Marilena Chauí again
Esclarecendo as diferenças geohistóricas territoriais entre Brasil e USA
A respeito do post Não é custo, mas vontade política Roberto Castro tece os seguintes comentários:
Aos grandes entendidos dos pactos federativos dos Estados Unidos da América e do Brasil, gostaríamos de esclarecer os seguintes pontos:
1. O território original americano tinha apenas 13 colônias com cerca de 1.004.914Km2 e, portanto, menor que o atual Estado do Pará. Essa área original correspondia a apenas 10,94% do atual território americano.
2. Apesar de pequenas colônias com no máximo 151.900 Km2 – caso da Geórgia – esses pequenos territórios ainda procederam três subdivisões estaduais, criando mais três novas unidades federativas (Vermont e Maine no antigo território de Massachussets) e Virgínia Oeste no território original da Colônia de Virgínia.
3. Os outros 89,06% do território americano foram comprados da França, Inglaterra, México, Espanha e Rússia ou disputado em guerras com o México e a França.
4. Desse total da área territorial americana adquirida ou conquistada, de cerca de 89,06%, 44,54% ou 4.089.847 - área mais ou menos correspondente à Amazônia Brasileira - as quais, comportam 19 Estados do país (38% das unidades federativas) ali existentes foram criadas como Territórios Federais numa ação deliberada e financiada com verbas da União, tendo em vista uma melhor organização político-administrativa e gestão territorial científica das riquezas e dos recursos naturais do país. Isso ocorreu em pleno século dezenove, o que se configura como uma vergonha para os governantes e cientistas econômicos e sociais brasileiros que estão com um passivo de quase dois séculos de atraso. Daí, o nosso renitente subdesenvolvimento, econômico, agrícola, industrial, cultural, científico, tecnológico, e particularmente, mental. Como um país ou qualquer entidade ou instituição pode se desenvolver sem uma organização administrativa básica?
5. Apenas 12 Estados das atuais 50 unidades federativas americanas – 2.557.619 Km2 ou 27,85% - foram criados e admitidos diretamente como Estados da Federação Americana e para isso, precisavam demonstrar que tinham apenas 60.000 habitantes ou 5000 eleitores masculinos. Lembramos, que os possíveis Estados de Carajás e Tapajós têm cerca de 2,8 milhões de habitantes, 46,66 vezes a população que um Estado americano necessitava demonstrar, além de um PIB de cerca de R$ 15 bilhões, montante igual ou superior a 10 Estados atuais do Brasil.
6. Os Estados Unidos criaram ainda três Estados fora da sua base continental – Alasca, Hawaii e Porto Rico, que correspondem à cerca de 1.600.000Km2 ou 16,6% da sua área total.
7. A organização do Parlamento Brasileiro com os seus 81 senadores e 513 deputados, nada tem a haver com a criação dos novos Estados. Se os gastos do parlamento são grandes, o que não é verdade, que se altere a composição representativa do país para 02 senadores por Estado como nos Estados Unidos. Trata-se apenas de um fútil pretexto para negar o direito inalienável a milhões de brasileiros do seu direito sagrado às instituições republicanas.
Os debates sobre a criação de novos Estados no Brasil e a sua reordenação Político-Administrativa e Gestão Territorial científica necessitam sair do campo da propaganda enganosa paga ou colaborativa entre os áulicos do parasitismo e da mídia cínica e mentirosa, como esse artigo repetitivo publicado simultaneamente pelo Portal Globo 1, o Estado de S.Paulo e portal Amazônia Hoje e que deve se repetir por centenas de jornalecos sem credibilidade do país.
Portanto, as desinformações prestadas pelo insigne geógrafo da USP não procedem em absoluto, ao afirmar que os Estados americanos necessitavam primeiro se credenciar economicamente para depois solicitar a admissão ao Pacto Federativo Americano.
Sobre as informações econômicas relativas à criação de novos Estados, gostaríamos apenas de lembrar que a referida mídia esqueceu de informar aos brasileiros que os entes públicos gostaram R$ 4 bilhões para o lazer de 03 semanas dos cariocas, o que daria com sobra para criar, pelas contas dos insignes “ pinóquios” , dois Estados dos seis em processo de emancipação. A diferença entre os respectivos eventos é que, a criação dos seis novos Estados tiraria cerca de 05 milhões de brasileiros do abandono republicano a que estão submetidos há séculos.
Debates tão importantes sobre o futuro dos brasileiros e do Brasil precisariam de debatedores de melhor qualificação.
Divisão Territorial. Uma Amazônia com afeições novas
“Divisão Territorial. Uma Amazônia com afeições novas”
Juarez Regis
A população paraense ainda está divida quanto à questão. A realidade é que o atual Estado do Pará com seus 1.248.052 Km² de superfície, contendo blocos de cidades eqüidistantes da capital, tem uma perniciosa concentração de renda, que é um dos fatores que contribuem para o atraso geral da cultura, para a falta de saneamento básico e para a ausência de um turismo expressivo, uma vez que há sérias dificuldades de alocação de recursos por todo o Estado. Está a falta de recursos, aliada a uma intensa explosão demográfica, em decorrência dos grandes projetos implantados, não oferece condições de propiciar o atendimento social a populações espraiadas por um imenso território.
Esboçado a realidade dos paraenses, resta indagar o que fazer para mudar esse panorama? Mudar tudo, dirão alguns. Mas, resta saber em que base? Até porque, frases de impacto, feitas por autoridades do governo, de que será dada a largada a investimentos nas áreas menos desenvolvidas, já não surtem efeito, pois essas promessas já vêm de longa data, passando por vários governos, sem que nada aconteça. Acontece que em que pese o povo não acreditar nessas colocações de especialistas de plantão, elas sempre estarão na mídia, através de instituições que vão se sentir prejudicadas, e portanto, seus porta-vozes dirão que não é preciso dividir o Estado, bastando que o atual governo estadual processe as mudanças necessárias nas estruturas da produção agropecuária e na política industrial que passarão a ser direcionadas com mais pujanças para aquelas áreas do Estado. Assim segundo eles, estradas serão priorizadas e portos serão construídos, resolvendo o problema até do país. A par disso, perguntamos: Com que paradigmas? Essas mudanças serão feitas com eficiência econômica e justiça social? Ou somente com prudência ecológica? Fazemos essas simples perguntas, pois antevemos que sejam lá quais forem às respostas, elas não se coadunam com a heterogeneidade e grandiosidade do território paraense.
Na verdade, o que existe, de fato, para os paraenses - não são descomunais riquezas do sub-solo -, é um extenso território, entrecortado por grandes rios e lagos, igapós e várzeas. O que existe mesmo, são cidades maiores, cujas periferias estão cheias de ruralistas exilados e cujos núcleos urbanos concentram toda a renda estadual, sobrando bolsões de pobreza espalhados por núcleos populacionais descentralizados. O que se observa, hoje, é que passado à fase eufórica de fazer da Amazônia a mais nova fronteira do país, houve o reverso do processo desenvolvimentista, com o inchamento, principalmente, das cidades de Santarém e Marabá, acarretando problemas de toda ordem, que nunca foram solucionados, em que pese às promessas políticas de ser interiorizado o progresso, através da continuidade no processo de desenvolvimento com a implementação dos sistemas infra-estruturais, físicos e sociais.
