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Governo não vê motivos para intervenção federal
O governo do Estado do Pará recebe com muita serenidade a decisão do Tribunal de Justiça do Estado (TJE) que admitiu pedido de intervenção federal no Pará e remeteu a apreciação do mérito ao Supremo Tribunal Federal (STF). Será a oportunidade para que uma instância superior possa julgar as ações que o governo adota desde 2007 em relação ao cumprimento das liminares, que têm origem nos conflitos fundiários.
Até 2006, o governo anterior deixou de cumprir 173 ações de reintegração de posse rural e urbana, por meio do Comando de Missões Especiais da Polícia Militar. O governo Ana Júlia Carepa já cumpriu 101 mandados e 40 ações foram excluídas pela Vara Agrária de Castanhal, por inconsistência documental e de localização, apontadas pelo governo do Estado. Outras ações de reintegração estão sendo cumpridas pelos Comandos Regionais da PM, totalizando mais de 200 mandados.
O governo do Pará tem uma política pública clara de enfrentamento dos conflitos pela posse e uso da terra. O Estado arrecadou (incorporou ao domínio público) mais de 1 milhão de hectares de terra, o que permitiu a criação de 11 assentamentos de trabalhadores rurais.
Foram adotadas diversas medidas para a redução da grilagem de terra. Um exemplo disso é que o Estado já entrou com 80 ações para cancelar o registro de matrículas falsas de 5 milhões de hectares. Outra frente é o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), que o Estado já fez na região Oeste e está fazendo na borda Leste.
As ocupações são decorrentes da concentração de terra, problema registrado em todo o País, e são uma questão social grave, que envolve milhares de famílias. Mas o governo do Estado garante o respeito à lei e cumpre todas as decisões judiciais que visam resguardar o direito à propriedade. E o faz de forma equilibrada, diferente de outros tempos e de outros governos, que resolviam os conflitos no campo de forma violenta.
O governo tem agido com firmeza contra pessoas identificadas pelos órgãos de segurança atuando de forma ilegal nos conflitos rurais.
O governo do Pará tem como foco a paz no campo e, por isso, implantou o Cadastro Ambiental Rural (CAR), o ZEE e se tornou o líder nacional no reconhecimento de domínio de áreas quilombolas. Em parceria com o governo federal trabalha no programa Terra Legal, visando a regularização fundiária que beneficia milhares de famílias.
Por tudo isso, o governo age com firmeza contra pessoas que dificultam o cumprimento das ações de reintegração de posse. São mais de 100 ações com pedido de prisão preventiva que tramitam nas varas agrárias. O Estado considera que está trabalhando de forma equilibrada, com seriedade, para dar tranquilidade jurídica e segurança à população que produz no campo com sustentabilidade ambiental. Portanto, independentemente de quaisquer argumentos, o governo do Pará não vê motivos para intervenção federal.
Secretaria de Estado de Comunicação (Secom)
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Dilma: reajuste para aposentados não é questão eleitoral
Hoje
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata a candidata à Presidência da República, afirmou em entrevista, no Palácio do Itamaraty, que a questão eleitoral não influi na decisão que o governo tomará em relação aos aposentados da Previdência que ganham mais de um salário mínimo e reivindicam reajuste dos benefícios.
"Para nós, não é questão de eleitorado. É uma parcela da população que temos de levar em conta, que está fazendo uma reivindicação tão legítima quanto as de outras categorias", afirmou a ministra, ao responder a uma pergunta sobre possível perda de votos em caso de não atendimento do pleito.
Dilma disse que diversas reuniões estão sendo feitas entre governo e dirigentes das entidades representativas dos aposentados para tratar do assunto. A ministra lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já conversou sobre o assunto com os ministros da Previdência, José Pimentel, e da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, e disse que haverá outros encontros.
Amanhã, quando centrais sindicais realizam em Brasília a Marcha do Trabalhador, dirigentes poderão ser recebidos por Lula.
