Proposta sobre terceiro mandato é consulta a Nação

Lula critica 'nervosismo' da oposição com proposta sobre terceiro mandato

Para ele, Congresso não está propondo 3º mandato, mas referendo.
Proposta de emenda à Constituição começou a tramitar nesta sexta.

Do G1, em São Paulo

Foto: Ricardo Stuckert / Presidência
Foto: Ricardo Stuckert / Presidência

Lula durante visita ao Parque Nacional dos Abrolhos, na Bahia, nesta sexta (5) (Foto: Ricardo Stuckert / Presidência)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar, nesta sexta-feira (5) na Bahia, que tem uma posição “definitiva” contra a hipótese de um terceiro mandato. Lula, no entanto, ironizou o que ele chamou de “nervosismo” da oposição com a hipótese de um referendo para consultar a população sobre a possibilidade de ele disputar uma terceira eleição consecutiva.

“Eu acho engraçado o nervosismo da oposição com essa hipótese, até porque o Congresso não está propondo o terceiro mandato, mas um referendo. E as pessoas podem derrotar um referendo a hora que quiserem. Mas essa não é uma discussão que me diz respeito. Eu já cumpri com meu mandato, falta só um ano e meio para cumprir”, disse o presidente durante entrevista em Caravelas (BA), onde participou do ato de criação de uma reserva extrativista.

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Antes, Lula já havia reiterado que sua opinião sobre o tema não mudará e disse que vai conversar com a base aliada. “Não precisa mudar [sua opinião sobre o tema] porque eu tenho posição definitiva. O Brasil é um país que tem pouco tempo de democracia. A alternância de poder é muito importante para o Brasil. Eu já fui oito anos presidente, ou seja, eu vou conversar com a base aliada porque eu não vejo sentido as pessoas ficarem discutindo o terceiro mandato.”

Na quinta-feira (4), o deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) conseguiu 176 assinaturas válidas para iniciar a tramitação da nova proposta de emenda à Constituição (PEC), que permite um terceiro mandato para quem exerce o poder Executivo (presidente, governadores e prefeitos).

A ausência irresponsável do governo na Amazônia só gera desgraça

Sob o título: “É na Amazônia onde o Latifúndio assassina mais camponeses no Brasil”, as manchetes dos jornais internacionais fazem a festa do megaprojeto de paralisar a Amazônia.

Esse protagonismo estratégico estrangeiro é para certos setores brasileiros, taxado de paranóia dos desvastadores, grileiros e mandantes de assassinatos numa Terra sem Direitos chamada Amazônia que, para muitos gringos que se dispoõem a cair numa bem urdida cilada internacional, avacalha a imagem do Brasil nos organismos internacionais.

ONG´s disfarçadas de Oráculos perpetuam o projeto. Algumas tem endereço certo e sabido e o governo brasileiro, ajoelhado, nada faz para acabar com essa algazarra instituicional, permitindo-se uma crime de lesa pátria que muito custará às futuras gerações do país.

Vejam um sigelo exemplo de cobertura jornalística desse processo que só cresce nas média.

A tentativa de matança de camponeses teve "cobertura especial" de The Globe que "surpreendentemente" estava posicionada exatamente atrás de uma caminhonete usada como trincheira pelos pistoleiros.
www.kaosenlared.net/noticia/na-amaznia-onde-latifundio-assassina-mais-camponeses-no-brasil

A Amazônia não é um paraíso intocado, tampouco o reino selvagem dos documentários encomendados pelo imperialismo. A vasta região de matas fechadas, povos originárias de cultura milenar, lutas sangrentas de ribeirinhos e posseiros, infestada de ONGs mantidas pelo imperialismo, grilagem de terras, latifúndio de velho e novo tipo e matanças de pobres engloba uma rica porção natural da América do Sul onde o povo pobre sofre e luta diuturnamente. A Amazônia estende 60% de sua área em território brasileiro, englobando ainda Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Nesta rica região apresentam-se contradições fundamentais do Brasil. A contradição principal, que opõe os camponeses pobres ao latifúndio e a que opõe a nação brasileira ao imperialismo, que espolia todas as riquezas do país à custa da mais brutal exploração e violência.