Portanto, já não é de hoje que o povo do Médio e Baixo-Amazonas está desiludido com promessas vazias, que vêm desde 1853, quando pela primeira vez se propôs a criação da Província do Tapajós. Entende-se que as falácias de ontem se repetem, ou melhor, são as mesmas de hoje, sem base de sustentação e sem certeza para fazer chegar, nessa parte da Amazônia, o desenvolvimento tão esperado. O pior é que as falácias surgem de instituições de classes, genuinamente, paraenses, com sede na capital. Tudo isso, porém, tem uma explicação: essas instituições habituadas à gestão cômoda, sem apresentar nenhum projeto auto-sustentável, não querem perder a força de polarizar a concentração de renda na capital. E assim, temerosas de que as mudanças que possam ocorrer, na economia regional - com a distribuindo eqüitativa da renda, e com o deslocamento de plantas industriais, formando novos distritos produtivos e, conseqüentemente, a intensificação do comércio por toda a região amazônica -, coloquem elas em cheque, quanto à eficiência dos atuais empresários sediados na capital paraense, que se prevalecem, costumeiramente, dos fracassos dos empresários das regiões mais afastadas do grande centro econômico que é Belém.
O certo é que essa modernização e melhoria de qualidade de vida requerida, por exemplo, pela população do Vale do Tapajós, não virá através dos meios convencionais, como possa parecer para aqueles analistas políticos acostumados com utopias e discursos eleitoreiros, mas virá da mesma maneira como veio para os mais novos estados do sul e centro-oeste do país, ou seja, através da vontade do povo, até mesmo de Belém do Pará, pois o povo em geral sente que é assim que se fará justiça, e que assim, todos sairão ganhando.
Depois de tudo o que já ocorreu, no país, a população passou a ser bem informada, entendendo que o modelo de desenvolvimento, implantado pelo regime militar que ainda persiste, atualmente, na democracia, é por demais concentrador de riquezas, nas mãos de poucos, e portanto, salta logo aos olhos de qualquer pessoa, que as populações dos municípios circunscritos no desenho dos estados - incluindo-se aí, o novo Estado do Pará, muito mais aconchegante em território -, só terão a ganhar, porque terão como monitorar as ações dos futuros três governos na exploração das riquezas naturais, com a preservação dos ecossistemas, uma vez que se constituirão em unidades com autonomia para firmar acordos internacionais de investimentos, cooperação técnica e parcerias em pesquisas, e, portanto, tendo vida própria. Assim é que, segundo os cálculos das organizações prol divisão, o novo Estado a ser formado, com o nome de Tapajós, com sede, provavelmente, em Santarém, já nascerá com um PIB maior que R$ 5 bilhões, bem superior que o PIB dos estados de Tocantins, Amapá, Acre e Roraima. Ainda de acordo com esses pré-estudos, que podem ser encontrados no site www.novoestado.com.br, o fundo de participação do Estado (FPE), começará com quase R$ 70 milhões, sem contar as complementaridades que virão do governo federal.
Quanta à crítica de número um, por parte dos contrários ao redesenho territorial - que se radicaliza na construção das instalações para o funcionamento de novos governos, a corrente separatista que vai crescendo aceleradamente, principalmente nos meios estudantis, tece as seguintes considerações: os investimentos para organizar um estado nascente, na formação de instituições, tais como palácio de governo, assembléia Legislativa, Tribunal de Justiça, Secretarias e todo o aparato político, incluindo deputados federais e senadores -, segundo os cálculos do “pool prol Estado do Tapajós”, que incluem aí faculdades, câmaras municipais e associações comerciais e de logistas das sub-regiões, os investimentos federais para a consecução desses objetivos, não ultrapassam R$ 905 milhões de reais, além de poderem ser reembolsados, em parte, com a receita própria do futuro Estado.
O grande desafio que surge, é banir o medo que tem a população de Belém, e seus arredores, talvez induzida pelas autoridades ameaçadas, em seus esconderijos, e querem dar entender que não restará quase nada para a população do Pará remanescente. Nada disso é verdade, e nisso fazemos coro com os separatistas, visto que não há fundamentação em tal argumento. Ao nosso ver, o desenvolvimento de uma unidade federada não está dependente, diretamente,de sua dimensão territorial, mas sim, da sua força política para captar recursos para administrar, num espaço menor, com eficácia e destreza, e com a vantagem de ter as prefeituras mais perto do centro de decisão, sem perder de vista o acompanhamento dos investimentos, reduzindo assim os desperdícios e conseguindo melhor produtividade, com menor custos, em todos os campos das atividades econômicas. E é isso que, na realidade, vai ocorrer com o Estado do Pará a partir de um território bem menor.
A maior vantagem do futuro e novo Pará reside, fundamentalmente, em já recomeçar com uma população privilegiada, contando com uma malha viária bem estruturada e conectada com o Nordeste e Centro-Oeste do país, possibilitando o surgimento de novas atividades econômicas. Quanto ao Marajó, o Baixo-Tocantins e a região do Nordeste Paraense, cujos municípios, atualmente, são desprovidos de assistência governamental para a implantação de projetos econômicos e sociais, terão reais possibilidades de ter toda atenção do governador voltada para suas prefeituras, em suas linhas de ações. Na verdade, com um território menor, os municípios paraenses, contarão com mais recursos, porque não terão mais a concorrência de Santarém, Marabá e de todos os municípios que comporão os novos territórios. E justamente, por contar com uma cidade que não perderá a capacidade de ser a metrópole da Amazônia, e que tem uma infra-estrutura urbanística invejável, com uma série de atrativos turísticos, sendo bem servida em termos de sistema financeiro e parque industrial, e além disso, com uma significativa produtividade no campo, que o Pará ainda reterá o maior PIB, e ainda contará com mais de R$ 107 milhões em termo de FPE, em seus cofres públicos, e deixará de ter a responsabilidade de investir em 25 municípios a ser cedidos ao Tapajós e outro tanto ao futuro Estado do Carajás. Os setores de educação e saúde, por sua vez, contarão com maiores investimentos no Estado do Pará, e claro nos outros dois estados, também.
A partir dessa visualização, pergunta-se: para que melhor que isso? Só quem tem interesses escusos, ou está com uma visão estreita, não vê a vantagem de um território menor. A sorte é que a maioria da população, que é pobre, sofrida, e que está cansada de ser enganada com promessas de palanque, já está amadurecida, e sabe que é chegado o momento de dar o “sim” ao plebiscito, e de votar a favor da aprovação da “divisão’. Até porque, entende que só assim, pela força do voto, o atual modelo econômico, perversamente concentrador de riquezas, terá seus dias contados, transformando-se em um novo modelo, auto-sustentável, com uma distribuição mais justa dos fatores produtivos, pois novas perspectivas de emprego e renda se abrirão para levas e levas de jovens pobres, na idade de trabalhar, cujas famílias terão o poder aquisitivo aumentado. Sim, novas perspectivas surgirão, com o corredor de exportação que se formará; com as fábricas e instituições do governo, e através da rede financeira e hoteleira que para lá se dirigirá, oferecendo, também, oportunidades que atrairão os jovens de Belém e especialistas das mais variadas áreas profissionalizantes para as cidades do interior.
Claro que uma divisão, dessa magnitude, tem um certo custo, tanto financeiro como social. Agora, há aqueles que querem tirar proveito da mudança. E o pior é que, alguns deles, são os mesmos que são contra, mas quanto a isso, a sociedade está em alerta, para que grupos interesseiros não venham manchar os bons propósitos e desvanecer as esperanças, principalmente dos jovens, em ver um Pará, um Tapajós e um Carajás bem desenvolvidos.
