Simpósio discute redivisão territorial do Pará e do Maranhão

Deputados unidos pelo Estado de Carajás

Na reunião em Marabá será discutida a viabilização da divisão territorial do Estado do Pará

Autoridades de Redenção (foto), confirmaram presença no 1º Simpósio Pró-Criação dos Estados de Carajás e Tapajós


Jornal A Notícia (Redenção)

A cidade de Marabá será a sede da realização do 1º Simpósio Pró-Criação dos Estados de Carajás e Tapajós, que acontece nesta sexta-feira (15) no auditório Eduardo Bezerra, da Secretaria Municipal de Saúde. O evento vai reunir representantes dos municípios das regiões que pleiteiam a criação dos dois Estados, assim como senadores, deputados federais, estaduais, entre outras autoridades. O objetivo central é unir força para lutar pela aprovação do plebiscito, que é o ponto determinante para a criação das novas unidades federativas.

A criação de novos Estados vai reforçar a bancada da Amazônia, aumentando força política da Região Norte. Serão mais seis senadores e 16 deputados federais. Somados aos atuais 17 do Pará, só essa parte da Amazônia terá 33 deputados federais e nove senadores.

Já estão com presença confirmada no evento os senadores Leomar Quintanilha, autor da emenda de criação do Estado de Carajás no Senado; Mozarildo Cavalcante, autor da emenda de criação do Estado do Tapajós no Senado; Edson Lobão, autor do projeto de criação do Estado do Maranhão do Sul, que já teve a realização do plebiscito aprovada. O deputado federal Giovanni Queiroz, o dos primeiros a lutar pela criação do Estado de Carajás também confirmou presença no evento. O deputado federal Asdrúbal Bentes defende a criação de novos estados na Amazônia. Também foram convidados o senador José Sarney, que defende a criação do Maranhão do Sul; o vice-governador do Estado, Odair Corrêa, que luta pela criação do Estado do Tapajós; e os senadores Mário Couto e Flexa Ribeiro.

Cooperativa paraense pode ser a pioneira em créditos de carbono

Reportagem: Val-André Mutran, 14/06/2007

Brasília – No Brasil ainda não se efetivou projetos de reflorestamento com foco no seqüestro de carbono. É um filão de centenas de milhões de dólares ainda não acessado pelos empresários que estão investindo no chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) através do reflorestamento de espécies nativas e comerciais.
Mudas para reflorestamento
Um dos problemas mais evidentes é responsabilidade do próprio governo federal que ainda não definiu os parâmetros nacionais do negócio – uma intrincada exigência que tem que ser certificada por empresas especializadas e referendada pela ONU. Uma das mais atraentes possibilidades para contornar esse hiato, são os projetos de Sistemas Agro-florestais, comunitários ou não.

Como o filão está aberto, porém à espera de regulamentação, mesmo assim esse aparente obstáculo não desanimou um grupo de produtores rurais do Sul do Pará que organizou-se e criou a Cooperativa de Reflorestadores de Carajás.

Reflorestamento pronto para o corte
São 48 associados em Marabá e Redenção, abrangendo uma área de aproximadamente 20 mil hectares já antropizadas.

O presidente da cooperativa, Luciano Guedes e o deputado federal Giovanni Queiroz (PDT-PA), mantiveram encontros no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) com o presidente da Comissão Interministerial responsável pela aprovação de projetos voltados para os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL´s). "Nos foi repassado quais os procedimentos a serem percorridos até a aprovação junto à ONU para obtenção de créditos de carbono advindos desses projetos", anunciou o parlamentar.

Assessoria – Luciano Guedes explicou que foi ao Rio de Janeiro e contatou a Organização Não Governamental Pró-Natura, ONG franco-brasileira que fará a assessoria da cooperativa na busca da implementação dos projetos até o processo de certificação. "Já mantivemos contatos como FINEP – Fundo de Financiamento de Projetos voltados para os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo", adiantou Guedes.

A direção da cooperativa manteve encontro com a Embrapa Florestas-Pará, em busca de parceria para o desenvolvimento do processo exigido pelas certificadoras.

"É possível que o Pará seja o pioneiro no acesso aos créditos de carbono através de projetos de reflorestamento já instalados", acredita o deputado federal Giovanni Queiroz.
A expectativa da cooperativa é que sejam gerados aproximadamente 10 mil empregos diretos e 15 indiretos nos projetos.