Camponeses atingidos por pistoleiros

A luta dos povos amazônicos, particularmente dos camponeses da Amazônia brasileira percorre décadas e séculos. Vez ou outra a luta camponesa rompe a cortina de mentiras e silêncio imposta pelo latifúndio e pelo monopólio da imprensa vendida revelando massacres e heróica resistência. Fatos que não puderam ser escondidos e totalmente distorcidos como Eldorado de Carajás e Corumbiara, que de tempos em tempos são recordados pela ocorrência de novas lutas, que vem se avolumando e radicalizando a cada ano.
Em meados do mês de abril e início de maio últimos um novo fato trouxe novamente à tona a luta camponesa e uma grande provocação que cheira à preparação de uma nova matança de pobres no estado do Pará. Um grupo de famílias ligadas ao MST ocupou o latifúndio Maria Bonita, de 3.600 hectares, situado às margens da Rodovia PA-150, que faz parte do conglomerado de fazendas que compõe um dos maiores latifúndios do país, pertencente à agropecuária Santa Bárbara (grupo Oportunnity), no Pará.
No dia 18 de abril um grupo de 20 camponeses trabalhava em uma mata próxima à sede da fazenda recolhendo lenha e palha para reparar os barracos danificados pelas fortes chuvas que castigaram a região. O relato dos camponeses revela que um empregado da fazenda teria oferecido carona para carregar o material recolhido e assim que entraram no veículo os camponeses ouviram o motorista contatar os pistoleiros do latifúndio avisando-os que os camponeses estavam no caminhão. Em seguida, um bando de pistoleiros armados chegou ao local fazendo ameaças. Três camponeses foram espancados e Djalme Ferreira Silva foi seqüestrado pelos pistoleiros e mantido refém na guarita da fazenda.
Os camponeses que haviam se dispersado na massa se reencontraram no acampamento e decidiram libertar seu companheiro. Eles organizaram uma marcha até a entrada da fazenda que estava bloqueada por um carro. O carro foi destruído pelos camponeses e retirado do caminho quando os pistoleiros contratados pelo latifúndio abriram fogo com armas de grosso calibre.
A tentativa de matança de camponeses teve "cobertura especial" de The Globe que "surpreendentemente" estava paramentada e posicionada exatamente atrás de uma caminhonete usada como trincheira pelos pistoleiros. O noticiário da emissora exibiu as cenas de fogo cerrado sobre os camponeses. Enquanto os pistoleiros avançavam fazendo mira nos trabalhadores com armas de guerra, postando-se por detrás de caminhonetes e mourões de cerca, os camponeses retiravam-se em grupo disparando foguetes para o alto, gritando palavras de ordem e deixando companheiros tombados pelo caminho sem ter como resgatá-los. E o narrador falava de tiros dos dois lados, enquanto as imagens mostraram claramente apenas o farto arsenal dos pistoleiros. 

Bando armado do latifúndio age impunemente

Uma descarada provocação. Uma ordem das classes reacionárias vociferando intervenção da força de segurança na região para aplastar o movimento camponês, requentando o alarde que antecedeu a operação "paz no campo" comandada pela governadora Ana Júlia — PT em novembro de 2008.
Oito camponeses foram feridos pelos disparos dos pistoleiros e o monopólio da imprensa não citou uma linha sobre quem são os patrões dos pistoleiros que agem como se fossem de fato a lei naquelas terras, julgando e executando livre e impunemente.
No dia 9 de maio, pela segunda vez em menos de um mês, os camponeses sofreram novo ataque dos pistoleiros do latifúndio Maria Bonita. Os trabalhadores encontravam-se em campo aberto em uma área de pastagem do latifúndio em busca de algumas cabeças de gado desgarradas que serviriam de alimento para as famílias acampadas quando os pistoleiros abriram fogo contra o grupo ferindo três pessoas.

Amazônia, onde o latifúndio mais mata camponeses no Brasil

De acordo com o último relatório "Conflitos no Campo Brasil 2008", da Comissão Pastoral da Terra — CPT, 72% dos assassinatos em conflitos no campo em 2008 ocorreram na Amazônia. Os números do relatório contabilizam os conflitos pelo direito à terra e à água, e denúncias de trabalho escravo.
No ano passado, 28 camponeses foram assassinados por bandos de pistoleiros a soldo do latifúndio, 20 deles na região denominada Amazônia Legal, que corresponde aos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão. No ano de 2008 foram registrados 1.170 conflitos agrários, 44 tentativas de assassinato, 90 ameaças de morte, 168 prisões e 800 agressões.
No Pará, onde foram registradas cinco mortes em 2007, houve um sensível aumento para 13 em 2008. Outros três estados tiveram aumento no número de assassinatos: Bahia, Rondônia e Rio Grande do Sul. Passados 13 anos dos acontecimentos de Eldorado dos Carajás, 227 camponeses morreram em conflitos pela posse da terra.

