entendi por que me chamaram. É mais uma cortina de fumaça para encobrir o caso.” Ao mesmo tempo, divulgou-se que a própria perícia ligeira da Polícia Federal nos papéis que atestariam a lisura dos negócios pecuários do senador apurou que as datas das transações não batiam com as dos créditos nas suas contas bancárias.

Afundando-o cada vez mais, a imprensa descobriu significativas omissões nas suas declarações de Imposto de Renda, significativos lucros declarados com criação de gado, acima da média nacional, e significativos saltos patrimoniais - a compra de três fazendas e a formação de um rebanho de mais de mil cabeças em meros dois anos. Tudo leva a supor que, se de fato provinham de Calheiros os valores dos quais o seu amigo lobista seria mero repassador, se tratava de “recursos não contabilizados”, no imorredouro eufemismo delubiano para caixa 2. A esta altura, excluída por irrealista a hipótese de cassação do senador - e por suicida a da sua absolvição -, um desfecho passável para o escândalo seria ele renunciar à presidência da Casa e o Conselho aplicar-lhe pena de advertência ou censura.

Artigo para reflexão sobre a reforma política




A Reforma Política na Opinião Pública
Marcos Coimbra

Sociólogo e presidente do instituto vox populi
marcos.coimbra@correioweb.com.br

Depois de tudo que aconteceu nos dois últimos anos, a idéia de que uma reforma política é indispensável para evitar a repetição de problemas como o mensalão foi se tornando uma unanimidade

Uma boa maneira de discutir a reforma política é começar pela consideração do que o distinto público pensa sobre ela. Não é a única forma, mas é bem melhor que ignorar quem deveria ser, em última instância, o mais ouvido.

Preliminarmente, é bom lembrar que é um assunto que interessa à maioria da população. Ao contrário da imagem convencional, ainda muito difundida, de que temas desse tipo são complicados demais para nosso povo, todas as pesquisas de opinião mostram que ele faz parte da agenda das pessoas comuns. Também pudera, depois de tudo que aconteceu nos dois últimos anos, a idéia de que uma reforma política é indispensável para evitar a repetição de problemas como o mensalão foi se tornando uma unanimidade. Hoje, é salutar a constatação que o sentimento popular é amplamente favorável a ela: na última pesquisa da Vox Populi sobre o assunto, 63% dos entrevistados disseram que ela era “necessária e urgente” e 17% que era “necessária”, contra apenas 9% que afirmaram que não era nem uma coisa, nem outra.

Há, nas propostas de reforma, coisas que a população claramente aprova, coisas que ela desaprova com igual clareza e coisas sobre as quais não tem opinião, por desconhecimento.

Das primeiras, uma que tem apoio popular é a fidelidade partidária. O eleitor típico não vota nos partidos, mas nos candidatos, procurando identificar aquele que mais merece seu voto. Pode fazê-lo baseado nas suas opiniões pessoais ou ouvir a recomendação de alguém, mas é, quase sempre, na pessoa em que vota.

Apesar disso, o espetáculo do chamado troca-troca partidário tem total rejeição. A frase que diz que “políticos trocam de partido, como quem troca de camisa” é ouvida no país inteiro e serve de metáfora para toda a falta de coerência e de compromissos típica de muitos políticos, em todos os níveis. Pular de um partido para outro seria, portanto, apenas uma evidência de quão pouco obrigado se sente o eleito pelo que disse ou fez em sua campanha. Disciplinar, coibir, limitar, tornar menos fácil o troca-troca, tem amplo apoio da população: 56% disseram aprovar a fidelidade, na pesquisa.

O mesmo valeria para qualquer proposta que aumentasse o controle social dos mandatos, mesmo que esse seja um dos temas que menos interessam aos políticos profissionais. Embora ausente das discussões correntes, inovações capazes de provocá-lo teriam apoio largamente majoritário.

Dentre as mudanças institucionais que ocorreram nos últimos anos, há uma que tem clara maioria a seu favor, mas que, ainda assim, continua na berlinda. Trata-se da reeleição, que quase ninguém quer mudar, a não ser, por razões pouco claras, os mesmos políticos que a criaram outro dia.

Há, também, uma mudança que tinha apoio significativo, parecia que ia acontecer e foi interrompida por ato do Judiciário, contrariando um desejo que tudo indicava ser quase consensual. A cláusula de barreira vinha corrigir uma distorção que a população enxerga em nosso sistema político, a proliferação de partidos que infesta o ambiente e provoca diversos problemas, como o próprio troca-troca. Foi adiada por alguns anos.

O rol das coisas que a população não aprova, dentre as que estão sendo discutidas na reforma, é grande. Uma delas é o financiamento público das campanhas, que a maioria imagina ser apenas uma forma de aumentar os gastos nas eleições, sugando recursos escassos e assim os desviando de aplicações mais nobres. Por isso, 60% dos entrevistados se disseram contra. Outras, são formas que diminuem a autonomia e a autoridade do eleitor sobre o processo de escolha dos eleitos, como, por exemplo, o voto de lista.