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Definição sobre aposentado sai hoje
Em reunião com ministros, Lula quer fechar a proposta a ser levada às centrais, que prevê reajuste de 6% em 2010
Mesmo com a pressão dos aposentados por um reajuste maior para os seus benefícios, o governo deve insistir no acordo fechado com algumas centrais sindicais, em agosto, para impedir a aprovação, na Câmara, dos projetos de lei que aumentam as despesas da Previdência Social. O acordo prevê reajuste de 2,5% acima da inflação em 2010 nas aposentadorias cBRASÍLIA om valor maior que o salário mínimo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer definir hoje uma posição sobre o assunto, em reunião que terá com os ministros da Previdência, José Pimentel, da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, além do presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e os líderes do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), e da bancada do PT, Cândido Vaccarezza (SP).
A ideia é acertar o discurso e fechar a proposta, que pode ser levada pronta a todas as centrais, provavelmente pelo próprio Lula, amanhã ou na sexta-feira. O porcentual de 2,5%, previsto no acordo delineado em agosto, equivale a 50% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2008. Somando a variação prevista do INPC, o reajuste ficaria em torno de 6%. Para 2011, seria repetida a fórmula de inflação somada à metade do PIB de 2009.
O acordo foi aceito pela CUT, pela Força Sindical e pela Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). Mas três outras centrais (UGT, Nova Central e CTB), além da Confederação Brasileira dos Aposentados (Cobrap), o rejeitaram. Os aposentados apostam na proximidade das eleições para conseguir a aprovação dos projetos importantes como a liberação do reajuste real do salário mínimo para todos os aposentados e o fim do fator previdenciário.
Para Cândido Vaccarezza, se não houver acordo, o governo está preparado para enfrentar o debate no plenário. "Não tem essa de desgaste político. Se perdermos a votação, o presidente veta. Precisamos enfrentar isso", disse Vaccarezza.
"Está havendo contaminação político-eleitoral nesse debate. O país e as contas públicas não suportam o kit Paim", complementou o deputado José Genoino (PT-SP), numa referência ao senador petista Paulo Paim (RS), autor do projeto que pretende vincular o aumento dos aposentados ao reajuste do salário mínimo.
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, reforçou o coro. "Para nós, não é questão de eleitorado. É uma parcela da população que temos de levar em conta, que está fazendo uma reivindicação tão legítima quanto as de outras categorias", disse a ministra. "Mas nós sempre trabalhamos levando em conta os interesses da população. É por isso que estamos discutindo", acrescentou.
O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Pattah, disse ontem que só aceitará a proposta do governo federal que inclua o fim do fator previdenciário. "Não terá acordo em relação a esse instrumento perverso que reduz os benefícios que é o fator previdenciário", disse ele. O fator é um mecanismo que estimula o trabalhador a retardar a aposentadoria e já proporcionou economia de R$ 10 bilhões desde que entrou em vigor, em 1999.
O governo aceita sua extinção, desde que ele seja substituído por uma nova fórmula. Por ela, as pessoas poderiam se aposentar com benefício integral quando a idade, somada ao tempo de contribuição, resultasse em 95 anos (homens) ou 85 anos (mulheres).
Ontem, o projeto que extingue o fator deveria ter sido votado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, com parecer favorável do relator, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). Ironicamente, a obstrução que os partidos de oposição estão fazendo aos trabalhos da Câmara provocou o adiamento da votação - o que acabou ajudando o governo, que não quer a aprovação da medida.
Fonte: Estadão.
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STF deve confirmar impedimento para posse de vereadores beneficiados por emenda
Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) devem referendar nesta quarta-feira a liminar concedida pela ministra Cármen Lúcia que suspendeu a posse de vereadores beneficiados pela PEC (proposta de emenda constitucional) que cria mais de 7.000 vagas no país.
No início de outubro, a ministra concedeu a liminar em reposta à Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) ajuizada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, questionando a emenda.
Segundo Gurgel, a emenda retroage seus efeitos às eleições de 2008, ou seja, permite que vereadores suplentes tomem posse em processo eleitoral já encerrado.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ajuizou uma outra ação contra a PEC. Em todo o país, os procuradores regionais eleitorais alertaram os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) sobre a emenda para impedir a posse imediata dos suplentes de vereadores.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) também firmou entendimento sobre a questão: a emenda só pode ser aplicada a partir das eleições de 2012.
O presidente da OAB, Cezar Britto, disse que é fundamental o respeito ao princípio da anterioridade da Lei Eleitoral.