Aumenta a gritaria por massacre no campo

Ampliando o berreiro reacionário de criminalização do movimento camponês, clamando a intervenção das Forças Armadas e Força Nacional de Segurança na Amazônia, chegou a vez do Estadão (portal digital do Estado de S. Paulo), na edição de 03 de maio publicar a manchete: "Pará tem ''exército'' de 15 mil sem-terra".
Seguindo o mesmo trilha de “The Globe”,   Rede Globo, como quem vê o galo cantar e não sabe onde, anuncia que "grupos de luta social liderados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) formaram um contingente de 15 mil homens para enfrentar o latifúndio no sul e sudeste do Pará".
A matéria encomendada do latifúndio acusa os camponeses como os culpados pelo aumento da violência no campo e escolhe o alvo: "A massa recrutada nas periferias das cidades, em sua maioria gente pobre e desempregada, é preparada para lutar pela terra em quase cem acampamentos ao longo de rodovias como a PA-150, que liga de Marabá, no sudeste, a Xinguara, 250 quilômetros ao sul."
Fato que o monopólio da imprensa não pode esconder é que cresce a cada dia o contingente de massas pobres que, sem suportar a exploração e opressão semifeudal no campo, se organizam em luta pelo direito à terra e pela destruição do latifúndio em torrentes cada vez maiores.

Mentiras y Médios

O “Estadão”, Jornal O Estado de São Paulo, também não perde a oportunidade de legitimar a pistolagem dizendo que "os fazendeiros, sem poder contar com a força policial, montaram aparatos próprios de segurança. Só a Santa Bárbara tem 58 vigilantes armados. O efetivo da fazenda é maior que o da Polícia Militar de Xinguara, cidade de 40 mil habitantes que tem pouco mais de 20 policiais, e nem se compara ao contingente do posto da PM no distrito de Gogó da Onça, o mais próximo do conflito. Na Polícia Federal de Marabá, apenas sete empresas estão cadastradas para dar segurança nas fazendas. Juntas, somam 800 homens. O delegado Antonio Carlos Beabrun Júnior, chefe da PF de Marabá, conta que empresas de outros Estados atuam na região. Mas o número de homens armados é muito maior, por causa da contratação de capangas."

Este é o quadro dado pelas estatísticas oficiais e os próprios veículos do monopólio da imprensa sobre a luta camponesa na Amazônia. Mas a verdade é muito mais grave e o velho Estado acoberta e exerce e estimula essa situação, assassinando diariamente o povo pobre, seja de fome, seja à bala.

O Jornal Globo e a Rede Globo

”The Globe” ainda anunciou que seus funcionários, que registraram o tiroteio por detrás dos ombros da pistolagem, teriam sido "vítimas dos camponeses", que foram usados como escudo-humano e ficaram reclusos em "cárcere privado" nos limites do latifúndio impedidos de sair. Bastou essa provocação fabricada para todo o monopólio da imprensa vender a versão do latifúndio. Na sequência veio à tona a revelação feita pelo jornalista paraense Max Costa, que denunciou a montagem de The Globe e monopólio da comunicação. Max Costa anunciou que, em depoimento prestado na Delegacia de Polícia do Interior do Estado do Pará, o repórter Victor Haor, da TV Liberal, afiliada da rede Globo no estado, teria negado que ele e outros jornalistas tenham sido usados como escudo humano e vítimas de cárcere privado.
Em sua nota, o jornalista ainda desafia o monopólio da imprensa a responder as perguntas:
— Como aconteceu essa troca de tiros, se as imagens mostravam apenas os "capangas" de Daniel Dantas atirando? Como as equipes de reportagem tiveram acesso à fazenda se a via principal estava bloqueada pelo MST?

MP das Dívidas dos Municípios é destaque da pauta

Ag. Câmara

Os deputados têm de votar as emendas do Senado à medida que parcela débitos previdenciários dos municípios. Também pode ser concluída a votação em 1º turno da PEC que livra os recursos da Educação da incidência da DRU. A pauta do Plenário inclui ainda a PEC da revitalização do rio São Francisco, entre outras propostas.

