Festival de Inverno de Brasília: atrações internacionais

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A pedida hoje na cidade é o primeiro dia do Festival de Inverno deste ano que terá atrações de peso e bem ecléticas. Nesta sexta (4) sobem ao palco Funk Como Le Gusta, Skank, Ja Rule e Seamus Haji. Conhecido do público do eixo Rio-São Paulo, o Funk Como Le Gusta abre a noite com um repertório que mistura funk, samba-soul, ritmos latinos e chorinho. Em Brasília eles mostrarão faixas do DVD Funk Ao vivo Como Le Gusta, trabalho mais recente do grupo formado por dez pessoas. Já o Skank traz para a capital federal músicas do disco Carrossel, que inclui inéditas e elogiada regravação do clássico Beleza Pura, de Caetano Veloso. Clássicos do pop nacional como Jack Tequila e a versão para Vamos Fugir não ficarão de fora do roteiro. Fechando a noite, se apresentam o rapper americano Ja Rule, que volta ao Brasil depois de dois anos, e DJ de house Seamus Haji. Sociedade Hípica de Brasília. Lote 08 - em frente ao Zoológico - Setor Hípico. Tel: (61) 3321-8587. Sexta (4), a partir das 20h. R$ 80,00 (pista) e R$ 180,00 (Palco VIP). Estudantes e doadores de agasalhos pagam meia.

Debate sobre a alta dos alimentos e o plano safra: Deputados Giovanni Queiroz (PDT-PA) e Carlos Mendes Thame (PSDB-SP)

TV Câmara: Brasil em Debate

A entrevista está sendo veiculada para todo o Brasil desde ontem as 21h00.

Pauta: Preocupado com os efeitos da crise dos alimentos sobre o aumento da inflação, o governo Lula acaba de anunciar um aumento do volume de crédito para financiar a safra agrícola 2008/2009, para R$ 78 bilhões com juros reduzidos de forma a estimular o produtor.

O governo espera que a safra possa alcançar 150 milhões de toneladas. O total será assim dividido: R$ 65 bilhões de crédito agropecuário, isto é, para o agrobusines, e mais R$ 13 bilhões destinados à agricultura familiar, que hoje tem peso crescente na produção de grãos.

O presidente e a área econômica apostam que a produção agrícola pode dar boa contribuição para que o governo mantenha controle sobre a inflação, cujas proporções o ministro da fazenda acha que estão sendo exageradas pela mídia. Para debater o tema convidamos os deputados Mendes Thame (psdb-SP) e Giovanni Queiroz(PDT-PA).

Atenção à regras eleitorais

As autoridades públicas não podem exercer formal ou informalmente função de administrador de campanha eleitoral, recomenda a Deliberação nº 002 de 5 de agosto de 2004 feita pelo Conselho de Ética Pública de Minas, criado pelo governador Aécio Neves (PSDB). Esta é uma das normas que as autoridades públicas devem seguir, de acordo com a legislação constante no site www.conselhodeetica.mg.gov.br, que solicita empenho dos órgãos e entidades públicos no cumprimento ao que está definido nesta deliberação.

Entre outras recomendações, a autoridade deve também abster-se” de usar viagens de trabalho para participar de eventos político-eleitorais. Mas nos eventos político-eleitorais que participar, não poderá fazer promessa, ainda que de forma implícita, cujo cumprimento dependa do cargo público que esteja exercendo como a realização de obras, liberação de recursos e nomeação para cargos ou empregos. Se houver possibilidade de conflito de interesse entre a atividade político-eleitoral e a função pública, a autoridade deverá abster-se de participar daquela atividade ou requerer seu afastamento do cargo.

Para prevenir-se de situação que possa levantar dúvidas quanto à sua conduta ética e ao cumprimento das normas estabelecidas pelo conselho de ética, a autoridade deverá informar em agenda de trabalho de acesso público as audiências concedidas, com informações sobre seus objetivos, participantes e resultados. Estas audiências deverão ser registradas por servidor do órgão ou entidade por ela designado para acompanhar.

Ela ainda deverá informar as condições logísticas e financeiras da sua participação em eventos político-eleitorais. À autoridade pública também não é permitido expor publicamente divergências com outra autoridade.