Dizem os defensores da divisão estadual que se o povo da Grande Belém for inteligente, apoiará o povo do Baixo e Médio-Amazonas, na sua aspiração, e assim, nascerá um Pará forte. Da mesma forma acredita-se que se os habitantes do Leste Paraense apoiarem a causa do Oeste do Pará, passarão a ter o apoio total, em prol do Estado do Carajás, cujos habitantes também merecem progredir. É questão de união. Realmente, só unidos, transformaremos a Amazônia, numa bancada forte, formada por mais governadores, mais senadores, mais deputados federais, e contaremos com o grande diferencial para vencer as dificuldades, que é ter o “Centro de Decisão” mais próximo do povo, com maior força política para aprovação de projetos e emendas constitucionais, atraindo maiores volumes de recursos para toda Amazônia, intensificando as transações comerciais na região. Uma Amazônia com cara nova!
Imagine Belém
Cidades violentas perdem negócios - Edward L. Glaeser |
Solange Azevedo |
Época num. 0480 |
30/7/2007 |
Para o economista de Harvard, a criminalidade afasta os empreendedores que impulsionam o progresso No início do mês, um seminário em Cambridge, nos Estados Unidos, debateu as causas da violência e as possíveis estratégias de enfrentamento do crime na América Latina. À frente das discussões estava um dos maiores especialistas em economia social e urbana da atualidade, o americano Edward Glaeser, de 40 anos. Professor da Universidade Harvard e diretor do Centro Alfred Taubman, que organizou o evento em parceria com o Instituto Fernando Henrique Cardoso, Glaeser afirma que a queda na criminalidade pode impulsionar a economia e o crescimento. ÉPOCA – Existe relação entre as taxas de desemprego e as de criminalidade? ÉPOCA – É possível medir o sucesso de uma cidade? ÉPOCA – As cidades só crescerão se forem capazes de conter o crime?
ÉPOCA – Qual o impacto da violência nos preços de propriedades? ÉPOCA – Nos últimos anos, as taxas de homicídio cresceram mais nas pequenas cidades brasileiras que nas grandes. Um dos motivos seria a descentralização da economia. Isso ocorre em outras partes do mundo? ÉPOCA – Há cinturões de pobreza no entorno das cidades mais ricas do Brasil. Como diminuir os problemas nessas áreas? A guerra contra o crime não terá sucesso no Brasil se não houver também uma guerra contra a corrupção ÉPOCA – Cerca de 20% da população carioca vive em favelas, parte delas dominada pelo tráfico e onde o poder público não entra. O que pode ser feito para reduzir a criminalidade no Rio de Janeiro? ÉPOCA – Especialistas dizem que um dos grandes problemas de segurança do Rio de Janeiro é a corrupção policial. É possível diminuir a criminalidade sem punir policiais corruptos? ÉPOCA – Recentemente, a polícia do Rio entrou no Complexo do Alemão e matou 19 pessoas. Especialistas em segurança pública dizem que ocupar a favela pode não resolver o problema da violência a longo prazo. ÉPOCA – Como a tecnologia pode ajudar a reduzir a criminalidade? Edward L. Glaeser - QUEM É |
Prestando contas
Marco Aurélio vai ter de depor sobre gesto obsceno |
Maiá Menezes |
Diretor da Anac também pode ser punido por comissão |
Após cubanos. Venezuelanos fogem para Miami
Novos exilados de Miami são venezuelanos |
Jornal do Brasil |
31/7/2007 |
Gisela Parra começou a tremer atrás do volante e quase bateu em outro carro quando ouviu o noticiário no rádio: ela foi acusada de tentar derrubar o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Sentindo que terminaria atrás das grades no que chama de "acusações inventadas", Gisela pegou em um iate particular no meio da noite e fugiu para a ilha caribenha holandesa de Curaçao - sua saída para os Estados Unidos e para o asilo político. Fiquei em choque porque nunca imaginei que algo como isto pudesse acontecer - disse Gisela, que hoje mora na Baía de Palmetto, na Flórida, onde é apenas mais uma na comunidade de venezuelanos que procuram asilo no Estado de Miami. - Foi neste momento que entendi os cubanos que escapam em balsas. Parra está entre os 3.700 venezuelanos que pedem asilo aos EUA desde 1999 alegando perseguição política. O governo americano, inimigo de Chávez, aceita amigavelmente muitos deles, mas muitos outros estão no país ilegalmente e podem enfrentar a deportação. Chávez nega veementemente a perseguição de opositores, alegando que muitos feriram a lei ao tentar derrubá-lo. Ninguém é perseguido aqui - insistiu Chávez em uma recente entrevista. - Dezenas de refugiados procurados por crimes na Venezuela estão vivendo nos EUA, muitos deles vestindo a máscara e dizendo: "Estou sendo perseguido politicamente". O presidente acusou os EUA de garantir a segurança de conceder um porto seguro para linhas-duras que invocam publicamente seu assassinato. Cinco congressistas republicanos - Jerry Weller de Illinois e Lincoln Diaz-Balart, Ileana Ros-Lehtinen, Mario Diaz-Balart e Connie Mack da Flórida - pediram ao presidente americano, George Bush, para garantir status legal temporário para os venezuelanos vivendo ilegalmente nos EUA. Não há dúvidas de que algumas pessoas da Venezuela possam ter fortes reivindicações por asilo - disse Ira Kurzban, uma especialista em imigração de Miami. - Mas muitas reclamações estão baseadas no fato de que Chávez está orientando o país rumo ao o socialismo, o que, por si só, não serve como base legal para pedir asilo. Em 1998, o ano em que Chávez foi eleito pela primeira vez, os EUA ofereceram asilo político para apenas 14 venezuelanos, de acordo com dados do Escritório Nacional de Estatísticas de Imigração. Ano passado, o número chegou a 1.085, comparado aos 2.431 do Haiti e 1.508 da China. Gisela era chefe do Conselho Judiciário da Venezuela - uma entidade governamental que supervisiona o controle administrativo das Cortes - até que aliados de Chávez a tiraram do cargo em 1999. Durante a tentativa de golpe de 2002, ela e mais 20 outros funcionários assistiram ao juramento do líder empresarial proeminente que substituiria Chávez no poder, mas militares leais ao presidente frustraram o complô e restauraram o governo. Em março de 2004, Gisela Parra foi acusada de envolvimento na rebelião e decidiu fugir. Eu era um bom exemplo, usada para dizer aos outros "olha o que aconteceu a ela" - disse a exilada, que pediu asilo político em novembro de 2006. |
Justiça manda Lalau de novo pro xilindró
Lalau é o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, 79, que voltou à carceragem da Polícia Federal de São Paulo na última sexta-feira. Condenado a pelo menos 26 anos de prisão por crimes relacionados ao desvio de verba.
A decisão da juíza Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal Criminal, de restabelecer o regime fechado, foi baseada em laudos de profissionais da Coordenação de Saúde da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado. Os laudos citam que o juiz apresenta "postura de passividade que beira o teatral", que "não chora de forma natural" e demonstra "sinais de agressividade, sendo pessoa controladora, centralizadora e pouco flexível", informou matéria da Folha de S. Paulo de hoje.
Tempos difíceis para o presidente
É o que prevêem analistas políticos com a retomada dos trabalhos no Congresso Nacional após o recesso parlamentar.