Voto distrital, sistemas híbridos de votação, coisas mais esotéricas, não têm apoio ou reprovação por ausência de informações a respeito. No dia em que alguém achar que vale a pena informar o eleitor, ele certamente terá o que dizer. Interesse não lhe falta.

Eis o placar contra e a favor de Renan


Disputa acirrada no conselho
Luiz Carlos Azedo

QUEBRA DE DECORO
Se votação do processo contra Renan for feita hoje, o presidente do Senado só tem garantido o apoio de cinco colegas. A estratégia é investir no grupo dos indecisos, que conta com quatro senadores

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ainda não desistiu de pôr um ponto final, ainda nesta semana, ao processo aberto contra ele pelo PSol, no Conselho de Ética da Casa, por quebra do decoro parlamentar. Porém, está muito enfraquecido e conta somente com cinco votos incondicionais no colegiado. Os demais integrantes não estão satisfeitos com os esclarecimentos que Calheiros prestou até agora e querem adiar a decisão mais uma vez. O conselho é composto por 15 integrantes. Sibá Machado, presidente do conselho, só vota se houver empate.

Calheiros já está enfrentando problemas na bancada do PMDB, onde o senador Pedro Simon (RS) defende abertamente a renúncia de Calheiros do cargo para evitar mais desgastes da imagem do Senado. Este é o menor dos problemas do presidente do Senado no plenário da comissão, embora aumente o desgaste de Calheiros perante a opinião pública. Os quatro senadores titulares de seu partido votariam pelo arquivamento do processo em qualquer circunstância. São eles Wellington Salgado (MG), Valter Pereira (MS), Gilvam Borges (AP) e Leomar Quintanilha (TO).

Salgado vem defendendo o arquivamento do processo por quebra de decoro desde a semana passada, com qualquer escore de votação. “Sou pela aprovação do relatório de Cafeteira”, sustenta o suplente do ministro das Comunicações, Hélio Costa. O senador até hoje não se conforma com o fato de o assunto não ter se decidido na reunião do Conselho de Ética de sexta-feira passada.

Risco
O maior problema de Renan, no momento, é com a bancada aliada do bloco PT-PSB-PTB. Peça-chave no esquema de defesa do presidente da Casa, o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que tem 82 anos, passou mal no domingo e se licenciou do cargo. Sibá Machado (PT-AC) assumiu interinamente o cargo, mas corre o risco de comprometer seu papel de presidente, caso opere ostensivamente pelo arquivamento. É considerado um voto certo de Renan, em caso de empate na votação do conselho.

O problema é que os outros representantes do bloco no conselho não são votos de cabresto, estão exigindo esclarecimentos cabais para arquivar o processo. Na semana passada, se discutia entre seus integrantes a forma como poderiam atuar para salvar o peemedebista. Agora, a discussão é como preservar Sibá e Ideli Salvatti (PT-SC), líder do PT, do desgaste político que estão sofrendo em função do apoio a Renan.

Augusto Botelho (PT-RR) já avisou que votará contra o arquivamento imediato se não forem dados esclarecimentos suficientes, mas pode ser substituído pelo suplente João Pedro (PT-AM). O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) é um franco-atirador e vem exigindo a presença do presidente do Senado no conselho para dar esclarecimentos, não se satisfaz com o relatório de Cafeteira, nem com a perícia dos técnicos do Senado e da Polícia Federal. Renato Casagrande (PSB-ES) também só vota pelo arquivamento se tudo for esclarecido de forma cabal. Mas também pode ser substituído pela líder do PT, Ideli Salvati (SC), que é sua suplente.

Boa vontade
Na oposição, a situação também mudou. Hoje, pela manhã, os quatro senadores do PSDB farão uma reunião para discutir o posicionamento do partido no Conselho de Ética. Marconi Perillo (GO) e Marisa Serrano (MS), titulares do conselho, vêm defendendo o aprofundamento das investigações. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), que é amigo de Renan, não esconde mais o desconforto com a situação, apesar da boa vontade para com o presidente do Senado.

Ontem, da tribuna, já cobrava um relatório definitivo e completo de parte da Polícia Federal. Sérgio Guerra (PE), que é pecuarista, não esconde o espanto com os índices de produtividade e rentabilidade das fazendas de Renan. Virgílio e Guerra são suplentes, mas há um pacto de decisão conjunta entre os quatro senadores tucanos e Virgílio está se isolando.

No DEM, com exceção do corregedor Romeu Tuma (SP), a posição da bancada é cada vez mais favorável à continuidade das investigações. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que é promotor público, avisou que vai pedir vista do novo relatório e impedir o arquivamento.

Heráclito Fortes (PI) e Adelmir Santana (DF) tendem a acompanhar o voto de Demóstenes ou se abster da votação, caso o grupo de Renan insista em votar pelo arquivamento sem concluir as investigações. Jefferson Perés (PDT-AM) defende o aprofundamento das apurações e o afastamento do peemedebista da Presidência do Senado até que tudo se esclareça.

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