Fume sem fumar!


O Gamucci Micro parece com um cigarro, tem gosto de cigarro, solta fumaça como cigarro, mas não é cigarro. Ele não contém tabaco e a fumaça é somente vapor.

Com uma tecnologia micro-eletrônica, o dispositivo é recarregável e reproduz a experiência real de fumar de forma mais econômica (você pode recarregar e fumar o mesmo cigarro outras vezes).

O cigarro vem em duas partes: na mais comprida ficam o chip e a bateria recarregável e na menorzinha fica um cartucho com o sabor do cigarro. Os cartuchos que contêm nicotina (como os chicletes e adesivo de mesma substância) estão disponíveis em cinco níveis de concentração (ou seja, mais nicotina ou menos).

Cada kit vem com 20 cigarros e custa US$ 49,95 nesta loja virtual. É necessário um dia para carregar a bateria de cada um deles.

Marabá "derruba" concorrentes e terá usina de aço da Vale

A usina siderúrgica que a Companhia Vale do Rio Doce vai construir no Pará deve ficar em Marabá, no interior do estado. A decisão vai contra a tendência de se construir os grandes projetos na costa, sempre com o objetivo de exportar. A companhia também continua buscando outros países para produção de alumínio, com oferta de energia mais barata.

O presidente da companhia, Roger Agnelli, afirmou que discute com as autoridades questões ligadas à infra-estrutura, como o uso de hidrovia, por exemplo. O Pará sempre reclamou que produz minérios mas não ganhava com a industrialização e agora terá em Marabá sua primeira siderúrgica.

A Vale, até agora, não tem nenhum parceiro estratégico para projeto. Agnelli ressalvou que é "sobretudo porque não está procurando", mas já apareceram vários interessados. Ele reiterou que o projeto no Pará será grande, mas o custo está indefinido. Já a usina de Pecém (CE), prevista para ter início em 2009, tem investimento previsto de US$ 2 bilhões para uma capacidade entre 2,5 e 5 milhões de toneladas por ano.

Agnelli comandou ontem o lançamento da construção da sede internacional da Vale, no vilarejo de St Prex, próximo de Genebra, onde se beneficia de vantagem fiscal. Serão agrupadas as atividades globais de venda e marketing, operações internacionais de transações financeiras e serviços centrais

Em entrevista, o presidente da Vale mostrou-se otimista, estimando que a demanda pelos produtos da empresa continua sendo ""muito, muito, muito forte"". Segundo a agencia Bloomberg, as rivais BHP Billiton e Rio Tinto lideraram a queda de valor das mineradoras em Londres em meio a especulações de que a desaceleração do crescimento econômico mundial diminuiria a demanda por minérios. Menor ritmo econômico nos EUA pode baixar a demanda do segundo maior consumidor global de metais como cobre e alumínio.

Para Agnelli a desaceleração da economia americana "não é ruim do ponto de vista da inflação". Ele diz que se EUA, Europa e Ásia crescerem ao mesmo tempo não é possível elevar a produção de matéria-prima para sustentar as três expansões. O executivo disse que a queda de preço do níquel, segunda maior fonte de receita do grupo (23,5%), é "movimento de curto prazo".

O executivo previu pela primeira vez que a produção de minério de ferro da Vale deve saltar de 325 milhões de toneladas este ano para cerca de 500 milhões até 2015. E sinalizou que vai manter os preços fixados no começo do ano, apesar da concorrência ter obtido reajuste melhor. A Rio Tinto arrancou dos chineses alta de quase 100%. A Vale obteve 70% a mais no começo do ano. A diferença se explica, segundo Agnelli, pela mudança no custo do frete do Brasil para a Ásia, que chegou a quase US$ 100 por tonelada.

Outro desafio é o custo da energia. O executivo afirmou que a Vale analisa locais para produzir alumínio fora do Brasil, basicamente na América Latina, África e Oriente Médio. O país tem a segunda maior reserva de bauxita do mundo, em Paragominas. O produto é transformado em alumina nas usinas do Pará. Só que a terceira fase, de transformação em alumínio, é intensiva em energia. A Vale busca agora locais com energia a custo competitivo. Mas não tem nada fechado, segundo um porta-voz.