O tempo fechou para o governo |
Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense |
31/7/2007 |
Lula enfrentará um segundo semestre agitado no Congresso. Além do caso envolvendo o aliado Renan, terá de testar a unidade da bancada governista em votações importantes como a prorrogação da CPMF Na Comissão de Constituição e Justiça da (CCJ) Câmara, o governo manobra para evitar a votação do parecer do relator Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pela admissibilidade de emenda constitucional que torna obrigatória a participação das receitas da CPMF com estados e municípios, além de determinar que metade da arrecadação fique nos estados. Apoiada por governadores e prefeitos, a emenda virou um fantasma para Lula, que teme perder dinheiro que seria destinado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Eduardo Cunha adiantou ao Correio que não pretende alterar seu parecer, mas admite que a mudança será decidida em plenário. “Acredito que vamos votar a matéria na Comissão de Constituição e Justiça na próxima terça-feira”, disse Cunha. Outro problema é o apagão aéreo. O novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, com o anúncio da demissão do presidente da Infraero, tenta enfrentar a crise do setor e evitar que a oposição tome a iniciativa de promover uma devassa no órgão, responsável pelas execução das obras realizadas nos aeroportos durante a gestão Lula. O próprio governo já admite que as obras não eram a verdadeira prioridade do sistema aéreo. Há duas CPIs no Congresso, uma na Câmara e outra no Senado. Estavam sob controle dos governistas, mas ganharam novo fôlego com o acidente da TAM em Congonhas. Com a mudança na presidência da Infraero, o foco dos parlamentares pode se deslocar para a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil. Já há propostas no sentido de mudar a legislação para permitir que o Congresso demita diretores das agências reguladoras. |
Não é custo, mas vontade política
Primeiro porque as informações de custo são totalmente equivocadas. Em relação por exemplo ao custo de criação do Estado do Tocantins, apesar de ter sido aprovado a aplicação de R$ 500 milhões diluídos em cinco anos, a União simplesmente não trasnferiu esses recursos ao novo Estado.
Segundo dado é que, foi pinçado de um estudo de uma consultora legislativa da Câmara dos Deputados apenas a parte em que ela recomenda cautela quanto à criação de novos Estados e omite a outra série de razões que recomenda a criação dos mesmos como "política de desenvolvimento", ou seja, o jornalista foi tendencioso e parcial, manipulando o contexto do Estudo.
No Carajás, os custos de criação do novo Estado já estão mais do que diluídos, pois, já existe toda a infra-estrutura da máquina de Governo, cabendo a adaptação ou a construção de alguns prédios para complementá-la.
As declarações do Secretário Estadual André Dias nem merecem ser rebatidas de tão inconsistentes. O Estado não tem dinheiro para investir e o PAC não sairá do papel. Façam suas apostas.
Dizer que Carajás se criado será uma Estado pobre é atraso mental de quem formulou essa idéia. A região cresce a taxa que são seis vezes superiores ao resto do Brasil e seu PIB já nasceria como uma dos dez maiores do Brasil.
Há ajustes como a garantia de royalties ao Estado-Mãe (Pará) que sequer são citados no debate.
Não tenho dúvidas quanto a viabilidade sócio-econômica para a criação do Carajás. Ocorre que entidades como a ACP não possuem os dados que possuímos e no momento certo divulgaremos amplamente através de uma campanha publicitária. Enquanto esse momento não chega, fiquemos com as especulações da reportagem. No momento fico por aqui. Leia abaixo a reportagem de página inteira publicada hoje no Estadão.
Novos estados
Instalação de cada uma das seis novas unidades deve sair por R$ 1,9 bilhão
São Paulo
Agência Estado
Estão prontos para votação no Congresso projetos que prevêem a criação de mais seis Estados. Se aprovados, eles agravarão o inchaço do Legislativo, abrindo 144 cadeiras de deputado estadual, 48 vagas de deputado federal e 18 de senador. Esses projetos de decreto legislativo, que prevêem a realização de plebiscito, foram aprovados na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e podem ser inseridos na pauta a qualquer momento.
Os novos Estados em estudo são: Carajás e Tapajós no Pará; Mato Grosso do Norte em Mato Grosso; Rio São Francisco na Bahia; Maranhão do Sul no Maranhão e Gurguéia no Piauí. Em comparação, os Estados Unidos têm 50 Estados, com representação fixa no Congresso de 100 senadores e 435 deputados. Se forem criadas mais unidades da Federação, não haverá aumento do Parlamento, apenas a redistribuição das vagas.
O Brasil tem 26 Estados e 1 Distrito Federal. O Congresso abriga 513 deputados e 81 senadores. Aqui, ao contrário dos EUA, a configuração aumenta se houver novos Estados. Em média, a Assembléia Legislativa de um pequeno Estado, com 24 deputados, consome R$ 110 milhões ao ano.
Na maior parte, os projetos de criação de Estados são antigos e apresentam lacunas. Nenhum deles, por exemplo, inclui um estudo detalhado sobre a viabilidade econômica e os custos da medida.
A criação de um Estado pressupõe a existência de um novo Executivo, um novo Judiciário e um novo Legislativo. Todos devem ser dotados de completa estrutura física, como prédios, veículos e equipamentos, e administrativa - governadores, secretários, servidores, juízes, promotores, deputados e assessores. As propostas tampouco apresentam solução para um problema crucial: quem arcará com os custos do plebiscito.
CUSTO
O custo para a criação de um Estado pode chegar a R$ 1,9 bilhão - que tem que sair dos cofres da União. Se os seis projetos em tramitação fossem aprovados, a União, segundo essa estimativa, gastaria R$ 11,4 bilhões. Além disso, o professor de geografia da USP André Roberto Martin alerta para a falta de estudos sobre a viabilidade dos novos Estados.
Ele e outros especialistas no assunto consideram até hoje um cálculo do início da década de 90 feito pelo ex-embaixador José Osvaldo de Meira Penna. Os números parecem não estar distantes da realidade. Segundo o Ministério do Planejamento, o surgimento do Tocantins, em 1988, após a divisão de Goiás, custou à União cerca de R$ 1,1 bilhão. A criação de Mato Grosso do Sul, em 1977 significou gasto de R$ 800 milhões.
No Maranhão, os defensores da criação do Estado do Maranhão do Sul chegam a falar na necessidade de transferências federais da ordem de R$ 600 milhões para as despesas de instalações do novo governo.
O deputado Sebastião Madeira (PSDB-MA), autor de um dos projetos sobre o assunto, afirma que o investimento inicial é necessário apenas para levar desenvolvimento a regiões desassistidas. 'O governo fala em mais gastos, falam na questão da proporcionalidade, mas isso é preconceito. Quando o governo quer gasta R$ 4 bilhões com o Pan', alfinetou o deputado, referindo-se aos Jogos Pan-Americanos no Rio.
Para Martin, a visão de que é preciso injetar dinheiro em uma região afastada e pouco povoada para gerar desenvolvimento é resquício do colonialismo. 'Nos Estados Unidos, o processo de constituição de uma unidade da Federação segue o caminho inverso Primeiro a região é povoada, se consolida economicamente e depois pede para participar da Federação.'
Segundo o especialista, por trás das propostas de divisão territorial há outros objetivos. 'É o poder econômico querendo se tornar poder político para ter mais poder econômico', opinou.
Para ele, essas propostas são 'uma ficção'. 'Não querem criar novas unidades da Federação, querem criar unidades totalmente dependentes do governo federal', opinou. Ele acha que, pelo contrário, os Estados devem se fundir para ter maior autonomia econômica e governamental: 'O federalismo de hoje é de araque.'
Interesses políticos e econômicos divergentes incentivam proposições
São Paulo
Agência Estado
Estudo da consultora legislativa da Câmara Ana Tereza Sotero Duarte, de 2005 - quando os projetos já estavam no Congresso -, apontava o problema e alertava para interesses políticos. Em um trecho, ela destacava: 'O que se observa nas entrelinhas de algumas proposições em tramitação é a ausência de fundamentos convincentes, o que leva ao entendimento de que algumas iniciativas podem embutir, na sua origem, discordâncias de grupos políticos e, mesmo, econômicos.'