"E esse princípio é o de que não se pode mudar a regra do jogo eleitoral, salvo se isso for feito pelo menos um ano antes das eleições", disse. "Mas o que essa PEC dos Vereadores está tentando é mudar a regra do jogo dois anos depois que o jogo foi jogado, com prejuízos graves para a democracia brasileira."
Em Goiás, a Justiça Eleitoral expediu uma decisão liminar suspendendo a posse de suplentes que assumiram cargos de vereadores em Bela Vista de Goiás (GO) com base na emenda.
O juiz responsável pela decisão, Nivaldo Pereira, considerou que, para a posse dos suplentes ser legítima, seria preciso um novo cálculo do quociente eleitoral e uma nova "proclamação de resultados".
>> Liminar do STF suspende posse de vereadores beneficiados por emenda
>> TRE-MS suspende diplomação de suplentes em Campo Grande
>> OAB pede ao STF a inconstitucionalidade da emenda que cria 7.709 vagas de vereadores
>> Justiça suspende posse de suplentes de vereadores em Bela Vista (GO)
da Folha Online.
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Intervenção no Estado impede presença de homenageado do Pará
Solenidade hoje no Congresso Nacional entregaria a Medalha Mérito Legislativo 2009 ao presidente Federação da Agricultura e Pecuária do Pará - FAEPA, associada à Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil, a CNA, Carlos Xavier (na foto).
Xavier não pode comparecer a importante homenagem por estar acompanhando a sessão do Tribunal de Justiça que acatou o pedido de intervenção federal do Pará por não cumprimento de mandatos de reintegração de posse de dezenas de fazendas invadidas por movimentos sociais em várias regiões do Estado do Pará (veja post abaixo).
A solenidade ocorre no Salão Negro do Congresso Nacional.
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Aprovado pedido de intervenção federal no Pará
Foto: Agência Brasil
A decisão contraria o executivo estadual e cai nas mãos do STF
O Tribunal de Justiça do Estado aprovou agora há pouco a intervenção federal no Pará por conta do não cumprimento das reintegrações de posse de fazendas invadidas no Estado. Foram 21 votos a favor e apenas um contra. Agora a decisão segue para o Supremo Tribunal Federal (STF), depois para o presidente Lula.
São de oito pedidos de intervenção no Pará e todos foram julgados em bloco, de uma vez só. Os pedidos foram postos no Pleno pelo desembargador presidente do TJE-PA, Rômulo Nunes. E diante do exposto, os desembargadores visualizaram que o direito de reclamar a intervenção é válido, por isso decretaram a "admissibilidade" da intervenção.
Todos os pedidos impetrados por produtores rurais que tiveram propriedades ocupadas, foram à Justiça, conseguiram decisões que obrigam o Estado a fazer as reintegrações de posses, mas estas ainda não foram cumpridas. Os processos foram iniciados em abril deste ano.
>> O ataque do MST à fazenda Maria Bonita, em Xinguara, pode ter contribuído para a decisão dos desembargadores paraenses. Na foto, imagens das casas destruídas pelos sem terra
Na prática, os desembargadores analisaram se há motivos para que as ações prossigam. Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aprove o pedido, a decisão será encaminhada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva que terá que nomear um interventor para vir ao Pará com a missão de cumprir os mandados. “Estamos num Estado democrático de direito onde deve prevalecer a lei”, defende o advogado da Faepa, Carlos Platilha que fará hoje a defesa da intervenção.
Além de assinados individualmente pelos proprietários rurais, os pedidos de intervenção têm como litsconsorte (parte na ação) os sindicatos rurais dos municípios onde ficam as fazendas ocupadas, além da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Há pedidos assinados pela presidente da Confederação, senadora Kátia Abreu (DEM/TO). “Esperamos que o judiciário não protele mais essa decisão. Ninguém aqui está querendo o afastamento da governadora. Queremos que os mandados sejam cumpridos”, diz o presidente da Faepa, Carlos Xavier.
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Atualizada às 15:03
Polícia prende três líderes do MST em Xinguara
Uma operação das Polícias Civil e Militar resultou na prisão de três dos seis acusados de líderes dos ataques à fazenda Maria Bonita, em Xinguara, que resultaram em um prejuízo se mais de R$ 3 milhões em imóveis e veículos depredados. Mais informações em instantes.
