Prensa na patifaria com terras da Amazônia

Além da rapinagem dos nativos, grileiros, gafanhotos e outros insetos de circulação nacional, hoje mais um componente entra em pauta nas investigações da bandalheiras com terras na Amazônia.
Estão todos convidados.

O Presidente da Subcomissão Especial destinada a tratar de Questões Fundiárias e Agrárias na Região Amazônica

Deputado Asdrubal Bentes convida para a reunião que discutirá "As Investigações das Ong´s na Compra de Terras na Amazônia".

Convidados:

Conselheiro Fernando Coimbra – chefe da Divisão de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores; e

Senhor Roberto Kiel - diretor de Ordenamento da Estrutura Fundiária do Incra.

DATA: 8 de agosto de 2007

LOCAL: Sala da Presidência da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, Sala T59, do Anexo II

HORA: 14h30

Polêmica à vista

O GLOBO, A REVOLUÇÃO CUBANA E O PAN

Artigo

*Frei Betto

(Ivan Pinheiro)
"Acrescentam tais notícias que, nas cidades do interior (na área de Sierra Maestra), registraram-se vários atos de sabotagem, inclusive um atentando contra uma escola rural."

O Globo, 1º de agosto de 1957 (página 9 do Segundo Caderno, 01/08/07)
(sobre atividades da guerrilha em Cuba, comandada por Fidel Castro)

"-Ele (Fidel) já se aposentou. Quem manda agora é seu irmão – disse o sapateiro Eduardo Diaz."

O Globo. 2 de agosto de 2007 (página 32 do Caderno Economia, 02/08/07)
(sobre especulações a respeito de divergências entre Fidel e Raul Castro)

As organizações Globo comemoram 50 anos de luta sem tréguas contra a Revolução Cubana. Que coerência! A campanha sistemática começou antes mesmo da entrada vitoriosa dos guerrilheiros em Havana, em 1º de janeiro de 1959!

São 50 anos de manipulação. Você consegue imaginar Fidel Castro, Chê Guevara e Camilo Cienfuegos cometendo atentado contra uma escola rural e, mais tarde, entrando gloriosamente em Havana, recebidos com festa por onde passavam? Você acredita que algum repórter entrevistou o "sapateiro Eduardo Diaz", em Cuba?

Durante este tempo, Fidel já esteve para ser "derrubado" e a economia cubana "faliu" dezenas de vezes. Logo após a queda do Muro de Berlim e da União Soviética, a contagem regressiva do fim do "regime cubano" era acionada o tempo todo. O grande debate era quantos dias duraria a "ditadura de Fidel"!

Na cobertura dos Jogos Pan-Americanos não podia ser diferente. Pelo contrário, teria que ser pior. A doença de Fidel aumentou o ódio do imperialismo, ao qual "O Globo" serve, pois desmoralizou uma mentira repetida durante décadas: sem ele, o socialismo acabaria. Lembram-se das imagens no Jornal Nacional quando do afastamento de Fidel? Os exilados cubanos em Miami fazendo festa e os "analistas" anunciando a derradeira contagem regressiva.


Foi ridícula a cobertura do Pan pela imprensa brasileira, em especial a da Rede Globo. Só o indomável Fausto Wolff teve a coragem de denunciá-la, em sua coluna no JB. Não era uma cobertura do Pan, como espetáculo esportivo. Era a cobertura das vitórias do Brasil no Pan! Uma competição indisfarçável com os cubanos pelo segundo lugar nas medalhas.

Quem visse a Globo durante o dia, assistia, em flashes ao vivo, no meio da programação, todas as vitórias do Brasil. À noite, quando se exibia o quadro de medalhas, muitos de nós devíamos nos perguntar como Cuba continuava na frente do Brasil, se durante o dia não ganhava nada. Só se via cubano ganhando medalha quando o confronto era contra o Brasil e nossas chances eram boas. E não ouvíamos o hino nacional cubano! No caso dos venezuelanos, como seus esportes principais não coincidem com os do Brasil, simplesmente não os vimos ganhar medalhas. Alguém aí se lembra do uniforme venezuelano? E, no entanto, a Venezuela ganhou 69 medalhas, chegando na frente da Argentina, pela primeira vez na história dos Pans.

A cobertura histérica e "patrioteira" da Globo, no indefectível estilo Galvão Bueno e com os gritinhos de "Brasil!", empurrou a torcida brasileira para um comportamento patético contra os "inimigos". Vaiavam-se atletas estrangeiros até nos momentos em que o esportista precisava concentração, desequilibrando o mais importante dos fatores numa competição: a igualdade de condições.

Mas nada se comparou à mais grosseira das manipulações da Globo no Pan: a "debandada" da equipe cubana no sábado à noite. Com duas equipes ao vivo, uma na Vila do Pan e outra no aeroporto do Galeão, a reportagem mostrava os atletas voltando para Cuba, enquanto o repórter informava ao distinto público que toda a delegação estava indo embora, por ordem do governo, porque no dia seguinte haveria uma "defecção em massa".