O parecer foi taxativo sobre custos. 'Criar um novo Estado é pesado ônus para os cofres públicos, pelo menos nos primeiros anos. A organização política e administrativa faz com que o aparato burocrático e institucional que precisa ser montado para pôr em funcionamento uma nova unidade da Federação gere despesas vultosas, deixando poucos recursos para investimentos em área social.'
A consultora fez uma simulação sobre Gurguéia, Mato Grosso do Norte, Maranhão do Sul, São Francisco e Carajás. Com exceção de Mato Grosso do Norte, as demais unidades nasceriam 'na condição de mais pobres do Brasil', em índice de desenvolvimento humano (IDH). 'Quanto aos rendimentos médios, o Estado do Gurguéia, se fosse criado hoje (em 2005), nasceria com uma renda per capita de R$ 71,92, ou seja, seria o Estado mais pobre do Brasil, seguido do São Francisco (R$ 77,93) e do Maranhão do Sul (R$ 85 48)', alertou.
'O Brasil precisa de um estudo sério de revisão do seu território para que se tenham dados concretos apontando quais Estados podem ser criados e para não haver uso político e eleitoral da situação', diz o deputado Paes Landim (PTB-PI), autor do pedido de criação do Estado do Gurguéia. 'A Constituição exige o aumento de deputados. Isso torna caríssima a criação de novas unidades', admite.
A justificativa para os seis projetos é o fato de existirem regiões distantes das capitais, desassistidas e sem condições de desenvolvimento. A própria consultora da Câmara ressaltou a importância de uma revisão territorial em alguns Estados. 'Tal medida poderia contribuir para tornar mais viável a gestão política, econômica e social de uma imensa parte do território brasileiro', destacou Ana Tereza.
O professor de geografia da USP André Roberto Martin tem outra visão. 'O argumento de que o tamanho do Estado dificulta a administração está equivocado. Se assim fosse, teríamos de dividir o Brasil em vários países',diz.
Definição sobre quem deve votar no plebiscito ainda divide técnicos
São Paulo
Agência Estado
A Constituição exige que a criação de um Estado se dê por consulta popular, em plebiscito organizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Duas polêmicas, no entanto, precedem o cumprimento dessa exigência. Quem pagará pelo plebiscito e quem será consultado?
Políticos e técnicos divergem na hora de definir quem vota. Alguns acham que só devem participar da consulta os moradores das cidades que integrariam o novo Estado. Para outros, todos os habitantes da unidade que poderá ter o território fatiado poderiam opinar.
Nenhum dos seis projetos no Congresso diz se é o TSE - portanto, o governo federal - que pagará pelo plebiscito ou o próprio Estado envolvido. O cálculo do custo também é incerto. No referendo sobre o desarmamento, em 2005, por exemplo, 95,3 milhões de eleitores compareceram para votar. O custo para o TSE foi de R$ 274 milhões.
Uma referência que pode ser usada na hora de calcular o gasto com o plebiscito é um levantamento feito pelo tribunal em 2002, que estipulou o custo do voto no Brasil. Quanto mais afastado o Estado, mais alta é a despesa. No Pará, por esse critério, o custo do voto é de R$ 7,91. Considerando o número de eleitores atuais - 4.182.833 -, a consulta sairia por R$ 33 milhões.
Em alguns Estados, a legislação local prevê que a conta deve ser paga pelo Tesouro estadual, como Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Minas também estuda adotar o sistema. Outro problema que pode travar as propostas antes de começarem a tramitar diz respeito a quem deve ser consultado. A maior parte das propostas sugere que só os moradores dos municípios que integrarem a nova unidade da Federação respondam ao plebiscito.
Estudo feito por uma consulta da Câmara sobre as propostas de criação dos Estados, no entanto, avalia que a lei é clara. Segundo o estudo, o artigo 7 da Lei 9.709/98 esclarece que a expressão 'população diretamente interessada', que consta na Constituição, se refere 'não apenas aos cidadãos que habitam a porção do território que será desmembrada, mas a toda a população da área que sofrerá o desmembramento'.
MUDANÇA
A maioria dos Estados que podem perder terras com as divisões territoriais em debate no Congresso é contra qualquer mudança. O governo do Pará, que seria dividido em três Estados, contesta os argumentos de abandono das regiões mais afastadas.
O secretário de Integração Regional do Pará, André Farias, diz que as regiões extremas estavam desassistidas por causa da falta de planejamento dos governos anteriores. 'Não há necessidade de criação de Estados. Estamos adotando um planejamento territorial participativo, criamos conselhos de desenvolvimento regional e estamos descentralizando a gestão, sem custo adicional.'
De acordo com o secretário, os problemas de divisão territorial não são apenas o alto custo e a questão fiscal, mas também os prejuízos ambientais que podem surgir com o povoamento de áreas com reservas naturais. 'Essas propostas são como uma viagem ao centro da terra, ninguém sabe o que acontecerá', alerta.
Em Mato Grosso, o governo de Blairo Maggi (PR) ataca a idéia de criar Mato Grosso do Norte. Maggi já afirmou que considera o divisionismo prejudicial ao Estado e uma herança do governo tucano. O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), também não tem dado apoio à proposta de criação do Estado do Rio São Francisco.
O governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), é o único que tem demonstrado interesse em ajudar a proposta de criação do Maranhão do Sul. O projeto do senador Edison Lobão (DEM-MA), abrange 49 municípios do sul do Estado.
Desgorvernado e abandonado
JUNTE-SE A NÓS, COMO ?
Mais um leitor manifesta-se em carta contra a campanha patrocinada pela Associação Comercial do Pará contra a realização do plebiscito que autoriza a criação do Estado do Carajás.
Por Emivaldo Cardoso Reis
Prezados Senhores,
A campanha “JUNTE-SE A NÓS, NA DEFESA DO PARÁ!” Encampada pela Associação Comercial do Pará, quer induzir de forma negativa às pessoas menos esclarecidas a cerca da divisão territorial deste imenso estado. Penso na minha ignorância e pouco conhecimento que a existência desta campanha visa único e exclusivamente o pensamento de um grupo de empresários preocupados na arrecadação da sua associação. Pois creio que se conhecessem de perto os problemas e o abandono dos povos que habitam essas regiões tão distantes do centro de decisão do atual “ESTADO DO PARÁ”, jamais teriam a coragem de lançar tal campanha.
É muito fácil bradar com todas as forças de seus pulmões, que este movimento separatista que já vem gritando há muito tempo por socorro em defesa dessa população abandonada, esteja alicerçado em: “satisfação de egos e realização de projetos pessoais”, pois não vivendo e sem conhecer a realidade de municípios que vivem o completo abandono por parte do “GOVERNO DO ESTADO”, sem sentir e perceber a presença do poder público em todas as áreas como: SEGURANÇA, SAÚDE, EDUCAÇÃO, SANEAMENTO, INFRA-ESTRUTURA e todos os serviços públicos imagináveis para que o cidadão tenha na sua essência o exercício pleno da cidadania.
