Governadora do Pará faz balanço de sua gestão
Falo o único, porque o blog não leva em conta os hours-concurs José Roberto Arruda (DEM-DF) e Yeda Crucius (PSDB-RS), protagonistas dos maiores escândalos que revelam indícios de corrupção em seus governos.
Leia a entrevista aqui.
Pará terá que indenizar Vale por invasão do MST
O Estado do Pará e a União foram condenados pela Justiça Federal de Marabá a indenizar a mineradora Vale pelos danos materiais que sofreu durante ocupações da Estrada de Ferro Carajás nos dias 17 de abril, 9 e 13 de maio do ano passado. O valor da indenização ainda será definido posteriormente. Da sentença condenatória, assinada pelo juiz federal Carlos Henrique Borlido Haddad, ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília (DF).
Na ação que ajuizou perante a Justiça Federal, a empresa mineradora pede providências contra o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e o MTM (Movimento dos Trabalhadores da Mineração). Segundo a Vale, as ações praticadas pelas duas entidades resultaram na interrupção das atividades da empresa. A Vale também queria que o Estado e a União fossem obrigados a planejar e estruturar a segurança pública, para impedir que membros de movimentos sociais obstruam suas atividades. Esse pedido foi considerado inepto pelo juiz federal, por entender que deveria ser o mais específico possível.
Perdas e danos - Carlos Henrique Haddad considerou, no entanto, cabível o pedido de indenização por perdas e danos, que poderiam ser de alguma forma evitados, até porque a intenção dos dois movimentos de interditar a ferrovia foi anunciada com antecedência.
Segundo o magistrado, os setores de inteligência da Polícia Federal e da Polícia Militar tinham amplo conhecimento das movimentações que resultaram no bloqueio da estrada de ferro. "Não é, portanto, a imprevisibilidade que impediu a atuação do Estado e da União para evitar as intervenções na atividade e no patrimônio da parte autora [a Vale]", reforçou o juiz federal.
Fonte: Redacão Ecoamazônia.
Programa amplia capacidade de novos empréstimos para obras de infraestrutura
Da Redação
Agência Pará
A governadora e o ministro Mantega assinam o programa que permitirá ao Pará fazer empréstimos para aplicar em obras de infraestrutura
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Brasília - A governadora Ana Júlia Carepa e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, assinaram nesta quarta-feira (3), em Brasília, o Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal do Pará. O instrumento amplia em mais de R$ 500 milhões a capacidade do Estado de tomar novos empréstimos que serão aplicados em obras de infraestrutura.
Em uma reunião da qual participaram o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, e o secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Pará, Maurílio Monteiro, o governo do Pará foi elogiado por Mantega. "São R$ 570 milhões de ampliação da capacidade de endividamento. Isso só foi possível porque o Estado teve uma boa arrecadação e um bom desempenho fiscal", explicou o ministro. O Estado encerrou o exercício de 2008 com um resultado primário de R$ 202 milhões.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, destacou a excelência da formatação do projeto que expandiu os limites de crédito do Pará. O documento foi elaborado pelos técnicos do governo do Estado.
O Programa de Ajuste Fiscal é revisto anualmente pelo governo federal. No caso do Pará, desde 1998. Dos R$ 570 milhões que o Estado está apto a captar, R$ 244 milhões são destinados a compensar o Pará pelo impacto das perdas do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
Segundo a governadora Ana Júlia, a intenção do governo do Pará é buscar empréstimos para aplicar em obras de infraestrutura que beneficiarão o Estado. "A prioridade é usar esse dinheiro para a recuperação de estradas localizadas em áreas muito atingidas por chuvas e enchentes. Hoje recebemos R$ 80 milhões em recursos do governo federal para as estradas, mas não é suficiente e o governo do Pará pretende complementar", disse a governadora.
Da reunião no Ministério da Fazenda participaram, ainda, os deputados federais Paulo Rocha, Beto Faro e Zé Geraldo.
Sônia Zaghetto - Secom
Transamazônica sofrerá desvio em Marabá
Que venham as melhorias.
Da Redação
Agência Pará
Para viabilizar a obra na Transamazônica é necessário fazer um desvio na BR-230 de 13,4 quilômetros, em trecho na área urbana do município de Marabá
Ao lado da governadora, o diretor geral do Denit, Luiz Antônio Pagot garantiu recursos à obra e sua conclusão: até junho de 2010
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Para a revitalização da fase 1 do Distrito Industrial de Marabá e construção das fases 2 e 3, é necessário fazer um desvio na BR-230 (Transamazônica) de 13,4 quilômetros, em trecho na área urbana do município.