Ali, a Globo queria ir às forras pela ousadia dos cubanos de chegarem na frente do Brasil. Aproveitando-se de um erro da delegação cubana (não ter deixado alguns atletas do vôlei para receber as medalhas de bronze) e da defecção de três atletas (numa delegação de 520) que aceitaram ser comprados como mercadoria, na esperança de ficarem ricos no exterior, a emissora mentiu descaradamente e acabou pautando toda a imprensa no dia seguinte.

O desmentido saiu nas últimas páginas dos jornais de segunda-feira, em espaço reduzido. Mas o estrago estava feito. A verdade -- do conhecimento prévio da ODEPA, do COI e do governo brasileiro -- era outra. Como fizeram todas as delegações estrangeiras, inclusive a norte-americana, os atletas estrangeiros chegavam e saiam em função do cronograma dos jogos, na medida que algumas modalidades acabavam e outras iniciavam. O vôo da "debandada dos cubanos", no sábado à noite, era o penúltimo da volta gradual da delegação cubana, que dispunha de um único avião fretado, da Cubana de Aviación.

Mas a mentira teve perna curta. No domingo de manhã, a direção da Globo soube que o vôo de sábado não era o último e que haviam ficado quase 200 membros da delegação cubana, para a cerimônia de encerramento. Com todo o aparato técnico e equipes já instalados no Maracanã, a Globo resolveu suspender a transmissão, pois seria impossível esconder, ao vivo, a garbosa delegação cubana desfilando em meio às outras, cena que só pudemos assistir porque a Bandeirantes transmitiu. Aliás, só neste canal conseguimos ver os muitos maratonistas cubanos que participaram da competição no domingo de manhã: a Globo os escondeu!

Quanto às defecções, exploradas de forma sensacionalista, fizeram-me lembrar os milhares de atletas brasileiros que atuam no exterior -- como praticamente todos os jogadores de nossas seleções de futebol e de vôlei – e que são vendidos, alguns a peso de ouro, até à sua revelia, como mercadorias, por seus proprietários (empresas, clubes e empresários). Hoje mesmo, informa-nos a Globo, um jovem jogador gaúcho, aos 17 anos, ainda civilmente menor, foi vendido para a Itália por R$56 milhões! Lembro-me também, o que é mais triste, dos milhares de brasileiros que fogem daqui para tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos, com risco de vida, para lavar pratos ou entregar pizzas.

Como brasileiro, estou orgulhoso dos nossos atletas que ganharam medalhas, principalmente os que tiveram que lutar muito para vencer, num país capitalista, mesmo em esportes em que não é preciso ser rico, como iatismo ou hipismo. Quem de nós não encheu os olhos de lágrimas ao ver a fita de chegada da maratona ser rompida por um brasileiro de origem humilde? A primeira coisa que me veio à mente foi a certeza de que o Brasil tem tudo para ser o primeiro lugar em medalhas, inclusive olímpicas, quando tivermos aqui uma sociedade justa, democrática, fraterna, sem a exploração do homem pelo homem, como em Cuba, em que brancos, negros e mulatos, homens e mulheres, são rigorosamente iguais, em direitos e deveres.

Mas, cá entre nós, como internacionalista, estou muito orgulhoso com o primeiro lugar de Cuba neste Pan Americano, na frente dos Estados Unidos. Primeiro lugar? Alguém pode perguntar: mas não foi segundo? Não. O meu grande amigo Simões já fez as contas, irretorquíveis, baseadas no critério mais justo: a proporção de medalhas por cada milhão de habitantes.

Cuba, primeiro lugar disparado, ganhou neste Pan 11,25 medalhas por um milhão de habitantes. O Canadá, 4,15; a Venezuela, 2,65. E mais uma vitória do Brasil: com 0,89, chegamos na frente dos norte-americanos, que ficaram na lanterna, com 0,79!

Estudo aponta Pará como maior potencial para produção de Etanol do Brasil

Sobre a polêmica criada pelo presidente Lula ao falar em Bruxelas que não há produção de cana-de-açúcar na Amazônia, corroborada logo depois pelo Ministro da Agricultura brasileiro que determinou que não haverá produção de etanol na Amazônia. Leiam aqui>>(senha 1234) o estudo na íntegra da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), ligada a Universidade de São Paulo (USP), sobre o PÓLO NACIONAL DE BIOCOMBUSTÍVEIS.

Parlamentares defendem plantação de cana nas áreas degradadas da Amazônia

O ministro da agricultura Renolhold Stephanes será convidado à Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional para prestar esclarecimentos sobre a proibição de plantar cana-de açúcar na Amazônia e no Pantanal. Requerimento neste sentido, de autoria do deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA), foi aprovado hoje (7/8) na reunião ordinária da CAINDR.









“Não se sabe o destino que se quer dar a Amazônia”, desabafou Asdrubal Bentes. Segundo ele, por meio da criação de reservas florestais e indígenas e de medidas em nome da preservação das matas daquela região são inibidas a atividade de pecuária, inviabilizada a siderurgia a agora proíbido o plantio da cana-de-açúcar.


O parlamentar fez questão de ressaltar que não defende o desmatamento da região. Lembrou porém, que é de conhecimento público que existem áreas já degradadas na Amazônia e, no seu entendimento, estas áreas sim podem e devem ser destinadas a plantação de cana-de-açúcar e outras culturas que gerem emprego e contribuam para o crescimento da economia da região.