Igualmente sobre aquisições, o presidente da Vale reiterou que uma de suas atividades é analisar oportunidades, mas "estamos quietos". Negou retomada de negociação com a suíça Xstrata, após não ter conseguido fechar uma compra avaliada em cerca de US$ 90 bilhões. E rechaçou especulações sobre interesse pela Anglo American, Alcoa ou a americana Freeport McMoRan. "O mercado gosta de testar possibilidades, mas não tem nada em negociação."

Também disse só existir "um monte de boatos" sobre compra de ativos da Paranapanema. A Caraíba Metais (metalurgia de cobre) "pode ser interessante" porque a Vale tem cobre, mas a Cifrafertil (fertilizantes) "é muito pequena". "Eles querem vender, temos obrigação de analisar, até por dever de oficio", afirmou. (Valor)

Consumidor lesado deve pedir reparação

Segundo as entidades de defesa do consumidor, tanto o cliente da Telefônica como quem foi prejudicado pela falta de algum tipo de serviço causada pelas falhas no sistema da companhia pode pedir reparação financeira.

O consumidor que assina o Speedy tem direito à devolução da quantia correspondente ao período em que ficou privado do acesso à internet. "De acordo com uma resolução da Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações], quando a interrupção é superior a quatro horas, o cliente deve receber 1/30 do valor da sua assinatura por dia em que isso acontecer", explica Daniela Trettel, advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

O Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) notificou, ontem, a Telefônica, pedindo esclarecimentos sobre a situação. A empresa tem até a tarde de hoje para responder.

"Surpreende muito que não exista um plano de contingência da companhia. Um dia inteiro é demais", comenta Roberto Pfeiffer, diretor-executivo da entidade. "Nossa expectativa é que a Telefônica já esteja pensando nas condições para atender os clientes prejudicados, estornando automaticamente os valores cobrados pelo tempo em que o serviço esteve indisponível."

Se as explicações da empresa não forem consistentes, o Procon lavrará um auto de infração, que, após processo, pode virar uma multa, cujo valor depende da gravidade da violação e do faturamento da empresa.

Uma pessoa que foi atingida indiretamente pela pane - por exemplo, alguém que terá um dia de trabalho descontado porque ficou esperando para tirar um documento em um órgão público cujo sistema se encontrava fora do ar- também pode pedir indenização por danos morais e materiais. Todo tipo de prova da situação enfrentada deve ser guardado para embasar as reclamações.

Fonte: Folha de S. Paulo.

Não desculpo

Uma avalanche de ações é o que se espera de clientes lesados pelo apagão, ontem em São Paulo, protagonizado pelo speed, o serviço de banda larga da Telefônica.

O presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, pediu desculpas aos 2,4 milhões de assinantes de internet no Estado de São Paulo. "Peço que os nossos clientes entendam essa situação e que desculpem a nossa falha", afirmou Valente.

Segundo ele, ocorreu uma falha grave e rara na rede de dados da Telefônica, e os técnicos, ao lado dos fabricantes, estão trabalhando desde o dia 2, quando teve início o problema, para resolvê-la.

Valente informa que a pane afeta parcialmente a rede de transmissão de dados para os clientes corporativos, principalmente bancos, redes varejistas e órgãos públicos municipais, estaduais e federais.

O presidente da operadora afirma ainda que as conexões entre as residências e os provedores de acesso à internet não foram comprometidas. "O assinante estará sem acesso, caso o provedor esteja conectado à rede de transmissão de dados afetada pela pane", diz. Os serviços de voz estariam imunes ao apagão.

A previsão da companhia era a de que, até o final da noite de ontem, os serviços voltassem à ativa. Segundo a Telefônica, por volta das 21h, 80% dos serviços tinham sido restabelecidos, incluindo capital, Grande São Paulo, Vale do Paraíba e litoral.

"Gracias and good night"

Não foi a coincidência com John McCain que incomodou a "Economist" na operação de resgate, mas a coincidência com ações de Álvaro Uribe pelo terceiro mandato.