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Carajás na mídia


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Portal ORM

A população do Pará poderá decidir em consulta pública sobre a criação do Estado de Carajás. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou por unanimidade, ontem, voto favorável do relator do projeto de decreto legislativo (PDS 52/07) que estabelece a realização de plebiscito para a criação do novo Estado. A consulta ocorrerá em seis meses, a contar da data da publicação do decreto. A matéria agora será votada pelo plenário do Senado e, se aprovada, será ainda submetida à votação da Câmara dos Deputados. Mais aqui>>

Artigo: Coringa ambientalista

* Por Armando Soares

“Força e Direito não são sinônimos. Encontram-se, na verdade, freqüentemente em posições antagônicas e irreconciliáveis. Existe a Lei de Deus, da qual emanam as leis eqüitivas feitas pelo homem, e pela qual devem os seres humanos viver, a fim de que não pereçam em meio à opressão, aos caos e ao desespero. Divorciado da Lei eterna e imutável de Deus – estabelecida mesmo antes da criação dos astros – o poder do homem é daninho, pouco importando o nobre palavreado com que seja revestido e não interessando, também, a motivação invocada par a justificar o seu emprego. Os homens de boa vontade, cônscios da Lei prescrita por Deus,oporse-ão aos governos que dependam exclusivamente do capricho de outros homens e – caso desejem sobreviver como um país – destruirão o governo que tente fazer justiça pela força ou por intermédio de juízes venais.”

Cícero

Dos diversos inimigos que o nosso herói Batman já enfrentou, um dos piores foi o “Coringa”, astuto, inteligente, maldoso, cruel, cínico, pois para cada crime que praticava, ria da desgraça de suas vítimas. O nosso ministro do meio ambiente tem todas as características do “Coringa”, pois ri cinicamente a cada momento que produz instrumentos que fragilizam os produtores de alimentos e os conduzem para a “morte”, a falência de suas células produtivas.

Este é o Brasil que estamos vivenciando, um país em que só tem valor e destaque o político cínico mal intencionado e simpático à políticas que sacrificam quem produz alimentos e matérias-prima, quem trabalha honestamente e quer o bem do Brasil.

Diante desse cenário caótico, político-indecente, menor, cabe levantar a voz e gritar com voz forte que há hora para tudo, hora do retiro, hora do mercado, hora de contemplar, hora de participar, hora da paz, hora de amar, hora de se abster de amor, hora da guerra, hora para se viver e hora de se morrer. A grande e valorosa população de produtores precisa com urgência saber, neste momento crucial de sua vida, qual é a sua hora. O que não mais admissível é receber apelidos difamatórios do ministro “coringa” e ficar de braços cruzados, inertes e sem nenhuma reação que evite um mal maior.

O pai de Cícero, quando este era ainda adolescente, transmitiu conselhos importantes para servir para o resto de sua vida. Aconselhava o pai: “O homem é uma criatura dotada de razão e raciocínio, desde que cultive tais atributos. Cuidado, Marco com o homem fanático e entusiasmado ao extremo, pois que ele perdeu a razão e o raciocínio. Não seja invejoso, Marco! Seja temperado. Cultive a contemplação. Seja reverente ante a sabedoria e as tradições acumuladas através dos séculos. O verdadeiro homem não se confunde com a turbulenta multidão da praça do mercado, que ora está aclamando e ora denunciando. No homem da rua nunca se pode confiar. Porém, cuidado também com o homem das colunatas, que não pode receber mais crédito do que seu camarada das ruas. O homem das colunatas julga que o ser humano não passa de uma idéia; esquece-se de que é também animal, possuindo instinto e paixões inerentes à espécie a que pertence. Nada deve ser levado ao excesso. Nada de errado com a cultura do físico, desde que esteja sempre um passo à retaguarda do cultivo da inteligência e desde que o corpo sempre obedeça à vontade. A Grécia, todavia, ficou qual uma mulher que enfrenta um espelho ou como um homem que exibe os músculos.

Esse conselho e sabedoria deveriam servir para o nosso colorido ministro “coringa”, se fosse um homem sensato, como também serve para os nossos produtores que deveriam deixar de se admirar no espelho, reconhecer sua fragilidade diante dos inimigos que enfrenta e partir para a luta.

A República brasileira tem transparente sintoma de decadência moral, ética e de patriotismo. O atual governo admira a própria imagem refletida nos olhos dos pobres indefesos conquistados a custa do dinheiro da sociedade que trabalha e produz, e pior, está enamorado do poder que possui a custa da inércia de uma sociedade apática e medrosa.

Equilíbrio observava o pai de Cícero. “Esta é a lei da natureza. Que se precavenha o homem que a violar. Arrebentar-se-á de encontro ao chão. Tanto o pedante quanto o homem comum são fatores de desequilíbrio da balança: o primeiro não possui corpo e o segundo alma não tem”.