(Diário Online)
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Justiça acolhe cinco pedidos de intervenção federal no Estado
O Tribunal de Justiça do Pará já acolheu, em sessão ocorrida na manhã desta quarta-feira (11), cinco pedidos de requisição de intervenção federal no Estado. Os pedidos foram feitos por produtores rurais que tiveram propriedades invadidas e mandados de reintegração de posse não cumpridos no Pará. Os mandados são antigos, alguns do ano de 2005 e que não foram executados até hoje.
Leia também: Três sem terra já foram presos por vandalismo
Do total de sete pedidos de intervenção federal impetrados na Justiça paraense, dois foram julgados como prejudicados. Perderam o sentido porque os mandados de reintegração foram cumpridos antes do julgamento do caso.
Com o acolhimento do pedido, o Tribunal de Justiça vai encaminhar o caso para o Supremo Tribunal Federal, que vai julgar o mérito da questão e decidir se aceita ou não o pedido de intervenção federal.
Redação Portal ORM
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Amazônia debate projeto que restringe plantio de cana-de-açúcar
A Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional realiza hoje audiência pública para discutir o Projeto de Lei 6077/09, do Poder Executivo, que regulamenta o Zoneamento Agroecológico Nacional da Cana-de-Açúcar.
O projeto também proíbe a expansão do plantio de cana-de-açúcar na Amazônia, no Pantanal e na bacia do Alto Paraguai, e veda a supressão, em todo o território nacional, de vegetação nativa para expandir esse cultivo.
O debate foi proposto pelos deputados Silas Câmara (PSC-AM) e Antonio Feijão (PSDB-AP).
Segundo Silas Câmara e Antonio Feijão, as regras determinadas pela proposta atingem 81,5% do território brasileiro. Ele destaca que, na última safra, foram produzidos 27 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul, volume colhido em uma área 16% maior do que a plantada na safra anterior.
"São mais de 320 mil hectares de canaviais, e a previsão é que até 2015 seja 1 milhão de hectares no estado", afirma. No entanto, o avanço da produção encontra obstáculos por causa das restrições que o governo pretende impor ao cultivo, ressalta Antonio Feijão.
O projeto do Executivo tramita apensado ao PL 3680/08, do deputado Pedro Eugênio (PT-PE), que limita o plantio da cana-de-açúcar às propriedades localizadas em áreas com zoneamento agroecológico que assegurem espaço para a produção de alimentos.
Foram convidados:
- o diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Alexandre Betinardi Strapasson;
- o diretor de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Vizentin;
- o secretário-executivo do Fórum Nacional Sucroenergético da Únião da Indústria da Cana-de-açúcar, Pedro Luciano;
- o consultor de agronegócio da Maity Bioenergia e do Polo de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, Alexander Estermann.
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Entrevista Shimon Peres
“O Brasil chegou à elite mundial”
O presidente de Israel disse ao Jornal Opção que apoia o Brasil como integrante do Conselho de Segurança da ONU “sem pré-condições”, que vai conhecer o Maracanã e fala de paz e amor
HERBERT MORAES - De Jerusalém, Israel
Switzerland
Shimon Peres: “Até a paz é fria. Queria que houvesse mais amor entre as nações”
Na terça-feira, 9, o presidente de Israel, o prêmio Nobel da Paz Shimon Peres, do Kadima, desembarca no Brasil para uma visita de seis dias. É a primeira visita de um presidente israelense nos últimos 40 anos. Shimon Peres vai passar por Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. A visita tem a ver com o reconhecimento, por parte do governo de Israel, de que o Brasil é uma potência econômica e que está se tornando, ao mesmo tempo, uma potência política no contexto internacional. Os judeus querem o Brasil mais próximo de Israel e mais distante do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, uma espécie de Hugo Chávez do Oriente. O correspondente da TV Record em Israel e editor da coluna Direto do Oriente, do Jornal Opção, Herbert Moraes, entrevistou o histórico líder de 86 anos com exclusividade. Shimon Peres é, seguramente, a principal figura política viva do Estado judeu.
Um dos mais atentos repórteres do País, Herbert esperava um Shimon Peres circunspecto. Descobriu um presidente risonho, falando de futebol, aberto ao diálogo e que até discorre sobre o amor.