Daí seu editorial "Obrigado e boa noite". Avalia, em suma, que "um terceiro mandato seria desastroso para a Colômbia". E na reportagem a revista sublinha que ele vai encontrar resistência. Não é o único com "ambições políticas", citando seu ministro da defesa e até Ingrid Betancourt, "que em liberdade foi rápida em dizer que ainda aspira a ser presidente".

Ela seguia ontem onipresente na cobertura colombiana e global, propondo que Hugo Chávez e Rafael Correa restabeleçam laços com Uribe etc.

Uma rádio suíça levantou que a operação de libertação de Ingrid Betancourt não passou de uma grande farsa.

Segundo a rádio européia, a mulher de um dos guerrilheiros encarregados de vigiar o grupo ao qual Betancourt fazia parte, convenceu seu marido à trair as Farc em troca de US$ 20 milhões.

Os Estados Unidos estariam por trás do planejamento da operação secreta.

Teoria conspiratória ou não, todos estranharam a presença do candidato republicano John MacCain na Colômbia exatamente no dia do anúncio da "bem-sucedida" operação de libertação de Betancourt e outros 14 reféns dos narcoguerrilheiros.

"Alguém quer internacionalizar a Nasa?", pergunta Lula

Em discurso ontem durante o lançamento de programa de financiamento à agricultura familiar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a postura de países que defendem a internacionalização da Amazônia.

Ele disse que esse é um assunto do Brasil e que os Estados Unidos não gostariam que outras nações sugerissem que a Nasa (agência espacial americana) deixasse de pertencer àquele país.

"[Dizem que] a gente está desmatando a Amazônia. É outro discurso que a gente não pode aceitar, porque se tiver um problema nosso, é nosso, nós vamos brigar. Mas [sugerem que] vamos internacionalizar o aqüífero Guarani porque não sabemos tomar conta, mas ninguém quer internacionalizar a Nasa. Quando descobrem um medicamento importante para uma doença, porque não transformam em patrimônio da humanidade e todo mundo tem acesso?", afirmou.

Lula disse que 69% da floresta original está preservada e que todas as políticas de seu governo são voltadas à preservação. "Como eu vou negar para alguém da Amazônia levar o desenvolvimento para lá? Obviamente que temos que ter cuidado de levar o desenvolvimento, de preferência de indústria limpa, de fazer corretamente o manejo da floresta. Tudo isso já está previsto nas políticas que aprovamos", afirmou o presidente.

Ex-dirigentes da UnB denunciados por peculato e formação de quadrilha

Para o Ministério Público Federal, o ex-reitor da Universidade de Brasília, o ex-diretor-executivo da editora da instituição e mais dois funcionários devem ser julgados por formação de quadrilha e peculato

A denúncia é clara e direta: o ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) Timothy Mulholland e o ex-diretor-executivo da Editora UnB Alexandre Lima faziam parte de “bem montada organização criminosa voltada para o desvio de recursos públicos no âmbito da universidade e das fundações de apoio”. A acusação está detalhada no documento de 45 páginas que o Ministério Público Federal (MPF) entregou à Justiça em 26 de junho. O dinheiro desviado, segundo a investigação do MPF, teria sido usado para satisfazer interesses dos envolvidos em festas, viagens, jantares e na compra de móveis e eletroeletrônicos.

Após analisarem documentos e ouvirem funcionários de fundações da UnB durante três meses, os procuradores da República no DF Raquel Branquinho e Rômulo Moreira concluíram que houve irregularidades em dois convênios celebrados em 2004 pela Fundação Universidade de Brasília (FUB) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). E denunciaram Mulholland e Lima, além de dois ex-funcionários da Editora: Elenilde Duarte e Cláudio Machado.

Recaem sobre os quatro acusações pelos crimes de formação de quadrilha e peculato (quando o servidor público se aproveita do cargo para apropriar-se de bens). O caso será analisado pela 12ª Vara da Justiça Federal no DF, que pode ou não acatar a denúncia depois de receber a defesa dos acusados. Se condenados, cada um pode pegar até 27 anos de prisão, além de ter de pagar multas. A denúncia (leia fac-símiles) foi divulgada ontem à tarde pela assessoria do MPF-DF.