Como funciona?
Na avaliação do consultor do Instituto Pró-Natura e membro do Observatório do Clima, Fernando Veiga. "Mais do que acumular carbono, é fundamental gerar o desenvolvimento sustentável", advertiu numa reunião pra discutir projetos sobre mudanças climáticas.

Estudos mais recentes estimam que 1 (hum) hectare seqüestra de 30 a 70 metros cúbicos de gás carbônico lançados na atmosfera por hectare ano.

"Qualquer projeto com componente de seqüestro de carbono que tenha uma certificação como o selo verde emitido pelo FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal) é uma garantia a mais para o investidor", explica Veiga.

Outras possibilidades, mais discutíveis, também apontadas pelo consultor como captação de carbono é o do plantio direto de culturas como a soja, algodão e a cana-de-açúcar, a recuperação de reserva legal e o plantio de espécies exóticas. "O plantio direto não está previsto no Protocolo de Kyoto, mas é uma possibilidade. Apesar de serem monoculturas, pela técnica do plantio direto tem-se um ganho de fixação de carbono no solo", explica.

O consultor sinaliza com algumas possibilidades, apesar da falta do marco regulatório a ser definido pelo governo federal. A mais atraente, de acordo com Veiga, são os projetos de Sistemas Agro-florestais comunitários. "Projetos de SAFs têm grandes chances de serem reconhecidos pelo governo brasileiro para seqüestro de carbono", avalia. De acordo com ele, esses sistemas são ambientalmente corretos, geram renda durante todo o ano, além de ser uma forma de agricultura que gera vários empregos. "Essa é uma das poucas opções que o pequeno produtor tem de entrar no mercado de carbono, o que deve ser feito por meio de cooperativas", afirma.

Outra forma de investimento certo é o Manejo Florestal Sustentável, que se define como um conjunto de técnicas adequadas empregadas para garantir a extração dos recursos florestais, incluindo a madeira, causando o mínimo de impacto. Entre os benefícios estão a continuidade da produção e o aumento da rentabilidade.
Já em relação a recuperação, o consultor é ponderado. "Apesar da lei, existem muitos produtores que até hoje não recompuseram a área de Reserva Legal. Se ele puder contabilizar esse reflorestamento como captação de carbono, é um atrativo a mais para ele cumprir a lei e respeitar o meio ambiente. O importante é que o projeto seja adicional em relação a realidade existente", acredita.

Um revolucionário


Da caserna à guerrilha

Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense

14/6/2007

O capitão do Exército Carlos Lamarca iniciou sua carreira na Escola Preparatória de Cadetes de Porto Alegre, em 1955. Serviu no Batalhão Suez, na faixa de Gaza, na Palestina, onde permaneceu durante 18 meses. Quando houve o golpe militar de 1964, integrava a Polícia do Exército, em Porto Alegre. Foi promovido a capitão em 1967, quando servia no 4º Batalhão de Infantaria, em Osasco. Foi nessa época que fez seus primeiros contatos com as organizações que defendiam a luta armada, dentre elas a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), à qual aderiu ao abandonar o quartel, em 1969, com um caminhão carregado de armamentos.

A operação foi organizada por Lamarca e o sargento Darcy Rodrigues, que o recrutou para a VPR quando também servia no quartel de Quitaúna, em Osasco. Lamarca tornou-se um dos principais líderes da luta armada no Brasil, ao lado do líder comunista Carlos Marighella, da Ação Nacional Libertadora. Participou de diversas ações guerrilheiras, dentre as quais um assalto a banco no qual morreu o guarda civil Orlando Pinto Silva. Em 1970, instalou um foco guerrilheiro no vale da Ribeira, no interior paulista, que foi localizado e desarticulado pelo Exército. Lamarca, porém, conseguiu fugir espetacularmente da região. Na ação, foi morto a coronhadas o tenente da Polícia Militar Alberto Mendes Junior, que havia localizado os guerrilheiros. No mesmo ano, Lamarca comandou o seqüestro do embaixador suíço Giovani Enrico Bucher.