Em reunião nesta quarta-feira (3), em Brasília, com a governadora Ana Júlia Carepa e o secretário de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dinit), Luiz Antônio Pagot, garantiu não apenas os recursos para a obra, como foi confirmado o prazo para a conclusão: até junho de 2010.
O Distrito Industrial de Marabá é um dos seis que o governo paraense constrói no estado (veja abaixo), como forma de consolidar investimentos, atrair empresas e beneficiar os trabalhadores com infraestrutura e espaços adequados.
No total, só em obras de recuperação e construção de estrutura física, o governo estadual vai mobilizar recursos de R$ 55 milhões (recursos próprios e financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social-BNDES).
O DI de Marabá tem importância estratégica, pois estará no centro de grandes investimentos (públicos e privados), que incluem a construção das eclusas da hidrelétrica de Tucuruí, a construção da hidrovia do Tocantins (ligando Marabá a Tucuruí e Tucuruí ao porto de Vila do Conde, em Barcarena), a construção de um porto público e de uma siderúrgica em Marabá e a ampliação do porto de Vila do Conde.
O DI de Marabá ganhará um Centro de Convenções e, em função da siderúrgica, abrigará empresas de ramos como o metal-mecânico. Entre os investimentos para a fase 3 do DI, está confirmada a instalação da empresa Alba, que fabrica aço e laminados.
O diretor-geral do Dinit, Luiz Antônio Pagot, e a governadora Ana Júlia Carepa terão nova reunião, em julho, para discutir as obras previstas para o Pará, que incluem também a recuperação de várias estradas destruídas pela chuva.
Ascom - Sedect
Deputado Asdrubal Bentes rompe com governo de Ana Julia Carepa no Pará
“O PMDB não é coadjuvante. A Governadora vai ver o que que é bom para a tosse”, assim o deputado federal Asdrubal Bentes (PMDB-PA) selou o fim do apoio de seu mandato ao governo petista de Ana Julia Carepa (PT).
Bentes disse que não é do seu feitio desconsiderar a orientação do presidente estadual do partido, deputado federal Jader Barbalho, porém, nesse caso, o deputado credita à governadora sua atitude.
”O maior partido do Brasil. O partido que mais elegeu prefeitos e vereadores no Estado do Pará, jamais será um mero coadjuvante como disse o líder do PT ontem em discurso na Assembléia Legislativa”, citou o parlamentar.
O deputado federal explicou, ainda, que: “se o líder do governo falou isso é porque a governadora pensa da mesma forma e isso eu não vou aceitar. Rompo a partir deste instante com o Governo de Ana Júlia Carepa”, garantiu.
Leia a íntegra do discurso aqui.
Ana Julia Carepa promete retomar obras da PA-279
Com investimentos de R$ 6,8 milhões, o governo do Estado está retomando as obras de pavimentação da rodovia PA-279, no trecho que liga os municípios de Tucumã e São Félix do Xingu. Serão asfaltados mais 20 km e finalizadas as pontes. O reinício dos trabalhos foi anunciado pela governadora Ana Júlia Carepa, que esteve em Tucumã na última sexta-feira (8), quando também entregou o ginásio poliesportivo do município, obra que integra o programa Esporte Participativo, da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel).
A governadora participou das comemorações pelo aniversário de emancipação do município, e informou que o governo já dispõe de R$ 500 milhões para a recuperação do trecho da PA-279 entre Tucumã e Ourilândia do Norte, que está danificado e dificultando o tráfego.
Fonte: Agência Pará.
O repórter em Brasília
Objetivamente:
-- Ou Ana Julia Carepa aceita que as áreas controladas pelo PMDB sejam de livre provimento do partido ou Jader oficializa na próxima segunda-feira, 11, a entrega das secretarias e retira-se da parceria.
Os recados estão nos anais da Assembléia Legislativa do Pará nos pronunciamentos dos deputados da legenda.
A linguagem, agora, compreende-se melhor, era cifrada e com destino certo.