O que o sr. espera dessa viagem ao Brasil?
No mundo globalizado você tem de estar em contato com todos os países. Principalmente os países que formam o novo mundo, como o Bric — Brasil, Rússia, Índia e China. E o Brasil vem se destacando cada vez mais como líder mundial. Há muito o que fazer e aprender por lá. Nossa relação com o Brasil é longa e muito boa. Mas este é o novo Brasil. Vocês fizeram uma reforma econômica e atingiram a elite da economia mundial, com um líder de destaque [Lula]. Queremos apresentar nossa posição à liderança brasileira. E há também os aspectos de cooperação. Não se mede um país pelo tamanho, mas pelo desenvolvimento. E há um campo fértil para cooperação entre Israel e o Brasil.
Eu ouvi que o sr. vai visitar o Maracanã, o maior estádio de futebol do mundo. É fã de futebol?
Sou fã do ponto de vista político. O futebol é uma boa via para se ensinar as crianças o caminho para a paz. Futebol é uma guerra sem vítimas. É uma competição em que se pode perder uma vez, mas não todas. É uma escola, uma linguagem conhecida pelas crianças. Nós temos em Israel muitos jogadores, inclusive do Brasil, e todos falam a linguagem da paz — que é a língua que as crianças gostam. Os olhos delas brilham quando estão jogando. Futebol é uma mensagem. Eu prefiro que os países joguem futebol do que se preocupem com o enriquecimento de urânio. Temos de começar a pensar na paz educando as crianças.
Nos últimos sete anos, o Brasil sempre votou contra Israel na ONU. O sr. acredita que é possível mudar a posição brasileira nas Nações Unidas. E o sr. apoiaria o Brasil para uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU?
Eu apoio o Brasil como integrante do Conselho de Segurança da ONU sem pré-condições. O Brasil é uma potência importante do nosso tempo e pode liderar negociações de paz. Lamento que o Brasil ainda não tenha tido esta oportunidade. Se existe um país que está lutando pela paz e pela democracia é Israel. E nós nunca pedimos para que lutassem por nós. Nem por nossa democracia, muito menos pela nossa segurança. Já tivemos nove guerras e vencemos todas. E mesmo assim não abrimos mão da paz. Devolvemos todos os territórios que conquistamos — do Egito, da Jordânia, do Líbano — e vamos devolver as terras dos palestinos. Já deixamos Gaza. Portanto, acho que não se pode igualar terrorismo e democracia. Se não diferenciarmos os países que fazem opção pela democracia ou pelo terrorismo, então não há como distinguir o que é certo do que é errado.
O sr. deve estar informado que o presidente Lula da Silva já esteve três vezes no Oriente Médio, mas nunca esteve em Israel. O sr. pretende reiterar um convite para que ele visite o seu país?
Vou convidar Lula para visitar Israel não só como presidente do Brasil mas como líder mundial. Nós temos um passado socialista em comum e conheço suas posições. Acho que ele deveria nos visitar. Sobre a ONU há um problema: existe uma maioria que é contra Israel. E não tem nada a ver com justiça nem com política. Se você juntar o bloco árabe e o bloco muçulmano, além dos afiliados, há uma maioria que sempre vai votar contra nós. Então, Israel não tem a mínima chance de ter maioria em qualquer assunto que seja votado por lá. E, com todo o respeito, não acredito que o sr. Ahmadinejad ou o sr. Muammar Kadafi [líder da Líbia] podem nos julgar com relação a direitos humanos. Eles não são os maiores defensores dos direitos humanos no mundo. Mas têm a maioria. Eles não investigariam, portanto, outros eventos como a Chechênia, o Iraque, o Afeganistão. O único lugar que querem investigar é Israel. Até mesmo no Irã, onde enforcam pessoas, não há investigação nenhuma. Em Israel não há discriminação contra as mulheres. Então, na ONU há uma contradição entre a Carta das Nações Unidas e a política que se sobrepõe a esta Carta. Por exemplo: existe um comitê de Direitos Humanos. Se têm dez debates, os dez serão sobre Israel. É injusto, não é razoável. E quem são os juízes? Que eles tenham direitos humanos em suas próprias casas. Em primeiro lugar, libertem as mulheres. Até os escravos de hoje têm uma certa liberdade. Se há escravidão no mundo, é a escravidão das mulheres. Em alguns países são escorraçadas pelos maridos e escravas deles. E onde estão os direitos humanos? Se alguém quer nos matar, é nosso direito nos defendermos.
O líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad confirmou uma visita ao Brasil também neste mês. Pode-se dizer que a sua visita ao Brasil e à Argentina é estratégica para a política externa israelense?
Não acho. A minha visita tem como objetivo e tema principal a relação entre Brasil e Israel. Não vou conduzir debates com o sr. Ahmadinejad no Brasil. Isso, nós podemos fazer no Oriente Médio.
O fato de a Venezuela ter sido aprovada como um dos integrantes do Mercosul e de apoiar o Irã coloca em perigo a relação de Israel com o bloco, já que Israel é o maior parceiro do Oriente Médio para o Mercosul?
O problema é da América Latina— não é nosso. Se assumir o comando do Mercosul, um líder extremista pode mudar a América Latina, que já alcançou mais ou menos um status democrático e uma democracia econômica. Agora tem de se tornar uma democracia política. Mas é um problema se a economia passa a ser governada pela política para servir aos ideais do sr. Hugo Chávez [presidente da Venezuela]. A propósito, há coisas que Chávez diz com as quais eu simpatizo, como evitar cantar no chuveiro. É uma ótima idéia [risos]. Muito menos numa Jacuzzi [risos]. Ele diz que isto é antissocialismo e eu concordo. Não sou contra tudo o que diz, mas sou contrário a idéias mirabolantes de como governar o mundo.
O sr. tem um passado socialista. É fundador do Avodá, o Partido Trabalhista de Israel. O que acha desta onda socialista que varre a América do Sul?
Não acredito que a América do Sul vá se tornar socialista. A América do Sul é tolerante. Há tolerância entre brancos e negros, entre pobres e ricos e entre sociedades desenvolvidas e não desenvolvidas. Tudo isso vai ser jogado fora em nome de uma ditadura? Temos de distinguir o que é socialismo e o que é ditadura. Há muitos líderes que se dizem socialistas mas, na verdade, são ditadores. A América do Sul já sofreu com a ditadura. Não acredito que as pessoas querem isso de volta. Além do que não há como competir com o resto do mundo sob uma ditadura. Se você não tiver uma economia livre não vai desfrutar de um mercado livre. A força da Venezuela é o petróleo. Mas o petróleo tem suas limitações e coloca em perigo o pensamento dos povos que o possuem. Além de poluir o mundo, torna a economia instável. O barril de petróleo custa em torno de 140 dólares. Para quem vai esse dinheiro? Para os pobres da África? O petróleo não é produzido — é descoberto. Essa riqueza mundial é usada para fins políticos. O Brasil, por exemplo, possui alternativas não poluentes. O petróleo não é o futuro, e sim o passado. Há outras energias alternativas. Israel não tem petróleo, não temos água, não temos terras. O Oriente Médio está dividido em dois tipos de países: os que têm petróleo e os que são sagrados. Nós somos do grupo dos sagrados. Mesmo sem petróleo, nossa economia está num nível muito mais alto do que os que possuem. Há muitos judeus que dizem: “Por que Deus não nos levou para um lugar que tivesse petróleo? Por que não nos levou para onde é a Arábia Saudita e sim para um lugar onde não há nada?” Eu digo: graças a Deus. Porque o petróleo mina, estraga as pessoas. Para nós, é melhor pensar e trabalhar. E desfrutarmos de nossas conquistas e talentos.
O sr. tem uma visita agendada na Petrobrás. Pretende negociar o petróleo brasileiro?
Com relação ao petróleo brasileiro temos de ver como o Brasil vai se comportar. Se o Brasil usar o petróleo como o Irã ou a Venezuela, com o intuito de conquistar outras nações, vai estar errado. Se ajudar a combater a pobreza de outros países e sua própria desigualdade, estará agindo com justiça. Se Lula buscar eliminar a pobreza e a ignorância com a força do petróleo, o pré-sal terá sido uma bênção. O petróleo não faz política. Povos que têm petróleo fazem política. E se mesmo assim o Brasil continuar na luta contra a poluição do meio ambiente, então o achado é uma dádiva.