O requerimento de Asdrubal Bentes foi o que mais recebeu manifestações de apoio na reunião de hoje. Vários parlamentares se manifestaram favoráveis à iniciativa. O deputado Lira Maia (DEM-PA), por exemplo, disse que a matéria é de extrema importância. “Não se pode limitar que 60% do País (área geográfica) seja proibida de produzir cana. O regime de chuvas da Amazônia até favorece essa cultura”, disse, endossando porém o posicionamento do autor de que esse plantio seja feito nas áreas já desmatadas.


O deputado Carlos Souza (PP-AM) reforçou: “Podemos e devemos utilizar as terras antropizadas da Amazônia para o plantio de cana. A região não pode ser um grande museu, atendendo a interesses estrangeiros. Ela tem que atender a interesse dos Amazônidas”.


Bety Rita Ramos (61-9951-7611)
Assessoria de Imprensa da CAINDR

A CIA e suas operações clandestinas

Frei Betto, frade dominicano, escreve sobre estarrecedoras operações criminosas mundiais da CIA, a agência de espionagem dos EUA, detalhadas em documento de 693 páginas curiosamente intitulado pelo governo norte-americano de “Jóias da família"

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O caminho para o crescimento

Artigo

O presidente Lula quer que o Brasil cresça 5% ao ano a partir de agora. É uma meta necessária, mas ousada, visto que, nos últimos 20 anos, a média brasileira está na casa dos 2%. A fórmula, agora, precisa ser a expansão dos investimentos – e o desafio será enorme. Hoje, a taxa de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), um dos melhores indicadores para mensurar o quanto de investimento uma economia recebe, atinge, no Brasil, quase 20% do PIB. É preciso elevar esse termômetro em mais 5 pontos porcentuais, o que significa, em números atuais, injetar R$ 500 bilhões por ano em investimentos em toda a economia a partir de 2007 – atualmente são R$ 400 bilhões.

A diferença entre o desejo e a realidade pode ser coberta pela iniciativa privada, mas o desafio governamental será enorme. Um dos pilares precisa ser a melhoria do ambiente geral de negócios para o setor privado. A qualidade regulatória no Brasil, apesar de ser melhor das principais economias emergentes, piorou de 2003 para cá. É sabido que uma regulação complexa, instável e onerosa cria barreiras ao investimento do setor privado, o que diminui as expectativas de crescimento da economia. Em vinte anos, entre 1988 e 2007, o Brasil deve obter um crescimento econômico anual que equivale a um terço do indiano, a um quinto do chinês e a metade do russo.

O crescimento econômico sustentável depende do aumento dos investimentos e este, conseqüentemente, requer melhoria na regulação em geral, sobretudo na infra-estrutura, para atrair capital privado. São medidas horizontais, que requerem, sobretudo, uma mudança cultural na forma de enxergar os caminhos para o desenvolvimento.

  • Presença do capital privado: ratificar a importância do papel do investimento privado na infra-estrutura, com respeito absoluto ao cumprimento dos contratos.
  • Marcos regulatórios: criar ou aprimorá-los, visando regras claras, estáveis e atrativas ao setor privado, com metas a serem cumpridas.
  • Agências reguladoras: consolidar a legislação das agências, fortalecendo a autonomia financeira e a independência política, com funções claras.
  • Projetos estruturantes: definir uma lista de obras capazes de dirimir os obstáculos logísticos ao crescimento.
  • Concessões periódicas: realizar rodadas constantes de concessões em áreas de infra-estrutura.

Os itens acima devem ainda ser complementados com a elaboração e apresentação de projetos e estudos, com o planejamento da expansão da infra-estrutura, com avanços nos trâmites ambientais para empreendimentos, com a redução sistemática da carga tributária e com segurança jurídica.

Paulo Godoy é presidente da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (ABDIB)

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Não acredite em tudo que jornais publicam

A frase acima é velha, mas, vale o recado: O Deputado Federal Paulo Rocha (PT-PA) - coordenador da bancada paraense em Brasília-, disse que nunca assinou documento algum prestando apoio a tal Frente Parlamentar criada por seu colega o Deputado Federal Zenaldo Coutinho, "tucano de papo amarelo", que não quer que sejam criados novos Estados e Municípios no Brasil (que gracinha!).

Portanto, a nota publicada em O Liberal, na Coluna Reporter 70 é blefe. Zé Geraldo me afirmou que não é contra a realização do plebiscito, mas que, gostaria de debater com mais profundidade os números após a emancipação do Carajás e do Tapajós e como ficaria o Pará remanescente.

Reafirmo: A nota de O Liberal é mentirosa e o Deputado Federal Zenaldo Coutinho está blefando quando diz que já tem 200 assinaturas de parlamentares para compor a tal Frente.

Estado de Carajás – independência ou morte?