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Com muita tranquilidade, acessei o 5.a Emenda, o Hiroshi On Line, o plantão do Diário e de O Liberal e nada! Recorri ao blog do Jeso e acabei achando algo no Espaço Aberto. Estava tudo lá.
Viés ideológico de Ana Júlia custa caro ao Pará
Prejuízo à mão armada
Violência e invasão de terras produtivas pelo MST provocam impacto econômico sem precedentes no Pará
Claudio Dantas Sequeira
FAROESTE Militantes do MST bloqueiam estrada perto da Fazenda Santa Bárbara, do banqueiro Daniel Dantas, e depois destroem carro (abaixo): perdas de R$ 12 milhões mensais
O conflito armado entre militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e seguranças da Agropecuária Santa Bárbara em Xinguara, no sábado 18, alarmou os produtores do Pará. O tiroteio na fazenda do banqueiro Daniel Dantas mais pareceu uma cena de filme de faroeste. Sete manifestantes e um vigilante ficaram feridos, um carro foi destruído e jornalistas foram usados como escudos humanos.
Diante da crescente violência na região, a presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), apresentou na Procuradoria- Geral da República um pedido de intervenção federal no Estado, pois a governadora petista Ana Júlia Carepa é acusada de não cumprir 111 mandados de reintegração de posse. "Estamos vendo no Pará a era do absolutismo. A governadora pretende ser o Executivo, o Legislativo e o Judiciário", criticou Kátia. "A lei deve ser cumprida, pois o regime democrático exige a manutenção do Estado de Direito e a separação dos poderes."
Ao invadir áreas produtivas, em um Estado onde sobram terras para a reforma agrária, o MST torna-se um problema econômico. Além dos prejuízos produzidos pela própria invasão, a nova postura dos sem-terra irá obrigar os pecuaristas a investir em medidas preventivas, cujos custos certamente serão repassados ao preço de seus produtos.
Antevendo prejuízos insanáveis com as ações do MST - só a Santa Bárbara estima perdas de R$ 12 milhões mensais com as invasões -, os pecuaristas planejam a criação de um fundo destinado à contratação de empresas de vigilância privada para protegerem suas fazendas. A ideia foi apresentada pelo deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA) durante reunião da bancada com Ana Júlia na sede do governo. "Os bancos privados, por exemplo, têm sua segurança", argumentou Queiroz. Pe la proposta, o valor da contribuição se rá de R$ 1 por hectare. O proprietário de 10 mil hectares, por exemplo, contribuirá com R$ 10 mil para o fundo.
Esta semana, a reação dos pecuaristas chegará ao Congresso. Na quarta-feira 29, a Subcomissão de Intermediação de Conflitos Agrários da Câmara pretende aprovar a convocação dos ministros da Justiça, Tarso Genro, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Os parlamentares querem saber que tipo de medida já foi ou será tomada pelo governo federal para resolver a crise no Pará. Levantamento feito por ISTOÉ, com base nos dados do Incra, mostra que foram assentadas 187 mil famílias em Belém, Marabá e Santarém. Mas a capacidade de assentamento é de 257 mil famílias.
Os parlamentares também estão preocupados com o fato de o MST estar recorrendo às armas nos conflitos mais recentes. O uso de armas de fogo por sem-terra é uma triste novidade até para o ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva Filho, há dez anos na função. "Não faz parte do histórico do MST andar armado", diz. "O fato de o movimento social usar armas é uma preocupação. A probabilidade de assassinatos é maior."
Colaborou Hugo Marques
Como virei escudo humano
"Corri com o microfone levantado para mostrar que era jornalista"
Victor Haôr, repórter da TV Liberal Marabá
"No sábado 18, soubemos que os semterra teriam se apropriado de um caminhão da Agropecuária Santa Bárbara e feito o motorista refém. Teriam tentado invadir a sede da fazenda pela manhã, sem sucesso. Resolvemos ir ao local em voo fretado pela Santa Bárbara. Fomos eu, o Edinaldo Souza, do jornal Opinião; o João Freitas, da TV Livre, e o Felipe Almeida, repórter cinematográfico da TV Liberal Marabá. Chegando lá, falamos com o motorista, que confirmou o sequestro. O caminhão foi abandonado na mata.