Presidente diz que Israel “não” vai atacar o Irã
O Irã insiste em não negociar o seu projeto nuclear. O sr. ainda acredita num acordo diplomático? Se não houver, Israel atacaria o Irã sozinho?
Israel não vai atacar ninguém. Há outras soluções e, enquanto existirem, serão preferidas. As opções diplomáticas, políticas e econômicas são as que estão valendo nesse momento. Não acredito que quando há uma situação de perigo a solução é pegar uma pistola e sair atirando.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, diz que não vai negociar com Israel enquanto a expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia não for interrompida. Israel também já disse que não negocia com pré-condições. Como avançar em direção a um acordo de paz entre isralenses e palestinos? Ainda há chances para a paz?
Acredito 100% numa solução de paz com os palestinos. Tenho certeza de que isso vai acontecer em breve. Não acredito que será resolvido em dois anos, como espera a administração americana, mas esse prazo pode ser um começo. Talvez seja vagaroso ou até mesmo mais rápido. Mas temos de começar de alguma maneira. E o melhor é negociar do que ameaçar um ao outro. As negociações vão começar em breve.
Como o sr. vê a atuação de Binyamin Netanyahu como primeiro-ministro e o governo de direita na política israelense?
O bloco de direita continua sendo de direita, mas sem o bloco [risos]. No momento em que o primeiro-ministro aceitou a solução para dois Estados foi o fim da direita. Porque o verdadeiro debate entre a direita e a esquerda israelense era justamente a solução para dois Estados. A divisão das terras com os palestinos. No momento em que a direita abandonou a idéia do “Grande Israel” e aceitou a solução de dois Estados, o mapa mudou. Netanyahu já deixou isso claro em discurso. Acredito que ele quer a paz. Nós somos bons amigos e conversamos ontem à noite sobre isso. Ele é muito sério.
O sr. acredita que Barack Obama pode fazer a diferença no Oriente Médio? Como ganhador do Prêmio Nobel da Paz, como recebeu a notícia de que ele também ganhou o mesmo prêmio? Acha que mereceu?
Não há muito e não há pouco. Os novos ventos não podem ser medidos por pouco ou muito. Ele iniciou um processo cujo nome é esperança e boa vontade. E num curto espaço de tempo, de maneira impressionante. Ele deu um novo tom. Ele mereceu o prêmio. Ele é jovem, brilhante, veio do nada, não tem tradição política, nem experiência e mesmo assim conquistou o mundo. E de uma forma correta. Por exemplo, ele não tem as mesmas ambições do sr. Chávez. Porque o sr. Chávez quer determinar quem está certo e quem está errado no mundo e tornar-se um juiz supremo. Barack Obama disse: “Todos nós estamos certos”. Mesmo com os que estão errados, ele quer sentar e discutir de uma forma justa. Num mundo tão confuso e cheio de tensão, suspeitas e armas terríveis, onde as pessoas mal escutam umas as outras, onde prevalecem as guerras, confrontos e ameaças, o que está fazendo é um começo. Deve ser entendido como coragem. Um novo começo. Não acredito que vá resolver todos os problemas do mundo, mas pode amenizar. Aumentar a esperança. As pessoas são mais emotivas do que racionais. E as emoções e impressões têm uma grande influência nos novos tempos. A mídia tem tanta força que pode até mesmo criar situações. As ações de Obama são positivas. Se você quer ter a paz, é preciso compromisso. E temos de entender que não há quem esteja totalmente certo ou errado. É preciso o debate. A paz é como o amor: não se pode ter nenhum dos dois sem fechar um pouco os olhos. Deixe a imaginação participar. Estou aqui desde o começo deste país [Israel foi criado em 1948]. Nós passamos por momentos extremamente difíceis. Quase perdemos guerras. Eu disse ao sr. Obama: vocês são tão grandes que podem cometer qualquer erro e vão continuar grandes. Nós somos tão pequenos que, se cometermos um erro, poderá afetar toda a nossa vida. Não queremos cometer erros — até mesmo o de perder uma guerra. Se cometermos esse erro, então estamos fora do jogo. Temos de acreditar num mundo sem medo, sem armas de destruição em massa e evitar que elas caiam nas mãos de fanáticos.