Artigo

* Otávio Araújo

Recentemente, alguns 'líderes políticos' da capital Belém, começaram a se mobilizar para boicotar o movimento separatista no Estado do Pará. Foi só a notícia chegar na capital, sobre o parecer favorável da comissão para ser votado no plenário do Senado a aprovação do plebiscito que cria o Estado de Carajás, que os 'preguiçosos' começaram a se movimentar, dizendo que criar dois novos estados (entra ai o Tapajós) dentro do Estado do Pará, é morte certa. Claro, morte para os paraenses nortistas que vivem das riquezas do sulistas.

O sul e sudeste do Pará são os 'primos ricos' do norte (Belém, principalmente). Na região onde compreende (se Deus quiser) o Estado de Carajás – CA, estão localizadas as maiores riquesas do Estado do Pará: hidrelétrica de Tucuruí, Serra dos Carajás, Mineração Onça Puma, maior número de frigoríficos e rebanho bovino do Estado, maior bacia leiteira, e maior produtor de abacaxi, entre tantas outras riquezas.

A esperança real para a emancipação do Estado de Carajás somente será possível se o Senado Federal e Câmara dos Deputados mudarem a lei que indica a realização do plebiscito em todo o Estado. Se a votação acontecer somente na área que compreende o Estado de Carajás, é tiro na mosca, mas caso contrário, é morte certa.

Não quero ser pessimista, porém a criação do Estado de Carajás só ocorrerá em 2009 – num pacote que ainda envolve Estado do Araguaia, Maranhão do Sul, entre outros, pois no ano seguite haverá eleição para presidente da República, senadores, deputados estaduais e federais. Aí, o Lula, vai se interessar, pois estará acabando o seu mandato, assim sendo ele sairá candidato a senador pelo recém criado Estado de Carajás, e continuará em Brasília por mais oito anos, copiando o que ocorreu com o presidente José Sarney, que foi se eleger senador em 1990, pelo recém criado Estado do Amapá. O Estado do Amapá foi emancipado em 1988.

O presidente Lula já tem propriedades (não em seu nome, claro) no sul do Pará. Além dele, seu filho 'o Lulinha' e o seu coordenador de campanha, Duda Mendonça, também são proprietários. Outros caciques brasilienses e tocantinenses também estão investindo no sul do Pará, adquirindo grandes propriedades de terra. Tudo isso favorecerá para a emancipação do Estado de Carajás. Coisas de política.

Ah! Outra coisa. Estão surgindo 'pai da criança' por toda parte. O meu medo é que algumas autoridades se esqueçam de suas obrigações, pois estão atravessando o samba, ou seja, estão se metendo onde não lhes cabem. Existem outras obrigações para ser cuidada, como a saúde, segurança, educação, entre outras. Então, deixa quem de direito tomar conta da emancipação, e vocês cuidem de suas obrigações, pelas quais são bem remuneradas. Não sou contra a mobilização, mas ainda é cedo.

* Otávio Araújo - Jornalista do jornal A Notícia, em Redenção (PA)

Nota Informativa explica tramitação para criação de novos Estados

A Consultora Legislativa Eliane Cruxên Barros, do Senado Federal, assinou a NOTA INFORMATIVA N° 1.297, de 2007, referente à STC n° 200704415, do Senador CÍCERO LUCENA, sobre os seguintes temas: exigências para a criação de um novo Estado na Federação; recursos com que o novo Estado pode contar; possibilidade de utilização de receitas compartilhadas; custeio de ações continuadas; e impedimentos constitucionais para destinação de outros recursos para o novo Estado.

O blog publica a NI, por acreditar que todos os brasileiros devem estar informados sobre a real tramitação sobre matérias da mais alta relevância para o país.

A NI derruba mitos que se criou em torno da criação de novos Estados. Leiam o importante documento e divulgue-o.

1. Exigências para a criação de um novo Estado

A Constituição Federal estabelece, no art. 18, § 3°, que os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, por meio de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Já o art. 48, VI, da Carta atribui à União a competência de dispor sobre incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas.