Homens iníquos aparecem em todas as gerações e a todo o momento. É dever das pessoas de bem, de quem trabalha e produz para o bem do Brasil, torná-los impotentes. Quando detectarmos alguém que procura o poder porque despreza seus semelhantes, quem trabalha e produz honestamente, é nosso dever destruí-lo. Quando nos depararmos com alguém que almeje o poder, mas que no intimamente vise a servidão do que chama “as massas”, o “povão”, por ele bajuladas apenas enquanto lhe sejam úteis como trampolim, temos o dever de desmascará-lo. Assim ensina o pai de Cícero, lição que serve para o brasileiro que se respeite e que não aceite governantes e políticos que vem destruindo a democracia, a moral, a ética e que se serve do governo para praticar atos desonestos e contrários aos interesses brasileiros.

* Armando Soares é economista e industrial.

Gusa retoma produção no Mato Grosso do Sul

No Pará e Maranhão os prognósticos são os piores possíveis e grassa o desemprego no setor.

Superando a crise

Siderúrgicas e carvoarias retomam aos poucos as atividades em Mato Grosso do Sul. A crise financeira mundial deixou o setor paralisado por quatro meses.

A queda no preço do aço no mercado internacional levou a crise às carvoarias que abastecem as siderúrgicas. “Nós perdemos em torno de R$ 500 milhões em faturamento, só o que deixamos de produzir de carvão vegetal”, disse Marcelo Figueiredo, superintendente da usina.

O reflexo da crise mundial pode ser visto nos pátios. Um deles guarda 20 mil toneladas de ferro gusa. O produto está pronto para ser entregue, mas as empresas não compraram. O grupo tem 60 mil toneladas estocadas. A indústria fechou em fevereiro. Cem funcionários foram demitidos.

De outubro do ano passado para cá praticamente todas, quase 600 carvoarias legalizadas no Estado, ou pararam ou reduziram a produção. “A siderúrgica deixava de fazer o ferro gusa e assim deixou de comprar carvão”, explicou Marcos José Brito, presidente do sindicato dos trabalhadores em carvoarias.

Do sindicato mais de 600 demissões foram homologadas. Mas o presidente estima que muito mais gente perdeu o emprego nesse período. “Nós calculamos que aconteceram entre 2,5 mil e três mil demissões aconteceram no Estado”, completou o presidente do sindicato.

Até o ano passado, o setor de reflorestamento aumentava a área de eucalipto plantada numa média de 50 mil hectares por ano no Estado. Com a crise no setor siderúrgico, os plantios, que têm custo alto, foram reduzidos.

“Dos 50 mil hectares plantados no ano passado, nós devemos chegar à metade disso”, calculou Luiz Calvo Ramires Júnior, presidente da Associação dos Produtores de Florestas Plantadas em Mato Grosso do Sul.

Segunda área de concessão florestal deverá render cerca de R$ 7,3 milhões/ano

Recursos serão compartilhados com Pará e municípios com área na unidade; direitos das comunidades locais serão salvaguardados

por Fabiana Vasconcelos

O ministro de Estado do Meio Ambiente, Carlos Minc, lançou nesta quarta-feira, 3, o edital de licitação para concessão florestal da Floresta Nacional de Saracá-Taquera, no Pará. “Tem gente que diz que o meio ambiente só pede dinheiro. Estamos mostrando que as florestas podem gerar renda, recursos, empregos e madeira legal, afirmou.”

O edital prevê que dos 429 mil hectares da Floresta, 140 mil hectares (cerca de 25%) sejam destinados à exploração de forma sustentável por até 40 anos. A área abrangida pela concessão – que exclui territórios pleiteados por comunidades quilombolas ou em uso por ribeirinhos – compreende três unidades de manejo florestal, de 91,6 mil hectares, 30 mil hectares e 18,7 mil hectares.

Essa divisão em unidades de grande, médio e pequeno porte tem o objetivo de permitir que produtores de diferentes escalas, ou seja, desde empresas a comunidades locais reunidas em associações ou cooperativas, participem do processo.

A concessão está amparada na Lei de Gestão de Florestas Públicas (Nº 11.824/06), que impede o desmatamento, a grilagem de terras públicas e promove o uso sustentável dos recursos florestais. A norma, que também criou o Serviço Florestal, integra uma agenda governamental de sustentabilidade, que inclui o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia, do qual fazem parte 13 ministérios.

Para o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Antônio Carlos Hummel, as concessões representam um novo momento para o país. “Estamos sinalizando para a sociedade que a época da indústria madeireira com base na ilegalidade, na fraude e na corrupção está acabando.”

Uma das inovações mais importantes da Lei de Gestão de Florestas Públicas é a valorização do manejo florestal sustentável, modelo de desenvolvimento por meio do qual a própria floresta gera recursos para investimentos na própria conservação. Trata-se de uma atividade oposta ao desmatamento.