Quando retornávamos para a sede da fazenda, vimos os sem-terra na estrada. Estavam bastante exaltados. Gritavam palavras de ordem, soltando rojões. Tentaram tomar o equipamento do Felipe e pegaram a câmera de outro jornalista. Mandaram o Felipe, o Edinaldo e o João seguirem na frente do grupo. Eu fiquei logo atrás com o segundo grupo dos sem-terra. Um deles trazia uma espingarda e eu sabia que os seguranças da fazenda também estavam armados.
Marchavam com determinação e nós lá no meio. Ficamos ali como escudos humanos. Quando chegamos perto da porteira, os sem-terra pularam e avançaram num Fiat Uno dos funcionários. Viraram o carro, quebraram tudo. Outros avançaram contra os seguranças. O Felipe já tinha ultrapassado a cerca e eu estava próximo a um curral quando começou o tiroteio.
Corri para me proteger, com o microfone levantado para mostrar que era jornalista. O tiroteio durou de oito a dez minutos. Temi por minha vida e pela do Felipe, que ficou no centro do confronto. Quando tudo parou, ouvimos gritos dos feridos. Havia corpos no chão. Vi o Índio (o sem-terra Waldecir Nunes), que estava ferido e gritava muito.
Vi também o segurança baleado. Fomos até a pista de pouso. O primeiro avião saiu com o segurança ferido, o Índio, o Felipe e outro segurança. Depois saiu outro avião menor, com dois sem-terra presos pelos seguranças. Eu, o Edinaldo e o João passamos a noite na fazenda. A polícia só chegou de madrugada."
Fonte: Revista Isto É.
Governadora aquartela Força Nacional na Capital. Interior do Estado é palco de troca de tiros entre sem terras e seguranças de fazendas
Força Nacional fará a segurança em Belém
O Ministério da Justiça tinha informado que a FNS trabalharia em Xinguara, onde sem-terra e seguranças de uma fazenda entraram em confronto, mas o delegado geral do Pará decidiu mantê-la na capital.
Os agentes da Força Nacional de Segurança, enviados para ajudar a conter a violência no campo, chegaram nesta quinta ao Pará, mas não vão sair da capital.
O avião da Força Aérea Brasileira, que trouxe os 20 homens da Força Nacional, pousou em Belém à tarde. Outros 20 policiais da tropa devem se juntar ao grupo nesta sexta.
O Ministério da Justiça tinha informado que a Força Nacional iria reforçar a segurança em Xinguara, no sudeste do estado. Foi lá que sem-terra e seguranças da fazenda Espírito Santo entraram em confronto no fim de semana. Mas o destino dos agentes mudou.
Nesta quinta, o delegado geral da Polícia Civil disse que a Força Nacional vai permanecer em Belém e que policiais do Pará, especializados em ações no campo, serão enviados para Xinguara.
“Não há necessidade de ser utilizada a tropa da Força Nacional, porque nós temos um policiamento especializado que já foi deslocado parte para lá. E com a chegada
do reforço da Força Nacional para policiamento na Região Metropolitana de Belém, poderemos utilizar a outra parte do efetivo dessa polícia especializada em Xinguara”, declarou Raimundo Benassuly, delegado geral (PA).
O governo do Pará informou que, além do MST, há outros dois grupos de invasores na fazenda Espírito Santo que não são ligados ao movimento. Nesta sexta, dois fazendeiros que tiveram as reintegrações de posse cumpridas há duas semanas denunciaram que os sem-terra voltaram a invadir as áreas e foram retirados novamente.
Os dois, que não querem se identificar, dizem que estão sendo ameaçados. “O que chegou exatamente no meu ouvido é que estou demorando demais na área, estou sendo teimoso demais e tenho que pensar mais na minha vida”.
Fonte: Jornal Nacional.