O art. 14, caput, da Constituição estatui que a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular, enquanto o art. 49, XV, atribui ao Congresso Nacional competência exclusiva para autorizar referendo e convocar de plebiscito.
A lei a que se refere o art. 14, caput, da Constituição Federal é a Lei nº 9.709, de 18 de novembro de 1998, que prevê os seguintes os procedimentos para a realização de plebiscito destinado à criação de Estado:
1. Convocação de plebiscito, realizada por decreto legislativo do Congresso Nacional, mediante projeto apresentado por pelo menos um terço de Deputados ou Senadores, sujeito ao processo legislativo bicameral, com aprovação por maioria simples na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (Constituição Federal, arts. 18, § 3º, 49, XV, e art. 3º da Lei nº 9.709, de 18 de novembro de 1998).
2. Aprovado o projeto de realização do plebiscito, o Presidente do Congresso Nacional comunicará o fato à Justiça Eleitoral, que tem a atribuição de fixar a data da consulta popular, tornar pública a cédula de votação, expedir instruções para a realização da consulta e assegurar a gratuidade dos meios de comunicação de massa concessionários de serviço público, aos partidos políticos e frentes suprapartidárias organizadas em torno da matéria, para divulgação de seus postulados sobre a emancipação (art. 8º da Lei 9.709, de 1998).
3. Votação pela população diretamente interessada. Isso significa que, no caso de proposta de criação de novo Estado, por desmembramento de Municípios de mais de um Estado, deverão ser consultados, na mesma data e horário, todos os eleitores registrados nos Estados envolvidos, e considera-se aprovado ou rejeitado o plebiscito por maioria simples (arts. 4º e 10 da Lei 9.709/98). O art. 7º do mesmo diploma legal determina que sejam ouvidos todos os residentes no Estado que será desmembrado, o que leva ao entendimento de que votariam quanto à emancipação tanto os residentes na área que se pretende desmembrar quanto os que residem na área remanescente do Estado. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 733, julgada em 17 de junho de 1992 (anteriormente à edição da Lei 9.709/98), decidiu, sobre a matéria, que só deverá votar o eleitor residente na área que será desmembrada, o que exclui da consulta popular o eleitor residente fora dela.
4. Proclamado o resultado, se a criação do novo Estado for aprovada, o projeto de lei complementar será proposto perante qualquer das Casas do Congresso Nacional. A Casa perante a qual for apresentada essa proposição deverá realizar consultar a Assembléia ou Assembléias Legislativas dos Estados envolvidos, as quais opinarão, em caráter consultivo, sobre a emancipação, e fornecerão ao Congresso Nacional detalhamento técnico sobre os aspectos administrativos, financeiros, sociais e econômicos da área geopolítica afetada (Constituição Federal, arts. 18, § 3º, art. 48, VI, e Lei nº 9.709, de 1998, art. 4º, §§ 1º a 4º).
5. Se for aprovada a lei complementar, considera-se criado o novo Estado, que deverá ser instalado nos termos da legislação pertinente (arts. 234 e 235 da Constituição Federal, Lei Complementar nº 20, de 1974, no que couber, e outras normas legais aplicáveis).
Nos primeiros dez anos após a instalação do novo Estado, serão observadas, na organização administrativa, legislativa e judiciária do novo ente federativo, as seguintes regras básicas previstas no art. 235 da Constituição Federal:
1. a Assembléia Legislativa será composta de dezessete Deputados se a população do novo Estado for inferior a seiscentos mil habitantes, e de vinte e quatro, se igual ou superior a esse número, até um milhão e quinhentos mil habitantes;
2. o Governo terá no máximo dez Secretarias;
3. o Tribunal de Contas terá três membros, nomeados pelo Governador eleito, dentre brasileiros de comprovada idoneidade e saber;
4. o Tribunal de Justiça terá sete Desembargadores, sendo os primeiros nomeados pelo Governador, da seguinte forma: cinco dentre magistrados com mais de trinta e cinco anos de idade, em exercício na área do novo Estado ou do Estado originário, e dois dentre promotores e advogados, nas mesmas condições, obedecida a regra do quinto constitucional do art. 94;
5. em cada Comarca, o primeiro juiz de direito, o primeiro promotor de justiça e o primeiro defensor público serão nomeados pelo Governador eleito, após concurso público de provas e títulos;
6. até a promulgação da Constituição Estadual, responderão pela Procuradoria-Geral, pela Advocacia-Geral e pela Defensoria-Geral do Estado advogados de notório saber, com trinta e cinco anos de idade, no mínimo, nomeados pelo Governador eleito, e demissíveis ad nutum;
7. as nomeações que se seguirem às referidas acima obedecerão ao disposto na Constituição Estadual, atendidos os princípios da Constituição Federal;
8. as despesas orçamentárias com pessoal não poderão ultrapassar cinqüenta por cento da receita do Estado.

Os servidores do novo Estado serão admitidos por concurso público de provas ou provas e títulos, de acordo com o princípio geral do art. 37 da Constituição Federal, ressalvadas as contratações temporárias e excepcionais e os cargos de provimento em comissão.
Todos os cargos eletivos (Governador, Vice-Governador, Senador, Deputados Federais e Estaduais) serão ocupados por pessoas escolhidas por voto direto e secreto, nos termos estabelecidos pela Constituição Federal.

2. Recursos para o novo Estado; possibilidade de utilização de receitas compartilhadas; custeio de ações continuadas; impedimentos constitucionais para destinação de outros recursos para o novo Estado.

Para que a União assuma a obrigação financeira de repassar recursos para instalação de um novo Estado, será necessária uma lei, de autoria do Presidente da República, estabelecendo o período dessa assistência, que constará do plano plurianual (Constituição Federal, art. 165, § 1º), por conta da previsão de despesa, que deverá estar prevista no Orçamento Geral da União ou em crédito especial ou suplementar (CF, art. 166 e parágrafos).

As fontes de recursos para o novo Estado, não apenas em sua instalação, mas também no custeio de ações continuadas, serão as mesmas das estabelecidas na Constituição para os Estados já existentes, conforme se observa nos arts. 155 e 157. Compete aos Estados instituir impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; e propriedade de veículos automotores.

O Manual de Procedimentos da Receita Pública, editado pela Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, define receita compartilhada como aquela pertencente a mais de um beneficiário, independente da forma de arrecadação e distribuição. Estão nessa categoria as receitas de Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industrializados compartilhadas pela União, Estados e Municípios. A criação de um novo Estado resultará na diminuição da parcela de cada uma das unidades da Federação para que se redistribuam esses recursos.