São, necessários senhores, que antes de fazerem diversas acusações, tais como acusar dois senadores da república: “de não saberem nada da nossa vida e não terem o menor compromisso com a nossa história... chegam a ser arrogantes com o povo paraense”. Não entendo a afirmação... Será que defender uma população que vive em completo estado de abandono, é ser desrespeitoso com esse povo? Será que não conhecer a história do Pará, é desrespeitar sua população? Será que ser solidário e ter uma visão mais humanista e menos embasada em interesses pessoais e classistas, é desrespeitar alguém? Será que mesmo não sendo representantes do “ESTADO DO PARÁ”, Esses senadores não poderiam estar preocupados com o bem estar de uma população que vive em completo estado de abandono? Heim? Não estou aqui pra defender a intenção dos parlamentares. Mas para dizer senhores da Associação Comercial do Pará: vossas senhorias precisam conhecer de perto a realidade deste povo “PARAENSE”, que residem na distante Vila de Cruzeiro do Sul, que não vem a ser um município no quase vizinho estado do Acre, ou na Vila de Brejo do Meio ou até mesmo quem sabe nos municípios de Vitória do Xingu ou Anapú, situados nas brenhas da Transamazônica. Talvez vossas senhorias nunca tenham nem ouvido falar dessas localidades, mas se conhecessem a realidade em que vivem essas populações, vossas senhorias, jamais! Jamais! Teriam a coragem de tentar impedir, que tivéssemos a oportunidade de decidir se queremos ou não continuar sendo “DESGOVERNADOS E ABANDONADOS” por políticos que muito pouco se preocupam com a população menos favorecidas dessas regiões tão distantes do centro de decisão do “ESTADO DO PARÁ”. Reflitam e procurem conhecer de fato a nossa realidade, para assim, de fato, poderem nos ajudar a desenvolver como região ou como unidade da federação. Melhorando a qualidade de um povo que vive e sofre no seu dia a dia as mazelas do abandono das autoridades constituídas para protegê-las e ampará-las. Não nos tirem o direito de decidir o que queremos de fato para o nosso povo!
Essa gente talentosa
Recebí esses lindos versos de meu amigo o economista Roberto Castro e publico-o para a apreciação de meus dois leitores.
Caro Val,
Diante de sua vertigem, ao ver os amigos mortos, como todos nós brasileiros, fiquei paralisado e sem ação.
Passo-lhe ás mãos uns versos de indignação que escrevi em 1985, há exatos 22 anos.Pouca coisa mudou. Apenas mudaram as promessas e as conversas fiadas dos que comandam o país.
ESTADO DE EMERGÊNCIA
Por Beto Castro
Vivi na cidade grande,
Em vez de parques e jardins,
Vi a fumaça ardendo nos olhos,
Vi a fuligem escurecendo fachadas,
Vi os rios poluídos em agonia,
Vi a sujeira espalhada nas calçadas.
Vivi na cidade grande,
Em vez de ruas e avenidas,
Vi barracos de papelão e lata,
Vi favelas soterradas,
Vi cortiços e malocas,
Vi palafitas penduradas.
Vivi na cidade grande,
Em vez de creches e orfanatos,
Vi a infância dormindo na praça,
Vi o futuro do Brasil cheirando cola,
Vi a traficante de crianças,
Vi a imagem de Deus sem escola.
Vivi na cidade grande,
Em vez de policiais e guardas,
Vi facínoras assaltando bancos,
Vi a chacina do injusto justiceiro,
Vi reféns desesperados,
Vi magnatas resgatados por dinheiro.
Vivi na cidade grande,
Em vez de homens e mulheres felizes,
Vi o fanático atirando ácido,
Vi o falso suicida,
Vi o matador em série,
Vi o estuprador homicida.
Vivi na cidade grande,
Em vez de clínicas e hospitais,
Vi os doentes nos corredores,
Vi a morte sem assistência,
Vi o médico papa-defuntos,
Vi o golpe da previdência.
Vivi na cidade grande,
Em vez de ônibus e metrôs,
Vi o trânsito caótico,
Vi o puxador nas garagens,
Vi veículos destroçados,
Vi jovens esmagados nas ferragens.
Vivi na cidade grande,
Em vez de ordem e progresso,
Vi celas de quatro com vinte,
Vi mendigos almoçando no lixo,
Vi sem tetos sob as marquises,
Vi a contravenção do jogo do bicho.
Vivi na cidade grande,
Em vez de sossego e segurança,
Vi a construção de presídios,
Vi os bandidos em liberdade,
Vi lares cercados de grades,
Vi o paraíso da impunidade.
Vivi na cidade grande,
Em vez de igrejas e conventos,
Vi mulheres vendendo o corpo,
Vi o jovem trocando de sexo,
Vi a aids terminal,
Vi a repressão sem nexo.
Vivi na cidade grande,
Em vez de fóruns e tribunais,
Vi a omissão das autoridades,
Vi a lentidão da justiça,
Vi a cumplicidade da lei,
Vi a queixa do padre na missa.
Você também viu tudo isso?
E o que fez afinal?
Fugiu ou sentiu-se mal?
Ah! Já sei! Aprendeu a dissimular?
Não? Então, ficou em cima do muro?
Deixa pra lá,
Pelo menos temos algo em comum,
Vivemos no país do futuro.
Diante da sua dor e revolta, acrescentaria mais duas estrofes:
Vivi na cidade grande,
Em vez de aviões seguros,
Vi o apagão aéreo,
Vi a tragédia anunciada,
Vi famílias cremadas vivas,
Vi a providência postergada.
Vivi na cidade grande,
Em vez de segurança e proteção,
Vi o jornalista, no portão, assassinado,
Vi a esperança morta por bala perdida,
Vi corações dilacerados,
Vi o Blog de luto indignado.
Luto
AMIGOS: DIEGO E LAUANDE
O MARTÍRIO NOS CHOCA E REVOLTA. TEMOS QUE MELHOR ESCOLHER NOSSOS POLÍTICOS QUE SÃO INDIRETAMENTE RESPONSÁVEIS POR CHEGARMOS A ESTE ESTADO DE COISAS.
NOSSO PAÍS ESTÁ DOENTE.
O CIDADÃO ESTÁ REFÉM
NÃO PODEMOS NOS CONFORMAR. HÁ UMA ESPERANÇA NESSE MAR DE INIQÜIDADES: A ESPERANÇA DE QUE DIEGO E LAUANDE NÃO PASSARAM ENTRE NÓS A TOA.
FAÇAMOS AGORA! ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS.
AVE MARIA, CHEIA DE GRAÇA...
Estou de luto
Hoje é a missa de 7.o dia do filho de meu colega de Gabinete. Um jovem chamado Diego que não resistiu ao ferimento de bala perdida na saída de uma festa na AABB, aqui em Brasília, há exatos sete dias. Nos deixou aos 18 anos, vítima da infâmia e violência humana.
Diego era Secretário Parlamentar, tinha acabado de comprar o seu 1.o veículo e começava a dar os primeiros passos em sua vida como homem independente. Era uma garoto de ouro, muito sério e responsável: um anjo.
Não há dôr que possa superar a de um pai e de uma mãe ao se verem na situação de perder um filho tão jovem e de maneira tão brusca.
Acabo de ler que o sociólogo, professor universitário, blogueiro e um apaixonado pela política, Eduardo Lauande, não resistiu ao ferimento de um projétil a que foi vítima, em um assalto ao sair com sua esposa, na porta de sua casa.
Lauande tinha 41 anos e, como Diego, tinham toda uma vida pela frente.
Ambos foram supliciados pela incompetência de nossas autoridades.
Não podemos ficar calados. Chega! Basta!! Temos que reagir pois, podemos ser a próxima vítima!!!
Este blog decreta luto por todo o dia de hoje. Boa noite.
Entrevista desgastou a imagem já arranhada da governadora do Pará
A afirmação é um sacrilégio para um militante petista de qualquer canto do Brasil.