Uma decisão de alto risco
Denúncia de omissão
Da Redação
TENSÃO NO PARÁ
Grupo que teve fazenda invadida cobra dos governos federal e estadual medidas para coibir ações dos sem-terra na região
Bandeiras do MST na fazenda Espírito Santo: clima carregado
Com recursos dos impostos pagos pelos contribuintes, o governo do Pará já teria desapropriado quase 18,5 milhões de hectares de terras no estado para fins de reforma agrária. A área, que deveria abrigar 286 mil famílias, registra atualmente cerca de 50 mil. A denúncia é de Rodrigo Otávio, diretor estatutário da Agropecuária Santa Bárbara, empresa proprietária de um conjunto de fazendas no sul do Pará e que tem como um dos sócios o banqueiro Daniel Dantas. A informação, segundo Otávio, é de conhecimento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Se, de um lado, o Estado estaria favorecendo um grupo de pessoas, do outro estaria prejudicando em torno de 300 proprietários de áreas produtivas invadidas. De acordo com Otávio, o Estado não cumpre os mandados de segurança de reintegração de posse e faz vista grossa para a ação — que classifica como “criminosa” — dos sem-terra. “Desde julho do ano passado, estamos alertando as autoridades estaduais, incluindo a governadora Ana Júlia Carepa, sobre o clima de tensão e atos violentos praticados por essas pessoas que se dizem sem-terra. E nenhuma providência foi tomada. Por isso, decidimos apelar aos ministros da Justiça (Tarso Genro) e da Casa Civil (Dilma Rousseff) para tomarem alguma providência na região”, denuncia.
Ocorrido no último sábado, o conflito entre os sem-terra e os seguranças da fazenda Espírito Santo, pertencente ao grupo Santa Barbára, que resultou em nove feridos, poderia ter terminado em uma grande tragédia com vários mortos. “Isso não foi por falta de aviso”, afirma Otávio. “A nossa advogada no estado, Brenda Santis, procurou a Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá (Deca) e alertou o delegado Alberone Lobato sobre a possibilidade de haver um confronto. Ela pediu para registrar ocorrência, mas não foi atendida”, conta. De acordo com Otávio, o delegado Alberone teria admitido, em particular, que há uma determinação da governadora para não atender pedido nenhum que partisse da Agropecuária Santa Bárbara, por se tratar de propriedade de Daniel Dantas.
Ofícios
Otávio lembra que desde o ano passado a agropecuária e outros 300 produtores com propriedades invadidas, ligados à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Pará e à Confederação Nacional de Agricultura, enviaram vários ofícios a autoridades do estado, todos com cópias remetidas ao Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA) e à Ordem dos Advogados do Brasil.
Existem 111 reintegrações de posse com pedidos de força policial que não são cumpridas pelo governo. Por conta dessa omissão, os produtores protocolaram no TJ-PA um pedido de intervenção federal no estado pela desobediência no cumprimento dos mandados. “Já conseguimos cinco mandados de segurança. Esperamos, agora, que a governadora acate a decisão e aceite a presença de uma força nacional no estado, proposta pelo ministro Tarso Genro.”
Em resposta ao ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva Filho, que lamentou o fato de a direção da Espírito Santo não ter aceitado a realização de vistoria do imóvel pelo Incra, a Agropecuária Santa Bárbara afirma, em nota, que não fez acordo com o órgão para permitir a análise “porque a empresa e todo cidadão que paga imposto e está sujeito às leis não pode ser conivente com o crime e o ilícito”.
Segundo o texto, “a lei diz que os imóveis invadidos não podem ser vistoriados, e essa disposição tem por objetivo exatamente coibir a invasão.
Ao contrário do que pretende a lei, quando o Incra tenta forçar uma vistoria após uma invasão, o órgão está, indiretamente, desrespeitando a lei e influenciando os sem-terra a praticarem novas invasões. (...) Nesse caso, o órgão age com visível parcialidade e atendendo interesses de criminosos que se escondem nos movimentos sociais legítimos.”
O diretor do Grupo Santa Bárbara também desmente declaração do frei Henry Des Roziers, advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Xinguara, publicada ontem pelo Correio. Segundo Otávio, um dos sem-terra baleados não foi detido e mantido refém pelos seguranças privados e levado à sede da propriedade antes de ser encaminhado para atendimento médico. “Pelo contrário, socorremos o sem-terra, que foi abandonado pelos outros colegas, e o levamos em um avião para um hospital de Marabá”, rebate.
Fonte: Correio Braziliense.
O inferno de Kátia no reino de Ana Júlia
Como a esquerda vem transformando uma de suas maiores vitórias numa grande e retumbante derrota
É furiosa a carta pública assinada pela senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito da nova rodada de conflitos na região de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará.
Como sabe todo brasileiro vivo ou morto, quando uma mulher irrompe no cenário com as narinas inflamadas de indignação, convém ouvi-la. Ainda que seja para discordar, convém ouvi-la.