Já as transferências podem ser constitucionais, legais ou voluntárias. As fontes mais importantes de recursos de transferências para os Estados são as transferências constitucionais, constituídas de parcelas das receitas federais arrecadadas pela União, que são repassadas aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Destacam-se, dentre as principais transferências aos Estados, o Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE, Constituição Federal, art. 159, I, alíneas a e b), o Fundo de Compensação pela Exportação de Produtos Industrializados (FPEX), o Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento da Educação, instituído pela Emenda Constitucional n° 53, de 2006, em substituição ao Fundo de Manutenção e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (FUNDEF) e o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).
O repasse da parcela ideal do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal será efetuado de acordo as regras de repartição estabelecidas nos arts. 159 a 162 da Constituição Federal. As transferências legais são estabelecidas por lei e as voluntárias são instituídas mediante convênios.
Essas são as considerações que, nesta oportunidade, submetemos ao Senador Cícero Lucena, ao mesmo tempo em que nos colocamos à disposição para prestar outros esclarecimentos porventura necessários.

Deputado Giovanni Queiroz fala sobre o Carajás

ENTREVISTA DEPUTADO FEDERAL GIOVANNI QUEIROZ (PDT-PA)

Por Val-André Mutran, Brasília (DF)

Assunto: Criação dos Estados de Carajás, Tapajós e Território Federal do Marajó.

















REPÓRTER – Deputado, como está a tramitação, no Congresso Nacional, do Projeto (parece que se trata de uma PEC – Projeto de Emenda Constitucional) criando no Estado do Pará dois novos Estados (Carajás e Tapajós) e o Território Federal do Marajó? O projeto está caminhando ou está parado, no momento?

Giovanni Queiroz – Não se trata de uma PEC, mas de um Projeto de Decreto Legislativo (PDC) que tramita na Câmara e no Senado com relação a Carajás, com o objetivo de autorizar o plebiscito, ou seja, ouvir a população sobre a divisão ou a criação de uma novo Estado. No caso do Carajás, o projeto na Câmara já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça, está na Mesa Diretora da Câmara, pronto para ser colocado em votação no Plenário. No Senado, da mesma forma, projeto semelhante apresentado pelo Senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que tem autoridade sobre a matéria, uma vez que é do mais recente Estado criado no Brasil; apresentou no Senado o projeto que tramitou e foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça por unanimidade. Esperamos no segundo semestre votar o PDS no Plenário do Senado e votarmos também no plenário da Câmara dos Deputados, não só o projeto do Estado do Carajás, como também o Estado do Tapajós e do Maranhão do Sul. Não se discute aqui a criação do Território Federal do Marajó. Note que depois desse processo, acreditamos que a realização do plebiscito aconteça a partir do ano que vem (2008), e se aprovado nas urnas, teremos uma Lei Complementar que tramitará também nas duas Casas (Câmara e Senado) e depois logicamente, se aprovado, irá para sanção presidencial.

REPÓRTER – Qual a tramitação dos projetos de criação de novos Estados?

Giovanni Queiroz – Os projetos de criação de novos Estados obedecem a um rito previsto na Constituição Federal. Tramitam em primeiro lugar com autorização da Câmara e do Senado para que se realize o plebiscito. O Tribunal Superior Eleitoral vai determinar o Tribunal Regional Eleitoral dos Estados que promova a eleição para que a população diga sim ou não. Trata-se de voto obrigatório como em uma eleição normal e, em seguida, se aprovado a criação, o Congresso Nacional solicita a manifestação da Assembléia Legislativa do Estado quanto a essa questão. A manifestação da Assembléia Legislativa é consultiva, não é deliberativa; e depois tramita a Lei Complementar Federal. Essa Lei Complementar é que então, trará, no seu bojo todos os critérios, detalhamentos e determinações do novo Estado, tais como, por exemplo: dos Municípios que vão compô-lo, o nome do Estado, a Capital Provisória que só será escolhida após a eleição do novo Governador e dos Deputados da nova Assembléia Legislativa que serão eleitos no primeiro mandato. E assim, se dará, então, a criação e instalação de novos Estados.

REPÓRTER – Existe um argumento, em favor da criação desses Estados, de que o Pará possui uma vasta extensão territorial – e isso dificulta um atendimento de melhor qualidade ao cidadão que mora, por exemplo, na Transamazônica e áreas distantes. Esse argumento faz sentido?

Giovanni Queiroz – Essa é uma contestação absolutamente verdadeira. Na realidade o Estado do Pará tem 1.248.000 mil quilômetros quadrados, ou seja, ele é sessenta vezes maior do que o Estado de Sergipe e, com essa dimensão territorial, por melhor, boa vontade, melhor competência que possa lançar mão um governante, ele não consegue atingir as regiões mais distantes. Há uma adágio popular que diz o seguinte: “O que olhos não vêem, o coração não sente!” É uma realidade. O Estado do Pará, próximo a Belém, na região Metropolitana, carece muito da presença do Estado, de sua políticas públicas, seja na área da Educação, da Segurança Pública, do Saneamento Básico; seja na Saúde, enfim...Calcule você como o Estado não dá conta de atender nem mesmo o entorno de Belém, como poderia atender as regiões mais distantes como a Transamazônica, o Sul do Pará e o Oeste do Estado. Daí a necessidade de termos mais dois governos, um governo no Tapajós e outro no Carajás, que venham de forma responsável trabalhar políticas públicas que atenda esse vazio de Estado nessas regiões.