Até as 22h00 de hoje, quando lí todos os comentários de leitores sobre a entrevista, menos de 1% apoiou a governadora: um desastre para a sua já péssima e desgastada imagem. Sugere que "enrola" seus eleitores e não tem capacidade administrativa. Sugere ainda que simplesmente não existe assessoria, que teria, a obrigação de lhe proteger de uma saia justa como essa.
Na outra reportagem (ambas você pode ler no post abaixo ou aqui>>), o G1 perguntou como se dá o pagamento de despesas pessoais de governadores e governadoras. Nenhum dos quatro consultados, inclusive duas governadoras, têm suas despesas pessoais pagas pelo Estado - leia-se contibuinte.
Veja como é nos outros estados consultados pela reportagem:
O G1 consultou outros quatro governadores. Todos informaram que o estado paga moradia, mas não gastos pessoais, como os de beleza.
A governadora do Rio Grande do Norte, Wilma Faria (PSB) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que seus gastos pessoais não são custeados pelo estado.
Yeda Crusius (PSDB), governadora do Rio Grande do Sul, também paga suas próprias despesas particulares, segundo Paulo Fona, porta-voz do governo estadual.
O governador de Rondônia, Ivo Cassol (PPS), respondeu por meio de sua assessoria de imprensa que, "mesmo tendo direito a verba de representação para despesas pessoais", ele próprio paga por seus serviços particulares. "Ele é um dos homens mais ricos do estado e tem posses para isso."
A assessoria de imprensa de Luiz Henrique (PMDB), governador de Santa Catarina, também informou que ele paga as próprias despesas pessoais.
Ana Júlia Carepa "abre o jogo" no G1
O Portal vem fazendo a alguns meses entrevistas exclusivas com todos os governadores do Brasil.
Carepa dá uma aula de como é bom ser poderoso, ela que foi eleita sob a égide "da mudança". Diz com a maior cara de pau que o Estado tem que lhe pagar as mordomias esquecendo-se que quem alimenta o Estado são os impostos do contribuinte. Afirma que é legal a mordomia a que tem direito como chefa do Estado do Pará, inclusive não cita que resolveu dá uma "esticadinha" de jatinho fretado, pago com dinheiro do contrinbuinte, de Brasília até Belo Horizonte para a formatura de um de seus filhos. O mesmo jato, que pertence a um Grupo de Comunicação paraense e que seu partido tanto criticava como "mordomia e desperdício de dinheiro público" do governo anterior. Leiam a entrevista na íntegra abaixo.
Salário não dá para pagar tudo, diz Ana Júlia
Governadora do Pará diz ter direito a que estado pague por serviços prestados a ela.
'Imagine se eu for com o meu salário comprar tudo? Tô ferrada', afirmou.
Após ter nomeado “por erro administrativo” a cabeleireira como assessora, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), afirmou que suas necessidades pessoais continuarão a ser pagas pelo estado, uma vez que, segundo ela, é direito de todo chefe do Executivo.
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De acordo com a governadora, seu salário não seria suficiente se tivesse de pagar por todos os serviços dos quais necessita.
“Quem pagava o barbeiro do ex-governador? Quem pagava a cabeleireira da ex-vice-governadora? A diferença é que nós queremos fazer de forma transparente. Fizemos consulta ao Tribunal de Contas do Estado, e a lei diz que o estado é responsável por serviços de caráter pessoal do chefe do Executivo. Meu médico quem trata é o estado, meu tratamento, a casa onde moro... É natural. E todos os chefes de Executivo do Brasil têm. Eu tenho de governar o estado adequadamente preparada. Imagine se eu for, com o meu salário, comprar tudo?”, diz a petista, que ganha salário bruto de cerca de R$ 12 mil.
[O G1 consultou o Tribunal de Contas do Estado (TCE) para saber se a governadora pode pagar os serviços pessoais, como os de beleza, com dinheiro público. A assessoria de imprensa informou que o governo fez uma consulta sobre o tema, mas que ainda não há decisão final. Leia a reportagem.]
Ao comentar as acusações feitas pela oposição de que cometia nepotismo em seu governo por empregar um irmão e um ex-marido, a governadora destacou que grande parte das críticas são decorrência de que ela é “mulher e de esquerda”.
“Eu considero isso (acusação de nepotismo) uma tentativa de queimação, preconceito. Uma visão preconceituosa, machista, porque eu sou mulher e de esquerda. Senão todo mundo ia achar normal”, afirmou.
Veja abaixo os principais trechos da entrevista, a 12ª da série dos governadores ao G1 (confira as anteriores).
G1 - A sra. se machucou durante a campanha eleitoral e ainda está mancando. Como está a recuperação?
Ana Júlia - Não está sendo muito fácil essa recuperação. Fiz exames, radiografia, não foi muito bom o resultado. Talvez eu tenha de fazer uma nova intervenção cirúrgica. Esse problema já tem dez meses e meio. Mas antes de decidir sobre a nova cirurgia, vou fazer vários exames para saber se tenho alguma infecção, enfim.
G1 - Isso prejudica as questões da administração?
Ana Júlia - Não, quem se prejudica sou eu, minha saúde. Mas eu vou cuidar dela... Eu tenho que cuidar da perna, fazer fisioterapia. O que é uma coisa chata é que às vezes as pessoas não entendem que não tenho tempo de receber as pessoas, tenho duas horas de fisioterapia por dia.
G1 - Na campanha eleitoral a sra. recebeu o apoio do deputado Jader Barbalho. Essa aliança foi muito criticada pela oposição...
Ana Júlia - Bom, alianças políticas se fazem com partidos políticos, e o PT fez aliança com PSB, PC do B, PMN e PRB. No 2º turno, o PMDB decidiu nos apoiar. O mesmo PMDB que dois anos antes fazia parte do governo do PSDB e PFL, que apoiou a eleição do sucessor, do Almir Gabriel, e apoiou o ex-governador Simão Jatene. O PSDB criticou esse mesmo PMDB. Então, eu acho que quem criticou não tem moral para criticar nada.
G1 - Mas a sra. sempre criticou Jader Barbalho...
Ana Júlia - Ele foi o deputado federal mais votado do Pará, entendeu? Ele é que resolveu nos apoiar, não fui eu que fui apóiá-lo. É uma grande diferença. Fiz críticas realmente a ele e faria de novo na mesma situação. Mas ele é presidente de um partido político que nos apoiou.
G1 - Uma questão que provocou polêmica foi a nomeação de uma cabeleireira e de uma esteticista para o seu governo. O que aconteceu?
Ana Júlia - Não gerou polêmica. Foi um erro administrativo, reconhecido, corrigido, um equívoco. Foram nomeadas por orientação da Casa Militar. Havíamos solicitado que fossem exoneradas, demorou três semanas, mas elas não receberam um centavo. A forma de contratação foi equivocada.
G1 - E esses serviços continuarão sendo prestados?
Ana Júlia - Continuarão, como eram para os outros governantes. Quem pagava o barbeiro do ex-governador? Quem pagava a cabeleireira da ex-vice-governadora? A diferença é que nós queremos fazer de forma transparente. Elas recebem por serviço prestado. Fizemos consulta ao Tribunal de Contas do Estado, e a lei diz que o estado é responsável por serviços de caráter pessoal do chefe do Executivo. Meu médico quem paga é o estado, meu tratamento, a casa onde moro... É natural, absolutamente natural. E todos os chefes de Executivo do Brasil têm. Eu tenho de governar o estado, tenho de estar bem, adequadamente preparada. Imagine se eu for com o meu salário comprar tudo? Tô ferrada. Mas isso para nós já passou...