A epístola, de seis incisivos parágrafos, usa termos como “gravíssima situação”, “clima de terror”, “reiterada ação criminosa perpetrada por grupos armados”, “território sem lei”, “direitos fundamentais da pessoa humana ofendidos de forma recorrente”. Um inferno civilizatório descrito em linguagem de manifesto.
E tudo por quê? Porque ativistas do movimento dos trabalhadores sem-terra invadiram, pilharam e depredaram a Fazenda Esperança. No rol de sócios da propriedade figura o banqueiro Daniel Dantas. Ele mesmo, o supervilão nacional, segundo propaganda repetida há muitos anos, sobretudo por setores do PT ligados a fundos de pensão de empresas estatais.
Na última sexta-feira, houve um episódio de extrema gravidade na fazenda. Milícias sem-terra se armaram e marcharam cancela adentro, a destruir tudo o que lhe impedisse o avanço rumo à vila onde moram os funcionários do lugar. Há contradições sobre a motivação da ofensiva.
Para enfrentá-la, os seguranças da fazenda abriram fogo. Os “militantes” responderam com mais fogo. Havia uma equipe da TV Liberal, repetidora da Globo no Pará, no meio das duas linhas de tiro. Imagens chocantes foram captadas. Homens empunhando armas e atirando uns nos outros. Alguns caindo alvejados. Não há margem para dúvidas. Ali há uma guerra. Civil, mas guerra.
Vitória...
A assim chamada esquerda brasileira desde o nascimento elegeu a reforma agrária como uma de suas bandeiras. Em certa época, fazia muito sentido. Níveis inaceitáveis de pobreza no campo eram com justiça creditados aos latifúndios que, embora férteis, nada produziam em favor da sociedade.
Até mesmo a forte emigração da segunda metade do século 20 – criadora dos bolsões de miséria nos grandes centros urbanos brasileiros – pode ser logicamente relacionada à concentração ilegítima de terras nas mãos de coronéis e oligarcas de todos os tipos.
A ação do Estado para corrigir tal desequilíbrio é recente, depois da redemocratização. Resume-se à compra das terras ociosas pelo governo e sua distribuição aos movimentos sociais, inclusive o dos trabalhadores rurais sem-terra.
Do ponto de vista político há uma vitória retumbante da esquerda sobre o assunto. Todos os governos a partir de 1985 reconheceram a tese de que o direito de propriedade das chãs brasileiras se extingue na exata medida em que elas não são usadas. Tanto que o preço da desapropriação é inferior ao valor de mercado das terras tomadas para fins de reforma agrária.
Embora a ideia central permaneça intacta como política de governo, a realidade a que ela se aplica mudou profundamente e há muito tempo.
O Brasil tornou-se nos últimos anos uma potência agrícola. As fazendas por aqui têm produtividade muito acima das concorrentes da Europa ou dos Estados Unidos. A renda apropriada pelo país a partir do agronegócio é alta, muito alta. Compõe, na verdade, boa parte dos US$ 200 bilhões em reservas acumuladas nos últimos seis anos. Deixar lugar fértil improdutivo custa caro. Por isso mesmo, não costuma durar muito.
E derrota...
Os trabalhadores sem-terra, por seu lado, somente em alguns poucos e ralos casos lutam com justiça por um punhado de chão para plantar e para colher. Na esmagadora maioria das vezes, está metido em tramoias para, com suas ocupações, prejudicar politicamente desafetos seus ou de seus aliados. Ou mesmo para fins mais vis, tais como elevar ou reduzir o valor de mercado de propriedades ou mesmo incluí-las artificialmente no programa de reforma agrária.
O estado do Pará, como se sabe, é governado pela petista Ana Júlia Carepa. Se bem me lembro, ela teve uma passagem medíocre pelo Senado. Gostava de fazer discursos sem pé nem cabeça sobre tramas financeiras de lavagem de dinheiro. Um de seus personagens favoritos era justamente Daniel Dantas.
Seja o banqueiro ou não o bandido que dizem, é fato que a Fazenda Esperança exerce o potencial econômico que dela se espera. Tanto que a Justiça do Pará já determinou ao governo do estado que restabeleça a posse aos proprietários. Isto é, que retire de lá os invasores.
A demora de Ana Júlia Carepa em cumprir a ordem judicial não só empobrece ainda mais a biografia da grande dama paraense. Faz o Brasil parecer um lugar menos civilizado do que realmente é.
Fonte: Correo Braziliense.
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