REPÓRTER – O assunto (divisão do Pará) parece já ter sido debatido na Assembléia Legislativa do Estado. Qual é a posição dos deputados estaduais sobre a criação de novos Estados? A maioria concorda ou discorda disso?
Giovanni Queiroz – Nós tivemos oportunidade de ver, com grata satisfação que por maioria absoluta, foi votado um requerimento na Assembléia Legislativa do Estado, depois do debate que lá tivemos, que recomenda ao Congresso Nacional, que votem, acelerem o processo plebiscitário que aqui tramita, significa dizer que no mínimo, aquele parlamentares são favoráveis ao plebiscito que dará audiência à população, e logicamente eu tenho certeza que 80% dos deputados estaduais são favoráveis à criação de novos Estados.

REPÓRTER – Quais seriam os principais benefícios, por exemplo, para os moradores do sul/ sudeste com a criação do Estado de Carajás, em setores como segurança pública, atendimento à saúde, educação, produção agrícola, pecuária e outros?

Giovanni Queiroz – O exemplo do Mato Grosso do Sul (1977) e do Tocantins (1988), que são os Estados mais recentemente criados, notamos o exemplo do quanto é importante a criação de novos Estados. O governo próximo de sua realidade, próximo de seu povo que vai governar e daí o estado do Tocantins ter crescido e avançado de maneira extraordinária, revolucionando sua infra-estrutura, crescendo em taxas muito superiores à média nacional, e de igual forma permitiu que o Estado de Goiás pudesse concentrar mais suas energias e a gestão daquele território menor e assim puder ter acelerado e muito o seu crescimento econômico e social. O Tocantins por sua vez, pode nesses 18 anos de estado implantado atingir um crescimento exemplar para o país. Mato Grosso de igual forma. Mato Grosso do Sul continuou o seu desenvolvimento acelerado e Mato Grosso que era a parte pobre da região de Cuiabá, pode agora apresentar para todos os brasileiros um crescimento muito superior a média nacional e muito superior ao crescimento de todos os outros estados brasileros.

REPÓRTER – Qual é a posição da governadora Ana Júlia em relação a essa divisão? O PT do Pará apoia essa iniciativa ou está dividido?
Giovanni Queiroz – Os deputados estaduais do Partido dos Trabalhadores firmaram posição favorável a criação de novos Estados. Os deputados federais, dois dos três deputados federais do PT, são favoráveis à criação dos novos Estados. Um deles o deputado Paulo Rocha, é favorável ao plebiscito, não se manifestando quanto ao mérito. Eu acredito que nós tenhamos já 80% dos deputados federais favoráveis à criação de novos unidades territoriais, porque já compreenderam a importância disso para todo o Estado do Pará. A governadora Ana Júlia Carepa, ainda senadora, era favorável ao plebiscito, espero que assim mantenha sua posição, e com relação ao mérito, quero que ela venha compreender as razões que nos movem e buscar o caminho do governador do Maranhão (Jackson Lago – PDT), que é favorável ao projeto de criação do Maranhão do Sul.

REPÓRTER – Qual são os seus principais argumentos que o levaram apresentar essa proposta de criar novas unidades federativas em território paraense? Seriam o abandono dessas regiões, rodovias em estado precário, educação de baixa qualidade – entre outros pontos?

Giovanni Queiroz – O que nos moveu ao apresentar o projeto é a ausência do Governo na região e a compreensão do potencial formidável que não está sendo utilizado pela simples ausência do Estado na região. De alguém que possa traçar diretrizes e rumos, organizar melhor as estruturas de governo naquela região e promover e permitir um crescimento mais acelerado de todo o Estado do Pará.

REPÓRTER – Qual seria a capital do Estado de Carajás? Seria Marabá? Ou isso seria definido no plebiscito?

Giovanni Queiroz – A questão da Capital só é definida com um novo Governo e com uma nova Assembléia Legislativa eleita no novo Estado. Portanto, não se discute neste momento onde será a Capital do Carajás.

REPÓRTER – Você constantemente mantém contatos com as populações das regiões sul /sudeste paraense. Elas (populações) querem realmente ter o Estado de Carajás? Há esse desejo entre os moradores?

Giovanni Queiroz – Logicamente que nós políticos somos movidos pela ansiedade do próprio povo. A compreensão e as razões que nos movem são as mesmas que movem o povo daquela região. Hoje eu posso te assegurar que os mais de 90% da população está voltada com muito expectativa de ver que isso, de querer que isso (a criação do Carajás) aconteça o mais rápido possível.

REPÓRTER – Um tema no momento que ganhou proporções mundiais é o meio ambiente. E a nossa Amazônia encontra-se na berlinda. Qual seria a melhor política brasileira para gerir o meio ambiente?