G1 - A sra. também é questionada por nepotismo...
Ana Júlia - Pronto, está aqui [a governadora mostra então um documento enviado a ela pela Procuradoria Geral de Justiça, que afirma que ela não pratica nepotismo em seu governo]. A melhor resposta. Essa é a melhor forma de provar que a oposição mente, calunia... Essa é uma carta do Ministério Público me elogiando, dizendo que tenho postura democrática, esclareci caso controverso. ... Era um irmão que ocupava cargo no terceiro escalão, diga-se de passagem. Ele (o documento) está dizendo que não pratico nepotismo.
G1 - A sra. tem também um ex-marido e um ex-cunhado como secretários no governo. São pessoas técnicas, capacitadas para os cargos?
Ana Júlia - Além de técnicos e capacitados, são militantes políticos. Alguém que é militante, que é capacitado, competente, preparado e que ajudou a construir esse projeto político, essa pessoa tem de ser discriminada porque há 10 anos foi casada comigo? Por quê? E tem mais: isso não é considerado nepotismo. O Ministério Público nem considera isso nepotismo.
G1 - Mas houve questionamento no caso do seu irmão, não?
Ana Júlia - É, mas um cargo no terceiro escalão... Bom, eles (oposição) falaram de ex-marido... Enfim... Eles queriam que eu colocasse quem, um militante do PSDB? Não, né? Meu irmão nem estava lá pela minha recomendação. Ele sabia que eu era contra ele participar do governo. Mas o secretário de Saúde, que conhece ele, sabe que ele é bom médico, o convidou para cuidar da área de urgência e emergência. E ele estava fazendo um maravilhoso trabalho. Quem se prejudica é o estado. Mas ele achou melhor sair e eu também. Mas dizer que é nepotismo? Eu considero isso mais uma vez uma tentativa de queimação, preconceito, uma visão preconceituosa, machista, porque eu sou mulher e de esquerda. Porque senão todo mundo ia achar normal.
G1 - A sra. mora numa casa alugada, embora exista uma residência oficial. A sra. teve de reformar a residência oficial?
Ana Júlia - Não foi reformada. Ela (a residência oficial) precisaria de muita reforma. E eu, como governadora, tenho direito de morar onde eu quiser, e o estado tem de garantir condições para que eu more. Eu não tenho casa. Eu pagava aluguel até dois meses atrás. Tive que vender um apartamento em 2005 para cumprir compromissos passados. O estado paga uma casa num condomínio, não tem nada de anormal.
G1 - Mas, e o valor do aluguel?
Ana Júlia - R$ 5 mil? Uma casa de R$ 5 mil. Barato. Absolutamente compatível.
G1 - E a Granja Icuí (residência oficial)?
Ana Júlia - Estamos discutindo se vale a pena reformar para ser residência oficial. É muito distante, não fica na capital. Tá muito deteriorada, chove dentro, alaga, a água volta pelo vaso sanitário. Nós estamos pensando em aproveitar essa área, que tem uma grande área verde, fazer um grande espaço público para a juventude, para idosos. Vamos colocar para a sociedade.
G1 - A sra. criou 700 novos cargos...
Ana Júlia - Na verdade, criamos secretarias novas e extinguimos outras. Como criamos serviços novos e serviços que dão assistência às regiões do estado, é natural. O estado do Pará tem 1,248 milhão de km², cabem duas Espanhas, o segundo maior estado do país. Uma das coisas que tem incentivado a separação do estado do Pará, é a ausência da presença do Estado. Estamos atendendo as regiões. Mas extinguimos outros (cargos). Não criamos mais cargos do que já existiam. Eu por exemplo estou fazendo concursos públicos para substituir temporários. Só na educação, já chamei 1,2 mil concursados para substituir temporários. Temos 7 mil temporários só na educação. Vou ter de fazer outro concurso. Sem contar outras áreas...
G1 - A oposição diz que seu governo ainda não começou. Que a senhora inaugurou hospitais construídos na gestão anterior...
Ana Júlia - Hospital pronto é aquele que atende o povo. Eu te digo uma coisa: construir um hospital é a parte mais fácil. O mais difícil é botar para funcionar e foi isso que nós fizemos. Além disso, nós gastamos mais de R$ 17 milhões com a conclusão dos hospitais. É fácil inaugurar e fechar as portas depois. Nós estamos fazendo funcionar.
G1 - O Ministério Público investiga o convênio do estado com Aero Clube no valor de mais de R$ 2 milhões. Parece que não houve licitação...
Ana Júlia - A informação que tenho é que o Aero Clube pediu para o contrato ser cancelado, não foi repassado nenhum centavo para eles. Mas acho que era positivo para o estado. Treinamento de pilotos no próprio estado, não precisa ir para São Paulo. Lá treinaria numa região diferente da que ele vai voar, eu vou pagar diária, passagem... O Aero Clube desfez o contrato. E ainda falaram na questão de (o Aero Clube) ser administrado por um ex-namorado. Mais uma forma de preconceito porque eu sou mulher. Questionam porque o presidente do Aero Clube teve um relacionamento comigo.
G1 - O que a sra considera os melhores projetos de seu governo nesses seis meses?
Ana Júlia - Nós saneamos as contas do estado. Tínhamos R$ 289 milhões de déficit. Conseguimos, não contratando assessores, fazendo renegociação e economia. Ainda assim conseguimos anunciar R$ 750 milhões de investimentos. Fizemos renascer o Idesp (Instituto Estadual de Pesquisas Econômicas e Sociais), que eles extinguiram quando acharam que conhecer os índices não interessava mais. O governo precisa muito saber, conhecer para implantar políticas públicas. Isso é um marco forte. Criamos um projeto chamado Bolsa-Trabalho (benefício de R$ 80), que vai atender 20 mil jovens de 18 a 29 anos no segundo semestre. Serão 50 mil jovens até o final do ano que vem. E isso relacionando com capacitação. Não queremos só dar o peixe, mas também ensinar a pescar.
[O deputado Zé Megale (PSDB), líder da oposição na Assembléia do Pará, no entanto, questiona o déficit citado por Ana Júlia. Segundo ele, trata-se de um crédito da receita gerada em dezembro e que pode ficar para ser pago em janeiro. Ele afirmou ainda que a gestão do ex-governador Simão Jatene (PSDB) teve as contas aprovadas tanto pelo Tribunal de Contas do Estado quanto pela base de sustentação do governo.]
G1 - Que repercussão terá o PAC no Pará?
Ana Júlia - Temos obras de infra-estrutura que vão auxiliar na logística, como reformas na BR-163 que possibilitarão novo corredor de escoamento de produtos. Na área de saneamento e habitação será R$ 1 bilhão, metade para o estado e metade para os municípios. O Pará foi muito bem contemplado com o PAC. Acho que minha presença teve peso importante. Levei muitos pedidos... O presidente Lula até brincou com isso, disse: ‘Cadê a Ana Júlia? Deve estar me esperando no gabinete com uma lista de pedidos’.
G1 - A sra. já foi senadora. Qual avaliação faz da crise pela qual passa o Senado com as acusações contra o presidente Renan Calheiros e a renúncia do senador Joaquim Roriz?
Ana Júlia - Prefiro dizer que o Senado vai resolver isso, tem capacidade para resolver seus problemas analisando com isenção cada caso.
G1 - Mas isso não prejudica os trabalhos?
Ana Júlia - Eu não vejo prejuízos. O povo quer que a política pública chegue nele. Claro que é negativo, mas não atinge as políticas do país.
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