Estrutura paralela
Mesmo “fugindo por completo de sua finalidade institucional e de sua área de atuação”, conforme sustenta a procuradora Raquel Branquinho, a FUB se propôs a prestar serviços de saúde às comunidades indígenas yanomami, em Roraima, e xavante, em Mato Grosso. Para isso, subcontratou, sem licitação, entidades de apoio para executar as atividades. Primeiro, delegou a tarefa à Fundação Universitária de Brasília (Fubra). O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou o desvio de finalidade e, por isso, a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico na Área da Saúde (Funsaúde) — que tem apenas uma funcionária no quadro — assumiu os convênios.

Segundo os procuradores, a UnB montou, então, estrutura paralela para administrar os R$ 67 milhões repassados pela Funasa. Alexandre Lima, sob a tutela de Mulholland, era o principal operador do grupo, embora não mantivesse qualquer vínculo com as fundações. Raquel e Moreira ressaltam na denúncia a evolução patrimonial atípica de Alexandre nos últimos cinco anos: nada menos que 1.148%.

À frente dos convênios como gestor financeiro, era o diretor da Editora UnB quem delegava pessoas de confiança para atestar a execução dos serviços, como Elenilde Duarte e Cláudio Machado, ambos ex-coordenadores de projetos da editora. “Em troca, os dois indicavam parentes e amigos para serem incluídos na folha de pagamento das fundações”, afirma o documento. Em 24 de fevereiro deste ano, o Correio relatou que a Editora UnB havia pago, em dois anos, R$ 46,7 mil para o filho de Elenilde, Rodrigo Duarte Evangelio. Na época, a coordenadora de projetos e o diretor da editora negaram o nepotismo.

TVs de 32 polegadas
O MPF já consegue provar o desvio de cerca de R$ 5 milhões — valor correspondente ao recolhimento da chamada taxa de administração, que não integrava a contabilidade das fundações e era depositada em uma conta bancária à parte. Timothy, segundo a denúncia, sabia de tudo. Mantinha uma relação estreita com Alexandre desde 1980, como informado pelo ex-reitor em depoimento no Senado Federal, em março deste ano.

Notas fiscais obtidas pelos procuradores comprovam que o dinheiro desviado foi usado, por exemplo, para a compra de canetas. Valor? R$ 37 mil. Com TVs e DVDs, que seriam destinadas às comunidades indígenas (muitas delas onde nem sequer há energia elétrica), foram gastos R$ 17.730. O documento do MPF indica que uma das nove TVs de LCD de 32 polegadas compradas está instalada no quarto da filha de Alexandre Lima, em um apartamento do Sudoeste. “Comprar uma televisão com dinheiro que devia ser usado para a saúde indígena é crime”, reforçou a procuradora Raquel Branquinho. “Estamos fazendo uma apuração ampla. Há mais denúncias pela frente”, completou.

O desvio de recursos públicos é também constatado, ainda de acordo com o texto encaminhado à Justiça, quando se percebem as dívidas trabalhistas nos convênios, que chegam a milhões. Médicos e enfermeiros que atuavam nas comunidades indígenas entraram na Justiça porque não receberam salários. Os denunciados não foram encontrados pelo Correio. A Secretaria de Comunicação da UnB informou que todos eles estão afastados da universidade e que, por isso, a instituição não pode responder por eles.

Extinguir o MST ou o latifúndio improdutivo?

ARTIGO

Frei Betto - Escritor, autor de Calendário do poder (Rocco), entre outros livros
Uma das grandes qualidades do governo Lula é não criminalizar os movimentos sociais, reprimidos no governo FHC até por tropas do Exército. Se Lula os tratasse como caso de polícia, não de política, estaria condenando o próprio passado.

Muitos se lembram das greves e manifestações operárias lideradas pelo atual presidente da República no ABC paulista: os helicópteros do Exército sobrevoando o estádio da Vila Euclides e apontando armas para a assembléia de metalúrgicos; as tropas da PM no cerco à matriz de São Bernardo do Campo, que abrigava as lideranças operárias; as viaturas do Deops prendendo dirigentes sindicais.