No desmatamento, a floresta é totalmente retirada para que a terra tenha outra finalidade. Já no manejo florestal sustentável, só é retirada da floresta uma quantidade de produtos que não prejudique sua recuperação (em geral, cinco a seis árvores, das mais de 500 presentes em um hectare, a cada 30 anos).

ÁREA – Os lotes de concessão foram definidos após reuniões, que tiveram início em 2007, com a população local, entre ribeirinhos e quilombolas. Quase 900 famílias de comunidades tradicionais vivem ao norte das unidades de manejo florestal e têm, entre suas atividades, econômicas a extração de castanha-do-pará. As empresas que vencerem a licitação não poderão explorar esse produto.

Em dezembro de 2008, as áreas para manejo florestal foram definidas após o Serviço Florestal promover três dias de oficinas com 290 quilombolas de 13 comunidades. Nesse trabalho, levou-se em consideração mapas apresentados pelos moradores e ficou acertado que não haveria sobreposição desses territórios com as unidades de manejo.

Como resultado das reuniões, o Serviço Florestal se comprometeu a apoiar as comunidades quilombolas em suas atividades de uso sustentável da floresta.

O Serviço Florestal também discute uma proposta de promover assistência técnica e um plano de trabalho para apoiar iniciativas de comercialização de castanha-do-pará e óleos vegetais.

1. Mapa da Floresta Nacional de Saracá-Taquera com as três unidades de manejo florestal a serem licitadas

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OBJETO – O edital autoriza, além da retirada de madeira em tora, outras três ações: exploração de resíduos, extração de produtos florestais não madeireiros – por exemplo, óleos e borracha –, e serviços de turismo que envolvam hospedagem, esportes de aventura e observação da natureza.

Para não comprometer a subsistência das comunidades locais, as empresas vencedoras estarão proibidas de coletar açaí e castanha-do-pará.

Como o foco da política de concessão é estimular o uso sustentável da floresta, terão mais chances de vencer a licitação os participantes cuja proposta reunir os melhores critérios socioambientais e de desenvolvimento econômico local, que respondem por 60% do peso na avaliação. O critério preço corresponderá pelos outros 40%.

Os critérios socioambientais e econômicos abrangem três grupos e incluem indicadores ambientais. Pontua melhor quem provar que mais reduzir danos à floresta, durante as operações de manejo e melhor monitorar o crescimento da floresta.

Já os indicadores sociais analisam quanto serão os investimentos em infraestrutura e serviços para a comunidade local, bem como a geração de empregos. Os indicadores econômicos focam na diversidade de produtos e espécies manejadas, além da diversidade de serviços oferecidos na unidade.

RETORNO – A exploração da área deve render até R$ 7,3 milhões por ano para os governos federal, estadual, além dos três municípios, com áreas na Flona (ver mapa). Os recursos deveram ser aplicados, obrigatoriamente, em ações de conservação das áreas verdes e desenvolvimento do setor florestal sustentável.

Desse montante, até R$ 2,1 milhões serão destinados ao Serviço Florestal; outros R$ 2 milhões para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade; R$ 1 milhão para o estado do Pará e R$ 341 mil para os municípios de Oriximiná, Faro e Terra Santa, com áreas dentro da Floresta Nacional de Saracá-Taquera.

RONDÔNIA – O edital para Saracá-Taquera dá prosseguimento à política de governo de permitir o uso de produtos madeireiros e não madeireiros por vias sustentáveis e de forma a permitir um maior controle sobre a atividade. A primeira concessão ocorreu em 2007, na Floresta do Jamari, em Rondônia.

Na ocasião, foram licitados 90 mil hectares da Flona, que tem 220 mil hectares. Os três vencedores – o consórcio liderado pela empresa Alex Madeiras, além das empresas Sakura e Amata – iniciarão suas atividades ainda esse ano.

SAIBA MAIS - A Floresta Nacional de Saracá-Taquera fica ao noroeste do Pará, perto da divisa com o estado do Amazonas, à margem direita do Rio Trombetas. Foi criada pelo Decreto nº 98.704, em 1989, como unidade de uso sustentável, onde é permitida a exploração florestal de baixo impacto, de acordo com o  Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), Lei  9.985, aprovada em 2000.

Não à privatização de florestas – O processo de concessão florestal não se trata, de modo algum, de privatização de área pública. Os concessionários têm o direito de fazer uso sustentáveis dos recursos florestais das áreas especificadas nas unidades de conservação de uso sustentável. Para isso terão de passar por um processo licitatório, cujo vencedor deverá pagar pelo uso dos recursos.