Nessa época, Lamarca deixou a VPR para ingressar no Movimento Revolucionário 8 de Outubro(MR-8), deslocando-se para a Bahia com o objetivo de organizar um foco guerrilheiro no sertão nordestino. Cercado pelo Exército, vagou em fuga pelo agreste baiano, mas foi localizado doente e faminto na região de Brotas do Macaúba, em companhia do metalúrgico José Campos Barreto. Lamarca foi fuzilado pelo destacamento do Exército que o prendeu.

Uma fila interminável

Até agora, o pagamento de anistia por perseguição durante o regime militar já custou aos cofres públicos R$ 2,3 bilhões. Foram julgados 29 mil casos e há outros 28,5 mil na fila, que ainda pode aumentar. "Temos uma média de 3 mil novos pedidos por ano", diz o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.

Nem todos os pedidos são atendidos. A média de atendimento foi de 55% até agora. Nos casos de indenização em parcela única, o teto é de R$ 100 mil por pessoa. Os valores podem subir muito em outra situação, na qual as pessoas reclamam ter perdido cargos públicos ou empregos na iniciativa privada por perseguição política. Nesse caso, elas pedem o pagamento dos salários a que teriam direito caso tivessem mantido o emprego durante todos esses anos.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, quer fechar o processo de reparações da anistia até 2010. "Um processo de anistia não pode estender-se indefinidamente no tempo, sob ameaça de perder seu sentido", diz. "Isso desqualifica o conceito de anistia."

Para fechar a conta até o final do governo Lula, o ministro terá de resolver o caso de alguns colegas de governo. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem um processo no qual pede aumento dos R$ 4 mil que recebe como compensação por ter perdido o emprego de metalúrgico após comandar uma greve da categoria. A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, também entrou com processo pedindo salários atrasados desde a sua cassação e perda dos direitos políticos. Os dois pediram que seus processos permanecessem na gaveta, para evitar suspeitas de privilégio.

Sexóloga, política ou aloprada?

Para Marta, turista deve "relaxar e gozar" durante crise aérea

IURI DANTAS
Folha de S. Paulo
14/6/2007

Ministra deu a sugestão ao ser questionada sobre os problemas nos aeroportos; ela se desculpou horas depois

"Minha intenção foi dizer aos jornalistas e à população que viajar vale a pena", desculpou-se Marta, depois, em nota oficial

Minutos depois de lançar, pela manhã, um convite público para que os brasileiros viajem mais, a ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), deu uma sugestão inusitada para os que precisam enfrentar as longas filas nos aeroportos: "Relaxa e goza, porque você esquece todos os transtornos depois". Ainda comparou os problemas enfrentados nos aeroportos antes e depois das viagens ao sofrimento da mulher durante o parto, que depois seria esquecido com a alegria do nascimento da criança. "É como o parto, depois esquece tudo." Marta lançou mão do "relaxa e goza" ao responder qual seria sua sugestão para o brasileiro que deseja viajar, mas fica desanimado com o caos aéreo. À tarde, por meio de nota, ela se desculpou pela "frase infeliz".
O ministro da Defesa, Waldir Pires, criticou a frase. "É uma pena, evidente que temos de ter muito respeito com a população", disse ele, para quem "a ministra é uma mulher inteligente, com capacidade de comunicação". Durante o dia, a frase "relaxa e goza" teve mais repercussão do que o Plano Nacional de Turismo anunciado por Marta no início da manhã.

Se ele for besta...imagina os outros!?

PF aponta lobby para negócio milionário

Ugo Braga
Correio Braziliense
14/6/2007

Ao concluir inquérito, delegado afirma que envelopes apreendidos na casa de Vavá provam tráfico de influência