Eram tempos de ditadura. Hoje, recuperamos o Estado de Direito, no qual greve, manifestações e reivindicações são direitos assegurados pela Constituição Federal. Exceto no Rio Grande do Sul, onde o arbítrio ainda impera.

Em setembro de 2007, a Brigada Militar, como é conhecida a PM gaúcha, tentou impedir a marcha de três colunas de sem-terra rumo ao município de Coqueiros do Sul. Em relatório entregue ao comandante geral da BM, ao Ministério Público do RS e ao Ministério Público Federal, o subcomandante, coronel Paulo Roberto Mendes Rodrigues, caracteriza o MST e a Via Campesina como “movimentos criminosos”.

Em dezembro de 2007, o Conselho Superior do Ministério Público gaúcho designou equipe de promotores para “promover ação civil pública com vistas à dissolução do MST e declaração de sua ilegalidade”. Quando o Judiciário exigirá o fim do latifúndio?

Decidiu ainda pela “intervenção nas escolas do MST a fim de tomar as medidas necessárias para a readequação à legalidade, tanto no aspecto pedagógico quanto na estrutura de influência externa do MST”. Essa decisão contraria o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, reconhecido pelo governo brasileiro (Decreto 592, 6/7/92), além de desrespeitar a Constituição Federal.

Em 11 de março deste ano, o Ministério Público Federal denunciou oito integrantes do MST por “integrarem agrupamentos que têm por objetivo a mudança do Estado de Direito” e acusou os acampamentos do movimento de se constituírem “Estado paralelo”, apoiado pelas Farc. Tal afronta bate de frente com as conclusões do inquérito penal da Polícia Federal que investigou o MST em 2007 e concluiu inexistirem vínculos do movimento com as Farc e prática de crimes contra a segurança nacional.

O MST é um movimento legítimo, que mantém 150 mil pessoas acampadas à beira de estradas, evitando que engrossem o cinturão de favelas das cidades. E defende o direito de acesso à terra de 4 milhões de famílias que, nas últimas décadas, foram expulsas do campo pela expansão do latifúndio e do agronegócio, e pela construção de barragens e o aumento dos juros bancários.

Por princípio, o MST adota, em suas ações, o método da não–violência, como faziam Gandhi e Luther King (que, aliás, sofreram acusações semelhantes e morreram assassinados). As áreas ocupadas são improdutivas ou invadidas por grileiros que se apossaram de terras pertencentes ao poder público, como é o caso de muitas fazendas do Pontal do Paranapanema (SP).

O Brasil e a Argentina são os únicos países das três Américas que jamais fizeram reforma agrária. Nosso país é o que possui mais terras cultiváveis no continente, cerca de 600 milhões de hectares, dos quais 710,2 mil km2 (59% do território nacional) encontram-se em situação irregular, invadidos por grileiros, posseiros e latifundiários.

Hoje, o MST luta pela democratização da terra de modo a priorizar a produção de alimentos para o mercado interno (120 milhões de potenciais consumidores), por meio de pequenas e médias propriedades, e livre do controle das empresas transnacionais, garantindo soberania alimentar ao nosso país. Uma mudança sustentável da estrutura fundiária requer novo padrão tecnológico capaz de preservar o meio ambiente e implantar no interior agroindústrias na forma de cooperativas, e facilitar a todos o acesso à educação de qualidade.

Não se pode admitir que as terras do Brasil passem à propriedade de estrangeiros apenas porque têm mais dinheiro. Elas deveriam estar ao alcance das famílias beneficiárias do Bolsa Família. Assim, o governo já não precisaria se preocupar em aumentar-lhes a mesada. Mais do que comida, fogão e geladeira, essas famílias precisam ter condições de acesso à terra, de modo a se emanciparem da tutela federal e produzirem a própria renda.

Todos os direitos da cidadania — voto das mulheres, legislação trabalhista, SUS, aposentadoria — foram conquistados por movimentos sociais. E a história de todos eles, em qualquer país ou época, não difere do que hoje enfrenta o MST: incompreensões, perseguições, massacres e assassinatos (Eldorado dos Carajás, Dorothy Stang, Chico Mendes) etc. Se o preço da liberdade é a eterna vigilância, o da democracia é socializar o poder, evitando que seja privilégio de uma casta ou classe.

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