Giovanni Queiroz – Olha, a presença de Estado já seria um bom começo. A presença do Estado na Amazônia se impõe, sob pena de nós não termos ali uma política florestal, ambiental de preservação do meio ambiente e de crescimento sustentável, porque o Estado ausente passa a ser permissivo e nessa ocupação desordenada também sofre o meio ambiente. Portanto, é inadiável a presença do Estado na região, pensando e planejando o desenvolvimento sustentável de toda a Amazônia, e, em particular, no Estado do Pará. A Amazônia é extremamente importante para todo o mundo, mas, é muito mais importante para nós mesmos, brasileiros. Devemos ocupá-la, explorá-la de forma responsável e inteligente, para o benefício de toda a população.

REPÓRTER – Faça uma breve análise sobre o Governo Lula e sobre o Governo Ana Júlia Carepa no Pará?

Giovanni Queiroz – O governo Lula tem tentado retirar da miséria milhares de trabalhadores, as vezes entendo que a área econômica está um tanto equivocada quando permite ainda pagar os juros mais pagos do mundo, sangrando o país esse em R$ 165 bilhões, e aí fica poucos recursos para atender essa demanda social maior de: emprego, habitação, saneamento; de uma população que está a margem do processo social. Mas, espero que ainda nesses três anos o governo possa recuperar grande parte dessa dívida social que o Brasil tem com milhares de brasileiros nas áreas já citadas. Espero que a governadora Ana Julia Carepa faça o mesmo. O Estado do Pará tem um déficit habitacional muito grande, na área de saneamento ainda maior. Eu sei que isso é uma carga muito pesada. Requer milhões de investimentos, mas espero que o governo do Estado venha ao encontro dessa demanda que o povo reclama muito.

Tudo do mesmo

Ex-ministros vão ganhar cargos

Daniel Pereira
Correio Braziliense
7/8/2007

Lula prepara a indicação de Agnelo Queiroz para uma diretoria da Anvisa, que será presidida pelo ex-titular da Saúde Agenor Álvares. Planalto dá novo sinal de que Silas Rondeau pode voltar para Minas e Energia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara o retorno de três de seus ex-ministros ao governo. Titular da pasta do Esporte entre janeiro de 2003 e março de 2006, o candidato derrotado ao Senado Agnelo Queiroz (PCdoB-DF) será indicado para uma diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O decreto presidencial que submete o nome à análise do Senado está assinado desde 20 de julho e será publicado em breve no Diário Oficial, segundo o ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia. Formado em medicina, Queiroz terá a companhia de Agenor Álvares no órgão regulador. Ministro da Saúde entre março de 2006 e março deste ano, Álvares, que é sanitarista e bioquímico, será indicado para a presidência da Anvisa, de acordo com Walfrido. A agência é alvo de cobiça de outros partidos aliados.

O PMDB, por exemplo, afirma ter prioridade nas indicações porque, em teoria, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, é de sua cota. Na prática, no entanto, é uma escolha pessoal de Lula, como o titular da Defesa, Nelson Jobim, filiado às hostes peemedebistas. O terceiro ex-ministro preste a retornar ao governo é Silas Rondeau. Walfrido voltou a dizer ontem que o antigo colega é favorito para comandar o Ministério de Minas Energia.

Se confirmada a nomeação, Rondeau voltará para a pasta da qual foi apeado depois de ser divulgada a suspeita de que teria recebido R$ 100 mil de propina da empreiteira Gautama, por intermédio de seu então assessor especial Ivo de Almeida. Rondeau não foi indiciado pela Polícia Federal no âmbito da Operação Navalha. O presidente aguarda a denúncia do Ministério Público sobre o caso para encerrar a novela. Se Rondeau não for denunciado à Justiça por participação na quadrilha especializada em fraudar licitações, voltará à Esplanada dos Ministérios.

Injustiça
Segundo Lula, a medida visa reparar uma injustiça. Ontem, Walfrido deu a entender que será cumprida a promessa do presidente de realizar o grosso das nomeações para segundo e terceiro escalões da máquina pública em 15 dias. “Estou otimista. Vamos vencer uma etapa grande agora e fazer muitas nomeações.” O ministro rebateu as críticas segundo as quais o ex-prefeito do Rio Luiz Paulo Conde não tem capacidade técnica para presidir Furnas Centrais Elétricas.

“Conde é um político polivalente. Ficou cinco meses com o nome apresentado e não houve alguém que pudesse dizer absolutamente nada contra ele. Acho que há um preconceito”, declarou Walfrido. O PT tentou barrar a indicação. Primeiro, porque trava disputa renhida com o PMDB por cargos. Segundo, porque alega que Conde, formado em arquitetura, não conhece a área. “Furnas tem milhares de técnicos, de engenheiros. Ele não vai fazer o que quiser. Ele não poderia ser, talvez, o diretor de abastecimento”, replicou Walfrido.

Estou otimista. Vamos vencer uma etapa grande agora e fazer muitas nomeações

Walfrido dos Mares Guia, ministro de Relações Institucionais, sugerindo que o governo pode cumprir a promessa de indicar maioria dos cargos de segundo e terceiro escalões em 15 dias

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