Campo Grande — Ao cumprir mandado de busca e apreensão na casa do ex-metalúrgico Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Polícia Federal colheu o que julga ser provas documentais dos crimes oriundos do lobby que ele vinha tentando emplacar em Brasília. Tratam-se de dois envelopes, um branco e outro pardo, envolvendo pleitos milionários de uma empresa e do representante de um grupo de pessoas, interessados, respectivamente, em obter vantagens junto à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e favores do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e do próprio Lula. A PF realizou a busca no último dia 4 e vinha mantendo o auto de apreensão guardado a sete chaves. O delegado responsável, Alexandre Custódio, fechou ontem o relatório final do inquérito gerado a partir da Operação Xeque-Mate e o mandou à Justiça Federal. O Correio teve acesso à parte do texto que se refere a Vavá, já indiciado por tráfico de influência e exploração de prestígio. O primeiro envelope, “branco tipo carta”, na descrição da PF, tem num dos versos as palavras “Sen. Aloizio Mercadante”. Dentro, há uma folha de papel sulfite em que a Distribuidora Rezende S/A Comércio e Indústria explica ser credora da CSN em aproximadamente R$ 13,7 milhões. No último parágrafo, a finalidade da carta mandada a Vavá: “A Rezende pretende um acesso à CSN para propor um acordo para pagamento da dívida, ainda que seja de forma parcelada, mas para tanto depende de alguém que viabilize este acesso para abrir negociação”.

Viva a democracia brasileira!

Acaba de ser rejeitada a volta da ditadura no Brasil. O Plenário por maioria acaba de rejeitar a "lista fechada" - uma indecente proposta da Reforma Política em discussão nesse exato momento na Câmara dos Deputados.

Se aprovada, a "lista fechada" criaria a figura do vereador, deputado e senador biônicos.

Entrevista explosiva com o senador Pedro Simon

Ainda não tinha lido a entrevista e recomendo a todos que leiam-na pois, ainda há homens públicos com moral e ética neste país.

"A classe política rouba, rouba, e não acontece nada"

O senador gaúcho diz que a solução para a crise moral não virá da classe política e defende que as pessoas ocupem as ruas

Por RUDOLFO LAGO

Aos 77 anos, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) está desencantado com a política. Ele afirma que todo o comando do País, Congresso, Executivo e Judiciário, está de mãos atadas por conta da corrupção. Do alto de seu desencanto, Simon diz não encontrar mais ninguém que possa servir de exemplo às pessoas. Ele percebe que as atitudes da maior parte dos parlamentares não se parecem com as suas e teme que esses comportamentos comecem já a contaminar os valores do Brasil como um todo. Por isso, esse gaúcho de Caxias do Sul, casado e pai de quatro filhos, avalia que já não se deve esperar uma solução para essa crise moral que saia do Parlamento brasileiro ou de qualquer outro setor da elite política nacional. Pedro Simon prega que somente a sociedade, de forma organizada, pode cobrar a saída que faça o País retomar o caminho da ética e da moralidade. Ele quer as pessoas nas ruas, cobrando de políticos, do governo e do Judiciário um novo comportamento.

ISTOÉ - Há cerca de 15 anos, o sr. propôs a CPI das Empreiteiras. Por que essas investigações nunca aconteceram?
Pedro Simon - Existem vários interesses em jogo. Nas últimas eleições - nas duas em que o Lula ganhou e nas duas em que a vitória foi do Fernando Henrique -, as empreiteiras estavam no primeiro lugar na lista dos doadores de campanha. Quando nós pedimos a CPI das Empreiteiras pela primeira vez no governo Fernando Henrique, o PT não chegou a ser contra, mas também não fez muita força. Na segunda vez, o PT foi contra, e o PSDB também. Agora, estava quase certo que poderia sair a CPI da Navalha. Porque envolvia uma empreiteira pequena. O dono dessa empreiteira era subgerente de uma outra grande empreiteira da Bahia.

Era quase certo que sairia essa CPI. Mas aí disseram: "Então, vamos fazer de todas as empreiteiras." Agora, não vai nenhuma. Como vai atingir todas as empreiteiras, vai atingir quase todo mundo. Aí, infelizmente, morreu. Retiraram as assinaturas e não se consegue repor.

ISTOÉ - Então temos um Congresso comprometido?
Simon - Nós temos é o comando do País de mãos atadas. Congresso, Executivo, Judiciário. Me honra dizer que, ao longo da história, o Rio Grande do Sul tinha fama de ter um grande Judiciário. Agora, não sei mais. O Judiciário também está atingido.

Continue lendo aqui>>

O Bolsa Floresta de Eduardo Braga

O governador do Amazonas se destaca com louvor de seus colegas da Amazônia ao apresentar propostas que agregam desenvolvimento e sustentabilidade ambiental. A última do governador foi o lançamento do chamado Bolsa Floresta. Leiam.