A administração da área seguirá sob gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), os planos de manejo terão de ser aprovados pelo IBAMA e as operações do contrato serão fiscalizados pelo Serviço Florestal. Todo esse processo será auditado por uma instituição independente.

SERVIÇO:

Lançamento do edital de licitação para concessão florestal da Floresta Nacional de Saracá-Taquera

Local: Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal (Cenaflor), no Ibama Sede

Endereço: SCEN, Av. L4, Trecho 2

Informações: 3307-7271

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Assessoria de Comunicação
www.florestal.gov.br
Tel: + 55 61 3307-7264
Cel: + 55 61 9968-5900

Músicos prestam homenagem a Walter Bandeira

Da Redação
Agência Pará

A morte do cantor Walter Bandeira foi lembrada pelos artistas e pelo público, no Teatro da Paz, durante a programação do Festival de Música do Pará, realizada na noite desta terça (2). Antes do espetáculo do dia começar, a plateia fez um minuto de palmas em homenagem a um dos "maiores expoentes da cultura paraense", como divulgou em nota a Secretaria de Cultura do Estado.

Para o secretário Edilson Moura, o talento de Walter Bandeira ficará para sempre marcado na cultura e no imaginário da população do Pará. "Walter deixará uma lacuna irreparável na música e no teatro paraense", afirmou. "Sua voz e sua irreverência são inigualáveis. Era essa imagem de felicidade e amor à vida que sempre será lembrada". No velório do artista, realizado no teatro Waldemar Henrique, estiveram presentes centenas de amigos, entre eles, a governadora Ana Júlia Carepa. "O Walter já se eternizou, para o nosso povo e para a nossa cultura", disse ela.

Depois da homenagem a Walter, a terceira noite do Festival de Música do Pará foi aberta no Teatro da Paz pelo superintendente da Fundação Carlos Gomes (FCG), Daniel Araújo, que anunciou o convidado do dia: David Duarte e Banda.

As criações do cantor e compositor David Duarte passeiam por temas universais, como o amor e o mar. Ele mostrou ao público composições do seu recém-lançado CD, uma coletânea de seus dois últimos trabalhos. No espetáculo, ele também cantou, com a participação da plateia, músicas de grandes ícones da MPB e do Pop Brasil.

Com o propósito de formar platéia, promover intercâmbio, estimular talentos e divulgar a música desenvolvida no estado, o festival tem atraído cada vez mais o público paraense. "Eu achei muito bacana, achei o máximo! Queria assistir mais vezes", comentou a doméstica Josita Machado Trindade, que foi ao teatro conhecer o trabalho de David Duarte.

Atrações - Na segunda-feira, o Da paz recebeu o renomado Quinteto Brassil, formado por professores do Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba, que pesquisa música brasileira folclórica, popular e obras contemporâneas originais. Originalmente um grupo de metais, um percussionista incorporou-se aos demais componentes, formando o que eles classificam de "quinteto de seis". Convidados constantes do festival, eles dividiram o palco com o americano Charles Schullueter, trompetista convidado, e com a percussionista paraense Cláudia Oliveira.

O Festival de Música cada vez mais abre as portas para todos os gêneros musicais, mostrando em um mesmo show o erudito e o popular. "Na realidade, o festival é um evento que promove interação e integração, pois as pessoas trazem, e levam conhecimento daqui", avaliou Radegundis Feitosa, do Quinteto Brassil.

Segundo o superintendente da FCG, Daniel Araújo, a estimativa da organização é que até 15 mil pessoas participem do evento este ano, incluindo o público dos espetáculos, incluindo os espaços abertos e fechados, bem como os participantes das oficinas.
Programação - O Quinteto de Percussão da Amazônia Tacap e o Grupo de Percussão da Fundação Carlos Gomes são a atração da programação desta quarta (3), 20h30, no Teatro da Paz. O grupo de percussão da Fundação Carlos Gomes, atualmente sob a direção artística de Cláudia Oliveira, tem 20 anos de existência e objetiva o aperfeiçoamento acadêmico e artístico dos alunos de percussão do instituto Estadual Carlos Gomes.

Já o Tacap é formado por músicos brasileiros com o apoio da Fundação. Eles interpretam música contemporânea sem esquecer as suas raízes, contribuíndo na formação musical dos alunos de percussão e oferecendo oportunidade de conhecimento profissional e de realidade percussiva à músicos de diferentes classes sociais.