Depois de 15 anos do acordo de paz entre Israel e Jordânia, os dois países ainda vivem uma relação fria. Há uma falta de perspectiva de paz com os países árabes. O sr. ainda acredita na sua visão para “o novo Oriente Médio”?
Acredito 100% na minha visão de um “novo Oriente Médio”. Não há amor nos dias de hoje. Eu gostaria que houvesse pelo menos amor entre as nações. Até mesmo na América Latina. A paz não é romântica. A paz não é perfeita. Mesmo assim, prefiro uma paz sem romantismo do que uma guerra romântica. Prefiro uma paz imperfeita do que uma guerra perfeita. O mundo árabe, emocionalmente, é contra Israel, mas de uma forma pragmática sabe que tem de fazer a paz com Israel. Eles têm de aceitar essa oferta pragmática, mesmo que não haja amor. Todas as guerras aconteceram por causa de terras. São histórias escritas com sangue, até mesmo na América Latina. Hoje, as pessoas entenderam que a ciência e a tecnologia são mais importantes do que a guerra. Exércitos não conquistam sabedoria e não podem deter a disseminação do conhecimento. Vejo isso também entre os árabes. São seres humanos como nós, que não podem deter o avanço do conhecimento e não podem se manter excluídos da nova era. Muitos jovens me perguntam o que vai acontecer nos próximos 100 anos? Em 100 anos, vai haver um novo mundo árabe e ninguém pode deter isso. Em Israel, há 1,2 milhão de árabes. A maioria era de agricultores e agora há pelo menos 60 mil acadêmicos. Não há hospitais em Israel que não tenham médicos e pacientes árabes. E o hospital continua o mesmo. Todos os problemas começam fora dos hospitais. Quando estamos doentes, vivemos em paz. Por que não podemos viver em paz quando estamos saudáveis? Tenho certeza de que a paz com os árabes vai acontecer.
O sr. está com 86 anos e em ótima forma. Viveu e participou de toda a história de Israel. Ainda espera ver a paz no seu tempo de vida? Quais são os seus planos para o futuro?
Acredito que vou ver a paz ainda em vida, até porque não pretendo morrer tão cedo [risos].Vejo mudanças profundas no futuro. Educação é a chave da luta contra as trevas. Nossos antepassados não eram idiotas. Mas não tinham nossa tecnologia. Mas, mesmo com todo o nosso avanço, os maiores desafios da humanidade ainda são um mistério. Ainda não sabemos como o nosso cérebro funciona, porque o nosso corpo muda o tempo todo, nossas células são renovadas a cada duas semanas. Quem garante que, quando as nossas células se modificam, a tradição permanece? Ainda não conhecemos o nosso cérebro porque ele é tão delicado e ainda não temos instrumentos capazes de estudá-lo de fato. Agora, com a nanotecnologia, teremos essa capacidade. Nos próximos 50 anos, nós vamos entender o nosso cérebro e alcançaremos um conhecimento que jamais imaginamos. Gostaria de estar aqui para ver tudo isso e muito mais acontecer. O mundo e o ser humano são fascinantes.
Jornal Opção.
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Governo tem pavor dos velinhos
O lobby dos aposentados pela derrubada do “fator previdenciário” e pelo reajuste das aposentadorias com base no salário mínimo é o assunto que mais preocupa a bancada governista. Muito mais do que a polêmica sobre a partilha do petróleo da camada pré-sal entre a União, estados produtores e estados não produtores. Há amplo entendimento na Câmara de que a aprovação das duas propostas pode quebrar a Previdência, como teme o governo, mas poucos querem colocar a cara na reta para “votar contra os velhinhos”.
Nove entre cada 10 caciques do PT acusam o senador Paulo Paim (PT-RS), autor dos dois projetos aprovados no Senado, de estar mais preocupado com a própria reeleição. “Esse Paim vive criando problemas para o governo, a proposta não tem cabimento”, reclama o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e amigo do presidente Lula. O senador petista não se faz de rogado. Na tribuna do Senado, um dia sim outro também, discursa pressionando os colegas da Câmara a aprovar suas propostas. Não dá bola às críticas: “Não tem uma cidade no Brasil, hoje, que não esteja debatendo a questão dos idosos, aposentados e pensionistas”, argumenta. (CB)
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