O bolsa floresta
Governador do Amazonas cria sistema de cotas para compensar a poluição e destinará R$ 50 reais por mês a quem combater o desmatamento

Revista Isto É

Por LUCIANA SGARBI - Manaus

Primeiro, eram somente os ecologistas a falar sobre as questões ambientais e, especificamente no Brasil, a insistir na mesma tecla de preservação da Amazônia - alguns deles eram até rotulados de maçantes, mesmo porque, em toda causa em seu início, os ativistas são mais passionais, menos racionais. Depois vieram os artistas e o tema ecologia foi se popularizando. Finalmente, na luta ambiental e principalmente na corrida pela redução de gases poluentes que formam a grande estufa a sufocar a Terra entraram empresários e banqueiros, a comunidade científica em geral e a classe política. É nesse terceiro estágio que o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), coloca-se pioneiramente no Brasil: na terça-feira 5, Dia Nacional do Meio Ambiente, ele sancionou a primeira Lei Estadual de Mudanças Climáticas e o Projeto de Fundo Ambiental. As duas iniciativas, inéditas, têm o objetivo de proteger um dos raros santuários ambientais que ainda restam no mundo: a Floresta Amazônica. A sua vital importância deve-se à vegetação que absorve a umidade do oceano Atlântico e assim mantém a estabilidade do clima e do regime de chuvas da América do Sul até o leste da Cordilheira dos Andes. É ela também que regula a quantidade de gás carbônico presente na atmosfera. ARROJO O governador Eduardo Braga cria a primeira Lei Estadual de Mudanças Climáticas. Um carro que rode 20 km por dia emite anualmente 1,87 tonelada de CO2. Para neutralizar essas emissões é preciso plantar nove árvores a cada ano.

O Estado do Amazonas possui 33% da área da Floresta Amazônica e o reflorestamento de áreas destruídas representa poderosa arma contra os efeitos do aquecimento global. A nova lei ataca o problema da vegetação na raiz: cria mecanismos fiscais e financeiros para incentivar a redução dos impactos ambientais e abre caminho para que as empresas reduzam a emissão de CO2 - sistema chamado carboneutralização. "Isso é inédito no Brasil", diz Braga. A lei estipula uma cota máxima de emissão de carbono (ainda a ser calculada) para fazendeiros e grandes indústrias da região. Caso alguém ultrapasse essa cota, terá de compensar o extra através de reflorestamento. Quem porá a mão na enxada é gente contratada pelo governo e quem arcará com os custos é o infrator. "Estou combinando preservação ambiental com geração de renda, trabalho e desenvolvimento. É disso que a região precisa para crescer em bases sustentáveis", diz o governador. Apenas com companhias situadas no Amazonas, Braga estima arrecadar US$ 100 milhões - o que dá a noção do quanto se emite poluentes além de limites toleráveis. Em uma segunda etapa, vai ao Exterior para convencer as indústrias, que poluem demais por lá, a compensarem os seus excessos investindo aqui - ou seja, também no reflorestamento da Amazônia. "Arrecadarei US$ 1 bilhão até 2010", diz ele.

Para se ter uma idéia da importância da nova lei de compensação por cotas quando o assunto é reflorestamento, vale lembrar que são necessárias seis árvores para compensar o que um carro polui em um ano. Mais ainda: uma árvore absorve anualmente, em média, três toneladas de dióxido de carbono, enquanto uma pequena queimada pode emitir 350 toneladas de poluentes. Finalmente, árvores novas são vitais porque elas têm os seus "pulmões" funcionando muito bem e, assim, absorvem aproximadamente 5,5 toneladas de CO2 por ano - enquanto as mais adultas, com os "pulmões" já um pouco "cansados", absorvem 1,5 tonelada. Pequenas queimadas emitem 350 toneladas de dióxido de carbono. O mercado de crédito de carbono poderá gerar US$ 30 bilhões ao Brasil até 2012.