Serviço: O XXII Festival Internacional de Música do Pará acontece até sábado (6) no Teatro da Paz, Teatro Waldemar Henrique, Sala Ettore Bósio, Museu do Estado, Spazzio Verdi e Praça Batista Campos. A entrada é gratuita e a realização é da Secult, por meio da Fundação Carlos Gomes, com apoio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), Fundação Curro Velho, Rede Cultura de Comunicação (Funtelpa), Museu da Imagem e do Som (MIS), Sistema Integrado de Museus (SIM), Instituto de Estudos Superiores da Amazônia (Iesam), Spazzio Verdi e Projeto TIM Música. Informações: (91) 3201-9472.

Secom

Minc: puxão de orelhas e fritura em alta

deu em o globo

Lula convoca Minc e pede fim de 'algazarra'

Presidente critica briga pública entre ministros e se queixa do comportamento da 'meninada' quando está viajando

De Luiza Damé e Chico de Gois:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou incomodado com as críticas públicas do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a colegas, e o convocou para uma reunião amanhã, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona provisoriamente o gabinete presidencial. Na semana passada, depois de se reunir com Lula, Minc disse que ministros combinavam um projeto com ele e depois iam ao Congresso com uma "machadinha" desfigurar leis em defesa do meio ambiente. Mais de uma vez, Lula deixou claro que não gosta de brigas entre ministros pela imprensa.

Embora tenha afirmado que não pretende repreender Minc, o presidente mandou recado:

- Tenho muitos filhos, e toda vez que o pai sai de casa a meninada faz algazarra mais do que deveria fazer - brincou, afirmando que o chamará quando voltar ao Brasil, amanhã.

Ao se reunir com Lula na última quinta-feira, Minc reclamou dos colegas que tentam protelar o cumprimento de exigências ambientais para liberar obras. No dia seguinte, criticou publicamente Alfredo Nascimento (Transportes) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos). Leia mais em O Globo

* O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, voltou a atacar ontem os ruralistas. Depois de afirmar que a pecuária é o principal vetor do desmatamento na Amazônia, Minc disse que os ruralistas estão "desesperados" e que querem tirá-lo do governo. Ressaltou que quem governa o Brasil é o presidente Lula, e não os ruralistas. E afirmou que, se no lugar do presidente estivesse um ruralista no poder, haveria o "Bolsa Latifundiário" em substituição ao Bolsa Família.

- O fato de os ruralistas estarem preocupados com a minha permanência no ministério me faz achar que estou no caminho certo, que estou enfrentando aqueles que acham que podem destruir impunemente os biomas brasileiros com monocultura, queimadas e agrotóxicos. Que me conste, o Brasil é comandado pelo presidente Lula, e não pelos ruralistas - afirmou.

Minc disse que procuraria a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), para retribuir um presente que ganhara dela, uma peça de artesanato de comunidades extrativistas da Amazônia. Antes de a senadora criticar Minc em plenário, ele afirmou que tentaria fechar um acordo com a senadora, que chamou de "agradável e hábil".

- Não queremos discriminar ninguém. Queremos que todos os agricultores, pequenos, médios e grandes, possam trabalhar respeitando o meio ambiente e os ecossistemas. Leia mais em O Globo

* A presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), chamou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de alienado, incompetente e "ecoxiita". O forte discurso, feito da tribuna do plenário do Senado, é uma resposta às recentes declarações do ministro, que classificou os ruralistas de "vigaristas". A senadora disse que o Brasil não sentirá a falta de Minc:

- Esses brasileiros que trabalham pelo Brasil, que o Carlos Minc, este senhor, denomina de vigaristas, para esse alienado ministro Carlos Minc, quero dizer que esses vigaristas são responsáveis por um terço do emprego dos brasileiros. Quero dizer a esse ecoxiita profissional, alienado da economia nacional, que o Brasil e o governo podem viver sem o senhor, ministro.

Ontem, a CNA protocolou denúncia na Comissão de Ética Pública do governo federal pedindo a demissão do ministro. Também pediu que a Procuradoria Geral da República o denuncie por crime de responsabilidade. O ministro terá de explicar suas afirmações, durante a marcha Grito da Terra, à Comissão de Agricultura da Câmara, que aprovou ontem sua convocação.

Kátia Abreu disse que Minc não trabalhou o suficiente para conquistar cargos eletivos. Insinuou que ele beneficiou o frigorífico Bertin, cuja multa com o Ibama ficou parada por nove meses, porque a empresa teria comprado "bois-piratas" apreendidos em uma operação. Leia mais em O Globo

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