Os recursos desse Fundo de Carboneutralização serão aplicados em quatro grandes segmentos: fiscalização, apoio à produção sustentável, desenvolvimento social (melhoria na educação e na saúde) e criação do Bolsa Floresta que destinará mensalmente R$ 50 a cada família que combater o desmatamento. Para isso, o Amazonas possui atrativos para fazer parcerias com o setor privado e um deles é a parcela de áreas intocadas na chamada Amazônia Continental: 68 milhões de hectares. Nessa conta estão incluídas as unidades de conservação (estadual e federal) e as terras indígenas. Para atrair empresas e bancos locais ao Bolsa Floresta e ao fundo de reflorestamento, o governo criará uma espécie de selo verde. "Trata-se de um instrumento de marketing capaz de diferenciar um produto aos olhos do consumidor, principalmente no Exterior", diz Braga. É dessa forma que o Amazonas inaugurará um novo período na história da preservação do ambiente. Afinal, cuidar da nave-mãe Terra é um compromisso não só dos "pilotos", mas de toda a "tripulação".

Vaga ao CNJ e ao CNMP decididas amanhã

Foto: Val-André Mutran















Da esquerda para a direita, dois dos candidatos a uma vaga no Conselh0 Nacional do Ministério Público e Conselho Nacional de Justiça. O ex-membro do Conselho Nacional do Ministério Público, Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva e o advogado tributarista Helenilson Pontes , respectivamente.

A Câmara dos Deputados elege amanhã (12/06) as vagas que lhe cambem no Conselho Nacional de Justiça e no Conselho Nacional do Ministéio Público.

Confira na imagens abaixo quem é o candidato paraense a uma vaga no CNJ e suas propostas.




Lançamento da página virtual do Museu da Câmara dos Deputados

Convite





















Cilque na imagem para ampliá-la

Desgaste desnecessário

Luiz Garcia - Não basta o pito


O Globo
12/6/2007

Deus me proteja de amigos e parentes, que dos inimigos cuido eu. Acho que colhi esse sábio pensamento no Alcorão. Ou entre as máximas de Confúcio? Talvez, nas "Seleções" do Reader"s Digest.

Em qualquer caso, de fonte impecável. A norma se aplica a ocupantes de cargos públicos e poderosos em geral. Nas democracias modernas, bom exemplo dos perigos nessa área é a história do presidente americano Jimmy Carter.

Varão de Plutarco de carteirinha, ele voou sem escalas de governador da Geórgia, estado onde enricara como plantador de amendoim, para a Casa Branca. Foi presidente notável pela honestidade e pela inexperiência. Essa combinação fatal já impediria que se reelegesse, mas ajudaram bastante as trapalhadas do deslumbrado irmão Billy, tipo clássico de falso espertalhão. O caçula tentou pelos meios mais ridículos faturar o parentesco: chegou até a assinar um contrato de lobista com o governo da Líbia, na época inimiga visceral dos Estados Unidos.

O presidente Lula não pode se reeleger, mas precisa fazer o sucessor. Tanto para manter o PT no poder como para proteger a biografia. Até agora, ela tem sido preservada com sucesso de deixar um Jimmy Carter roído de inveja: variados escândalos associados à administração petista produzem ondas e mais ondas - e todas chegam aos jardins do Alvorada transformadas em dóceis marolas.


Caem ministros, dirigentes petistas são mandados para Elba, mas o Grande Inquilino permanece intocado. Variados erros administrativos e negociatas político-financeiras (forma peculiar, mas é isso mesmo) chegam à sua porta e não entram. Sequer batem.

Ainda assim, não é impossível que uma tentativa de corrupção pequena, tão rasteira quanto incompetente, acabe abalando a imagem do presidente.

Gravações da Polícia Federal mostram o seu irmão Vavá metido até o pescoço em promessas e tentativas de tráfico de influência - e indicam que Lula sabe de tudo. Num telefonema, um suposto enviado do presidente informa que ele quer conversar com Vavá sobre "algumas broncas". O Irmão do Homem promete ir a Brasília. Até ontem isso não acontecera.

Não se sabe se deu certo alguma das canhestras tentativas de advocacia administrativa do desenvolto parente. Pouca diferença faz: incompetência na corrupção não é desculpa para que o Grande Parente proteja o malandro debaixo de um tapete do Alvorada.

O que Vavá andou fazendo, como mostram as gravações, configura crime. Um simples pito numa conversa a dois, mesmo com juras de bom comportamento daqui para a frente, não limpará a pedra. Nem a de Vavá nem a do irmão, caso tente bloquear inquérito e processo criminal.

Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados

  Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados A imagem peregrina da padroeira dos par...